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Era o melhor dos tempos...

Land Stalker

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Belíssimo texto, bateu um saudosismo violento aqui, me identifiquei com tudo que o autor escreveu.




fonte: http://retrojourney.wordpress.com/2013/06/01/especial-era-o-melhor-dos-tempos/


Especial: Era o melhor dos tempos…

Publicado em junho 1, 2013por Tiago Steel

Pois é, o título desse novo post pode soar um tanto melancólico e saudosista demais não é mesmo? Mas isso aqui não seria um site focado em retro games se não tivesse um pouquinho ( ou muito ) de nostalgia não concordam? Ás vezes eu me pego relembrando de muitas coisas que aconteciam antigamente e que infelizmente a garotada de hoje por mais que tenham acesso a informações em milésimos de segundos nunca vão poder experimentar…
É algo meio triste de se pensar, mesmo que a maioria dos jogadores mais novos de hoje em dia talvez não se importem com isso. Provavelmente muito do que vou dizer aqui já foi dito em outros blogs/sites sobre o assunto pela internet afora mas eu sempre gostei de ver como outros tinham as mesmas experiências que eu então decidi relembrar um pouco da época em que a maioria que aqui frequenta provavelmente passou também. Então preparem o Delorean e vamos dar uma voltinha pelo passado!
Arcades ( Fliperamas )

Ok, que levante a mão aqui aquele que nunca jogou um arcade, aqui em terras tupiniquins o vulgo fliperama, ou se você era descolado o suficiente “fliper”. Hoje em dia se você abre um site se notícias provavelmente vai se deparar em algum cantinho com coisas como “Ubisoft anúncia MAIS UM Assassin’s Creed” ou “Novo Call of Duty vai retratar com perfeição os poros do corpo dos soldados, algo que óbviamente TODO jogador vai notar enquanto corre pra lá e pra cá dando tiros sem parar”. Mas nos anos 80-90 a coisa não era assim tão difundida…estamos falando daquela época onde ser nerd era algo ruim não é mesmo? Hoje em dia o cara pode ter dois metros de altura, peito cabeludo 90kg de puro músculo definido e namorar uma garota diferente a cada intervalo do colégio que se ele assistir Star Wars, Big Bang Theory ( arrgh ) e jogar FIFA já vai ser um nerd.
Nessa hoje longínqua época onde o significado nerd ainda não havia sido totalmente deturpado só havia um jeito de você ser “legal” mesmo sendo nerd e esse jeito era indo aos fliperamas. É estranho ver que mesmo no japão um país do outro lado do mundo, onde os costumes são tão diferentes dos nossos os arcades (fliperamas ) eram vistos com os mesmos olhos daqui no inicio. Vocês sabem do que estou falando não é mesmo? Sua mãe dizendo “Menino, não vai naquele lugar não que é cheio de delinquente!!!” “Isso ai vai te viciar!!!” “Isso deixa violento sai daí!!!”.
Eu admito que nunca tive muitos problemas, minha mãe realmente preferia que eu gastasse minha graninha ( que ganhava esporadicamente do meu pai, nada de mesadinha ) adquirindo colesterol com pacotinhos de salgadinhos Elma Chips® ou construindo meu diabetes para o futuro com alguns pacotes de bolacha ( Sim sou de SP aqui não tem essa de bishcoito ).
Mas nunca me proibiu de ir aos fliperamas daqui da cidade, apesar de achar o ambiente um tanto “buteco” demais, até mesmo quando os fliperamas NÃO eram em butecos.

