@Ghim, o que é direita e esquerda?
Esta é que é a pergunta fundamental, até curti.
É impossível qualquer avanço em um debate sobre o nazismo (ou qualquer movimento que seja) ser algo de direita ou esquerda se a gente não tiver uma definição de clara de o q é cada coisa.
Eu acho que para dar uma resposta completa eu teria que usar um quadro-negro e pelo menos uma hora, e mesmo assim não posso dizer que todo mundo concordaria comigo (não vou presumir que meu raciocínio é 100% a prova de falhas, até pq estou constantemente o aprimorando nessa questão). Até já pensei em fazer um vídeo no estilo, mas tenho problemas de dicção e sei que ninguém ouviria por mais de 2 minutos.
Para não fazer aqui um post imenso, vou resumir a definição sem dar as devidas justificativas para tal:
A Direita esta intrinsecamente ligada ao conservadorismo. E conservadorismo não no sentido "nada tem q mudar nunca", mas no sentido "nossa sociedade faz a mesma coisa há 300 anos e está dando certo, não vamos mudar só pq vc acha q tem uma ideia melhor". Assim, o conhecimento popular e enraizado da sociedade é visto como mais valioso do que qualquer ideia que surja na mente de algum dito intelectual e/ou governante. A Direita então rejeita totalmente a transformação da sociedade top-to-bottom, isto é, partindo das autoridades. Isso não quer dizer que a Direita rejeite agências reguladoras e elites com alguma capacidade de controle social ou econômico, mas esses conservadores consideram que o papel do timoneiro é conduzir o barco e não desmontá-lo e construí-lo de novo.
A extrema-direita então existe de duas maneiras: extremo de ideia e extremo de método.
A extrema-direita como ideia seria aquela que rejeitaria qualquer tipo de alteração sobre as suas tradições e consideraria qualquer alteração como sendo desastrosa; uma mentalidade que parece muito rara.
Já a extrema-direita de método é aquela que adota caminhos extremos para seu objetivo. Pode até nao ser lá mto conservador, mas tomaria mediadas extremas para impedir a ascenção de um grupo esquerdista. Nesse caso, a ditadura brasileira seria um caso de regime de extrema-direita: eles usaram a censura e a violência para lutar contra os comunistas (q, por serem comunistas, querem tomar o poder para transformar a sociedade top-to-bottom).
A Esquerda, por sua vez, pretende justamente transformar a sociedade a partir do que acha ser uma boa ideia. E é em geral revolucionária. E por revolucionária eu não digo exatamente a revolução armada (apesar de não faltarem exemplos disso), mas revolução no sentido mais amplo da palavra. Por isso a Esquerda não só não rejeita como defende a ideia de que a transformação será feita top-to-bottom, isto é, defende que representantes da Esquerda assumam posições de poder para, usando esse poder, mudarem a sociedade. A Esquerda acha que se não desmontar e reconstruir o barco, o timoneiro não poderá conduzi-lo apropriadamente.
Mas aí é um negócio de narrativa. Por exemplo a direita conservadora tenta empurrar tudo que existe de ruim pra esquerda. Todo esquerdista a mal caráter,burro,a favor da pedofilia,mendingo,feminazi e pipipi. Isso aí e narrativa política de quem tá tentando vender seu peixe. Mas e muito diferente do nazismo,nenhum historiador vem dizer que a kkk começou nos republicanos,a embaixada americana não faz um vídeo desmentindo que a kkk e democrata. Quem acredita no nazismo de esquerda acha que tem uma conspiração global entre historiadores e políticos pra esconder a verdade oculta que o nazismo na verdade e de esquerda
Obviamente os objetivos da esquerda e da direita com armamentos são diferentes,mas usar como argumento de que Hitler e de esquerda pq ele e contra o armamento e uma falácia
Odiar o estado de Israel e diferente de odiar judeus. Quer um exemplo? Bolsonaro e contra a demarcação de terras indígenas,isso quer dizer que ele é anti índio? NÃO,ele apenas vê que a forma e a proporção dessas demarcações e errada(sem entrar no mérito de ser certo ou errado em fato)
A esquerda não acha que judeus tem que morrer (nao a maioria da esquerda) mas ela entende que o estado de Israel foi formado de uma maneira errada e erra até hoje em suas práticas.nao que eu compartilhe dessa visão,mas e diferente odiar judeus como pessoa e odiar Israel
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Isso que tu levantou da guerra de narrativas é verdade. Mas sobre esse exemplo da KKK, que tu diz q nao vem a embaixada americana dizer que a KKK na verdade começou com os democratas, isso é algo que nao fazem mas deveriam fazer, porque toda a vez que se fala de racismo nos EUA ngm nunca fala isso, sempre relacionam com a direita americana, e nao falam que a KKK surgiu na esquerda nem quando fazem matérias sobre a própria KKK. Isso já é outra forma de ver como a esquerda é mto melhor na guerra de narrativas (os conservadores só começaram a contra-atacar recentemente)
E eu não vou trazer aqui a discussão sobre Israel, mas sobre essa analogia com índios, você nunca verá o Bolsonaro queimar um cocar, por exemplo. Se queimasse, diriam que é indiofóbico. Aliás, se ele queimar uma bandeira LGBT vao dizer que é lgbtfobia, msm q ele argumente ser contra o movimento e nao contra os indivíduos.
