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[EEG] Sensores de ondas cerebrais [Será a "nova onda" de wearables?]

_Fairbanks_

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Galera, me deparei com umas noticias sobre isso recentemente e achei a proposta bem interessante. É um tipo de gadget que eu não sabia que existia e que me parece bastante interessante e útil.
Da mesma forma que hoje em dia tá "normal" todo mundo ter uma mi band ou smartwatch com sensores pra medir batimentos cardiacos e tal, parece que tem um novo tipo de gadget que começa a parecer maduro o suficiente pra se difundir. São as "EEG headbands". Alguns modelos a venda por ai são Muse (1, 2 ou S - preços entrem 150 e 350 dólares), Emotiv (vários modelos preços de 300 até milhares de dólares) e até um mais baratinho, Neurosky Brainwave que custa 99 dólares.

O QUE SÃO AS "EEG HEADBANDS"?

São espécies de tiaras com sensores que medem a variação de microvolts entre diferentes áreas cerebrais. Essa tecnologia já existe em equipamentos médicos a quase um século, é o tal do eletroencéfalograma. A novidade é que conseguiram miniaturizar e baixar custos mantendo um grau de precisão suficiente pra fazer um produto portátil viável comercialmente.
Exemplos em imagens:
muse-2-facebook-3.jpg

71Z4WHK2WwL._AC_SL1500_.jpg
images


QUAL A UTILIDADE DE UM PRODUTO DESSES?
Bem, o principal/mais famosinho é o Muse, que tem como proposta fornecer meditação com feedback. Ele lê suas ondas cerebrais enquanto vc medita e com fones vc escuta sons de natureza. Se vc tá calmo e meditando corretamente, o som é de um dia calmo, com brisa e essas coisas. se tá errado, é de um dia chuvoso, com tempestades e tal. Além disso, te dá a possibilidade de gravar e analisar suas ondas cerebrais. Assim vc pode, por exemplo, se treinar para fugir de sensações desagradáveis. Por exemplo: grava suas ondas cerebrais num dia que vc está se sentindo mto bem. Num outro momento, surge algum problema, vc começa a ficar ansioso e nervoso. Pode colocar o aparelho de novo, e vendo suas ondas em tempo real e comparando com a do dia em que estava bem, tentar fazê-las ficarem parecido e no processo, melhorar seu estado mental. Eu confesso que lendo sobre fiquei meio receoso de ser aquelas histórias pra boi dormir. Mas depois de ver várias noticias em midia internacional e dar uma olhada em reviews dos apps na playstore, tô convencido de que esses efeitos em parte pelo menos são verdadeiros.
Além disso, pra gente mais ligada na área de programação, é possivel usar esses headsets/headbands pra controlar coisas simples com ondas cerebrais. Tá aqui um exemplo do youtube:


QUANTO CUSTA?
Como falei acima, há várias opções, que variam desde 99 dólares até dezenas de milhares. A opção mais mainstream no momento é MUSE 2, que custa 250 dólares.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE ELES PRA DIFERENÇA DE PREÇO SER TÃO GRANDE?
A principal diferença está no número e tipo de sensores. A opção mais barata tem um sensor só, o MUSE 2 trabalha com 4 sensores. As opções mais caras chegam a ter até 32 sensores. Abaixo de mil dólares, o máximo que achei foram 14 sensores. Além do número, também muda o tipo. alguns são simples: vc coloca o produto na cabeça e pronto. Os mais caros, no entanto, usam sensores mais precisos e que demandam o uso de algum gel ou liquido no cabelo pra ajudar a conduzir a corrente que o sensor vai detectar. No que isso se traduz? o numero de sensores influi em quantas áreas do cérebro a atividade está sendo medida. Obviamente, quanto mais melhor. O tipo influi na precisão dos dados. os mais simples são mais fáceis de usar e tem uma precisão mais baixa. Os mais caros são de manuseio mais complexo mas com alta precisão. Na prática, isso não parece influenciar mto já que a ideia pro usuário médio é ter um panorama geral da coisa, e não ter uma medida com precisão. Além do que, a dificuldade em setar os headsets mais caros pode gerar falha humana que vai influenciar negativamente na precisão dos dados. Na prática, os mais caros são usados por especialistas ou atletas profissionais apenas. pra entusiastas, o nível do Muse 2 parece ser mais que suficiente tendo em vista o custo/beneficio.