“Melhor que Cheetos”
Pois é outro costume BR para quem não se recorda ou não viveu nessa época, ou viveu mas não frequentava locais assim, era que os arcades muitas vezes ficavam em botecos socados em algum canto e a mulecada tinha que ficar em meio a um bando de beberrões fumantes falando de futebol enquanto jogava seu Street Fighter II…trágico.
Mas como eu ia dizendo, os fliperamas eram frequentados até mesmo pelos caras “descolados” da escola que iam ali para vez ou outra tirar uns contras nos vários jogos de luta da época ( anos 90 foram OS anos dos jogos de luta ). Então se você fosse visto ali por alguma daquelas gatinhas do colégio que adoravam Backstreet Boys e Barrados no Baile provavelmente não seria zuado de idiota ( pois é… ) já que os demais caras “”"”"”legais”"”"”" do colégio também estavam ali.
O problema disso? Bom, digamos que se você estava afim de jogar Street Fighter II ou Mortal Kombat e era um daqueles nerds da época provavelmente teria que esperar a boa vontade dos valentões que tinham os bolsos cheios de fichas. Só quando eles estivessem enjoados de surrar um ao outro virtualmente e beber garrafas e garrafas de Coca-Cola® ( Coca-Cola era tipo…a maconha da época ) é que iriam caçar outros valentões para se surrarem de verdade.
Muitas vezes isso acabava sendo bom pois como as máquinas ( como alguns tiozões chamavam os arcades ) mais famosas costumavam estar sempre ocupadas…por mais que colocassem três ou quatro do mesmo jogo, a gente acabava indo jogar algum arcade menos famoso e acabávamos achando alguns jogos legais.

“Essa daí é a tchurma do fliperama, pode entrar que é tudo gente boa.”
Me lembro até hoje de quando o arcade do primeiro Tekken chegou no salão onde eu jogava aqui, todos os caras ficaram fascinados com os gráficos ultra realistas ( insira risada do Carlos Alberto de Nóbrega aqui ) do jogo e descocuparam quase que todos os outros arcades. Só assim pude perder a vontade no Street Fighter Alpha sem que um cara com mais de um metro e oitenta chegasse dizendo “saí dai, minha vez”. Mas havia outra coisa que podia tirar os valentões descolados das máquinas mais famosas e essa coisa eram ospinballs. As famosas máquinas de rebater bolinhas eram famosas entre os caras mais velhos e você praticamente não via garotos juvenis jogando nelas pois os caras mais velhos se juntavam como um bando de abutres em cima das mesmas. Eu admito que me sentia meio intimidado de chegar próximo, me sentar e algum cara dizer “Você não é legal o suficiente pra jogar no pinball! Volta pros fliperamas!!”
Havia outros agravantes também como o tamanho maior da máquina o que complicava para um garoto menor, as fichas do pinball eram mais caras também E…eu sempre fui horrível nesse tipo de jogo e até hoje sou. Os fliperamas foram o primeiro passo de quase todo garoto “gamer” da época, me lembro até hoje de passar em frente a um salão e ouvir gritos tanto de jogadores quanto dos personagens dos jogos berrando o nome de seus golpes, várias músicas misturadas, sons de pancada e aquelas luzes nos monitores que a cada passo que dávamos para nos aproximar víamos se transformar em imagens coloridas e muito bem feitas no melhor que o 2D poderia oferecer.
Hoje em dia muitos shopping centers tem seus cantos arcades, geralmente um lugar mais “familiar”, bem diferente do que me lembro na época em que eram coisas de “delinquentes viciados”. Sinto falta dessa época, mesmo que meu rico dinheirinho fosse gasto por míseros minutos de diversão era uma época da qual vou me recordar sempre.

“Volta pro Street Fighter!”

