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Existe Certo, errado, bem e mal absolutos?

Vak L0k

Bam-bam-bam
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Se o homem sumisse do planeta, o conceito e a definição de bem e mal sumiria do planeta, para o homem apenas. Os animais e demais seres continuariam sujeitos a sofrimento e felicidade, cada um mediante conceitos pessoais, por mais arcaicos ou diferentes que sejam.

Animais são desprovidos do conceito de moral( eu sou uma vaca, então eu sei ). Um crocodilo que tá comendo uma gazela não tem noção de que tá fazendo uma sacanagem. Um cachorro que salva seus filhotes no rio não tem noção de que tá fazendo uma boa ação. Tão agindo na base do instinto mesmo. O homem até pode julgar os atos de um animal através do código moral criado [pela raça humana]. Mas uma vez que estejamos extintos, torna-se impossível existir moralidade afinal só o homem possui a capacidade de racionalizar ações como boas ou más. Logo, só ele é capaz de julgar.

Felicidade e sofrimento não são inerentes a maldade e bondade. Você pode sofrer porque tá com fome e não vai ser culpa de ninguém. Você pode ficar feliz porque comeu um sanduba, e isso não foi resultado da generosidade de ninguém.

Não é tão uniforme a noção de bem e mal. Um muçulmano radical (por exemplo) considera bom quem mata os inimigos de sua fé, pois aí estaria protegendo o povo e o país dele. Um pacifista considera bom aquele que não é violento e mal quem age com violência. E podemos ir longe com esses exemplos (protestantes e católicos na Irlanda, meio ambiente, abortos, ETC).

Isso eu disse no meu post.


O conceito de moral muda dependendo do seu meio. O que não muda, é que todas as sociedades humanas estabelecem linhas que não podem ser cruzadas. Logo se você é humano( são e que cresceu em contato com a sociedade ) você tem uma ideia muito clara de que existe "mal" e "bem". Transgredir o limite do que é permitido ou não vai de cada um.

Beneficiar ou prejudicar alguém depende muito, além de minha intenção, de eu conseguir descobrir o que o outro precisa de verdade. Exemplo: Um alcoólatra ficará feliz se eu lhe der uma bebida alcoólica, mas isso só o fará sofrer mais, pois aumentará a dificuldade em largar o vício e a falta de liberdade dele.

Se você tem noção de que vai prejudicá-lo e faz mesmo assim, você reconhece que tá fazendo algo ruim. Só não tem consciência o bastante pra se importar. "M-mas ele vai ficar feliz" é o argumento que alguém egoísta usa nessas horas. Pessoas assim só estão sendo boas pra massagear o próprio ego. Esses indivíduos nem de longe estão agindo no interesse de outrem.

Se você não sabe que vai prejudicá-lo e tá fazendo por ignorância, o seu ato é bom. É normal fazer coisas boas que geram merdas gigantescas sem o seu conhecimento. Não muda o fato de que você agiu com a melhor das intenções. Infelizmente, o inferno está cheio.

Sobre os exemplos: Dar agasalhos aos desabrigados pode ser bom, dependendo de dois fatores: 1 - se o desabrigado realmente precisa disso (dar um agasalho no verão seria inútil); 2 - se eu realmente estou fazendo isso motivado por compaixão e não para ser considerado bom pelas pessoas a minha volta (ex.: comunidade religiosa que frequento).

Acho o primeiro ponto irrelevante. :kvaca A pessoa ficar grata ou não independe. Você saiu do seu caminho pra ajudar alguém. Isso é algo de natureza boa. A não ser que você SAIBA que o agasalho será inútil pra ela e fez isso só pra inflar o próprio ego/porque tem algo a ganhar com isso.

Em outras palavras eu concordo com o segundo ponto. Se você tá fazendo motivado por razões egoístas( auto-promoção/ficar bem na fita ), não é bondade genuína. Não passa de masturbação.
 
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Grudento

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Aparentemente me expressei sem clareza.

Sabedoria é saber o que pode realmente trazer felicidade e desculpem-me os fãs da marca, mas um celular de grife nunca trará felicidade, como nenhum bem de consumo pode trazer.

Se eu compro um celular para minha filha buscando saber onde ela está, caio exatamente no ensinamento de Kant. Minha intenção não é boa, pois estou buscando meu próprio bem estar e sou movido, provavelmente, pelo medo de perder o controle sobre a localização dela, ou seja, apego e talvez insegurança. De qualquer forma, temos muita informação hoje em dia, então é possível pesquisar quais empresas não exploram o trabalho escravo e comprar um celular de tal marca, ou simplesmente não comprar um celular para ela. Há sempre opção, o mundo não é binário ou dual.

Concordo que seria necessário onisciência para não gerar sofrimento, mesmo que involuntariamente. Por isso que nossa busca deveria ser minimizar o sofrimento que geramos. Erro ainda maior é usar o fato de ser impossível não gerar sofrimento para abrir mão de qualquer tentativa ou cuidado de minimizar os danos que inevitavelmente geramos.

Até o estilo de vida citado por você gera danos e talvez não sejam tão menores do que de uma pessoa vivendo em um grande centro. Depende muito da intenção, não tanto assim dos atos. Doar um milhão de refeições de comida estragada nunca será uma boa ação, assim como doar comida para conseguir votos em uma eleição não será, pois não haverá boa intenção nisso, mas apenas egoísmo e desejo de auto-gratificação.

E recomendo o vídeo:
para a diferenciação entre prazer e felicidade.


Exatamente, você chegou no ponto, o que vale realmente é a intenção.

Mas em uma dimensão onde não conseguimos ler a mentes das pessoas para saber a intenção de suas respectivas ações, só nos resta duas opções:

1- Viver ao máximo, independente do sofrimento alheio. (Neste caso PODE se incluir roubar,matar,decepcionar,Iludir. Pois não há sentido em não ser assim, se tudo vai terminar em preto.)

2- Viver moderadamente, vigiando suas ações de maneira que você ACEITE que o mundo é uma m**** e que você é falho. Mas que ainda assim há um "Além" que vai depender de suas ações. (Neste caso você vira adepto do BEM x MAL)
 

Beren_

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não existe nada absoluto.

até ajudar os outros pode ser errado.
doar agasalho para desabrigado ? ok pode ser bom.
mas e se eu roubar o agasalho de outro desabrigado para doa-lo ?
a ação (doar o agasalho) pode ser ótima mas a maneira como foi feita não.

mesma coisa tirar a vida de alguém, pode ser bom ou pode ser ruim.
vc pode tirar a vida de uma pessoa que causaria enorme destruição ou prejuízo para outros inocentes.