Eu nao duvida que muita gente seja contra Israel sem ser contra judeus, tem até judeus mesmo q sao assim. A questão é que existem países que fazem coisas 3249 vezes piores mas que ngm dá nenhum pio se nao tiver judeu ali. A esquerda é sim bastante antissemita (minha mae é de esquerda e, apesar dela nao admitir, nao gosta dos judeus tambem hehe)
Mas acho q isso de Israel é assunto para outro tópico
Quero responder, por que sou legal ^^
direita basicamente se baseia no princípio da liberdade. Aonde todas as pessoas são livres para serem o que quiserem e possuirem o que quiserem, sendo assim este expectro aceita o fato de haver desigualdades entre as pessoas. Pois é uma consequência do princípio da liberdade. Em casos de desigualdade extrema a liberdade é ferida afim de fomentar o direito natural a propriedade do indivíduo. Ou seja, ajudando os miseráveis.
A esquerda já se basila no princípio da igualdade. Tendo que corrigir as diferenças sociais por métodos de intervenção estatal, pois acusam as pessoas que gozam de uma liberdade maior prejudicarem as de pouca liberdade e assim gerando a desigualdade. Desse modo há privação afim de garantir o que é considerado como igualdade, um conceito local que a nível regional ou nacional se torna uma derivação de um senso comum cultural. Que geralmente é falho na prática.
Obrigado pela resposta, mas discordo das suas definições. Escrevi acima um breve resumo do que acho.
Não existe imparcialidade, mas isso não quer dizer que não possa existir cientificidade nas pesquisas.
Se formos pirar na inexistência de imparcialidade então devemos descrer em todas as instituições e crenças.
Esse "negativismo" pós-moderno pode resultar numa crise civilizacional sem tamanho. De certa forma essa é a crise atual da esquerda. Ao que me parece tenho visto na direita esse caminho começar a engatinhar, o que invariavelmente levará a incapacidade teórica da direita de projetar uma unidade.
Aí, mesmo que parcial, vai do leitor e sua capacidade crítica de averiguar se há sentido e profundidade na pesquisa da pessoa ou não. por isso eu digo, a escolha teórica da pessoa, se embasada, não revela a negação, mas sim uma possível realidade.
Acho que estamos fugindo um pouco da questão. Meu ponto é:
Os historiadores mais comentados na academia são de esquerda, inclusive um dos mais venerados é um comunista stalinista
Boa parte dos professores é de esquerda, a ponto de ser a favor do regime cubano
Os alunos acabam sendo educados com base nas ideias da esquerda, e os mais esquerdistas sao os q mais avançam na academia (em geral), e assim são os q mais produzem artigos e conteúdo acadêmicos
Sendo assim, a área de humanas é amplamente dominada pela esquerda. Então, qndo alguem diz "grande parte dos acadêmicos considera tal coisa" não é muito diferente de dizer "grande parte dos esquerdistas que estudam pensadores da esquerda considera tal coisa". Podem até estar certo, mas convenhamos q isso é extremamente enviesado