Video ( Game ) Locadoras


Essas daqui sim fizeram parte da infância e da adolescência de muitos aqui como eu, tenho certeza. Só para relembrar, muita gente que aqui frequenta ( sim você! ) deve se lembrar que nos anos 80 e 90 comprar um video game era algo complicado. A maioria de nós ainda eram crianças ou adolescentes e não tínhamos trabalho e muito menos dinheiro para investir em um console. Para agravar ainda mais a situação o dólar era sempre alto e a inflação aliada ao baixo salário tornava um sacrifício ter um video game em nossos lares. Muitos de nós recorríamos a uma prática bem comum da época, jogar nas locadoras.
Sim meus pequenos gafanhotos que talvez não viveram para ver esse costume ( que ainda é praticado em menor escala hoje em dia ) nós pagávamos uma certa quantia para ficar X minutos jogando um jogo na locadora. Isso foi muito comum até a era Nintendo 64 e foi gradativamente sumindo a partir do Dreamcast, PS2 e GameCube. Porém voltando ao começo do assunto, se tinha todos aqueles agravantes na hora de comprar um video game, o que os nossos pais ( ou aqueles já mais velhos que tinham algum servicinho de office boy e trabalhavam o dia todo sob sol e chuva pra ganhar 100,00 R$ no fim do mês ) poderiam fazer para além de pagar aquelas “suaves” dez prestações equivalentes 1/3 de todo o salário recebido no mês ainda dar jogos para a gente? Pois é óbvio que um console sem ter jogos não teria graça nenhuma não é mesmo?
Era ai que entravam as locadoras! Além de terem os mais recentes lançamentos em VHS ( não esqueça de rebobinar essa fita ) incluindo os mais fodelescos filmes de ação com caras que na época não eram só pelanca como o Schwarzenegger ( sim copiei do google ) ou tinham cara de boneca de cera como o Stalonne ( Anda cara…como esse queijo ) e até os famosos filmes chupeta da Disney ( sorry galera, eu não gostava do Rei Leão também… ) elas tinham também…games é óbvio! Ir até a locadora era um costume muito comum de todo mundo que tinha video games na época 8-16 bits e não era de uma família muito “favorecida monetariamente” para poder comprar todos os jogos que queria.

“Se você tinha um console nos anos 90 e não era rico, seus fins de semana começavam em um lugar assim”
Imagem “gentilmente surrupiada” do
http://www.comunidademegadrive.com.br
Por uma quantia consideravelmente baixa podíamos levar um jogo para casa e jogar a vontade até dar a hora da devolução. Como na maioria das locadoras alugar um jogo no meio da semana significava ter que devolver no outro dia e a maioria dos jogadores da época eram pirralhos e adolescentes e ainda tinham que frequentar a escola havia um outro costume, o de alugar cartuchos aos fins de semana…
Era um bom negócio vou-lhes dizer, pelo mesmo preço podíamos pegar o jogo no sábado ( bem de manhãzinha de preferência esperando o dono abrir a locadora ) e como a locadora era fechada no domingo, devolver só na segunda-feira bem a tardezinha.
Só tinha um porém…geralmente se dormíssemos no ponto e chegassemos tarde na locadora…já era, todos os jogos mais famosos e concorridos haviam sido levados. E qual era a saída? Alugar esse ou aquele título mais desconhecido…o com a capinha menos chamativa…aquele abandonado que ninguém quase nunca alugava a não ser como segunda ou última opção…pois é. Mas as vezes o ditado “a males que vem para o bem” entrava em ação e muitos dos jogos que acabávamos levando só por não ter outra opção se mostravam jogos muito divertidos que talvez não teríamos conhecido se não fosse por esse motivo. Eu por exemplo conheci Demon’s Crest desse jeito…e agradeço muito a quem alugou o jogo que eu iria levar naquele dia antes de mim!
Ir as locadoras também era algo mágico, olhar aquelas várias capas de jogos, principalmente os da era 8-16 bits com as belas ilustrações coloridas estampadas no verso deixava qualquer garoto da época fascinado. Por mais que os gráficos 2D mais simples da época não fossem o suficiente para gerar um mundo vasto e realista a nossa imaginação ao vermos as ilustrações nas capas e manuais dos jogos era mais do que precisávamos para nos sentir ali dentro daquele mundo criado em 2D.