Mas no seu exemplo. Existem DUAS ações. só que uma é resultado da outra.
Se separar.
Uma ação, roubar. É errada, é "má".
A outra ação, é correta, é "boa".
Porém, em última analise, não podemos separá-las, pois a questão é que no geral, voce usou uma ação má como meio para obter o fim (a boa ação de dar o agasalho que era seu objetivo). Tambem precisariamos avaliar se dar um agasalho para o segundo era sua intenção inicia, ou foi apenas acidental.
Então podemos concluir que não foi feita uma boa ação, pois voce usou o homem como meio para um fim, mesmo o fim sendo o bem a outra pessoa.

É igual imposto. ^^
 

Beren_

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Esse conceito é falho. Perdão. Por apenas um motivo, O Efeito Borboleta.

Um Exemplo claro, se você comprar um Iphone para sua filha, para deixa-la feliz e também te dar segurança para saber a localidade dela sempre caso ela esteja em perigo, é de fato uma boa ação. Incentivar um mercado que explora de trabalhadores de mão de obra barata/quase escravagista na china, onde pessoas não são valorizadas como pessoas mas como números, não é uma boa ação.

Aqui acho que é bom definir melhor o conceito de "boa ação".
Ao meu ver, "Boa ação" pode ser "caridade" e pode ser "altruísmo" e pode ser egoísta.

O altruísmo, seria a prática do bem, da boa ação, sem nenhum tipo de ganho físico ou de qualquer outra forma. Então se eu doo agasalho aos pobres e me sinto feliz ao fazer isso, não estou sendo altruísta. Pois eu me sinto bem ao fazer isso ao pensar no alivio que dou as outras pessoas. Eu particularmente não acredito muito no altruísmo.

O caso acima, seria então caridade. Onde eu escolho fazer uma boa ação para outras pessoas. Eu escolho beneficia-las.
importante lembrar que CARIDADE tem que ser uma escolha. Não existe caridade obrigado ou por coerção, se voce não tem escolha, não está sendo caridoso. Ou bom. Apenas faz o que pensa que DEVE ou é obrigado a fazer.

A boa ação egoísta (dei esse nome na falta de alto melhor), é puramente fazer coisas que são boas para outros, sem estar fazendo pensando nos outros. Um padeiro que faz seus pães pratica ações "boas". Mas ele o faz para vendê-los, sem pensar nos outros e sim em si mesmo. Então não se enquadra no conceito de "fazer o bem", mas apenas de executar uma ação, que é boa.
Pois, mesmo sem o padeiro pensar nas pessoas, as pessoas que compram seu pão o fazem porque se sentem melhor com isso.
Como o termo "boa ação" é meio vago conceitualmente, tentei aqui enquadrar melhor a significância.

Dar um iPhone para a filha, seria fazer o bem.

Quanto ao "trabalho escravo chines". Isso já mudou tem algum tempo. Chineses hoje ganham em média salario maior do que o Brasileiro. Eles tinham salários muito baixos devido a leis de mercado como escassez, muitos trabalhadores, poucos empregos.
Conforme aumentou a especialização das pessoas e começou a haver mais vagas de emprego. A situação mudou de forma alarmante. Mais 10 ou 20 anos nesse ritmo (que duvido que continue) e os Chineses se tornarão pessoas com excelente qualidade de vida.
"ah mas no inicio era uma m****". Logico. Não tinha capital, não tinha produção, não tinha riqueza. As coisas (casa, comida, remedios, carros etc) não aparecem do nada. Eles basicamente sofreram uma "revolução industrial" atrasada.

Esse gráfico mostra o crescimento do salário na industria na China nas ultimas desadas.

china-wages-in-manufacturing.png


Fonte.


Você disse sobre ter sabedoria para conseguir ter ciência sobre essas "peculiaridades". Mas veja, uma simples ida ao supermercado pode ser combustível para acarretar em sofrimento de muitas pessoas, ou seja, hoje em dia, você ri porque tem alguém chorando. É humanamente impossível saber todas as ramificações, não depende de sabedoria, mas sim de Onisciência.

A única forma de sair deste sistema, é se isolar, virar bicho do mato e comer apenas o que plantar, viver off grid e não entrar em contato com ninguém. Esse estilo de vida é o mais próximo que tem de uma vida que faz o mínimo de mal a algúem.

Explique como "ir ao supermercado" acarreta no sofrimento de muitas pessoas e porque "voce ri poque tem alguem chorando".
 


Beren_

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Exatamente, você chegou no ponto, o que vale realmente é a intenção.

Mas em uma dimensão onde não conseguimos ler a mentes das pessoas para saber a intenção de suas respectivas ações, só nos resta duas opções:

1- Viver ao máximo, independente do sofrimento alheio. (Neste caso PODE se incluir roubar,matar,decepcionar,Iludir. Pois não há sentido em não ser assim, se tudo vai terminar em preto.)

2- Viver moderadamente, vigiando suas ações de maneira que você ACEITE que o mundo é uma m**** e que você é falho. Mas que ainda assim há um "Além" que vai depender de suas ações. (Neste caso você vira adepto do BEM x MAL)

O conceito ético de "certo e errado","bom e mau", não é feito para julgar as outras pessoas. E sim para servir de noção, de norma de como o individuo deve se comportar. Mas mesmo assim, ele pode quebrar estas regras, não seguir as normas, por escolha propria. E ao faze-lo, pratica o mal.
 

Grudento

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Aqui acho que é bom definir melhor o conceito de "boa ação".
Ao meu ver, "Boa ação" pode ser "caridade" e pode ser "altruísmo" e pode ser egoísta.

"Boa ação", "Caridade", "Altruísmo" são conceitos sociais, são construções humanas, isso pode ser relevante hoje, mas daqui a 500 anos, pode mudar. Não é absoluto. Portanto não pode ser usado para guiar ações de humanos para sempre.

Matar uma pessoa hoje pode ser considerado ruim, amanhã, não.

Explique como "ir ao supermercado" acarreta no sofrimento de muitas pessoas e porque "voce ri poque tem alguem chorando".

Não é simplesmente IR para o supermercado, mas participar de um mercado de consumo. Vamos dar exemplos simples como no caso do Iphone.

Você vai ao supermercado, compra Farinha de trigo, refrigerante, macarrão, Shampoo, sabonete e uma Faca nova para sua cozinha.

Pense no processo de produção desses produtos, é quase fora de cogitação contar quantas pessoas são envolvidas para a formulação dos Plásticos das facas e embalagens, da produção rural do trigo, da manufatura do macarrão, da química shampoo e do refrigerante. Você pode me garantir de que todas as pessoas envolvidas estão satisfeitas e estão sendo tratadas com justiça em participar do processo para te fornecer o produto final? Não, não consegue. Mas o contrário, é bem mais provável.

