Essa é a conversa mais
tola que um funcionário público pode dizer. É uma espécie de
imunização à crítica: toda e qualquer crítica aos salários e privilégios do funcionalismo público são imunizados sob o argumento de que "quem critica é invejoso porque não passou em concurso".
Vem cá, cidadão: você acha, realmente, que "passar em concurso público" é um grande feito, digno de fazer com que toda a sociedade civil arque com o
s custos colossais de uma burocracia gigantesca?
Quero ver é ralar na iniciativa privada gerando serviços e produtos que são efetivamente demandados pelos consumidores; que efetivamente geram valor para sociedade. Isso sim é digno de ser louvado.
Passar em concursinho público? Tá cheio de Barnabé passando em concursinho público. O serviço público não é demandado pelos consumidores, meu caro; serviço público é imposto a força à sociedade. O "serviço público" é "público" só no nome: é um serviço que não serve ao público. Todos têm que pagar à força.
A qualidade beira ao inacreditável. Se serviço público não fosse
compulsório, absolutamente ninguém pagaria por ele.
Outro sem a mais mínima capacidade de entender causa e consequência. Impressionante.
Deixa eu tentar desenhar pra você cidadão: por que você acha que os salários no setor privado são baixos?!
Tendo de arcar com uma carga tributária que chega a
40% da renda, como é que seria possível pagar salários altos?
O empreendedor trabalha até o dia 2 de junho de cada ano apenas para pagar os 93 tributos (impostos, taxas e contribuições) que existem no Brasil. E pagar esses impostos requer 2.600 horas apenas para preencher os formulários (mais do que o dobro do segundo colocado, a Bolívia). Quem não pagar é punido com cadeia e confisco de bens.
Se você contratar um empregado com um salário de mil reais por mês, esse empregado pode chegar a lhe custar, aproximadamente, dois mil e oitocentos e trinta reais por mês, ou seja, mais do que o dobro do salário. (O corriqueiro é que ele custe, no mínimo, dois mil reais).
Isso acontece porque existem os chamados encargos sociais e trabalhistas. Metade do salário vai para o trabalhador, e a outra metade para o governo. Considerando o salário mínimo de 2017, de R$ 937, o empregador terá de pagar R$ 2.651 por empregado. Isso significa que, para compensar sua contratação, o trabalhador precisa de uma produtividade de, no mínimo, R$ 2.651 para poder trabalhar legalmente.
Para completar seu pesadelo empreendedorial, ainda falta mencionar os outros impostos que incidem sobre as empresas e que afetam sobremaneira sua capacidade de investir, de contratar e de aumentar salários. No Brasil, a alíquota máxima do IRPJ é de 15%, mas há uma sobretaxa de 10% sobre o lucro que ultrapassa determinado valor. Adicionalmente, há também a CSLL (Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido), cuja alíquota pode chegar a 32%, o PIS, cuja alíquota chega a 1,65% e a COFINS, cuja alíquota chega a 7,6%. PIS e COFINS incidem sobre a receita bruta.
Há também o ICMS, que varia de estado para estado, mas cuja média nacional beira os 20%, e o ISS municipal. Não tente fazer a conta, pois você irá se apavorar.
E tudo isso pra bancar o
setor público e o salário dos funcionários públicos.
Como, por favor me diga, seria possível pagar salários altos na iniciativa privada?
E o curioso é que quanto mais gente for para o setor público, mais o setor privado será esmagado. Menores serão os salários e também a arrecadação do governo. Consequentemente menores serão os salários dos funcionários públicos.
Se isso continuar, poderá chegar o dia em que irão inviabilizar as empresas, que são quem mantém toda essa estrutura. Ironicamente, sem o setor produtivo, o
número de funcionários públicos bem pagos cairá a zero.
Ninguém aqui é a favor de meritocracia. Não existe
"meritocracia". O que é recompensado no mercado é o valor que se cria. Você pode ter "mérito" em ser o melhor datilógrafo de máquinas de escrever do mundo que mesmo assim ninguém irá voluntariamente querer pagar por seus serviços. Quem defende "meritocracia", ou seja, um
direito adquirido ao lucro, são apenas funcionários públicos que acreditam que é justo viver do dinheiro confiscado dos desdentados desse país, não importa qual seja as consequências disso. Não existe nenhum "direito adquirido ao lucro".
Você diz que "merece" o salário que ganha. Ora, mas quem estipulou isso? Qual foi o
"público consumidor" que voluntariamente determinou que você merece ganhar seu atual valor salarial?
