osso
Ei mãe, 500 pontos!
- Mensagens
- 1.753
- Reações
- 145
- Pontos
- 794
Postei esse texto um tempo atrás na seção "programadores" da LoL Jogos, mas nem houve discussão. Tô postando aqui pq vejo mais gente da área por aqui do que na seção PCs, basta ver o tópico sobre ciência da computação aí embaixo.
Provavelmente vou tomar umas pedradas, mas ia ser legal debater, afinal num tenho nada melhor pra fazer hoje mesmo...
Olá a todos,
Criei esse tópico pra expor minha opinião sobre o nível dos cursos de computação do Brasil, seus problemas, especialidades etc.
Pra começar acho que o comentário que é mais importante é sobre o monte de cursos duvidosos que abriram nos últimos tempos. Acho que todo mundo da área sabe da enorme carência de profissionais que existe no Brasil na área de TI e ela só tnede a piorar nos próximos anos. A que isto levou?
À abertura de inúmeros cursos chimfrim, principalmente de Sistemas de Informação ou cursos técnologos fast-food.
Nesse ponto acredito que a linha de defesa de quem estuda nestes cursos(a quem não quero ofender de forma alguma) será o "quem faz a faculdade é o aluno" ou algo como "tem um cara que se formou na minha Uni X e que ganha muito bem onde trabalha". Sinceramente, acho isso piada de mau-gosto. Explico: não tem como se fazer uma regra pensando na exceção, não é porque um cara de uma faculdade dessas é bom que os outros também o são, deve-se julgar pela média dos alunos formados.
O mesmo raciocínio vale pra qualquer faculdade, independente do renome, mas quantos "caras bons" temos na Unicamp e quantos temos na Unip(em porcentagem, por favor)?
Outro ponto que acho importante ressaltar é a idéia comum sobre o que deve haver num curso de compuitação: basta ir no tópico sobre as faculdades que está aqui nesta mesma seção pra ver opiniões do tipo "pra programar faça Sistemas da Informação, se você fizer Ciências da Computação, você só vai ver teoria e nada prático".
Apesar de todo mundo querer aprender o que vai usar efetivamente na profissão, sinceramente acho esta uma abordagem muito mercenária e enganadora. Ensina-se apenas exatamente o que está em alta no momento e todo mundo fica feliz, as empresas que tem um leque enorme de estagiários semi-analfabetos, a universidade que está lucrando em cima dos alunos e o próprio aluno que consegue emprego facilmente devido à escassez de profissionais.
Qual seria a abordagem adequada segundo meu ponto de vista então? Acredito ser necessário ter parte deste imediatismo pois o mercado exige mas considero teoria essencial. Acho inadmissível um curso de computação fazer "Fundamentos de Matemática" ao invés de Cálculo 1.
Não concordo também com esquema adotado nas Fatecs, do tipo: você é obrigado a cursar X disciplinas durante a graduação. Certamente é necessário saber programar em mais de uma linguagem nos dias de hoje, mas o foco não deveria ser ensinar a teoria da computação para tornar o estudante apto a parender? Não seria essa a função da faculdade, ensinar a aprender?
Esta visão também leva à frases do tipo "ciências da computação é só pra quem quer fazer pesquisa". Geralmente quem fala isso acha inútil algo como Linguagens Formais e Autômatos, não faz idéia do que é pesquisa científica e estuda em uma universidade em que o mais proximo de pesquisa que se chega é através de tópicos em comunidades do orkut. Não é necessário ser bacharel em ciências da computação pra fazer pesquisa na área, teoricamente qualquer graduado na área pode pesquisar na área e inovar. Agora eu pergunto: quantos dos formados fora de centros de excelência em pesquisa estão aptos a isso, sendo que TODA graduação deveria permitir esse avanço aos alunos. Os três pilares do ensino superior não são "Ensino, pesquisa e extensão"?
Agora vou escrever algo pelo qual tenho certeza absoluta que serei criticado, e com razão, mas não posso deixar de comentar. Este comentário se extende de para todas as áreas.