Infelizmente, o Capitalismo provoca esse tipo de coisa, mas antes de me chamar de esquerdinha, o Capitalismo regulado pelo ESTADO provoca isso. O famoso Corporativismo. No Corporativismo, o lucro é deus, já pessoas, recursos dispensáveis.
 

Beren_

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"Boa ação", "Caridade", "Altruísmo" são conceitos sociais, são construções humanas, isso pode ser relevante hoje, mas daqui a 500 anos, pode mudar. Não é absoluto. Portanto não pode ser usado para guiar ações de humanos para sempre.

Matar uma pessoa hoje pode ser considerado ruim, amanhã, não.

Primeiramente. Parece que fugiu do seu entendimento, que eu não quis definir nada além do que eu entendo com caridade, altruísmo e etc. Pois numa conversa, se voce não explica o significado com que está usando uma palavra, pode gerar confusão. Como ocorreu com seu post, que usa "boa ação". Um termo que ficou sendo muito generico e pode ser interpretado de diversas formas. Para evitar essa confusão, eu tentei dar uma definição de como eu estou usando estes termos.

Segundo.Não, não são conceitos sociais. Seria o mesmo que voce dizer que "a cor branca" é um "conceito social" ou "cima e baixo" são conceitos sociais. Quando tudo é relativado, nada é verdadeiro e logo, nada é falso tambem. O problema é que com isso ignora-se toda a lógica, raciocino, razão e eu posso falar qualquer m**** e depois dizer que a palavra que usei não significa o que ela significa. Basicamente, voce quer distorcer todo o conceito de comunicação.

Finalizando. Você entra exatamente na confusão do sentido das coisas e relativiza.
Matar alguem pode ser considerado "bom"?
Se uma pessoa sofrendo pede desesperadamente que lhe matem. E você concede e a mata. Isso pode ser considerado "bom". Pois você geralmente não se sente bem por matar o outro, e foi consentido, pedido que o fizesse. Mas MESMO nessa situação a ética moral de Kant ainda é valida. Pois você o fez objetivando o bem para outra pessoa.
Agora. Se voce mata alguem para lhe roubar os bens. A morte da pessoa foi o meio para seu fim, que era obter recompensa econômica.

A ética é atemporal. Hoje ou daqui a mil anos. Ela será logicamente válida.

Não é simplesmente IR para o supermercado, mas participar de um mercado de consumo. Vamos dar exemplos simples como no caso do Iphone.

Você vai ao supermercado, compra Farinha de trigo, refrigerante, macarrão, Shampoo, sabonete e uma Faca nova para sua cozinha.

Pense no processo de produção desses produtos, é quase fora de cogitação contar quantas pessoas são envolvidas para a formulação dos Plásticos das facas e embalagens, da produção rural do trigo, da manufatura do macarrão, da química shampoo e do refrigerante. Você pode me garantir de que todas as pessoas envolvidas estão satisfeitas e estão sendo tratadas com justiça em participar do processo para te fornecer o produto final? Não, não consegue. Mas o contrário, é bem mais provável.

Infelizmente, o Capitalismo provoca esse tipo de coisa, mas antes de me chamar de esquerdinha, o Capitalismo regulado pelo ESTADO provoca isso. O famoso Corporativismo. No Corporativismo, o lucro é deus, já pessoas, recursos dispensáveis.

O que é "justiça"?
O que é justo?

É justo que eu queira namorar uma mulher diferente todo dia e não consiga isso? Pocha, mas eu estou insatisfeito, alguem deveria GARANTIR que eu possa comer uma mulher diferente todo dia.

Uma dica. As pessoas estão SEMPRE insatisfeitas com alguma coisa. Seja trabalho, vida pessoal, o que for. E quando elas conseguem finalmente atingir um objetivo que perseguiram por muito tempo, passam a ter um novo objetivo para o deixar "insatisfeito".

Calr Menger elaborou a teoria de utilidade marginal. Basicamente, o valor de qualquer produto, é subjetivo, e depende diretamente de como cada pessoa interpreta a informação. Se por exemplo eu curto, sei lá, vibradores coloridos. E curto pendurar eles no teto da minha casa como decoração. Eu provavelmente estarei disposto a pagar valores mais caros e comprar maior quantidade destes. Já voce que não curte essa bela e moral moda decorativa, pode achar que estou jogando dinheiro fora e que sou um imbecil. E voce nunca gastaria sequer um "reáu" na aquisição dos tais artefatos fálicos.

Ainda em economia. Uma lei básica imutável é a escassez. Recursos são escassos, ou seja, não disponíveis infinitamente.
Se eu como uma maça, voce não pode comer esta mesma exata maça. Se você quiser comer uma maça, você precisará que alguém plante e colha uma maça para você. É IMPOSSÍVEL cada um de nós fazer tudo. Eu não posso por exemplo plantar maça, arroz, feijão, mandioca, trigo, fazer a farinha, o pão, etc. Então as pessoas se ESPECIALIZAM em fazer algo, e trocam este algo por outra coisa que desejem. No caso usamos dinheiro para facilitar estas transações, mas em capitalismos rudimentares, o escambo era o usual.

Da mesma forma. Pessoas que vendem sua mão de obra. O fazem primeiramente porque elas não possuem outra coisa para vender, então precisam vender algo. O que elas tem para vender é seu trabalho. Não existe valor justo ou injusto para o trabalho de alguem, pois esse trabalho tambem é escasso e responde as mesmas leis de mercado. Se voce vende seu trabalho para mim, não pode vender ao exato mesmo tempo para outro. O que ocorre é que o valor do trabalho, também é subjetivo a percepção que as pessoas tem sobre ele e quão escasso eu trabalho é.
Enquanto temos por exemplo, professores que estudam anos para poder lecionar e ganham salários de baixo valor. Temos jogadores de futebol como Neimar ganhando fortunas. E temos professores que ganham salarios maiores.
Porque isso? Porque temos jogadores de futebol ganhando salario minimo, enquanto Neimar ganha milhões?
Porque dentro de sua profissão, ele é escasso, ele é unico. Não é qualquer um que faz o que ele faz.

Bem. Isso ajuda a definir o porque da diferença de salários. Agora porque uns ganham salarios bem baixos como salario minimo do Brasil. E nos EUA os salário minimo é maior e as pessoas conseguem viver bem melhor tambem?
O salario, é definido pelo quanto vale seu trabalho quando voce o vende, se voce vende seu salario por mais do que o valor do produto. A empresa quebra. Sua produtividade deve ser tanta que seja possível produzir algo para ser comercializado, e ainda sobrar. Quanto mais baixa a produtividade em valor, menor serão os salários.
Qual a forma de melhorar a produtividade em valores? Agregar tecnologia e métodos mais produtivos. Que permitem que com menos trabalho, se produza mais.

