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Experiências Sobrenaturais

Goris

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Bom galera esse relato eu postei em um Tópico que o mendigo_26 fez no Vale Tudo então decidi postar aqui também.


Vocês conhecem a paralisia do sono então eu tive isso já pesquisei sobre o que se tratava,só que essa que eu tive eu vi um vulto e que começou a falar que eu era um lixo,fracassado e outras coisas, eu não conseguia me mover e nem falar. Eu então no pensamento me perguntava será que isso é real, então resolvi fazer um teste mandei o vulto ir tomar no c*, caras ali eu vi que era real a parada pqp, o vulto, começou a aumentar a pressão no meu corpo só consegui me mover depois que fiz uma oração pelo pensamento.
Pessoal vai falar de era das maquina ou que é fanfic mas dou minha palavra que isso é o que eu fiz.
Bom, partindo do princípio que era algo real (e eu parto deste princípio), eu aprendi que não vale a pena você expressar más emoções, ou emoções negativas.

É tipo, se é um ser negativo, vc só tá alimentando ele. Se é um reflexo de seus medos, vc só tá alimentando ele. Se é um ser morto desencarnado que nem sabe que está falando com você - pode estar falando com outra pessoa - você vai chamar a atenção dele.

Numa das cenas, o fantasma que procura o chapéu, só está atrás do chapéu, ele nem percebe que está morto ou que há crianças ali, até o garoto fazer barulho. Aí que ele percebe a presença do menino

Basicamente, vá pras coisas positivas, oração, calma, pensamentos positivos.

Acredite, eu já xinguei, briguei, ameacei essas coisas e o resultado é que não adiantou nada. Até mesmo uma vez que tentei negociar, tive mais sucesso, mas foi apelando pra oração ou pra mexer os dedinhos da mão, respirar forte ou chamar a atenção da minha esposa (atualmente, quando tenho paralisia do sono, consigo acordar ela respirando mais forte) que eu venço.

Ou seja, explodir não te ajuda. Negociar pode ajudar, mas aí acho que seria legal vc procurar aprender sobre esses troços antes (eu nunca fui muito longe nisso, sou lógico demais) pra não ferrar ainda mais a situação.
 

Goris

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Só ressaltando, sempre me pego impressionado em como algumas situações de casa mal assombrada são parecidas, seja no Brasil, na Argentina, no Canadá ou mesmo no Japão. Fico curioso de saber se na Europa e oriente médio é nessa pegada tbm.
 

Ging freecs

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Bom, partindo do princípio que era algo real (e eu parto deste princípio), eu aprendi que não vale a pena você expressar más emoções, ou emoções negativas.

É tipo, se é um ser negativo, vc só tá alimentando ele. Se é um reflexo de seus medos, vc só tá alimentando ele. Se é um ser morto desencarnado que nem sabe que está falando com você - pode estar falando com outra pessoa - você vai chamar a atenção dele.

Numa das cenas, o fantasma que procura o chapéu, só está atrás do chapéu, ele nem percebe que está morto ou que há crianças ali, até o garoto fazer barulho. Aí que ele percebe a presença do menino

Basicamente, vá pras coisas positivas, oração, calma, pensamentos positivos.

Acredite, eu já xinguei, briguei, ameacei essas coisas e o resultado é que não adiantou nada. Até mesmo uma vez que tentei negociar, tive mais sucesso, mas foi apelando pra oração ou pra mexer os dedinhos da mão, respirar forte ou chamar a atenção da minha esposa (atualmente, quando tenho paralisia do sono, consigo acordar ela respirando mais forte) que eu venço.

Ou seja, explodir não te ajuda. Negociar pode ajudar, mas aí acho que seria legal vc procurar aprender sobre esses troços antes (eu nunca fui muito longe nisso, sou lógico demais) pra não ferrar ainda mais a situação.

Como assim negociar ? você chegou a ver alguma coisa quando teve a paralisia e se viu você falou com ela ?

Eu quando tinha a paralisia não conseguia mover um dedo e sempre eu enchergava esse vulto e ele me xingando, ai eu peguei e xinguei pra ver se era real mesmo. A voz do maldito e de cair o c* da bunda pensa em uma voz que assusta.
 

Grand Rapids

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Bom, partindo do princípio que era algo real (e eu parto deste princípio), eu aprendi que não vale a pena você expressar más emoções, ou emoções negativas.

É tipo, se é um ser negativo, vc só tá alimentando ele. Se é um reflexo de seus medos, vc só tá alimentando ele. Se é um ser morto desencarnado que nem sabe que está falando com você - pode estar falando com outra pessoa - você vai chamar a atenção dele.

Numa das cenas, o fantasma que procura o chapéu, só está atrás do chapéu, ele nem percebe que está morto ou que há crianças ali, até o garoto fazer barulho. Aí que ele percebe a presença do menino

Basicamente, vá pras coisas positivas, oração, calma, pensamentos positivos.

Acredite, eu já xinguei, briguei, ameacei essas coisas e o resultado é que não adiantou nada. Até mesmo uma vez que tentei negociar, tive mais sucesso, mas foi apelando pra oração ou pra mexer os dedinhos da mão, respirar forte ou chamar a atenção da minha esposa (atualmente, quando tenho paralisia do sono, consigo acordar ela respirando mais forte) que eu venço.

Ou seja, explodir não te ajuda. Negociar pode ajudar, mas aí acho que seria legal vc procurar aprender sobre esses troços antes (eu nunca fui muito longe nisso, sou lógico demais) pra não ferrar ainda mais a situação.

Cara, eu sou pessimista demais e ainda sou ansioso. Como mudar isso? Se eu ficar falando palavras boas as coisas melhoram? Não sou muito de xingar, mas vivo encabulado com alguma coisa...
 