“Ver essa imagem na capa de um jogo na locadora te fazia viajar antes mesmo de jogá-lo.”
Claro nem tudo eram flores e as vezes havia suas frustrações. Por exemplo quando eu aluguei Boogerman na época em que tinha meu SNES e estava louquinho para jogar ( pois é, na época a gente se animava com QUASE tudo ) mas quando cheguei em casa a energia acabou o dia todo e a companhia elétrica não arrumou o problema até o entardecer…não preciso nem dizer o quão
puto
irritado eu fiquei não é mesmo? Quando a energia finalmente voltou eu já tinha até mesmo passado pelas três fases do stress infantil, a super irritado ao ponto de sair chutando tudo que vê pela frente, a boca suja onde a gente sai xingando todos os palavrões que aprendemos nos CDs do Ari Toledo e leva um tapa da mãe e a terceira e última, a fase do choro onde mostramos toda nossa masculinidade chorando quietos em um canto e engolindo toda a ira de antes.
Em outra ocasião lá estava eu super feliz com mais três amigos acabando de alugar um cartucho do Super Metroid e levando-o para casa. Amigos, acho que eu estava mais feliz e excitado naquele dia do quê se a Sharon Stone da época do Instinto Selvagem tivesse aparecido na minha frente e me convidado para tomar um banho com ela. Mas err, isso não vem ao caso! O negócio é que assim que chegamos em casa e coloquei o cartucho no Video Game com toda aquela vontade “AGORA EU VOU JOGAR SUPER METROID!!!” nada apareceu na tela…ok pode ter sido um simples problema ali no conector é só assoprar e pronto. Mas não…não importa quantas vezes eu assoprasse o jogo nunca iria funcionar, terminou que o cartucho estava estragado mesmo…

Mas nós éramos jovens e nada poderia abalar o espirito de um garoto disposto a conseguir o que deseja não é mesmo? Isso foi o que os JRPG’s me ensinaram! Acabou que um desses amigos de infância meu tinha conta em outra locadora ( onde eu não tinha ) beeem mais longe da minha casa. Pois bem, devolvido o cartucho ferrado para a outra locadora fomos até a dita cuja onde esse amigo tinha conta só que…nuvens negras se formaram no céu…
Quando moramos no interior uma coisa que temos que ter certeza sempre é, o tempo é maluco e chuvas podem vir a qualquer momento. Terminou que naquele dia veio uma verdadeira tempestade, as ruas estavam desertas e apenas nós três corríamos ali contra o vento para o que? Alugar o bendito cartucho!
Quando por fim chegamos a locadora, por sorte Super Metroid estava disponível e por azar nosso…assim que esperamos a tormenta passar e saímos da locadora…a chuva voltou a cair e chegamos em minha casa pesando uns 20kg a mais que o normal devido a como nossas roupas estavam molhadas. Pois é. Passado o susto de minha mãe que já nem se espantava mais com esse tipo de coisa, e após nos enxugarmos finalmente o jogo estava funcionando!

Yes! Yes!
Foi assim durante muito tempo, até que adquiri um Nintendo 64 usado. O Nintendo 64 era o console concorrente da Big N ao sucesso do PSone da Sony. A diferença era que o console da Nintendo ainda usava os velhos cartuchos como mídia ou seja…enquanto a turma do Playstation estava jogando dezenas de jogos comprados legalmente em lojas especializadas do ramo a 5,00 R$ cada um…a galera do N64 ainda estava recorrendo as velhas locadoras.
Nessa época devido ao íncrivel modo multiplayer com quatro jogadores do Nintendo 64 a gente devia escolher entre levar um jogo legal para jogarmos sozinhos…ou agradar a galera com os famosos games multiplayer do console. Se levássemos um jogo para um jogador, provavelmente nos divertiriamos bastante, mas e os amigos? Ficariam chupando o dedo…pois é, a época do Nintendo 64 foi a época do “alugar jogos multiplayer”. Me diverti muito jogando Perfect Dark ( esse tinha um belo modo para 1 jogador também ) Mario Party, Mario Kart, 007 entre outros. E pelo menos aqui não era dificil achar pessoas com um Nintendo 64 então não faltavam joysticks! É até estranho ver como o N64 era popular por essas bandas mas enfim…o que me marcou muito naquele console foram as jogatinas multiplayer. Com certeza o Nintendo 64 foi o melhor console para isso.
Haviam algumas maçãs podres na história das locadoras também. Vez ou outra algum espertinho tentava sair por cima, como é o caso de um antigo conhecido meu que um dia trocou o chip interno de um cartucho por outro. A pessoa que alugou o jogo em seguida óbviamente voltou até a locadora reclamar que havia alugado The Legend of Zelda: Ocarina of Time mas na verdade havia recebido um GoldenEye 007 dentro da carcaça do cartucho. Ok…o dito cujo que havia alugado o jogo antes da pessoa que reclamou foi devidamente rastreado pela locadora e após levar um fumo colossal da dona da locadora ficou impedido de alugar jogos ali pelo resto da vida.