Então. A não ser que voce descubra como criar comida do nada, as pessoas precisam trabalhar, para produzir, para trocar, para poder consumir, para outras trabalharem e ai vai.
A opção a isso, é parar de produzir e tentar cada um faz o seu. O que comprovadamente só resulta em miséria e morte.

O corporativismo, não é capitalismo. O corporativismo brinca e tenta distorcer essas leis de mercado, mas como leis, não podem ser negada e cobram seu preço. Estipule um salario minimo e veja pessoas menos qualificadas desempregadas. Controle preços de venda baixando-os e veja surgir desabastecimento. De crédito fácil e faça expansão monetária e veja seu dinheiro sendo comido pela inflação.
 

vr-struper

Bam-bam-bam
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Aquele cara que te assalta e leva seu carro na zona sul, segue pra zona norte e paga uma rodada de cerveja pra todos da quebrada, onde todos comentam como é gente fina.

O policial que te esculacha, é o que salva o cidadão do assalto acima e alveja o marginal.

O marginal alvejado acima, é o filho querido que sustenta a mãe em casa.

O cara que buzinou pra vc antes do assalto e te mandou tomar no c*, era um médico atrasado para uma cirurgia onde ia salvar a vida de um paciente.

Tudo é relativo, quanto mais vc perceber que o mundo não gira à sua volta, mais vai entender isso.

O engraçado é que, para você, o assaltante é um fdp e o médico é um c*zão, ambos de forma totalmente absoluta.
 

El_Guga

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Na essência, não existe bem ou mal.

Existem ações de indivíduos que visam a satisfação de necessidades pessoais. Essas ações podem ter impactos positivos, negativos ou positivos e negativos nas vidas de uma ou mais pessoas, relacionadas ou não com a ação originária.

Esses impactos geram reações, baseadas em satisfazer de necessidades pessoais, de cada um dos impactados, que, por sua vez, causam novos impactos (positivos, negativos ou positivos e negativos) nas vidas de várias outras pessoas, causando um ciclo eterno de ações e reações.

Se a maioria das pessoas, impactadas por uma ação, foi atingida negativamente, então essa ação é má. Caso contrário, é boa.

Simples e direto.

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Tsultrim

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Animais são desprovidos do conceito de moral( eu sou uma vaca, então eu sei ). Um crocodilo que tá comendo uma gazela não tem noção de que tá fazendo uma sacanagem. Um cachorro que salva seus filhotes no rio não tem noção de que tá fazendo uma boa ação. Tão agindo na base do instinto mesmo. O homem até pode julgar os atos de um animal através do código moral criado [pela raça humana]. Mas uma vez que estejamos extintos, torna-se impossível existir moralidade afinal só o homem possui a capacidade de racionalizar ações como boas ou más. Logo, só ele é capaz de julgar.

Felicidade e sofrimento não são inerentes a maldade e bondade. Você pode sofrer porque tá com fome e não vai ser culpa de ninguém. Você pode ficar feliz porque comeu um sanduba, e isso não foi resultado da generosidade de ninguém.

Animais não possuem racionalidade, ao menos não igual a nossa. Isso é diferente de dizer que os animais são desprovidos de qualquer sistema de raciocínio. E animais não são só instinto, você pode ter certeza disso. Diversos estudos demonstram que animais como cães, gatos, aves, bovinos, caprinos e etc demonstram emoções como felicidade, tristeza e por aí vai. Só conviver com animais de estimação que em pouco tempo é possível perceber a bondade dos animais (bem como as malandragens deles, kkkk).

Podemos ir além dos julgamentos morais, eles são desnecessários, é muito mais simples que isso. Voltando ao exemplo dos animais, se eles fossem movidos apenas por instinto [de sobrevivência], nunca se colocariam em risco para salvar outros seres, não é? Ou você me diz que existiria um instinto de sacrifício? Como explicar o comportamento de um animal que se coloca em risco para salvar outro animal ou até humanos?

A respeito do sofrimento em si, é outra coisa. Eu posso estar sendo ajudado suficientemente e mesmo assim continuar sofrendo. O sofrimento é algo que está localizado na mente, primordialmente. Por isso que existem pessoas com todas as condições favoráveis externamente que estão em profunda depressão e também o contrário, pessoas que não tem "nada" e que são felizes.

Sobre a fome, se você olhar com atenção, tudo de bom que nos acontece, como comer um sanduba, depende da generosidade sim de alguém. Alguém plantou o alface, alguém preparou a carne, fez a maionese, fez o pão e só por esse motivo existe aquele sanduíche. O fato de as pessoas serem pagas por isso não diminuiu isso, porque essas pessoas poderiam apenas estar atuando em uma atividade que não gerasse qualquer benefício, como o mercado da bolsa de valores.

Em última instância, se nós mudarmos a nossa mente para vermos generosidade nos outros (ao menos conceder o benefício da dúvida), isso mudará nossa mente para melhor e, por consequência, nos tornará generosos.



Isso eu disse no meu post.


O conceito de moral muda dependendo do seu meio. O que não muda, é que todas as sociedades humanas estabelecem linhas que não podem ser cruzadas. Logo se você é humano( são e que cresceu em contato com a sociedade ) você tem uma ideia muito clara de que existe "mal" e "bem". Transgredir o limite do que é permitido ou não vai de cada um.

E acredito que esse "mínimo denominador comum" exista porque todos nós compartilhamos de uma mesma essência, que é inerentemente boa.

Se você tem noção de que vai prejudicá-lo e faz mesmo assim, você reconhece que tá fazendo algo ruim. Só não tem consciência o bastante pra se importar. "M-mas ele vai ficar feliz" é o argumento que alguém egoísta usa nessas horas. Pessoas assim só estão sendo boas pra massagear o próprio ego. Esses indivíduos nem de longe estão agindo no interesse de outrem.

Se você não sabe que vai prejudicá-lo e tá fazendo por ignorância, o seu ato é bom. É normal fazer coisas boas que geram merdas gigantescas sem o seu conhecimento. Não muda o fato de que você agiu com a melhor das intenções. Infelizmente, o inferno está cheio.

Concordo. Algumas pessoas dão esmola na rua mesmo sabendo que provavelmente aquela pessoa vai comprar bebida ou drogas, também por medo. E existem alguns limites, se houver risco de a pessoa sofrer uma agressão em razão de negar a esmola, ela poderia ceder para evitar um dano maior e acredito que ai, seria uma atitude menos danosa.