Grand Rapids

Ei mãe, 500 pontos!
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Sobre paralisia do sono eu tenho isso desde criança e tive alucinação só uma vez com uma "criatura" pra mim é tudo mental mesmo. Nada sobrenatural nisso. Nem tenho medo.
 

abcdario

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Paralisia do sono já tive, não vejo nada demais mesmo, é evidente que é uma produção mental.
 


abcdario

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Ressuscitando o tópico para trazer uma experiência envolvendo a minha avó: A minha avó sofre de dores crônicas e tem depressão, recentemente ela começou a tomar diversos medicamentos e começou a sofrer de paralisia do sono e pesadelos, ela foi retirando os medicamentos aos poucos por isso, mas a experiência que vou expor aqui ocorreu quando ela já tinha tirado todos os remédios completamente.
Ela afirmou ter acordado de madrugada e visto uma mulher muito bonita e de feições delicadas, e cabelo curto, no meio do quarto, havia uma luz dourada em seu entorno e a mesma estava segurando uma bebê em seu colo, na hora ela não acreditou muito e fechou os olhos, quando ela abriu a suposta entidade ainda estava lá, segundo a minha avó era uma mulher muito bonita e que estava quase sorrindo, ela não sentiu nenhuma sensação ruim mas depois daquilo ficou com muito medo e dorme sempre com a luz acesa, queria eu passar por uma experiência dessas, mesmo que fosse só alucinação.
 

mendingo_26

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Semana retrasada eu acordei no meio da madrugada porque o ventilador havia desligado (faltou energia), a porta do meu quarto dá direto para o corredor e tem uma sala por perto, lá fica o notebook da minha mãe e a luzinha azul dos equipamentos (notebook e aparelho da NET) praticamente ilumina bem o ambiente (fica meio que uma penumbra).

Nesse dia acordei com calor e fui direto para a tomada para ver se alguém tinha desligado, enquanto estava tentando ver a tomada no escuro e eu meio que fiquei sentado na cama e por instinto olhei para a sala (que fica próximo do corredor) e ví a silhueta de uma pessoa vestindo como se fosse uma capa (roupa social + capa, estilo essa do Harry Potter)

traje_hp_portugal.jpg
.

A roupa em si era toda cinza mesclando entre claro e escuro, como a luz dos equipamentos eram azuis percebi que mudou a cor para mais clara (indo para o branco) dava para perceber rapidamente a sombra da capa + roupa e desenho do corpo.

não consegui enxergar totalmente os braços (so enxergava até o cotovelo), cabeça, não via totalmente as pernas (só até a metade da panturrilha) e a posição do corpo era como se estivesse inclinado na mesa do notebook e não estava olhando para mim.

nesse momento fiquei paralisado e senti uma forte pulsação no coração + arrepios da cabeça aos pés, pisquei rapidamente os olhos umas 3 vezes e essa silhueta misteriosamente sumiu e a cor da sala voltou a ficar azul como uma penumbra, até hoje não sei o que significa isso.
 

Geo

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Ressuscitando o tópico para trazer uma experiência envolvendo a minha avó: A minha avó sofre de dores crônicas e tem depressão, recentemente ela começou a tomar diversos medicamentos e começou a sofrer de paralisia do sono e pesadelos, ela foi retirando os medicamentos aos poucos por isso, mas a experiência que vou expor aqui ocorreu quando ela já tinha tirado todos os remédios completamente.
Ela afirmou ter acordado de madrugada e visto uma mulher muito bonita e de feições delicadas, e cabelo curto, no meio do quarto, havia uma luz dourada em seu entorno e a mesma estava segurando uma bebê em seu colo, na hora ela não acreditou muito e fechou os olhos, quando ela abriu a suposta entidade ainda estava lá, segundo a minha avó era uma mulher muito bonita e que estava quase sorrindo, ela não sentiu nenhuma sensação ruim mas depois daquilo ficou com muito medo e dorme sempre com a luz acesa, queria eu passar por uma experiência dessas, mesmo que fosse só alucinação.
Que pena que ela ficou com medo. Segundo a descrição e o sentimento de tranquilidade, ela foi visitada por um espírito elevado. O que é pouco usual é a visão do bebê. Há alguém em tua família que está procurando engravidar? É uma honra receber tais visitas.
 

Geo

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Semana retrasada eu acordei no meio da madrugada porque o ventilador havia desligado (faltou energia), a porta do meu quarto dá direto para o corredor e tem uma sala por perto, lá fica o notebook da minha mãe e a luzinha azul dos equipamentos (notebook e aparelho da NET) praticamente ilumina bem o ambiente (fica meio que uma penumbra).

Nesse dia acordei com calor e fui direto para a tomada para ver se alguém tinha desligado, enquanto estava tentando ver a tomada no escuro e eu meio que fiquei sentado na cama e por instinto olhei para a sala (que fica próximo do corredor) e ví a silhueta de uma pessoa vestindo como se fosse uma capa (roupa social + capa, estilo essa do Harry Potter)

traje_hp_portugal.jpg
.

A roupa em si era toda cinza mesclando entre claro e escuro, como a luz dos equipamentos eram azuis percebi que mudou a cor para mais clara (indo para o branco) dava para perceber rapidamente a sombra da capa + roupa e desenho do corpo.

não consegui enxergar totalmente os braços (so enxergava até o cotovelo), cabeça, não via totalmente as pernas (só até a metade da panturrilha) e a posição do corpo era como se estivesse inclinado na mesa do notebook e não estava olhando para mim.

nesse momento fiquei paralisado e senti uma forte pulsação no coração + arrepios da cabeça aos pés, pisquei rapidamente os olhos umas 3 vezes e essa silhueta misteriosamente sumiu e a cor da sala voltou a ficar azul como uma penumbra, até hoje não sei o que significa isso.