“Alugou Zelda mas levou GoldenEye? Alguém andou aprontando com os cartuchos da locadora…”
Após o fim dessa geração e a chegada do PS2 o costume de ir as locadoras foi morrendo e então isso chegou ao fim. Mas guardo com muita alegria as lembranças dessa época. As coisas podem ter mudado, as pessoas podem ter mudado…mas as lembranças sempre existirão.

“As tardes de diversão e amizade nunca vão ser esquecidas.”

Revistas de video game


Aaah as antigas revistas de video game! Se tinha um objeto que nos fazia ter uma relação de amor e ódio no mundo dos jogos eram essas benditas revistas! Isso provavelmente, todos vão concordar.
Hoje em dia se a gente quer informação de algum novo lançamento é só ir no google e digitar por exemplo “Assassin’s Creed 2568: Starship Chronicles in the outer space – Chapter II: Cyber Ezio Strikes Back” e pronto teremos no mínimo ( e realmente bota mínimo nisso pois estou sendo legal ) uns 2.500 sites nacionais e mais 10.000 internacionais falando sobre o jogo. Assim fica fácil conhecermos tudo sobre a produção, ficar por dentro do andamento do jogo e até mesmo já saber o final ANTES mesmo dele ser lançado…as maravilhas da internet!
Mas a alguns bons anos atrás ( não tô afim de estipular pra não me sentir velho! ) a coisa não era assim tão mamão com açucar não. Tudo que sabiámos sobre futuros lançamentos no mundo dos games vinham das revistas da época. Até mesmo para sabermos de jogos que já haviam sido lançados dependíamos delas as vezes já que a quantidade de informação sobre jogos era escassa e se não fosse pelas revistas teria que ser pelo boca a boca mesmo. Nessa época existia uma boa quantidade de publicações aqui, Video Game, Ação Games e Super Game Power eram algumas delas.

No canto inferior esquerdo: “Grátis um cartaz lindão!”
Err…não, obrigado.
A parte ruim da coisa começava quando folheávamos as páginas da edição “desse mês” delas. Vamos supor que você assim como eu não era fã de Mortal Kombat…sim, eu fiz uma revelação! Sou um dos únicos caras do universo a não gostar de Mortal Kombat! Não conseguia engolir aqueles personagens retirados de modelos reais de pessoas, a coisa toda parecia brega demais para mim…e junte a isso o fato do jogo ter um MALDITO botão de defesa aaargh! É tão simples se defender só colocando para trás mas NÃO…vamos inventar a porra de um botão de defesa…mentes brilhantes! Não me levem a mal eu jogo e até me divirto com Mortal Kombat…mas não era O jogo sensação para mim que preferia muito MUITO mais Street Fighter mesmo.
Mas por que eu revelei tudo isso agora, qual a relação com o assunto? É simples, se você era um cara que não curtia Mortal Kombat e comprava uma dessas revistas QUASE SEMPRE tinha que engolir 40 das 100 páginas da mesma recheadas APENAS com Mortal Kombat…era um porre!! Você só queria ler sobre um jogo novo ou sobre aquele game que você curte mas não…era Mortal Kombat! Mortal Kombat! Mortal Kombaaaaaaat!!! “Aprenda a dar todos os golpes em Mortal Kombat” na próxima edição “Aprenda a dar todos os Fatalities em Mortal Kombat” “Aprenda todos os segredos de Mortal Kombat

“MORTAL KOMBAAAAAT!!!”
Quando finalmente a “vaca” do Mortal Kombat já tinha sido sugada até a última gota de leite de sua teta…lançavam algum joguinho escroto de futebol e bom…Here we go again!!!
“Mas Tiago, você só está reclamando por que não gosta desses jogos, se eles falavam era por que a maioria curtia eles!” Sim, você está certo e eu sei disso, mas para MIM não deixava de ser um porre. Mas essa não era a única parte “ruim” das revistas de video game da época. Até a era 16bits com a feroz competição entre Super Nintendo e Mega Drive ( se você gostar muito de hamburger “Genesis” ) o espaço para os jogos era bem diplomático nessas publicações, se você tivesse um Mega Drive estaria satisfeito, se tivesse um SNES estaria igualmente satisfeito, mostravam os bons lançamentos deles, dicas para os jogos das duas plataformas e tudo mais que uma revista de video games faz.