Com o segundo parágrafo, discordo 100 %. A ignorância não é justificativa. Se eu comprar um iphone produzido com trabalho escravo dos chineses, o dano que causarei a eles será exatamente o mesmo. Vou arcar com as consequências dos meus atos de qualquer forma. A diferença quando geramos dano conscientemente é que as consequências são ainda piores.

A melhor das intenções é aquela consciente, sem ignorância.


Acho o primeiro ponto irrelevante. :kvaca A pessoa ficar grata ou não independe. Você saiu do seu caminho pra ajudar alguém. Isso é algo de natureza boa. A não ser que você SAIBA que o agasalho será inútil pra ela e fez isso só pra inflar o próprio ego/porque tem algo a ganhar com isso.

Em outras palavras eu concordo com o segundo ponto. Se você tá fazendo motivado por razões egoístas( auto-promoção/ficar bem na fita ), não é bondade genuína. Não passa de masturbação.

Eu não me refiro a gratidão, mas sim a uma atitude que gerará benefício (no caso, vestir alguém que não tem condições de conseguir roupas de outra forma). Se eu não me importar se o agasalho é útil ou não, dá no mesmo (ex. doar roupas para esvaziar o armário).

Concordo com o último parágrafo.

Exatamente, você chegou no ponto, o que vale realmente é a intenção.

Mas em uma dimensão onde não conseguimos ler a mentes das pessoas para saber a intenção de suas respectivas ações, só nos resta duas opções:

1- Viver ao máximo, independente do sofrimento alheio. (Neste caso PODE se incluir roubar,matar,decepcionar,Iludir. Pois não há sentido em não ser assim, se tudo vai terminar em preto.)

2- Viver moderadamente, vigiando suas ações de maneira que você ACEITE que o mundo é uma m**** e que você é falho. Mas que ainda assim há um "Além" que vai depender de suas ações. (Neste caso você vira adepto do BEM x MAL)

Ponto 1: Acredito que muitas pessoas estão vivendo assim hoje em dia e estamos vendo os resultados danosos. Por isso está fora de cogitação para mim.

Ponto 2: O mundo não é uma m****, na minha opinião, mas todos em geral são falhos. Não precisamos ir tão longe ("o além"). As nossas ações geram consequências que afloram nessa vida mesmo, às vezes bem rapidamente. Se fizermos ações realmente boas (boa intenção = voltada para o outro) e imbuídos de sabedoria (que é um treino da mente, buscando o auto-conhecimento e lapidando uma sabedoria que é inerente), nossa vida progressivamente se tornará mais feliz.


Mas no seu exemplo. Existem DUAS ações. só que uma é resultado da outra.
Se separar.
Uma ação, roubar. É errada, é "má".
A outra ação, é correta, é "boa".
Porém, em última analise, não podemos separá-las, pois a questão é que no geral, voce usou uma ação má como meio para obter o fim (a boa ação de dar o agasalho que era seu objetivo). Tambem precisariamos avaliar se dar um agasalho para o segundo era sua intenção inicia, ou foi apenas acidental.
Então podemos concluir que não foi feita uma boa ação, pois voce usou o homem como meio para um fim, mesmo o fim sendo o bem a outra pessoa.

É igual imposto. ^^

Se o conceito de roubar for retirar algo que é do outro sem consentimento, claro que é negativo.

Se uma "má" ação foi o meio, na minha opinião contaminou a "boa" ação, já que devemos partir de um pressuposto que ninguém merece mais ou menos boas ações do que outras pessoas.


Aqui acho que é bom definir melhor o conceito de "boa ação".
Ao meu ver, "Boa ação" pode ser "caridade" e pode ser "altruísmo" e pode ser egoísta.

O altruísmo, seria a prática do bem, da boa ação, sem nenhum tipo de ganho físico ou de qualquer outra forma. Então se eu doo agasalho aos pobres e me sinto feliz ao fazer isso, não estou sendo altruísta. Pois eu me sinto bem ao fazer isso ao pensar no alivio que dou as outras pessoas. Eu particularmente não acredito muito no altruísmo.

O caso acima, seria então caridade. Onde eu escolho fazer uma boa ação para outras pessoas. Eu escolho beneficia-las.
importante lembrar que CARIDADE tem que ser uma escolha. Não existe caridade obrigado ou por coerção, se voce não tem escolha, não está sendo caridoso. Ou bom. Apenas faz o que pensa que DEVE ou é obrigado a fazer.

Acredito que se a pessoa que faz a boa ação fica feliz apenas e tão somente porque o diminuiu o sofrimento do outro, isso seria altruísmo, principalmente se quem fez a boa ação o fez de maneira anônima.

Concordo que precisa ser uma escolha e livre.


A boa ação egoísta (dei esse nome na falta de alto melhor), é puramente fazer coisas que são boas para outros, sem estar fazendo pensando nos outros. Um padeiro que faz seus pães pratica ações "boas". Mas ele o faz para vendê-los, sem pensar nos outros e sim em si mesmo. Então não se enquadra no conceito de "fazer o bem", mas apenas de executar uma ação, que é boa.
Pois, mesmo sem o padeiro pensar nas pessoas, as pessoas que compram seu pão o fazem porque se sentem melhor com isso.
Como o termo "boa ação" é meio vago conceitualmente, tentei aqui enquadrar melhor a significância.

Dar um iPhone para a filha, seria fazer o bem.

Quanto ao "trabalho escravo chines". Isso já mudou tem algum tempo. Chineses hoje ganham em média salario maior do que o Brasileiro. Eles tinham salários muito baixos devido a leis de mercado como escassez, muitos trabalhadores, poucos empregos.
Conforme aumentou a especialização das pessoas e começou a haver mais vagas de emprego. A situação mudou de forma alarmante. Mais 10 ou 20 anos nesse ritmo (que duvido que continue) e os Chineses se tornarão pessoas com excelente qualidade de vida.
"ah mas no inicio era uma m****". Logico. Não tinha capital, não tinha produção, não tinha riqueza. As coisas (casa, comida, remedios, carros etc) não aparecem do nada. Eles basicamente sofreram uma "revolução industrial" atrasada.

Esse gráfico mostra o crescimento do salário na industria na China nas ultimas desadas.

china-wages-in-manufacturing.png


Fonte.

Eu chamaria isso de ação auto-centrada, busca por auto-gratificação ou ação maculada, etc.

É complicado usar exemplos porque de certa forma acaba parecendo uma rotulação, rs. O padeiro pode estar fazendo uma boa ação, não é altruísta, mas não cai necessariamente no outro extremo (da busca por mera auto-gratificação).

Interessante o que você colocou sobre o trabalho escravo chinês e fico feliz que isso tem mudado.

