Jogo 8 - Zeldinha Twilight Princess - Nota 9
É o pior da série que joguei até agora, e mesmo assim o jogo é excelente. É, junto com o Skyward Sword, o mais criticado da franquia, então fica claro que mesmo os Zeldas mais fracos são jogos de muita qualidade.
TP é um Zelda com menos identidade que todos os outros. Isso porque, sempre que a franquia reaparece, surge com uma arte diferente, um conceito novo. No TP, sinto que eles quiseram entregar um OoT repaginado, com melhorias mecânicas e maior dimensão de tudo (os cenários são maiores, o jogo tem mais texto, mais personagens, as dungeons são mais extensas...), a obra reflete aquele desejo imediato que se tem na transição de gerações, de se reviver a experiência com aquele título queridinho da franquia apenas com evoluções gráficas e de jogabilidade. Então, apesar de ser um jogo mais genérico, dá pra entender que atendeu um certo público. A ideia do Link virar um lobo seria o diferencial desse jogo, aquilo que os desenvolvedores pensaram "certo, isso vai revestir o jogo de personalidade própria", mas esse elemento falha em reconfigurar o tema e a atmosfera do jogo, restringindo-se apenas a diversificar o gameplay (e apenas a primeira vista, já que quanto mais você joga, mais percebe sua frivolidade), o que não acontece com outros elementos centrais de outros games da série, como as máscaras do Majora's Mask.
No mais, a história é ok para um Zelda (fica ali empatada com a do BotW, no limítrofe da mediocridade, apenas o suficiente para compôr um jogo da série), mas não encosta em OoT nem em MM (esse realmente tem o melhor mundo, a melhor lore, as melhores side-quests e personagens).
As dungeons são muito boas, City in the Sky e Goron Mines, para mim, são duas das mais divertidas da franquia, mas o design de algumas ensejou a construção de itens gimmicks, aqueles que você realmente só vai usar em situações específicas daquela dg, e se vier a utilizar no overworld ou em outros templos, será provavelmente de maneira forçada.
O combate não tem dificuldade alguma, mas poucos jogos da série oferecem algum desafio nesse sentido (dos que joguei, apenas o BotW). Não vou considerar isso um ponto negativo porque a progressão do jogo em si não é tranquila, requer atenção e exploração como todos os outros jogos, então o combate fácil não torna o jogo boring. Até porque tem uns inimigos bem legais, tipo os Darknuts.
A música é maravilhosa, uma das melhores OSTs da série. O tema Courage, a ser várias vezes recondicionado às situações, é uma das principais marcas desse jogo pra mim e uma das coisas que me impedirá de relembrar do jogo apenas como "só mais um".
E acho que é isso. Por fim, só tenho a dizer que esse jogo consolidou Zelda como a minha franquia favorita de videogames, pois dos quatro jogos que joguei da série principal 3D, três entraram pra lista de melhores da vida, e um é outro jogo excelente que joguei nessa década.
Que venham Wind Waker, Skyward Sword e o próximo título do
Switch que certamente será uma obra-prima.