NOTICIAS E LINKS INTERESSANTES SOBRE SENSORES EEG (em inglês)


UM ADENDO MEIO OFFTOPIC
Uma outra coisa que achei bem interessante quando comecei a pesquisar a respeito, é uma tecnologia nova de exames (que se aplica ao cérebro também, mas não só) que está em desenvolvimento. Basicamente, a ideia da coisa é usar luz vermelha e ultrassom pra conseguir imagens precisas de dentro do corpo medindo o nivel de oxigênio na parte que está sendo analisada. O dispositivo que pretendem criar é pequeno o suficiente pra ser usado com um celular, mas não há informação de preço ou quando estará disponível, então fica dificil dizer se é algo voltado pra hospitais e profissionais de saude, ou se é voltado pro consumidor final já nesse primeiro momento. Mas o projeto é capitaneado por uma ex-executiva do google, do facebook e professora do MIT, então parece ter credibilidade. Pra quem entende inglês, vou deixar o video ai da moça explicando o produto:



Minha opinião: pra quem tem problemas de ansiedade, depressão, ou qualquer outro tipo de desordem mental, tem uma grana sobrando e gosta de experimentar novidades parece ser uma ótima pedida. Pra quem é curioso, parece ser um mercado pra se ficar de olho pq parece estar amadurecendo rápido e trará inumeras possibilidades pro futuro próximo/médio.

E ai, alguém aqui já usou algo do tipo? conheciam? o que acharam?
 

_Fairbanks_

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Não conhecia e sinceramente não usaria. Já tem dispositivos e empresas o suficiente querendo ler minha mente...
Realmente, questões de privacidade são um problema. Mas num primeiro momento acho que a geração de bigdata desses dispositivos tem mto mais de positivo que de negativo. deve contribuir bastante com a compreensão do cérebro e disturbios mentais. Foda é que no começo tbm n tinha nada demais nas empresas fazendo tracking da gente na internet... hoje em dia até eleição conseguem manipular.
 

_Fairbanks_

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Se realmente trouxer benefícios substanciais é algo mto interessante.
também fico meio reticente com isso. Fiquei curioso pra testar esse negócio. Mas agora, com o dólar do jeito que tá, eu vou segurar a curiosidade haha. sem chance de importar nada com dólar a 5 reais.
 

Macaco Louco

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O meu doutorado foi em desenvolvimento de interface cérebro-computador e atualmente continuo desenvolvendo algoritmos de processamento de sinais cerebrais.

Já adianto que o funcionamento desses equipamentos baratos são péssimos, pois os eletrodos e o amplificador de sinais biológicos são ruins. Eu trabalho com o openBCI (que é barato) e com o sistema de EEG da gtec (mais de 100 mil reais) e a diferença é absurda.

Mas não compensa investir nisso para fins de entretenimento no momento. Ainda estamos engatinhando, desenvolvendo a tecnologia e testando em laboratório.

Quanto ao medo de alguém ler o pensamento, atualmente é impossível. As informações que conseguimos extrair são simples, como identificar que uma pessoa está imaginando o movimento de uma mão, ou identificar em qual objeto o usuário está focando a visão. Mas tudo é extremamente primitivo, precisamos caminhar muito ainda.




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_Fairbanks_

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O meu doutorado foi em desenvolvimento de interface cérebro-computador e atualmente continuo desenvolvendo algoritmos de processamento de sinais cerebrais.

Já adianto que o funcionamento desses equipamentos baratos são péssimos, pois os eletrodos e o amplificador de sinais biológicos são ruins. Eu trabalho com o openBCI (que é barato) e com o sistema de EEG da gtec (mais de 100 mil reais) e a diferença é absurda.

Mas não compensa investir nisso para fins de entretenimento no momento. Ainda estamos engatinhando, desenvolvendo a tecnologia e testando em laboratório.

Quanto ao medo de alguém ler o pensamento, atualmente é impossível. As informações que conseguimos extrair são simples, como identificar que uma pessoa está imaginando o movimento de uma mão, ou identificar em qual objeto o usuário está focando a visão. Mas tudo é extremamente primitivo, precisamos caminhar muito ainda.




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que campo de atuação da hora. Acho que o medo de "leitura de pensamento" não é pra agora né. Acho que a galera deve ter medo disso pra quando descobrirem mais, poderem usar todos os dados de anos anteriores pra ler. Particularmente, acho que se a bigdata que gerarem ajudar a chegar no nível em que é possivel leitura de pensamento, o negócio já cumpriu um papel mto importante. Mas qual sua opinião sobre isso? acha que o bigdata desse tipo de dados pode gerar mais vantagem que prejuizo?