Essa taquicardia era decorrente do medo ou veio automaticamente?
 

abcdario

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Que pena que ela ficou com medo. Segundo a descrição e o sentimento de tranquilidade, ela foi visitada por um espírito elevado. O que é pouco usual é a visão do bebê. Há alguém em tua família que está procurando engravidar? É uma honra receber tais visitas.
Me disseram isto também, o meu primo quis mas foi bem antes de todo este acontecimento, então eu acho que não tem ligação.
 

Berofh Erutron

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Me disseram isto também, o meu primo quis mas foi bem antes de todo este acontecimento, então eu acho que não tem ligação.


Realmente e pelo caminho que o Geo disse, só acrescentaria que existem duas possibilidades aí.

A primeira é que o amarelo e Dourado possuí relação com intuição, pode ser uma criança com uma intuição muito elevada, mas muito mesmo ou a própria avó que não sabe interpretar suas faculdades.

A segunda é uma criança na vida da família que pode ser Down ou Autista.
 

Darth_Tyranus

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A Casa Mal-Assombrada do Góris!

Bem, essa é a história, parte dela, sobre a casa em que morei durante toda minha infância e parte da vida adulta e onde hoje mora minha irmã. À princípio não é diferente de nenhuma casa da rua, não tem formato bizarro, nem 100 anos de histórias ou pessoas que tenham morrido lá, então, teoricamente, não deveria haver nenhum problema com a casa. Mas uma série de eventos, acontecidos com meus pais, eu, meu irmão, parentes e amigos me fez pensar por muito tempo que poderia haver algo de errado alí. O engraçado é que um ou outro evento pode parecer cena de filme, não porque tive que copiar de um filme pra dar mais cor, não, mas provavelmente porque todos esses relatos acabam por ter algo em comum, ainda mais quando se baseiam em eventos reais (ou algo assim).

Uma das partes mais difíceis de se contar um relato é decidir quando começar. Com a casa? Com meus pais? Comigo?

Então, vamos começar com meus pais e com a casa.

Meus pais compraram a casa em 1974, era uma rua de terra batida, ladeira, com pouco mais que uma dúzia de casas nessa época. Não havia casa antiga lá e, na verdade, meu pai teve que escavar uns bons metros de terra para aplainar o terreno e colocar ele mais ou menos no nível da rua. Eles contruíram uma casa no fundos do terreno, a famosa meia-água, enquanto construíam a casa maior. Meu pai sempre foi uma pessoa trabalhadora e honesta, tal qual minha mãe, então não arrumava brigas com vizinhos nem nada. Mas tanto a vizinha que morava em frente à nossa casa, quanto a vizinha que morava do lado dela, ambas inimigas e ambas ligadas à centros espíritas (afro), minha mãe suspeitava, gostavam dele.

O fato é que uma das vizinhas disse que a outra tinha feito um trabalho para separar os dois e enterrado na casa (algo que só fiquei sabendo ano passado, conversando com minha mãe) mas minha mãe foi ver a obra e não tinha nenhum sinal de algo enterrado, então achou que era fofoca e acabou caindo no esquecimento.

Quando a casa finalmente ficou pronta, uma simples casa de quatro cômodos, simples mas motivo de muito orgulho para meus pais, eu já tinha meus 3 anos e nos mudamos pra lá. Dizer que hoje, mais de 30 anos depois, eu me lembro de tudo em detalhes não é verdade, ainda mais que tenho até hoje a fama de ser bem esquecido. Mas algumas coisas te marcam tanto (e, principalmente, passei a escrever sobre elas, anos depois) que vc nunca esquece realmente.

Nessa época eu dormia com meus pais e sempre via duendes à noite quando todos dormiam. Eu iria rir se ouvisse isso de outra pessoa, mas como aconteceu comigo...

Minha mãe tinha uma espécie de capelinha com a Aparecida do Norte no quarto e ela iluminava a parte do quarto onde ficava minha cama. Então era fácil ver os duendes entrando no quarto, por debaixo da fresta da porta, indo para uma caixa grande onde ficavam os sapatos e fazendo coisas de duendes. E não sei se eles falaram isso ou se eu apenas “sentia” mas não deveria falar com meus pais sobre eles. E, por algum tempo, eu não falei. E eles sempre repetiam esse dia-a-dia. Era até legal, me sentia reconfortado de alguma forma.

Mas um dia eu contei a meus pais. Obviamente eles não acreditaram. Sem problemas... Até que depois daquela noite eles nunca mais apareceram. No lugar deles, passou a vir uma espécie de bruxa, não uma bruxa como a dos desenhos da Disney, mas a Cuca (do Sítio do Pica-Pau Amarelo LoL), que empurrava a porta devagar e observada para ver se meus pais estavam dormindo. Ela não se importava se eu estivesse acordado, vinha até minha cama e me segurava. Acho que, sendo criança, se ela fosse minha imaginação, fazia o máximo que eu podia imaginar que era me agarrar e segurar. Ou talvez fizesse outras coisas mas que eu não lembro. Como eu disse, isso foi há mais de 30 anos atrás.

Os duendes nunca mais retornaram.

O interessante é que eu sempre sabia as noites que a Cuca viria, pois eu escutava uma pressão tamborilando nos meus ouvidos, que escuto ocasionalmente até hoje, e sabia que aquela noite ia ser horrível. Eu normalmente já sabia e ficava nervoso. Tentava não dormir e, muitas e muitas vezes passei essas noites em claro. Mas muitas vezes não conseguia dormir e, tinha pesadelos (que seguiam sempre a mesma trama, eu entrava no quarto de hóspedes, a Cuca vinha e entrava, trancando a porta por dentro e me agarrando com suas mãos sujas) quando acordava, ela já estava lá, parada do meu lado, no quarto de meus pais, me observando. Desnecessário dizer que eu não conseguia me mover, sabia que estava acordado, mas só os olhos me obedeciam. Anos depois, adolescente, eu teorizei que ela se alimentava do meu medo, jamais saberemos.