O conceito ético de "certo e errado","bom e mau", não é feito para julgar as outras pessoas. E sim para servir de noção, de norma de como o individuo deve se comportar. Mas mesmo assim, ele pode quebrar estas regras, não seguir as normas, por escolha propria. E ao faze-lo, pratica o mal.

Sua frase teoricamente parece correta, mas cai no problema da dualidade bem e mal e não deveríamos nos limitar por isso. Tais conceitos geraram e continuam gerando muitas injustiças ao longo da história.

"Boa ação", "Caridade", "Altruísmo" são conceitos sociais, são construções humanas, isso pode ser relevante hoje, mas daqui a 500 anos, pode mudar. Não é absoluto. Portanto não pode ser usado para guiar ações de humanos para sempre.

Matar uma pessoa hoje pode ser considerado ruim, amanhã, não.

Eu vejo diferente. Esses são apenas nomes que a humanidade deu a algo inerente a todo ser vivo e nomes realmente podem mudar ao longo do tempo, mas nossa natureza não.

Não é simplesmente IR para o supermercado, mas participar de um mercado de consumo. Vamos dar exemplos simples como no caso do Iphone.

Você vai ao supermercado, compra Farinha de trigo, refrigerante, macarrão, Shampoo, sabonete e uma Faca nova para sua cozinha.

Pense no processo de produção desses produtos, é quase fora de cogitação contar quantas pessoas são envolvidas para a formulação dos Plásticos das facas e embalagens, da produção rural do trigo, da manufatura do macarrão, da química shampoo e do refrigerante. Você pode me garantir de que todas as pessoas envolvidas estão satisfeitas e estão sendo tratadas com justiça em participar do processo para te fornecer o produto final? Não, não consegue. Mas o contrário, é bem mais provável.

Infelizmente, o Capitalismo provoca esse tipo de coisa, mas antes de me chamar de esquerdinha, o Capitalismo regulado pelo ESTADO provoca isso. O famoso Corporativismo. No Corporativismo, o lucro é deus, já pessoas, recursos dispensáveis.

Não acho que o vilão é o capitalismo, afinal existem pessoas com todas as condições externas possíveis e muito infelizes. A insatisfação é antes de tudo uma condição da mente, assim depende mais de nós do que do emprego, ou do relacionamento, ou de nosso tipo físico.
 

Vak L0k

Bam-bam-bam
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Eu acho o seu ponto de vista romantico Watcher( de forma positiva ). Dito isso, nós vamos por lados diferentes demais.

Voltando ao exemplo dos animais, se eles fossem movidos apenas por instinto [de sobrevivência], nunca se colocariam em risco para salvar outros seres, não é? Ou você me diz que existiria um instinto de sacrifício? Como explicar o comportamento de um animal que se coloca em risco para salvar outro animal ou até humanos?

Isso existe.

instintos de cooperação e altruísmo que deram vantagens evolutivas a várias espécies. Na natureza, ajudar o próximo significa, indiretamente, ajudar seus genes. A aranha da espécie Diaea ergandros alimenta seus filhotes com ovos não fertilizados e com sua própria carne. Os canibais matricidas ficam maiores e mais fortes. Pelos filhos, as mães matam e se deixam matar. Existem tantos casos de cachorros e Chimpanzés salvando seres humanos porque esses animais se afeiçoam a gente com facilidade( fruto de eras de domesticação ). Você dificilmente verá um Jacaré ou uma hiena selvagem botando o deles na reta pra salvar um bebê humano. Já uma criança humana que tenha sido apresentada ao conceito de bem e mal, é capaz de sair na porrada com um amiguinho pra impedi-lo de pisar num formigueiro.

No mundo animal são identificados três tipos de altruísmo: altruísmo de parentesco, altruísmo de parceria e o altruísmo tribal. Os 3 ainda tão no reino do instinto. No fim das contas, ainda conta como autopreservação da espécie.

Podemos ir além dos julgamentos morais, eles são desnecessários.
Mas isso não pode ser feito. O bem e o mal são subordinados da moral. Sem uma linha moral, torna-se impossível julgar uma ação como boa ou ruim. Remova os julgamentos morais da equação e você pode alegar que a morte um ser humano é algo positivo pro planeta já que seus nutrientes voltarão pra terra e vai ser menos um carro na rua.

A respeito do sofrimento em si, é outra coisa. Eu posso estar sendo ajudado suficientemente e mesmo assim continuar sofrendo.

Sim, mas até aí não tira o mérito da pessoa que fez uma boa ação pra te ajudar. Se você entra num prédio em chamas na intenção de salvar um bebê você está fazendo algo bom. Independe se vai conseguir um ou não.

Sobre a fome, se você olhar com atenção, tudo de bom que nos acontece, como comer um sanduba, depende da generosidade sim de alguém. Alguém plantou o alface, alguém preparou a carne, fez a maionese, fez o pão e só por esse motivo existe aquele sanduíche. O fato de as pessoas serem pagas por isso não diminuiu isso, porque essas pessoas poderiam apenas estar atuando em uma atividade que não gerasse qualquer benefício, como o mercado da bolsa de valores.

Diminui. Anula na verdade. Não é bondade. Não houve generosidade envolvida. As pessoas que fizeram isso estavam antes de mais nada SE ajudando. Se você não trabalha, você não come. A pessoa que plantou os alfaces pra mim não se importa com a minha satisfação pessoal. Pro cara dos alfaces eu sou só lucro. Eu quando tiro xerox não tô pensando em [ajudar] meus clientes. Só tô prestando um serviço pra ganhar dinheiro em troca. A bondade envolvida é zero. PODEM rolar situações pontuadas de generosidade, mas esse não é meu objetivo.

Bondade seria se o cara me desse o sanduba de graça porque acha que tô com fome.

Com o segundo parágrafo, discordo 100 %. A ignorância não é justificativa. Se eu comprar um iphone produzido com trabalho escravo dos chineses, o dano que causarei a eles será exatamente o mesmo. Vou arcar com as consequências dos meus atos de qualquer forma. A diferença quando geramos dano conscientemente é que as consequências são ainda piores.

A melhor das intenções é aquela consciente, sem ignorância.

O problema é que se você se preocupar com o dano que tá causando sem se dar conta não vai poder nem peidar no meio da rua.

É IMPOSSÍVEL um humano estar ciente de todas as repercussões de cada ato que ele faz. O tempo que eu passei respondendo o seu post pode ter me feito perder uma oportunidade de emprego, a chance de salvar alguém, o amor da minha vida... Nesse cenário você vai ter me prejudicado e pelo seu ponto de vista, você acabou de cometer um ato maligno.

Mas eu não acho que seja justo lhe culpar por isso, pois você ignorava a minha situação. Seu ato foi indiferente. Eu não te julgaria por comprar um Iphone se você não soubesse dos escravinhos( na verdade mesmo sabendo deles não te julgo. Mas aí já é mais por falta de moral minha mesmo ).