Sobre os produtos comerciais no mercado hoje (esse Muse 2 parece o mais "pop") acha que ele tem um nível de precisão que realmente ajuda a se "treinar" a ser mais calmo, ter menos estresse e tal com o feedback? Ou acha que o negócio é mais engodo que realidade? e já que vc tá na ponta ai pesquisando e por dentro do tema... o que acha que podemos esperar de "novo" nessa área pros próximos anos? será factivel isso virar um tipo de wearable popular no curto/médio prazo?
 

Macaco Louco

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que campo de atuação da hora. Acho que o medo de "leitura de pensamento" não é pra agora né. Acho que a galera deve ter medo disso pra quando descobrirem mais, poderem usar todos os dados de anos anteriores pra ler. Particularmente, acho que se a bigdata que gerarem ajudar a chegar no nível em que é possivel leitura de pensamento, o negócio já cumpriu um papel mto importante. Mas qual sua opinião sobre isso? acha que o bigdata desse tipo de dados pode gerar mais vantagem que prejuizo?

Sobre os produtos comerciais no mercado hoje (esse Muse 2 parece o mais "pop") acha que ele tem um nível de precisão que realmente ajuda a se "treinar" a ser mais calmo, ter menos estresse e tal com o feedback? Ou acha que o negócio é mais engodo que realidade? e já que vc tá na ponta ai pesquisando e por dentro do tema... o que acha que podemos esperar de "novo" nessa área pros próximos anos? será factivel isso virar um tipo de wearable popular no curto/médio prazo?

Bigdata nada mais é do que estudar uma grande quantidade de dados de forma a extrair conhecimento. Mas esta extração é limitada ao que as características destes dados proporcionam. O cérebro humano não armazena dados como um computador, é algo muito mais complexo, além disso, um sistema EEG registra somente a atividade elétrica do momento em que o eletrodo está na cabeça do usuário, não tem como obter os dados do passado, de forma que é impossível fazer um backup do cérebro da pessoa.

A leitura do pensamento é algo ainda mais complexo, pois o que seria o pensamento? O pensamento é algo extremamente complicado e abstrato. No momento só conseguimos evocar alguns sinais cerebrais específicos na pessoa de forma a identificar por meio de processamento de sinais.

Em relação a treinar a pessoa a ser mais calmo, já temos resultados interessantes. É o que chamamos de neurofeedback, que consiste em tentar controlar as ondas cerebrais para um padrão "saudável". Nós sabemos como é a onda cerebral de uma pessoa agitada e de uma pessoa calma, por exemplo. Podemos fazer com que a pessoa veja a sua onda cerebral agitada em um monitor para que consiga, por meio da neuromodulação, alterar o padrão da onda cerebral. Mas é algo que precisa de acompanhamento médico. Não se faz sozinho em casa. É uma terapia.

Quanto ao futuro, atualmente focamos mais no desenvolvimento de tecnologia assistiva com sistemas BCI. Por exemplo, temos protótipos de cadeira de rodas para pessoas que não conseguem mover nenhum músculo do pescoço para baixo. A pessoa consegue dar comandos para a cadeira ir para frente, lado, etc, somente com sinais cerebrais. Mas tudo restrito a laboratórios de pesquisa, nada puramente comercial por três motivos: (1) o sistema ainda é falho, vai que o sistema interpreta o sinal errado e faz algo que pode afetar o usuário; (2) os equipamentos são caros, podendo chegar a milhões e (3) as vezes é preciso implantar o eletrodo diretamente no córtex cerebral, precisando de uma neurocirurgia, e poucas pessoas no mundo aceitam o risco.

Por fim, acho que é factível virar um wearable popular no médio prazo para aplicações de entretenimento. Hoje em dia é possível controlar um jogo simples tipo pacman usando somente sinal cerebral. Mas é aquela coisa, vai ser caro e vai ter um desempenho ruim.
 
Ultima Edição:

Xenoblade

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Seria interessante se ajudasse a detectar doenças cerebrais logo no começo.
 