“A capa pode não ser bonita, mas o conteúdo agradava!”
Mas então veio os 32 bits, Sega Saturn e Playstation ( o 1 ) e um pouco mais a frente o Nintendo 64, que apesar de ser uma máquina com o dobro de potência competia diretamente com uma que tinha metade. Essa “era” foi terrível para quem comprava revistas de video game e não tinha um Playstation, já que 90% das páginas eram sobre jogos para o Playstation, 5% sobre jogos do Nintendo 64…e 5% eram propagandas de tênis, albuns de figurinhas e achocolatados… tudo que era radical nos anos 90. Ai você me pergunta “E o Sega Saturn”…bom ele tinha seu espaço vez ou outra com lançamentos como House of the Dead e Panzer Dragoon…mas era algo tão raro quanto encontrar alguem que ache aquela sua vizinha que anda com shortinhos colados pra cima e pra baixo e te diz “Oiii hihi” na rua uma “menina direita”.
O Nintendo 64 por sua vez não ficava muito atrás, só tendo algum espaço quando um jogo da própria Nintendo era lançado como Mario 64 e Zelda Ocarina of Time, nessas ocasiões sempre havia uma edição voltada quase que completamente para o jogo com coisas como “Encontre todas as estrelas” “Encontre todos os pedaços de corações” e etc; Infelizmente as revistas pareciam só valer a pena para os donos do console da Sony que viam lançamentos atrás de lançamentos e deixavam os camelôs cada vez mais ricos. Se você tivesse um Nintendo 64, teria que torcer para a Nintendo lançar algum best seller para ver seu console ali e se você tivesse um Sega Saturn bom…você gosta de Toddynho não?

“Da pra notar a diferença de espaço entre os jogos de PSone como Tomb Raider e Metal Gear, e os de Nintendo 64 com Nascar e Sega Saturn com Pocket Fighter logo na capa.”
Para mim isso exemplifica bem o que foram as revistas de video games, ok eu gostava bastante quando as edições eram equilibradas e podiámos ver bastante jogos novos interessantes que apareciam em uma pequena fotinha de péssima qualidade escrito “Vai ser lançado no japão TALVEZ um dia apareça por aqui” e ali…era a última vez que ouviamos falar sobre tal jogo. Pois é…me lembro de ver em uma dessas revistas o remake de Dragon Quest III para SNES, havia uma foto, uma legenda e uma matéria de no máximo 5 linhas que me deixou mais satisfeito do que a revista toda.
Mas era triste saber que naquela época eu nunca mais veria aquele jogo. Também passei por isso quando ví uma pequena matéria falando sobre Samurai Shodown RPG que seria lançado para o Neo Geo, aquilo me deixou eufórico! Eu quase sonhei com aquele jogo…a informação era tão escassa, havia apenas uma foto…mas aquele jogo ficou na minha mente ATÉ HOJE! Inclusive procurando pela net a um tempo atrás ví que um grupo ( ou um cara só ) estava tentando traduzí-lo…eu queria tanto aquele jogo! E ainda quero! Vou torcer para que completem o patch e enfim eu possa jogar esse maldito jogo que me atormenta desde aquela época!
Muita gente ainda fazia uso dos vários guias que vinham a cada nova edição de uma revista. Nesses guias chamados no Brasil de “detonados”…até hoje não entendi direito o por que; Os editores revelavam os caminhos corretos a serem seguidos, localização de itens, upgrades e etc, e como derrotar os chefões. Praticamente o que os faqs e videos de jogos do Youtube fazem hoje em dia.