Concordo com o último parágrafo.

Concorda com a parte que concordei contigo né? SAFADO! User mais maligno desse tópico!
 
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Lino Germano

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“Há uma batalha entre dois lobos que vivem dentro de todos nós. Um é Mau: É raiva, inveja, ciúme, tristeza, desgosto, cobiça, arrogância, pena de si mesmo, culpa, ressentimento, inferioridade, orgulho falso, superioridade e ego. O outro é Bom: É alegria, fraternidade, paz, esperança, serenidade, humildade, bondade, benevolência, empatia, generosidade, verdade, compaixão e fé.”

O neto pensou nessa luta e perguntou ao avô: – “Qual lobo vence?”

Então, o velho índio respondeu: – “Aquele que você alimenta.”

Todo mundo acha que é bonzinho cara. Vou te dar um exemplo que aconteceu comigo:

Certa vez eu estava andando feliz de bicicleta, não ví a senhora e acabei atropelando ela. Como eu era uma anta que ainda não atinava nada na vida, não a socorri, peguei a bicicleta e pulei fora. Pra mim aquilo não foi nada, horas depois já tinha esquecido. Agora, a senhorinha teve fraturas que demoraram pra curar por causa da idade, ficou dias só na cadeira. Eu só fiquei sabendo que alguém (ela) me odiava depois de aaaanos. Se fosse atualmente o desenrola seria outro. Eu já fiz muita putaria com os outros por ignorância, sem achar que estava errado e numa dessas poderia estar no xilindró me sentindo o maior injustiçado pela vida. Então... não boto muita fé na maldade ou bondade absoluta porque não acredito que existe um ser humano 100% bonzinho ou 100% mal. Somos um pouco de ambos.
 

Tsultrim

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Eu acho o seu ponto de vista romantico Watcher( de forma positiva ). Dito isso, nós vamos por lados diferentes demais.


Eu não sei como é possível um ponto de vista romântico ser positivo, o que demonstra que precisaremos explicar os conceitos usados para podermos nos comunicar.


Entendo que algo romântico é aquilo que é dissociado da realidade, é como um filtro suavizante sobre a realidade imparcial e, dentro desse conceito, entendo que meu ponto de vista não é romântico e vou tentar demonstrar isso em minha resposta.

The Watcher disse:

Voltando ao exemplo dos animais, se eles fossem movidos apenas por instinto [de sobrevivência], nunca se colocariam em risco para salvar outros seres, não é? Ou você me diz que existiria um instinto de sacrifício? Como explicar o comportamento de um animal que se coloca em risco para salvar outro animal ou até humanos?


Isso existe.

instintos de cooperação e altruísmo que deram vantagens evolutivas a várias espécies. Na natureza, ajudar o próximo significa, indiretamente, ajudar seus genes. A aranha da espécie Diaea ergandros alimenta seus filhotes com ovos não fertilizados e com sua própria carne. Os canibais matricidas ficam maiores e mais fortes. Pelos filhos, as mães matam e se deixam matar. Existem tantos casos de cachorros e Chimpanzés salvando seres humanos porque esses animais se afeiçoam a gente com facilidade( fruto de eras de domesticação ). Você dificilmente verá um Jacaré ou uma hiena selvagem botando o deles na reta pra salvar um bebê humano. Já uma criança humana que tenha sido apresentada ao conceito de bem e mal, é capaz de sair na porrada com um amiguinho pra impedi-lo de pisar num formigueiro.

No mundo animal são identificados três tipos de altruísmo: altruísmo de parentesco, altruísmo de parceria e o altruísmo tribal. Os 3 ainda tão no reino do instinto. No fim das contas, ainda conta como autopreservação da espécie.


Então basicamente você está dizendo que os animais têm dois instintos em sentidos opostos, um de sobrevivência e um de sacrifício? Isso não me parece nada razoável. Os exemplos que você dá são falhos, a meu ver, pois não demonstram nada além de uma programação genética comum em animais com sistema nervoso muito arcaico, como as aranhas. Os macacos canibais ficam mais fortes, mas será que as mães coadunam com isso? Ou você dirá que é um sacrifício delas?!


A respeito dos cães (animais com sistema nervoso mais complexo), partimos de um pressuposto em comum, que é o fato de os cães e macacos salvando pessoas de maneira aparentemente altruísta. A sua conclusão é que se afasta muito da minha. O que você chama de domesticação eu chamo de mudança de hábito e supressão do instinto básico de sobrevivência em decorrência de uma criação mais baseada na compaixão, cuidado e amor, quando em contato com (bons) exemplos humanos (ou não). Simples assim, hábitos mudando pelo exemplo e por sentimentos de cuidado com os outros.


Já está mais do que provado (faça 05 minutos de pesquisa no youtube) que qualquer animal pode se tornar dócil e afetuoso e isso não tem nada a ver com domesticação, mas sim com uma criação baseada em carinho, amor e afeto. Leões, jacarés, lobos, cães, gatos selvagens, qualquer animal com um sistema nervoso com o mínimo de condições de transformar hábitos pode se tornar afetuoso, e isso é fato.


Sua teoria também é falha porque os conceitos de bem e mal são meras tagarelices que atuam no nível conceitual, é tudo racional. Se apenas fossemos bons ou maus baseados em conceitos, nunca seríamos capazes de auto sacríficos em prol de outras pessoas, muito menos de outros animais ou de pessoas estranhas, mas isso também é fato, as pessoas se sacrificam pelas outras. Isso certamente extravasa o nível conceitual ou racional.


O próprio conceito de altruísmo que você cita é falho, pois altruísmo é incondicional e se o “altruísmo” depende do objeto da ação ser da família, tribo ou parceria é uma escolha então não é altruísmo e tampouco instinto, porque instinto não passa minimamente pelo campo racional. Instinto é um impulso primitivo e a meu ver você está confundindo as coisas.



The Watcher disse:

Podemos ir além dos julgamentos morais, eles são desnecessários.


Mas isso não pode ser feito. O bem e o mal são subordinados da moral. Sem uma linha moral, torna-se impossível julgar uma ação como boa ou ruim. Remova os julgamentos morais da equação e você pode alegar que a morte um ser humano é algo positivo pro planeta já que seus nutrientes voltarão pra terra e vai ser menos um carro na rua.


E porque precisamos julgar se uma ação é boa ou ruim? Qual o ganho social e principalmente pessoal com está compartimentalização das ações?


A ausência de julgamento não desemboca na indiferença e auto-centramento. A única forma de definir se uma ação é positiva ou negativa, com certeza, é sabendo a intenção daquele que a executou, mas sabemos de antemão que tirar a vida é sempre negativo, pois estamos impedindo alguém de seguir o rumo natural de sua vida.