Pra piorar, nessa época eu já estava meio grandinho e meus pais queriam uma intimidade, então me passaram do quarto deles para o quarto de hóspedes. Imagina a situação. Iriam me colocar pra dormir no mesmo quarto que eu tinha pesadelos. Eles sempre acharam que minhas reclamações eram só manha para voltar a dormir com eles, então nunca mais voltei para o quarto, ainda mais que pouco tempo depois meu irmão nasceria.

É engraçado eu, adulto, tentar me lembrar das tramas dos pesadelos, que continuavam – enquanto ainda criança – a ser eu estar em casa, meu pai ou minha mãe me chamarem para o quarto de hóspedes e, lá, ser trancado junto com a Cuca. Quando fui ficando mais velho, passei a ficar mais esperto e, quando meus pais me chamavam para o quarto, passei a fugir de casa. E deu certo por algum tempo. Com o tempo, a Cuca vinha atrás de mim ou mandava algum fantasma e eu tinha que correr. Se eu conseguisse fugir dela, normalmente acordava bem e tinha uma noite de sono tranquila depois disso. Mas quando ela me pegava, acordava paralisado, com vez ou outra ela aparecendo e outras vezes apenas paralisado por 5, 10, 15 minutos.

Então, tudo parou. Dos meus cinco/seis anos até os 12/13 nunca mais tive pesadelos como aqueles.

Nesse meio tempo, dois outros fatos mais marcantes aconteceram, entre outros menores:

Um, uma prima minha Edna ou Elisa, de seus 15/16 anos, engravidou de um cara casado. Meu tio, austero, expulsou ela de casa. Lembrando que era o começo dos anos 80 e ter uma filha mãe solteira era um escândalo e vergonha para os pais, um pai expulsar a filha de casa era triste, mas a sociedade de então entendia aquilo como direito dele. E ela veio morar com a gente, no mesmo quarto que eu. Uma noite ela estava na sala, vendo TV quando viu, com o canto dos olhos, alguém saindo do quarto de hóspedes. Não era eu, claro, tinha mais a estatura de meu pai ou minha mãe. Mas não era nenhum dos dois, simplesmente saiu do quarto, passou pelo corredor que ia para a cozinha e, quando ela levantou pra ver quem era, tinha sumido. Ela estava acordada e esse vulto deixou ela incomodada e, ao invés de voltar pro quarto de hóspedes, preferiu voltar pra sala e ficar vendo TV pra não dormir. Mas ela acabou ficando com sono e cochilou. Quando acordou, ela não conseguia se mexer e viu diversos vultos em forma humana, flutuando ao redor dela. Edna lutou o quanto pôde para se mexer e, quando ela conseguiu se levantar, os vultos correram todos para dentro da TV (que nessa hora estava só na estática), ela foi correndo pro quarto, arrastou sua cama pro lado da minha e dormiu agarrada a mim.

Nos dias seguintes, apesar de meus pais terem dado toda a acolhida pra ela, que outros parentes não quiseram/puderam dar, ela acabou indo embora com medo do caso. De repente era só uma justificativa para sair de casa? Quem sabe. Mas eu, lá com meus sete anos, acreditei muito nela e em sua história.

Outra vez, meu pai e minha mãe tiveram uma briga e ele foi dormir no quarto de hóspedes. Acho engraçado que não me lembro desse caso, dele dormindo lá, mas então, ele estava deitado na cama, com raiva, quando percebeu que não podia se levantar. Nervoso com aquilo viu que tinha uma mulher – que não era minha mãe – de pé na entrada do quarto. Ela foi até ele, se deitou com ele e ele paralisado. Quando ele conseguiu se mexer, voltou correndo pro quarto da minha mãe.

O interessante é que, por algum tempo, ele ficou muito sensível ao tema, mas depois de alguns meses passou a dizer que era só imaginação dele.

Ah, tem um terceiro fato, envolvendo minha mãe. Ela tinha uma grande amizade com a cunhada dela, Nilva, que morrera uns poucos anos antes. Nossa família e a família de meus avós (dois tios, avós, primos – inclusive um casal de filhos da Nilva) iríamos todos para Minas Gerais, passando por uma estrada muito perigosa, com muitos acidentes. Como minha mãe sempre fazia, ela acordou lá pras duas da manhã (sairíamos às 5, para chegar ainda cedo lá, pois eram 4 horas de viagem) para fazer bolinhos, café e etc para a viagem. Nisso, ela estava acordada, quando sentiu uma sensação como se alguém a observasse. A sensação foi ficando forte, ela sentiu os pelos do corpo se eriçando e, da cozinha, olhou na direção do quarto de hóspedes. E havia um vulto, uma sombra ali, que veio caminhando em direção a ela. Enquanto vinha, o vulto ia tomando contornos, corpo, braços, pernas, cabeça... Minha mãe instintivamente pensou na Nilva. Ela sentiu com toda a certeza que era ela. Mas quanto mais se aproximava mais medo minha mãe tinha e ela gritou “Nilva, não aparece não. Se for você eu rezo um ave-maria e acendo uma vela” e o vulto sumiu.

No dia seguinte, de manhã bem cedo, saímos. Minha mãe contou a história pra gente, meu pai só ria (apesar de ele não duvidar, ele tbm não acreditava, não sei se vcs entendem) e fomos viajar. Na metade do caminho, meus primos (filhos da Nilva) começaram a brigar e minha prima, Lucia, pediu insistentemente para vir no nosso carro e não no carro de nosso tio com nossos avós. Meu tio insistia para ela ir no carro com eles, mas minha mae tbm brigou pra ela ir junto com a gente, algo bem raro de acontecer (minha mãe sempre preferiu engolir sapos a brigar com os outros, até hoje é assim). Eu e meu irmão íamos no “chiqueirinho” do fusca e começamos uma brincadeira infantil, como a estrada dalí em diante era uma descida íngreme com muitas curvas, ficávamos falando “Sumiu o fusca do tio” e “Apareceu o fusca do tio” a cada curva. Idiota, claro, mas ei, éramos crianças. E uma hora eu falei “Sumiu o fusca do tio”... E ele não apareceu mais. Meu pai pai e mãe logo perceberam que algo estava errado e voltaram.