_Fairbanks_

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Bigdata nada mais é do que estudar uma grande quantidade de dados de forma a extrair conhecimento. Mas esta extração é limitada ao que as características destes dados proporcionam. O cérebro humano não armazena dados como um computador, é algo muito mais complexo, além disso, um sistema EEG registra somente a atividade elétrica do momento em que o eletrodo está na cabeça do usuário, não tem como obter os dados do passado, de forma que é impossível fazer um backup do cérebro da pessoa.

A leitura do pensamento é algo ainda mais complexo, pois o que seria o pensamento? O pensamento é algo extremamente complicado e abstrato. No momento só conseguimos evocar alguns sinais cerebrais específicos na pessoa de forma a identificar por meio de processamento de sinais.

Em relação a treinar a pessoa a ser mais calmo, já temos resultados interessantes. É o que chamamos de neurofeedback, que consiste em tentar controlar as ondas cerebrais para um padrão "saudável". Nós sabemos como é a onda cerebral de uma pessoa agitada e de uma pessoa calma, por exemplo. Podemos fazer com que a pessoa veja a sua onda cerebral agitada em um monitor para que consiga, por meio da neuromodulação, alterar o padrão da onda cerebral. Mas é algo que precisa de acompanhamento médico. Não se faz sozinho em casa. É uma terapia.

Quanto ao futuro, atualmente focamos mais no desenvolvimento de tecnologia assistiva com sistemas BCI. Por exemplo, temos protótipos de cadeira de rodas para pessoas que não conseguem mover nenhum músculo do pescoço para baixo. A pessoa consegue dar comandos para a cadeira ir para frente, lado, etc, somente com sinais cerebrais. Mas tudo restrito a laboratórios de pesquisa, nada puramente comercial por três motivos: (1) o sistema ainda é falho, vai que o sistema interpreta o sinal errado e faz algo que pode afetar o usuário; (2) os equipamentos são caros, podendo chegar a milhões e (3) as vezes é preciso implantar o eletrodo diretamente no córtex cerebral, precisando de uma neurocirurgia, e poucas pessoas no mundo aceitam o risco.

Por fim, acho que é factível virar um wearable popular no médio prazo para aplicações de entretenimento. Hoje em dia é possível controlar um jogo simples tipo pacman usando somente sinal cerebral. Mas é aquela coisa, vai ser caro e vai ter um desempenho ruim.
Sim bigdata é isso ai. eu me perguntava se n podia ajudar simplesmente por que com dados desse tamanho, o uso de estatística pode apontar correlações e indicar coisas a serem estudadas. Tipo: pega esses Muse da vida ai. compara as ondas cerebrais da galera com o tipo de meditação que fazem (tem pra vários fins pelo que li, felicidade, controlar ansiedade e td mais) e ai tenta traçar um paralelo entre similaridades no padrão de ondas cerebrais e o tipo de meditação que mais é feito por aqueles usuários. assim pode dar um indicativo de que tipo de padrão de ondas cerebrais estão atreladas a depressão, ansiedade, bipolaridade e tal. Pode até não fazer mta diferença pra tratamento da doença. Mas já daria uma ferramenta mto mais objetiva pra diagnosticar a doença e talvez até pra medir o grau dela. talvez num segundo momento poderiam cruzar esses dados com os remédios que as pessoas tomam pra ver que remédios são mais eficazes pra cada padrão de ondas cerebrais e tal.

Bom saber que essa história de neurofeedback ajudar não é pseudociência.

Fiquei animado pesquisando essas coisas. a impressão que eu tenho é que o cérebro sempre foi uma caixa preta e ninguem entendia direito, ao ponto de nem tentarem grandes coisas pq parecia uma tarefa impossivel entendê-lo. E de uns tempos pra cá, parece que finalmente estão jogando os esforços pra cima disso com algum tímido sucesso nesse primeiro momento em baratear tecnologias existentes. Parece um primeiro passo promissor.
 

Macaco Louco

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Sim bigdata é isso ai. eu me perguntava se n podia ajudar simplesmente por que com dados desse tamanho, o uso de estatística pode apontar correlações e indicar coisas a serem estudadas. Tipo: pega esses Muse da vida ai. compara as ondas cerebrais da galera com o tipo de meditação que fazem (tem pra vários fins pelo que li, felicidade, controlar ansiedade e td mais) e ai tenta traçar um paralelo entre similaridades no padrão de ondas cerebrais e o tipo de meditação que mais é feito por aqueles usuários. assim pode dar um indicativo de que tipo de padrão de ondas cerebrais estão atreladas a depressão, ansiedade, bipolaridade e tal. Pode até não fazer mta diferença pra tratamento da doença. Mas já daria uma ferramenta mto mais objetiva pra diagnosticar a doença e talvez até pra medir o grau dela. talvez num segundo momento poderiam cruzar esses dados com os remédios que as pessoas tomam pra ver que remédios são mais eficazes pra cada padrão de ondas cerebrais e tal.