“Uma super dica recorrente dessas revistas era: Atire no chefe até ele morrer” Protip!”
Por bem ou por mal, as antigas revistas de video game eram a nossa única fonte de informação. Como diz o ditado “Ruim com elas…pior sem elas”. Eu detonei tanto que parece que não gostava dessas publicações quando na verdade eu as adorava! É que precisei desabafar um pouco sobre isso…qualé? Todo mundo tem que se abrir uma vez ou outra não é mesmo?! Não me olhem com esses olhos!
Essas revistas até mesmo faziam um bom serviço para a comunidade “gamer” da época, oferecendo um espaço onde o cara podia fazer uma propaganda no melhor estilo Mercado Livre “Vendo esse Mega Drive SUPER RARO ÚNICO NO MERCADO!”. Ou até mesmo procurar trocas com outros leitores oferecendo os jogos ou consoles que tinha em troca de novos, isso devia ser uma mão na roda para muita gente, não que eu tenha feito uso disso.
E como nos esquecer das famigeradas sessões de cartas dos leitores não é mesmo? Eram nelas que viámos perguntas como “Meu Master System vai rodar cartuchos de Mega Drive?” “Se eu comprar um adaptador consigo rodar jogos de NES no meu Atari?!”…todas respondidas de forma muito séria pelos redatores da revista…eu não conseguiria. Sério.

“Rolos e Trocas: Veja os bons negócios”
Nem parece algo que estaria escrito em uma revista de video games!
Bonus Stage!

Eu diria que os anos oitenta e noventa foram sem dúvidas os mais mágicos para quem gostava de video games. Não estou dizendo que tenham sido melhores que hoje…embora realmente tenham sido! Mas foi neles que a nossa inocência e falta de informação nos divertiu muito mais do que jamais nos divertiremos hoje em plena era da informação digital. Os boatos ouvidos de amigos em fliperamas ou locadoras sobre aquele personagem secreto que só aparece após você zerar o jogo todo dando noventa e nove cambalhotas a cada round, sem levar nenhum golpe e vencendo o último chefe com a energia em exatos 98% pareciam bem menos ridículos naquela época.
Aquele seu amigo espertão que usava game shark e depois vinha se gabar de como tinha 99 daquela espada ultra rara que só existe uma no jogo, ou pior tinha 99 de um espaço vazio no inventário. Noites perdidas para terminar aquele jogo que você tinha que devolver amanhã após a aula na locadora, ou então aquele jogo que por irônia do destino não salvava mais o progresso obrigando-nos a deixar o console ligado dia e noite torcendo para que não caísse a energia ou que a sua avó não puxasse a tomada com o andador.
Os antigos albuns de figurinhas a qual a gente nunca conseguia completar sem conhecer um amigo que tinha um parente que trabalhava na fábrica delas. Os antigos pôsteres que as revistas da época davam de brinde e que enchiam nossas paredes, deixando nossas mães fulas da vida…
Os velhos cadernos com anotações de golpes, biografia de personagens de jogos de luta e demais rascunhos que muita gente tinha. No meu caso era um caderninho recheado de passwords dos games que eu jogava; fora uma ou outra ilustração. As aulas perdidas em pensamentos onde as provas eram o que menos importava e tudo que queríamos era ouvir o sínal tocar e ir direto para casa passar aquela fase onde havíamos empacado na noite anterior.

“Você nunca conseguiria completar.”
A alegria de estar “doente” e poder faltar da escola só para evoluir seu grupo em algum RPG que alugou. E ainda assim não conseguir terminar o jogo e ver na outra semana que algum idiota o alugou só para apagar seu save. Tantas lembranças, divertidas, engraçadas…frustrantes. Com certeza quem viveu nessa época sabe bem de tudo que falei. E quem não viveu, espero que tenha gostado de ver um pouquinho mais de uma época tão diferente da que vive. Trate de deixar no hoje, lembranças tão boas para o amanhã.
E pra finalizar deixo o restante do trecho que usei de título para esse post. Espero que todos que acompanharam tenham gostado!
“Era o melhor dos tempos, era o pior dos tempos, era a era da sabedoria, era a era da ignorância, era época da fé, era a época da incredulidade, era estação da Luz, era a estação da Treva, era a Primavera da esperança, era o Inverno do desespero, tínhamos tudo à nossa frente, não tínhamos nada à nossa frente, íamos todos directos para o Paraíso, íamos todos directos no outro sentido, era um período tão parecido com o presente, que algumas das suas mais ruidosas autoridades insistiam ser recebidas, para o bem ou para o mal, apenas no grau superlativo de comparação.
A Tale of Two Cities – Charles Dickens
Ah…e antes que eu me esqueça:
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Sobre Tiago Steel

Retrogamer​
 

tchones

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Marcado para ler mais tarde.