O carro de meu tio havia saído da estrada, na direção de uma ribanceira enorme, ficando com uma roda de trás no acostamento, uma roda de trás livre na ribanceira e a parte da frente só estava segura porque bateu numa arvore, com apenas a própria árvore servindo para equilibrar o carro e ele não despencar. Foi um momento terrível, com outras pessoas tentando ajudar e aquele medo, se abríssemos a porta, será que o carro desequilibraria e eles cairiam para a morte? Com sorte a a juda de moradores próximos e outros motoristas, puxamos o carro com uma corda e tiramos todos de lá com vida. Machucados (pernas e braços quebrados) mas vivos. A questão é, será que aquele vulto da madrugada teria vindo para avisar minha mãe do que aconteceria? Seria uma coincidência? Será que, se minha mãe não estivesse nervosa ela deixaria de brigar com o irmão e levar minha prima conosco? E, nesse caso, havendo mais uma pessoa no carro, qual a chance de a árvore não aguentar uns míseros 30/40 quilos a mais e ceder ou o peso dela ser o fator de desequilíbrio que levaria todos para uma morte triste?

Por algum tempo depois daquilo, a casa permaneceu tranquila. Éramos um dos poucos familiares que eram tanto legais quanto tinham uma casa mais ou menor grande, então era sempre em nossa casa que primos, tios, avós e parentes vinham quando iam visitar a gente ou outros parentes, então não era incomum alguém dormir no quarto de hóspedes e, vira e mexe alguém comentava algo sobre sonhos com pessoas em forma de vultos entrando no quarto, mas eram sonhos, então... Foi um período tranquilo.

Não, não tranquilo de tudo, como eu disse, a vizinha da frente e a vizinha do lado eram ligadas à macumba e começaram a brigar entre si e sempre tentavam envolver minha mãe nas brigas e ela sempre tentando se manter o mais neutra possível. Certa vez, fui na casa da vizinha do lado com uma foto da família e ela pediu a foto. Criança, fiquei sem jeito de não dar e deixei com ela. Na semana seguinte meu pai sofreu um acidente inexplicável em casa. Quando ele soube que deixei a foto com a vizinha, me fez ir lá na hora buscar. Mas eu fiquei impressionado com a coincidência.

Mas, voltando, foi um período tranquilo, até meus 13/14 anos quando voltei a ter pesadelos. Engraçado que me havia esquecido quase completamente deles, tudo estava tranquilo quando, um dia, voltei a ter um pesadelo em que ficava preso dentro do quarto e algo muito ruim veio do corredor, algo que me assustava muito. Nisso acordei com uma pessoa flutuando sobre mim. Parecia uma índia velha, cabelos trançados e de olhos fechados, mas quando ela “sentiu” que acordei, deu um sorriso assustador, um sorriso cruel que me arrepia até hoje, quase 30 anos depois. Ela então colocou as mãos sobre minhas áxilas e eu tentei mexer, gritar, falar algo e ela ficou só me segurando por lá e sorrindo de forma cruel. Ela então sumiu. Eu tentava me mexer mas por longos minutos experimentava aquela terrível experiência. Quando eu consegui voltar a me mover, levantei da cama. De todos os casos de pesadelos seguidos de paralisia do sono que tive, aquele foi o mais real de minha vida, eu não sinto que estava dormindo e sonhei, mas que estava realmente acordado.

Eu dormia com meu irmão no mesmo quarto e, vira e mexe, ele tbm tinha pesadelos, ficando nós dois acordados o tempo que fosse preciso para não dormirmos. Devia ser mais ou menos 1988/1989 e eu comecei a escrever os sonhos num caderno. Minha memória sempre foi péssima, por isso mesmo, escrever no caderno me ajudava a lembrar. Eu tinha uma noite de pesadelos e escrevia os sonhos com data e tudo. Com os anos – sim, foram anos – descobri que em 90% das vezes que tinha pesadelos eu escutava um som estranho nos ouvidos, como um tambor batendo ao longe e sabia que naquela noite teria pesadelos. Talvez fosse presciência, talvez fosse auto-sugestão, mas raras eram as vezes que escutava aquele tum tum tum e que não tinha pesadelos (mais pra frente comento mais sobre esse tema). Também percebi que eu sonhava e, invariavelmente, quando acordava, eram 3:00 da manhã. Não tínhamos internet naquela época, então não tinha como eu saber se aquele horário tinha algum significado oculto, mas com o tempo, descobri que se eu ficasse acordado até as 03:01, eu podia dormir tranquilo que não teria os pesadelos. Claro, alguns dias não dava certo. Mas no geral, funcionava. O meu “medo” dos pesadelos eram tão grandes que com o tempo eu passei a ir dormir, acordava às duas da manhã automaticamente pra ficar até depois das 3 e, logo depois, voltar a dormir.

E, no meu caderno, sempre colocava os sonhos. Com o tempo, eu sabendo que a Pisadeira (que era o nome que meus pais davam) tentaria me pegar, passava a perceber que era sonho e a sair de casa. No geral, funcionava. Se eu escapasse, acordava normal. Se ela me pegasse, eu acordava com paralisia do sono.

Vizinha Macumbeira

Mais ou menos nessa época, ou um pouco depois, eu já estava com uns 16 anos, a vizinha macumbeira do lado começou a ficar doente. Largou tudo da religião antiga dela e virou crente. Dizem as pessoas, uma tia e minha mãe, que coisas aconteciam na casa dela, cadeiras e mesas se mexiam, a cama da mulher vivia balançando e um monte de coisa comum em estórias de pessoas que fazem pacto com o demônio e ele vem buscar. Mais de uma vez minha mãe me perguntou se eu queria ir lá ver, mas não era nem medo. O que eu ia fazer na casa de uma vizinha que estava, sei lá, possuída? Ia conversar com o espírito? Não, né.