Bom saber que essa história de neurofeedback ajudar não é pseudociência.

Fiquei animado pesquisando essas coisas. a impressão que eu tenho é que o cérebro sempre foi uma caixa preta e ninguem entendia direito, ao ponto de nem tentarem grandes coisas pq parecia uma tarefa impossivel entendê-lo. E de uns tempos pra cá, parece que finalmente estão jogando os esforços pra cima disso com algum tímido sucesso nesse primeiro momento em baratear tecnologias existentes. Parece um primeiro passo promissor.

A medicina já sabe identificar doenças neurológicas por meio da eletroencefalografia a décadas. Inclusive se verifica se determinado tratamento está funcionando refazendo o EEG. O que é novo é a autorregulação dos sinais cerebrais por meio de neurofeedback como forma de tratamento e o controle de aplicações por sinais cerebrais.

O cérebro humano ainda não é 100% compreendido, mas já sabemos o suficiente para melhorar o tratamento de doenças e também para o desenvolvimento de tecnologias como sistemas BCI. O problema é que processar sinais biológicos é complexo por natureza. O sinal cerebral para chegar no eletrodo precisa passar por inúmeras barreiras naturais, como osso, pele, cabelo, etc, e tudo isso gera ruído. Basicamente trabalhamos processando sinais que são cheios de lixo. Fazemos milagre para extrair informações.



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_Fairbanks_

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A medicina já sabe identificar doenças neurológicas por meio da eletroencefalografia a décadas. Inclusive se verifica se determinado tratamento está funcionando refazendo o EEG. O que é novo é a autorregulação dos sinais cerebrais por meio de neurofeedback como forma de tratamento e o controle de aplicações por sinais cerebrais.

O cérebro humano ainda não é 100% compreendido, mas já sabemos o suficiente para melhorar o tratamento de doenças e também para o desenvolvimento de tecnologias como sistemas BCI. O problema é que processar sinais biológicos é complexo por natureza. O sinal cerebral para chegar no eletrodo precisa passar por inúmeras barreiras naturais, como osso, pele, cabelo, etc, e tudo isso gera ruído. Basicamente trabalhamos processando sinais que são cheios de lixo. Fazemos milagre para extrair informações.



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Isso me fez entender algo que até hj eu ficava sem resposta. O Elon Musk tem um projeto de interface cerebral que envolve uma micro-cirurgia. Eu sempre ficava pensando "wtf? pq cirurgia se dá pra ler ondas cerebrais sem isso?" agora essa questão do ruido e qualidade da informação clarificou bem a coisa. É como se, numa analogia tosca, o EEG fosse tentar pegar sinal de wifi com várias paredes entre vc e o roteador: é falho mas dá pra conseguir alguma coisa. E com a tal cirurgia, imagino que seja o equivalente a só plugar um cabo de rede no PC, a informação chega numa qualidade muito melhor.

Agora, sobre o uso de EEG no diagnóstico, não sabia disso. então existe um padrão de ondas pra maioria das doenças mentais? interessante demais isso! Nesse caso, então, essa coisa toda teria mais a contribuir pra melhorar o cenário não necessariamente com bigdata, mas no barateamento de equipamento de qualidade. Pq essas coisas portáteis o médico pode ter no consultório pra fazer um exame rápido. Já as máquinas de EEG tradicionais, mesmo que ele tenha uma lá, só pelo tempo normal de uma consulta, já seria inviável usar já que demanda todo um setup demorado.

Vc tem algum livro bom pra indicar que toque nesses temas? algo sem mta tecnicidade haha, mais pra ter um overview. gosto bastante de livros sobre esse tema.
 

Macaco Louco

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Isso me fez entender algo que até hj eu ficava sem resposta. O Elon Musk tem um projeto de interface cerebral que envolve uma micro-cirurgia. Eu sempre ficava pensando "wtf? pq cirurgia se dá pra ler ondas cerebrais sem isso?" agora essa questão do ruido e qualidade da informação clarificou bem a coisa. É como se, numa analogia tosca, o EEG fosse tentar pegar sinal de wifi com várias paredes entre vc e o roteador: é falho mas dá pra conseguir alguma coisa. E com a tal cirurgia, imagino que seja o equivalente a só plugar um cabo de rede no PC, a informação chega numa qualidade muito melhor.

