Nos animes, Gundam Origins
Assistindo Gundam Origin, olha, o troço é muito bom.
A série original, segundo os próprios criadores, era para ser contra a guerra, mostrando o quanto pessoas normais sofrem. Na wikipedia, o autor até mesmo comenta a invasão japonesa da China e todas as merdas que eles fizeram, dizendo que ele tem que mostrar a verdade, como pessoas boas podem fazer coisas horríveis pelo fanatismo criado pelos regimes totalitários (sejam eles quais forem) e não dá pra não assistir a série e não ver os discursos de Zeon Deikun como uma mistura dos ideais de Marx com a retórica de Hitler (sem entrar nos méritos políticos de cada um, é uma mescla) e o mais terrível é ver como as pessoas compram os discursos e os repetem.
E as pessoas comuns, contra a guerra sendo vistas como covardes, mesmo que elas estejavam defendendo o bem de todas e vendo que quem mais sofreria numa guerra são os inocentes.
O clima de tensão - até agora - é imenso e você parece que assistiu um episódio de 40 minutos e não de 20 (mas não é porque é ruim, a tensão torna cada momento mais pesado, demorado pra passar).
Enfim, o Char sempre foi uma espécie de Barão Vermelho da franquia, eu sei que ele era capaz de tudo para vingar a morte daqueles que amava, mas... Cara, ver ele já desde sempre frio e calculista é triste, pensei que ele se tornaria assim com o decorrer dos anos, mas assim como o barão vermelho, parece ser uma pessoa sem empatia por aqueles que não são da sua família, sendo capaz de condenar até inocentes à morte se assim se aproximar de seus objetivos. É terrível e fascinante acompanhar o personagem.
Nas séries, Battlestar Galactica
Reassisti Battlestar Galactica, a minissérie de 2000, em dois episódios. Eu estava com medo de a série ter envelhecido mal, mas ao contrário, ela está muito boa e, fora os efeitos especiais, está muito boa de ser assistida.
Nessa releitura da famosa série dos anos 80 (essa eu não indico, apesar de a adorar) os cilônios (cylon) não são uma raça alienígena, mas uma criação da humanidade. Pessoalmente não gostei, mas deu um dinamismo inesperado. A trama se passa num passado distante, mas na nossa própria galáxia. A humanidade nasceu no planeta Kobol e, de lá, partiu para as estrelas, colonizando 12 planetas, cada um com o nome de uma constelação do zodíaco e características próprias.
A humanidade criou uma raça de robos para os servir e, como no filme Matrix, eles se rebelaram e iniciaram uma terrível guerra contra a humanidade, que teve que se armar e, com ambos os lados próximos a se destruir, aceitaram um armistício e as máquinas se mudaram para seu próprio mundo. 40 anos depois, quando uma nova geração, desacostumada à guerra chega à idade adulta, elas retornam, reiniciando a guerra.
A Battlestar Galactica do título é uma nave antiga, de 40 anos atrás prestes a se tornar um museu. E por causa disso está longe das batalhas e sobrevive ao ataque inimico. A série é muito tensa. Tipo, a primeira vez que soltam uma bomba nuclear num planeta é só "Ah, soltaram uma bomba nuclear, ok..." mas logo você volta àquele mesmo planeta, vê as pessoas, vê o resultado, vê outras bombas ao longe e o sentimento de tensão, de "Que m****...." é terrível. Isso que acontecem outros eventos marcantes e tensos, alguns angustiantes - como o cara acusado injustamente - que vc não fica confortável.
A nave é um show aparte. Não é uma nave esguia e graciosa de Star Trek, nem aquele Destroyer Imperial de Star Wars, todo lindo. É uma máquina de guerra bruta, você percebe que ela foi criada pra receber tiros, bombas, mísseis na fuça e não parar de funcionar. Minha esposa estava assistindo comigo (e curtindo) mas quando ela viu os canhões da nave abrindo, apontando pros inimigos e disparando ela ficou boquiaberta, era tudo que star wars e star trek não eram, um troço que parecia real (no sentido que no mundo real seria mais provável uma BSG que uma Enterprise).
Vale muito a pena a mini-série (em 2 episódios). Ainda não revi a série regular (que continua da onde a mini parou) mas se tiver a mesma pegada de qualidade visual, vou indicar tbm.
PS: Assisti a série em 2003, sei que ela tem a mesma pegada básica, mas uma mini-série pode ser diferente de uma série regular, vamos ver.