E um dia, cheguei da escola, lá pras seis da tarde, tomei meu banho e, quando saí, essa vizinha – que até o dia anterior estava acamada – estava lá em casa, na cozinha. L Dei um “oi” pra ela e fui pra meu quarto. Ah, nessa época meu pai ampliou a casa e eu já tinha um quarto próprio, sem ser o de hóspedes (um quarto em que até tinha pesadelos, mas bem ocasionais) e então fui pra lá pra não conversar com essa vizinha.

Eu estava ouvindo música quando ouço minha mãe gritar. Eu me levanto rapidamente, abro a porta e vejo a velha rindo e batendo palmas e minha mãe dando círculos na copa da casa, falando algo como “Abalaô”, repetindo incessantemente. Embora eu não seja um homem especialmente forte, minha mãe sempre foi franzina, mas eu tentei segurar ela e não consegui. Ela não me olhava nos olhos, era como se estivesse hipnotizada. Chamei meus tios (que eram nossos vizinhos) e, enquanto minha tia tentava acalmar minha mãe, ela me pediu em gritos pra tirar a vizinha. Eu puxei ela de casa e levei até o portão. Muito preocupado com minha mãe.

Quando eu consegui levar a vizinha para fora e voltar, minha mãe estava chorando na cozinha, ela fazia aquele gesto de quem está sujo e tentava se limpar e repetia muito isso, que estava suja. Muito suja. Minha tia e meu tio pegaram ela, de carro e a levaram a um centro espírita próximo. Ela deixou um incenso ou algo do tipo queimando na cômoda e se foi.

Enquanto isso, eu fiquei em casa tomando conta da casa e de meus irmãos e primo. Quando eu voltei, surpresa, os pratos da cômoda estavam quebrados no meio. Não no meio como se tivesse uma trinca, no meio formando um S. Falando assim, “formando um S” sei que não parece nada, mas era estranho demais vários pratos quebrados da mesma forma, uma forma tão anti-natural assim.

Mais tarde, minha mãe voltou pra casa, ainda se sentindo muito suja, e contou que enquanto estava dando café pra vizinha, ela começou a rir e a cara dela se transformou em algo tipo uma cara de gato e o sorriso dela ia aumentando, aumentando até que minha mãe perdeu a consciência. Não lembro exatamente o que aconteceu, qual a explicação que o pessoal do centro espírita deu, faz muito tempo, mas acho que a mulher queria meio que oferecer minha mãe ao demônio com o qual tinha o tal contrato. Depois disso a vizinha piorou e morreu.

Bom, ainda que ela tivesse ido, ocasionalmente ainda víamos vultos pela casa, normalmente na forma de uma sombra negra que passava atrás da gente e que só percebíamos pelos cantos dos olhos. Meus pesadelos continuaram.

Pesadelos, paralisia do sono, medo, pensamentos suicidas

Enfim, uns anos depois, eu fui servir ao exército. Na verdade, ao Tiro de Guerra, que é uma espécie de serviço militar pra quem trabalha e não pode servir o quartel, então, íamos de manhã, marchávamos, aprendíamos o básico do básico e voltávamos pra nossa vidinha de estudos e trabalho, podendo dormir em casa todos os dias, exceto um dia na semana em que tínhamos que passar a noite guardando o quartel. Foi um período muito ruim da minha vida. Os pesadelos voltaram com muita força naquela época. Eu ficava muitas vezes a noite toda sem dormir, “acordava” de madrugada para o serviço no Tiro de Guerra, ia pra escola até de tarde e, depois, estágio. Mas não era só isso. Sou muito reservado, educado, então ter que lidar com todo tipo de pessoa no quartel nem sempre era fácil. Mais de uma vez quase me envolvi em brigas físicas com pessoas lá que eu nem sabia o que eu tinha feito para elas quererem brigar comigo. Em casa também, muitos problemas (a maior parte aquela coisa de adolescente que “ninguém me entende”). Como eu estava sempre com sono, me afastava dos amigos e dormia toda vez que tinha oportunidade (durante o dia). Sentia que era muito cobrado em casa, no quartel e na escola. Certa vez peguei a arma e fiquei uns 10 minutos pensando em como seria fácil acabar com todos os meus problemas.

Não voltei a ficar 15 minutos encarando a arma, eu pensava mais em como meus pais ficariam se eu fizesse aquilo do que em todo o resto e vivia dizendo que não faria aquilo com eles. Mas tudo dava errado e cada dia que eu estava servindo eu ficava pensando em como seria acabar com tudo. Sem pesadelos, sem sono, sem estresse, sem pessoas chatas no quartel. E comecei a pensar, com os dias, em como seria bom descansar.

Engraçado que, um dia, após sair do quartel, encontrei uma mãe e filha em frente a uma loja. A menina, de seus cinco anos, parecia um anjo. Sem preconceitos, loirinha, olhos azuis. Ela me viu, disse “Olha, mãe, um soldado” e me cumprimentou com as mãos estendidas de uma forma engraçada. A mãe pediu desculpas mas a menina começou a falar um monte de coisas, que eu era soldado e tomava conta das pessoas e me deu um tchau. Foi uma coisa estranha. Era como se eu tivesse saído daquele encontro rápido de alma lavada. O sorriso que eu esbocei só pra animar a menina, não saiu da minha cara. Fui pra casa esse dia e dormi, acho que foi o dia que eu mais dormi na minha vida, devia ser umas 10/11 horas da manhã quando encontrei a mãe e filha, cheguei em casa, almocei e fui cochilar. Acordei achando que tinha dormido umas 8 horas. Mas era a hora do almoço do dia seguinte. Nunca vou entender, pode ter sido coincidência ou coisa da minha cabeça? Com certeza. Mas ao mesmo tempo, nunca tirei da mente que era algo mais. Porque, fora uma vez ou outra, os pesadelos acabaram. Por muito tempo dessa vez.