Diferente de bondade e maldade, é definir se uma ação gera benefício ou sofrimento e isso pode ser visto com as consequências de uma ação e assim, olhamos para a ação e não para o executor. Isso não é julgamento e também não gera um rótulo à pessoa que executou a ação, bem como impede o advento de toda rigidez que o julgamento gera à mente de quem está julgando.


The Watcher disse:

A respeito do sofrimento em si, é outra coisa. Eu posso estar sendo ajudado suficientemente e mesmo assim continuar sofrendo.


Sim, mas até aí não tira o mérito da pessoa que fez uma boa ação pra te ajudar. Se você entra num prédio em chamas na intenção de salvar um bebê você está fazendo algo bom. Independe se vai conseguir um ou não.


Depende da intenção de quem ajudou o mérito será diferente. A meu ver não será um ser onipotente e onipresente que “julgará” o valor das minhas boas ações, mas as próprias consequências dos meus atos definirão se agi de maneira positiva ou negativa.


A respeito do prédio em chamas, se a pessoa entrar em um prédio em chamas para salvar um bebê que tiver sequestrado e estiver pedindo um resgate milionário e o objetivo for evitar perder “a fonte de renda”, a intenção é vil e, mesmo assim pode ser que seja gerado algum mérito com a ação, mas o demérito será gigantesco por causa da intenção maculada.


O que quero dizer com esse exemplo exagerado é que a motivação é a força motriz e determinante de nossa vida, é isso que conduzirá nossa vida e não o “tamanho” de nossas “boas” ações.

The Watcher disse:

Sobre a fome, se você olhar com atenção, tudo de bom que nos acontece, como comer um sanduba, depende da generosidade sim de alguém. Alguém plantou o alface, alguém preparou a carne, fez a maionese, fez o pão e só por esse motivo existe aquele sanduíche. O fato de as pessoas serem pagas por isso não diminuiu isso, porque essas pessoas poderiam apenas estar atuando em uma atividade que não gerasse qualquer benefício, como o mercado da bolsa de valores.


Diminui. Anula na verdade. Não é bondade. Não houve generosidade envolvida. As pessoas que fizeram isso estavam antes de mais nada SE ajudando. Se você não trabalha, você não come. A pessoa que plantou os alfaces pra mim não se importa com a minha satisfação pessoal. Pro cara dos alfaces eu sou só lucro. Eu quando tiro xerox não tô pensando em [ajudar] meus clientes. Só tô prestando um serviço pra ganhar dinheiro em troca. A bondade envolvida é zero. PODEM rolar situações pontuadas de generosidade, mas esse não é meu objetivo.

Bondade seria se o cara me desse o sanduba de graça porque acha que tô com fome.


Pode até diminuir o mérito, admito, mas certamente que não o anula, dependendo da intenção. Se a pessoa plantar a alface, mas tiver a intenção de alimentar as pessoas e, com isso, colocar um preço justo, usar agrotóxicos em quantidade mínima ou apenas plantar orgânicos, isso é gerador de mérito. O dinheiro é necessário para a vida moderna, não há nenhum mal intrínseco nele, mas sim a maneira como o usamos.


Essa é a sua motivação, a sua mente, sua experiência pessoal, mas lembre-se que há um mundo grande ai fora e mais de 7 bilhões de pessoas com mentes diferentes.


Sim, alguém dar um sanduiche de graça porque viu que você está com fome poderia ser uma ação até altruísta, mas pode ser que não.....


The Watcher disse:

Com o segundo parágrafo, discordo 100 %. A ignorância não é justificativa. Se eu comprar um iphone produzido com trabalho escravo dos chineses, o dano que causarei a eles será exatamente o mesmo. Vou arcar com as consequências dos meus atos de qualquer forma. A diferença quando geramos dano conscientemente é que as consequências são ainda piores.

A melhor das intenções é aquela consciente, sem ignorância.


O problema é que se você se preocupar com o dano que tá causando sem se dar conta não vai poder nem peidar no meio da rua.

É IMPOSSÍVEL um humano estar ciente de todas as repercussões de cada ato que ele faz. O tempo que eu passei respondendo o seu post pode ter me feito perder uma oportunidade de emprego, a chance de salvar alguém, o amor da minha vida... Nesse cenário você vai ter me prejudicado e pelo seu ponto de vista, você acabou de cometer um ato maligno.

Mas eu não acho que seja justo lhe culpar por isso, pois você ignorava a minha situação. Seu ato foi indiferente. Eu não te julgaria por comprar um Iphone se você não soubesse dos escravinhos( na verdade mesmo sabendo deles não te julgo. Mas aí já é mais por falta de moral minha mesmo ).


Concordo que é impossível um ser humano estar totalmente consciente do dano que gerará, mas é possível (totalmente) ir adquirindo consciência dos próprios atos para mitigar o dano produzido, ainda mais hoje quando temos tanta e tanta informação disponível.


A respeito do que você disse sobre o tempo que passou respondendo, pensar nisso é divagação da mente e, com todo o respeito, simplesmente inútil, não lhe acrescentará nada, porque são meras ilações. E repare que dos três exemplos que você deu, dois são voltados a sua auto-satisfação tão somente.


Se a sua intenção ao responder minha mensagem foi fazer um debate de ideias saudável e que pode trazer crescimento pessoal a nós dois e, com isso, nos ajudar a sermos pessoas melhores, você certamente já usou seu tempo de maneira muito benéfica, ao menos para sua mente.


Se apenas intencionou “vencer” um debate de ideias, realmente não gerou mérito.




The Watcher disse:

Concordo com o último parágrafo.


Concorda com a parte que concordei contigo né? SAFADO! User mais maligno desse tópico!


Você concordou mas foi um pouco além, kk
 

sparcx86_GHOST

Ei mãe, 500 pontos!
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Cara não tem essa de bem e de mal existe o que funciona e o que não funciona. Já tem um bom tempo que sabemos quais esquemas não funcionam e quais os que são perigosos. Os caras querem legalizar a pedofilia vem com conversa aí de "doença" isso pode não ser o mal mas é uma coisa horrível que poderá destruir famílias inteiras.
O pai ao descobrir que seu filho foi abusado por um destes "doentes" vai fazer o que? aí o juiz vai e solta o cara diz que ele tá "doente" e tá tudo bem o pai vai fazer o que? A única solução para maioria deles seria comprar uma arma e fazer o serviço que a sociedade não fez.
Esse papo de não tem mal e bem eu entendo mas tem coisas que não tem de ter perdão, simplesmente tem de haver punição digna e justa!
 
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