Apenas no mercado, em que os serviços são voluntariamente adquiridos pelo consumidor, pode-se estipular que um determinado valor salarial é "justo" ou "merecido". Apenas aquele que tem seus serviços voluntariamente adquiridos pelo consumidor tem um valor salarial "justo e merecido".
Dado que o setor público se mantém via confisco da riqueza alheia, simplesmente é impossível estipular que o seu valor salarial é o "valor merecido". Só ganha um valor "justo e merecido" aquele que tem seus serviços
voluntariamente adquiridos pelos consumidores no mercado. Apenas aqueles que conseguem fazer com que os consumidores voluntariamente abram mão de seu dinheiro em troca da aquisição de serviços pode dizer que ganha um salário
"justo e merecido".
E como você define o valor de um salário de um funcionário público? Visto que o estado não está sob um sistema de
lucros e prejuízos?
Não importa o quanto um funcionário público estudou para passar numa prova. Não existe algo como um "direito adquirido ao lucro". Lembre-se que vivemos num país pobre e de renda baixa,
com renda per capita inferior inclusive a de alguns países africanos. O salário do funcionário público é proveniente de dinheiro extorquido dos desdentados desse país. Que ganham até 10x menos pelo mesmo cargo na iniciativa privada que um funcionário público.
Funcionário público federal ganha 93% mais que trabalhador do setor privado, segundo estudo salarial feito pelo Insper. Leia na Gazeta do Povo
www.gazetadopovo.com.br
E mesmo se os salários dos funcionários públicos forem iguais, o desastre ainda acontece.
Os funcionários públicos gostam de estabilidade, tem que ser justamente o inverso do que você falou, os salários dos funcionários públicos tem que ser
menor que do mercado, porque eles tem a vagabundagem da estabilidade, faça chuva ou faça sol o dinheiro dele esta ali. Ele não esta sob prejuízo, oscilações e externalidades, muito menos esta pondo algum patrimônio seu em jogo.
Por isso, se o salário deles for correspondente ao salário de mercado, ainda sim o problema existe, porque a estabilidade incentiva tanto quanto um bom salário.
Se o cara pode ganhar o mesmo tendo a maior estabilidade e tranquilidade, porque vai se lascar e arriscar no mercado?
Isso é básico!
Portanto, os salários
tem que serem bem mais inferiores, se um engenheiro privado ganha em média R$5000, o engenheiro funça tem que ganhar ao menos R$3000, pra começar a conversa.
Se um Advogado privado ganha em média R$10.000, um advogado público deve ganhar entre 5000 ou 7000, acho que se deve haver um critério tem que ser esse.
E não para por ai: O salário tem que ser reduzido se for necessário, se a economia parar (como é aqui no BR), eles tem que ganhar menos, seu salário tem que oscilar junto com mercado
A mas e se a economia crescer? Tudo bem, se o salário médio no mercado subir, o funcionário público pode ganhar mais também. Agora ele também tem que ganhar menos se for necessário, faz sentido? Se nem com isso você concorda, você é um declarado canalha ainda por cima. Que só quer mamar.
O chamado “prêmio salarial” do funcionalismo brasileiro é o mais alto numa amostra de 53 países pesquisados pelo Banco Mundial
economia.estadao.com.br
Um estudo do
Banco Mundial comparou salários de profissionais com as mesmas atribuições, uma da iniciativa privada e outro funcionário público.
"Entre 53 países pesquisados, o Brasil é o que a apresenta a maior diferença entre o salário de um funcionário público federal e o de um trabalhador da iniciativa privada, ambos com a mesma idade, a mesma formação e a mesma experiência profissional.
Pegando um exemplo prático: suponha
dois irmãos gêmeos com a mesma formação e a mesma experiência profissional. Um escolheu uma carreira em uma grande empresa; o outro foi aprovado em um concurso para funcionário público federal. Esse último ganhará simplesmente 67% a mais."
E o texto ainda completa:
"Ainda segundo o Banco Mundial, o quadro do funcionalismo público brasileiro pode ser considerado "enxuto" em relação ao resto do mundo. Ao passo que, no Brasil, 5,6% da população empregada está no setor público, nos países da OCDE este percentual é de quase 10%.
A conclusão óbvia, portanto, é que o alto gasto com funcionalismo público no Brasil não decorre exatamente de um excessivo número de funcionários públicos, mas sim do elevado custo (altos salários) deles.