República do Medo

Nisso, outro par de anos se passa. Meu pai se aposentou e se mudou para outra cidade do interior, menos violenta, levando meus irmãos e minha mãe. Acabei ficando sozinho com a casa. E, meio que eu sentia que se ficasse sozinho, não ia ser legal. Então chamei alguns colegas de estudo que também trabalhavam na mesma empresa para morarem lá. Como eles moravam em outra cidade, era bom pra eles e pra mim.

Eram eles Márcio, o mais novo, mas depois de mim, o mais responsável. Muito inteligente. Rafaelle, também muito inteligente. Tadeu, um sujeito bom de papo e sempre animado, Bolinha – que era a paixão das mulheres da rua – Reginaldo Capitinga, meio jeca, e Melvin, o mais “eshpertu” da turma, gente boa mas metido a malandro. E eu, claro.



Bom, como eu tinha meu próprio quarto, deixei o resto do pessoal se arrumar como achassem melhor. E Bolinha e Rafaelle se foram para o quarto de hóspedes. Claro, eu nem tocava em assuntos do tipo. Na primeira semana, tudo correu bem até domingo. Enquanto todo mundo estava vendo TV na sala, Bolinha disse que ia dormir porque tinha que acordar cedo no outro dia. E foi. 10 minutos depois ele saiu gritando do quarto, falando que tinha um homem lá dentro, um ladrão, e correu pro quintal. A janela do quarto era gradeada, não tinha como um ladrão entrar, eu e os outros fomos atrás do Bolinha e, depois de acalmar ele voltamos pra dentro de casa e o Melvin estava no quarto, morrendo de rir. Quando a gente entrou ele disse “Olha, não tem ladrão debaixo do colchão” e riu “não tem ladrão debaixo do travesseiro” e riu. Acho que alivou o clima. Menos pro Bolinha, que disse que ladrão foi a primeira coisa que ele pensou em dizer.

O vulto.

Bolinha havia se deitado no quarto quando alguém entrou. Ele achou que era o Rafaelle e não se mexeu. A pessoa veio e ficou de frente pra ele e se abaixou para ver se o Bolinha estava acordado. Bolinha disse “Estou acordado, que houve?” e a pessoa, um vulto mais escuro que a penumbra do quarto, simplesmente sumiu como que por mágica. Foi nisso que Bolinha saiu correndo.

Bom, foi uma noite de muitas conversas, estórias e histórias. Não comentei nada da casa (acho) mas todo mundo contou alguma estória que conhecia e falou que era pro Bolinha se acalmar. Menos Rafaelle. Católico, ele desdenhava de fantasmas e esse tipo de coisa cunhou a frase “Trouxa” pra zoar o Bolinha.

Duas semanas depois, também num domingo (nesse meio tempo, eu havia reencontrado meu caderno de notas, passei a anotar até os dias que essas coisas aconteciam) foi a vez de Rafaelle ir dormir mais cedo. Eu tinha saído para namorar e, quando voltei, encontrei todo mundo agitado de novo. Aparentemente, Rafaelle estava dormindo quando sentiu alguém entrando no quarto. Ele abriu apenas o mínimo possível os olhos e viu que alguém tinha ido pra cama do Bolinha, aparentemente procurando por algo. Era o Bolinha, na mente do Rafa. E nisso, não encontrando o que procurava, ele foi até a cama do Rafa, se abaixando. Rafaelle logo pensou “É o Bolinha querendo me dar um susto porque eu zoei ele, vou zoar ele de volta” e quando o vulto que ele pensou ser o Bolinha chegou bem perto dele, Rafaelle disse “Buuuuu, peguei!” e a pessoa sumiu instantaneamente, deixando nosso amigo apavorado.

No dia seguinte, Rafaelle não voltou pra República. Na verdade, uns dois ou três dias depois o pai dele veio, agradeceu a gente ter deixado ele ficar lá e levou embora todas as coisas dele. Sério, Rafaelle nunca mais nem voltou na casa. Ainda hoje, eu encontro com ele no trabalho e vez ou outra ele pergunta da casa. Uma única vez ele perguntou se alguém viu alguma coisa, mas eu preferi não levar adiante o caso.

Não foi o último caso, na verdade, nos 3 anos seguintes aconteceram todo tipo de coisas pequenas. Foi nessa época, 1988, que eu escrevi um texto igual a esse, num antigo fórum de internet chamado Survivors (que era um dos mais conhecidos do Brasil da época, com alguns vários milhares de Usuários) com o título A Casa Mal-Assombrada do Góris. Uma pena o fórum ter fechado. De todas as vezes que escrevi essa história, acho que foi a que tinha mais dados, pois eu ainda tinha o caderno e peguei coisa de anos e anos antes para contar.

Uma coisa que, particularmente me marcou, é que tanto Bolinha quanto uma menina que nos visitava sempre, comentaram uma vez – obvio, em ocasiões diferentes – se tinha alguém enterrado na casa. Assim, o Bolinha tinha toda a razão do mundo em perguntar. Mas a menina não. Nunca entenderei por que ela perguntou isso. E não seria a última a perguntar.

Pois bem, tem outra ainda na época da República que vale a pena comentar. Tínhamos um novo colega (como eu disse, 3 anos) chamado W. E ele dormia nem sei aonde ou com quem. Mas um dia em que estávamos só eu e ele, acordei com ele me abraçando. Oooops. Não sou homofóbico, longe disso, mas tbm não sou tão simpatizante assim e acordar com um homem me agarrando não foi a coisa mais legal que poderia me acontecer. Eu empurrei W. no chão, acendi a luz e, quando ia falar algo, percebi que ele estava chorando e tremendo.