Entre na comunidade do Orkut da Fatec e procure até achar o primeiro comentário dizendo "não basta você fazer Fatec pra se dar bem, tem que fazer um mestrado no mínimo". Bem, sinceramente, minha opinião é que isto ocorre porque a faculdade está formando profissionais incompletos. E isso em uma faculdade pública, de tradição.
Agora vá até o link da Desciclopédia(sim, estou falando sério) e entre na comunidade da POLI-USP: você achará a seguinte citação sobre pós-graduação:
Quando se faz humor em cima de algo assim há um grande fundo de verdade. Será que não há problemas com o ensino nestas faculdades?
Estamos falando sobre o mestrado acadêmico claro, e não quero de forma alguma dizer que não é importante continuar a estudar após receber o canudo, além do que um MBA é um imenso boost na carreira. Mas a formação requerida é mais para o lado prático, teoricamente fraco na graduação, mas que pode ser aprendido com uma facilidade imensa caso a base teória seja forte, mas não é o que se vê por aí.
Pra confirmar esta teoria de que as pessoas procuram a pós-graduação de renome pra reduzir a insignificância do seu diploma, volto a citar a Desciclopédia:
Pra este caso eu poderia achar uma fonte melhor e com maior autoridade. Até achei um exemplo hoje cedo, e me lembro de outro que li tem tempo, mas não achei denovo. Um dele era um aluno de uma faculdade de Ciências da Computação de uma faculdade que o próprio considerava horrível. Por que ele continuava? Segundo ele porque tendo o diploma ele poderia fazer uma pós em uma universidade renomada e ter um currículo vistoso e "renome".
Sei que o texto já ficou grande pra caramba, mas se você estiver com saco pra opinar seria interessante, ainda mais sobre uma questão tão pertinente tanto para quem já cursa faculdade quanto para quem vai entrar.
Provavelmente vou tomar umas pedradas, mas ia ser legal debater, afinal num tenho nada melhor pra fazer hoje mesmo...
Olá a todos,
Criei esse tópico pra expor minha opinião sobre o nível dos cursos de computação do Brasil, seus problemas, especialidades etc.
Pra começar acho que o comentário que é mais importante é sobre o monte de cursos duvidosos que abriram nos últimos tempos. Acho que todo mundo da área sabe da enorme carência de profissionais que existe no Brasil na área de TI e ela só tnede a piorar nos próximos anos. A que isto levou?
À abertura de inúmeros cursos chimfrim, principalmente de Sistemas de Informação ou cursos técnologos fast-food.
Nesse ponto acredito que a linha de defesa de quem estuda nestes cursos(a quem não quero ofender de forma alguma) será o "quem faz a faculdade é o aluno" ou algo como "tem um cara que se formou na minha Uni X e que ganha muito bem onde trabalha". Sinceramente, acho isso piada de mau-gosto. Explico: não tem como se fazer uma regra pensando na exceção, não é porque um cara de uma faculdade dessas é bom que os outros também o são, deve-se julgar pela média dos alunos formados.
O mesmo raciocínio vale pra qualquer faculdade, independente do renome, mas quantos "caras bons" temos na Unicamp e quantos temos na Unip(em porcentagem, por favor)?
Outro ponto que acho importante ressaltar é a idéia comum sobre o que deve haver num curso de compuitação: basta ir no tópico sobre as faculdades que está aqui nesta mesma seção pra ver opiniões do tipo "pra programar faça Sistemas da Informação, se você fizer Ciências da Computação, você só vai ver teoria e nada prático".
Apesar de todo mundo querer aprender o que vai usar efetivamente na profissão, sinceramente acho esta uma abordagem muito mercenária e enganadora. Ensina-se apenas exatamente o que está em alta no momento e todo mundo fica feliz, as empresas que tem um leque enorme de estagiários semi-analfabetos, a universidade que está lucrando em cima dos alunos e o próprio aluno que consegue emprego facilmente devido à escassez de profissionais.
Qual seria a abordagem adequada segundo meu ponto de vista então? Acredito ser necessário ter parte deste imediatismo pois o mercado exige mas considero teoria essencial. Acho inadmissível um curso de computação fazer "Fundamentos de Matemática" ao invés de Cálculo 1.
