É complicada essa imagem da privatização que foi formada a respeito das privatizações, graças aos FHC e governos petistas. As primeiras privatizações nacionais foram feitas porcamente demais, apenas entregando as empresas públicas para compradores privados, porém dando a eles monopólio. Foi assim com a energia, telefonia num primeiro momento, com a Vale etc. A privatização tem que ser concedida livremente, associada a abertura do mercado e até posterior incentivo governamental para o fomento da atividade do setor que sairá das mãos do Estado sem isso, realmente, de nada adianta privatizar. Só irá criar essa imagem ruim que temos hoje de alguma parcela da sociedade, mais apegada ao pensamento da esquerda. Então, a privatização dos Correios é necessária, mas não pode ter qualquer tipo de benefício a quem for comprar a empresa e, além disso, é preciso que o mercado de encomendar tenha um estímulo do governo por determinado período para que as empresas tenham fôlego para investir e assim fomentar a concorrência. O capitalismo só dá certo assim, se matar a concorrência não tem como o capitalismo prosperar, por isso muitos empresários sempre querem manipular essa exigência do sistema. Como Mises fala: "Não é porque existem capitalistas ruins que irei condenar todo o sistema."
Por fim, as privatizações do passado também tinham um erro gravíssimo; o do comprador ser obrigado a manter o funcionário que lá já estava, como se em regime público estivesse. Isso é uma excrecência e foi a maior razão falência da OI, além de encargos absurdos como ser obrigada a usar as linhas de transmissão que já existiam. Como é que você vende uma empresa e coloca como cláusula uma amarra que praticamente a deixa na essência como empresa pública? Uma das grandes razões das empresas públicas serem péssimas nas prestações de serviço são os funcionários públicos, desidiosos e com difícil possibilidade de punimento por conta de um trabalho mal realizado.