So de ver as imagens já me deu uma nostalgia monstra
 


Mr.Disco

Bam-bam-bam
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hoje é melhor.


Por mais que o saudosismo dificulte admitir, acho que por causa da globalização é melhor, sim. Discussões sobre colecionismo e afins ultrapassa barreiras regionais e você pode ter acesso aos jogos e consoles com uma facilidade absurda.

O que morreu um pouco vai a interação social. Afinal, antigamente você ia até fliperamas, pedia pro tio da banca reservar a Ação Games, alugava jogos quando não podia bancar um com a mesada etc.
 

Edi (FZ2D)

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Tópico muito foda. Tópico muito foda:rox
Estamos ficando velhos mermão.... Todas essas coisas maravilhosas estão todas guardadas com muito carinho no passado.

Alugar fitas só por causa do cover sem conhecer o jogo, esperar o flipera abrir dia do lançamento do KOF e esperar chegar a vez pra finalmente poder jogar o novo KOF e finalmente poder jogar mais trnaquilo o do ano passado. Kkkkkkk......

Realmente era o melhor dos tempos.
 

EvilMonkey

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marcando para ler.
dei uma olhadinha mas já achei um texto lindo
 

Makunouchi Ippo

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Tópico muito foda. Tópico muito foda:rox
Estamos ficando velhos mermão.... Todas essas coisas maravilhosas estão todas guardadas com muito carinho no passado.

Alugar fitas só por causa do cover sem conhecer o jogo, esperar o flipera abrir dia do lançamento do KOF e esperar chegar a vez pra finalmente poder jogar o novo KOF e finalmente poder jogar mais trnaquilo o do ano passado. Kkkkkkk......

Realmente era o melhor dos tempos.

tem tb aquela sensação de chegar no fliper e se deparar com um jogo novo, de esperar a locadora abrir para conseguir locar um game muito procurado, emprestar uma fita para um amigo e pegar a dele emprestada
show de bola
 

tchones

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Eu me lembro que F-Zero, de Snes, era o jogo mais procurado na locadora Programes. Nunca conseguia alugar na sexta-feira. Naquela época era demais poder alugar uma fita na quinta e só devolver na segunda. Era tão emocionante quanto poder entrar na net discada antes da meia-noite.
 

EvilMonkey

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“Essa daí é a tchurma do fliperama, pode entrar que é tudo gente boa.”


hahaha pior que o fliperama era frequentado por simpatias assim. Claro que no Brasil eram morenos e no lugar de estudantes eram pivetes. Alias essa foto é de onde? Deve ser legal um filme assim de gangues :klol
 

souzaregx

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Hhahahaha muito bom mesmo.... Sou desta época tb e sinto falta.... Vixe eu era o mestre dos combos em Ultimate Mortal Kombat 3.....hahahahahahah
 

jor280

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Texto ótimo,disse tudo pra quem vivenciou esta época.
Aliás este é um dos blogs que leio com frequência!:kjoinha
 

DocVooDoo

Lenda da internet
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Não cheguei a ler tudo, mas realmente a experiência do cara não foi diferente da maioria dos retrojogadores. Boas lembranças da época q minha maior preocupação era arrranjar uma namorada (qual uma, desde q fosse bonita) e conseguir ter ou um mega ou um snes.
 

neopinguim

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Gostei muito do texto e realmente era uma época muito boa, porém acho que estamos no ápice do mercado de games e prefiro muito mais os jogos, os recursos, a estrutura do mercado de hoje, onde eu posso me divertir com os clássicos e viver novas aventuras com o máximo da tecnologia, onde é possível discutir sobre jogos com pessoas de vários lugares do mundo, e por ai afora.
 
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