Não concordo também com esquema adotado nas Fatecs, do tipo: você é obrigado a cursar X disciplinas durante a graduação. Certamente é necessário saber programar em mais de uma linguagem nos dias de hoje, mas o foco não deveria ser ensinar a teoria da computação para tornar o estudante apto a parender? Não seria essa a função da faculdade, ensinar a aprender?
Esta visão também leva à frases do tipo "ciências da computação é só pra quem quer fazer pesquisa". Geralmente quem fala isso acha inútil algo como Linguagens Formais e Autômatos, não faz idéia do que é pesquisa científica e estuda em uma universidade em que o mais proximo de pesquisa que se chega é através de tópicos em comunidades do orkut. Não é necessário ser bacharel em ciências da computação pra fazer pesquisa na área, teoricamente qualquer graduado na área pode pesquisar na área e inovar. Agora eu pergunto: quantos dos formados fora de centros de excelência em pesquisa estão aptos a isso, sendo que TODA graduação deveria permitir esse avanço aos alunos. Os três pilares do ensino superior não são "Ensino, pesquisa e extensão"?
Agora vou escrever algo pelo qual tenho certeza absoluta que serei criticado, e com razão, mas não posso deixar de comentar. Este comentário se extende de para todas as áreas.
Entre na comunidade do Orkut da Fatec e procure até achar o primeiro comentário dizendo "não basta você fazer Fatec pra se dar bem, tem que fazer um mestrado no mínimo". Bem, sinceramente, minha opinião é que isto ocorre porque a faculdade está formando profissionais incompletos. E isso em uma faculdade pública, de tradição.
Agora vá até o link da Desciclopédia(sim, estou falando sério) e entre na comunidade da POLI-USP: você achará a seguinte citação sobre pós-graduação:
"A Poli também oferece cursos de pós-graduação, Mestrado e Doutorado. Seu objetivo é melhorar o currículo e diminuir o salário e as possibilidades de emprego de quem os cursa."
Quando se faz humor em cima de algo assim há um grande fundo de verdade. Será que não há problemas com o ensino nestas faculdades?
Estamos falando sobre o mestrado acadêmico claro, e não quero de forma alguma dizer que não é importante continuar a estudar após receber o canudo, além do que um MBA é um imenso boost na carreira. Mas a formação requerida é mais para o lado prático, teoricamente fraco na graduação, mas que pode ser aprendido com uma facilidade imensa caso a base teória seja forte, mas não é o que se vê por aí.
Pra confirmar esta teoria de que as pessoas procuram a pós-graduação de renome pra reduzir a insignificância do seu diploma, volto a citar a Desciclopédia:
Encontram-se nestes cursos três tipos de pessoas:(pós-graduações na POLI-USP:
* politécnicos viciados pelo ambiente, incapazes de enfrentar o Mundo de Verdade fora da faculdade. Preferem continuar no ambiente que já conhecem e sofrer da forma que estão acostumados;
* engenheiros de 3ª, que sempre sonharam em estudar em uma faculdade de verdade e ter um diploma da USP. Existe uma subcategoria, que inclui físicos e matemáticos, que sempre sonharam em estudar em uma faculdade de verdade e ter um diploma da Poli;
* pessoas que fizeram faculdades de humanas ou biológicas, que vêm à Poli por insanidade temporária e desconhecimento de causa.
Pra este caso eu poderia achar uma fonte melhor e com maior autoridade. Até achei um exemplo hoje cedo, e me lembro de outro que li tem tempo, mas não achei denovo. Um dele era um aluno de uma faculdade de Ciências da Computação de uma faculdade que o próprio considerava horrível. Por que ele continuava? Segundo ele porque tendo o diploma ele poderia fazer uma pós em uma universidade renomada e ter um currículo vistoso e "renome".
Sei que o texto já ficou grande pra caramba, mas se você estiver com saco pra opinar seria interessante, ainda mais sobre uma questão tão pertinente tanto para quem já cursa faculdade quanto para quem vai entrar.