Agora, sobre o uso de EEG no diagnóstico, não sabia disso. então existe um padrão de ondas pra maioria das doenças mentais? interessante demais isso! Nesse caso, então, essa coisa toda teria mais a contribuir pra melhorar o cenário não necessariamente com bigdata, mas no barateamento de equipamento de qualidade. Pq essas coisas portáteis o médico pode ter no consultório pra fazer um exame rápido. Já as máquinas de EEG tradicionais, mesmo que ele tenha uma lá, só pelo tempo normal de uma consulta, já seria inviável usar já que demanda todo um setup demorado.

Vc tem algum livro bom pra indicar que toque nesses temas? algo sem mta tecnicidade haha, mais pra ter um overview. gosto bastante de livros sobre esse tema.

Gostei da sua analogia do wifi. Você entendeu perfeitamente o conceito de ruído e o porquê da necessidade de implantar eletrodos diretamente no córtex cerebral.

Sobre EEG, é bem comum até. É um exame meio que padrão dos neurologistas. Muitas vezes é uma enfermeira que faz o exame. É bem simples, posiciona os eletrodos com um gel no couro cabeludo, depois registra. As vezes pede para o paciente fechar os olhos, abrir, olhar para uma fonte luminosa, etc.

Quanto a referências, tem o excelente artigo introdutório do Graimann sobre sistemas BCI:





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onurb88

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acho todas essas paradas completamente inúteis. isso dai só serve pra empresas recuperarem o que gastaram com early adopters comprando protótipos e pra sites de tecnologia postarem matérias sobre o dispositivo.

no mais, o smartphone já nos escravizou o suficiente.
 

_Fairbanks_

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Gostei da sua analogia do wifi. Você entendeu perfeitamente o conceito de ruído e o porquê da necessidade de implantar eletrodos diretamente no córtex cerebral.

Sobre EEG, é bem comum até. É um exame meio que padrão dos neurologistas. Muitas vezes é uma enfermeira que faz o exame. É bem simples, posiciona os eletrodos com um gel no couro cabeludo, depois registra. As vezes pede para o paciente fechar os olhos, abrir, olhar para uma fonte luminosa, etc.

Quanto a referências, tem o excelente artigo introdutório do Graimann sobre sistemas BCI:





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terminei de ler o artigo agora. interessante ver que a coisa é bem mais limitada do que eu imaginei inicialmente. tinha noção de que não era algo natural do tipo controlar uma mão ou um pé pra usar esses sistemas. Mas achava que a coisa de pensar em uma coisa pra ativar a resposta fosse mais livre. pelo que diz o artigo existem 4 ou 5 formas de "pensar" que servem pra ativar comandos só. basicamente td ligado a imaginar que vc está movendo algo no seu corpo. Eu imaginava que pudesse ser algo do tipo pensar em "morango" pudesse ser um comando. pensar em um "caderno" outro e por ai vai. o que na prática te daria uma infinidade de comandos pra usar. Qual o problema de uma abordagem como essa? falsos positivos? vc ver um morango na sua frente e disparar o comando sem querer?
 

Macaco Louco

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terminei de ler o artigo agora. interessante ver que a coisa é bem mais limitada do que eu imaginei inicialmente. tinha noção de que não era algo natural do tipo controlar uma mão ou um pé pra usar esses sistemas. Mas achava que a coisa de pensar em uma coisa pra ativar a resposta fosse mais livre. pelo que diz o artigo existem 4 ou 5 formas de "pensar" que servem pra ativar comandos só. basicamente td ligado a imaginar que vc está movendo algo no seu corpo. Eu imaginava que pudesse ser algo do tipo pensar em "morango" pudesse ser um comando. pensar em um "caderno" outro e por ai vai. o que na prática te daria uma infinidade de comandos pra usar. Qual o problema de uma abordagem como essa? falsos positivos? vc ver um morango na sua frente e disparar o comando sem querer?

A quantidade de comandos precisar ser predeterminada no sistema, e o padrão cerebral extraído para cada um dos comandos, para poder treinar o sistema de classificação.

Não tem como o sistema saber qual o padrão cerebral de “morango” sem que o sistema tenha sido previamente treinado para identificar este comando.


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