Ele estava na copa da casa, num sofá que tinha lá e ficava de frente pro quarto de hóspedes, quando disse que sentiu a porta se abrindo. Com a casa toda fechada, ele ficou preocupado e parou tudo que estava fazendo. E então, era como se o corredor do quarto fosse ficando mais e mais escuro, mesmo com as luzes da copa acesas, e W. sentiu que uma pessoa estava se formando lá dentro. W entrou em pânico e se levantou, indo na direção da cozinha e de meu quarto, quando olhou pra trás e podia jurar que tinha um vulto em forma humana na porta do quarto de hóspedes. E nisso ele foi correndo pro meu quarto.

Bom, até eu fiquei com medo da descrição que ele deu. Deixei o W dormir no meu quarto aquela noite e nas próximas. Na primeira noite ele pegou uns 3 edredons e usou como colchão e, nos dias seguintes pegava o colchão da própria cama. Algum tempo depois também ele foi embora dali. Isso foi em começos de 2001, se não me engano. De qualquer forma, eu teria pedido a ele que saísse, pois ia me casar em dezembro do mesmo ano.

Ao me casar, após as primeiras semanas e meses tranquilos, a esposa me contou, assustada, que passou por uma experiência terrível de manhã. Eu saí para trabalhar e ela sentiu como se alguém deitasse do lado dela. Ela se virou para perguntar “Voltou, amor?” mas não conseguia se mexer. A experiência foi horrível, pois ela sentia que havia outro homem alí, com ela. A tocando. E ficou o dia todo chorando muito.

Eu, ao voltar pra casa e ouvir a história, gelei. Mas não podia falar a verdade para ela. Como falar pra pessoa com quem você tinha acabado de se casar, que a casa onde moravam poderia ser mal-assombrada? E eu torcia para que fosse só aquele evento. Não foi.

Em outra ocasião, ela acordou de madrugada (nesse período, eu estava trabalhando a noite toda e ficava de dia em casa) e havia um homem na porta do quarto. Não um homem que fosse um bandido, mas uma sombra em forma de homem. Ela cobriu a cabeça, rezou um Pai Nosso e, quando se descobriu, não tinha ninguém. Ela aproveitou para acender todas as luzes da casa e, nos dias seguintes, também não dormia durante a noite. Na verdade, antes dela me contar essas duas histórias, ela justamente foi a terceira pessoa a me perguntar “Tem alguém enterrado aqui?”, o que me gelou e me fez perguntar da história.

Em outra ocasião, fui viajar com a esposa (atual ex) e deixei meu irmão e um amigo tomando conta da casa.

Meu irmão conta que ele estava na copa (na verdade, depois de casado transformei a copa numa segunda sala, de micro e TV) mexendo no computador quando ele viu uma criança negra saindo do quarto. A criança veio vindo e meu irmão ficou abobado, ele não conseguia se atinar para o que estava acontecendo, se era real ou não, até a criança tocar no joelho dele e dar um choque que o fez se levantar e sair correndo da casa.

Bom, ao mesmo tempo que zoamos muito ele, tbm ficamos meio assim, preocupados.

Nessa época, começamos a assistir à série Assombração, de algum canal por assinatura.

A trama de todo episódio (dramatização de “casos reais”) era uma família se mudando para uma casa, coisas pequenas acontecendo, acumulando e se tornando coisas maiores, até a família decidir levar um padre ou pastor na casa, tudo melhorar (com o famoso cheiro de rosas – que inclusive rolou na minha casa) e, algum tempo depois, tudo voltar. Forçando, em 90% das vezes, à família a se mudar dali.

Sério, se vc procurar na net deve encontrar, a solução normalmente é mudar mesmo.

Tivemos a idéia de levar amigos evangélicos, espiritas e católicos na casa. Engraçado que os amigos espíritas, todos, foram categóricos em dizer que não havia nada lá. Já os evangélicos, acabaram levando um pastor que fez uma bela celebração na casa, orou e pediu para Deus abençoar a casa. Assim como na série, a ex esposa disse ter sentido cheiro de rosas (não lembro se eu senti) e, por muitos meses tudo voltou ao normal. Mas ocasionalmente, coisas começaram a sumir e reaparecer em lugares que a gente já tinha procurado, voltei a ter pesadelos – sem sonhos dessa vez, apenas acordava com paralisia do sono – e alguns eventos que a ex reclamava de ver vultos pelo canto dos olhos mesmo durante o dia.

Vitória?

Bom, além da idéia de levar um padre ou pastor, os seriados nos deram a melhor idéia de como lidar com uma casa mal-assombrada: Nos mudamos.

Deu certo, ao menos na maioria das coisas. Eu ocasionalmente ainda tenho paralisia do sono, algo horrível, mas no geral, nada pior que isso.

Acabei me casando de novo, uma pessoa totalmente diferente de minha ex, mas que sempre que ia visitar meus familiares na casa, se sentia incomodada de novo. Eu mesmo, sempre sentia algo assustador na casa, quando era noite. Era como se algo ou alguém pudesse aparecer a qualquer momento. Incômodo.

Bom, em 2015 meu pai faleceu. Uma pessoa maravilhosa que sentiremos falta para todo o sempre.

Por que eu cito isso? Logo na semana seguinte à morte dele, eu pensei “Nossa, se eu entrar na casa, vou sentir medo dele aparecer” mas foi o oposto, todo o clima pesado que tinha na casa havia sumido. Era como se ele tivesse finalmente, do outro lado, podido limpar a casa. Ou então, o que quer que tivesse sido enterrado na casa, era para ele, apenas para ele. E como sua partida, também deixou esse plano. Não sei. Mas graças a Deus, a casa agora parece legal.

Não, não estou morando nela. Mas todo o clima estranho que tinha dentro dela, principalmente no corredor e no quarto de hóspedes, meio que sumiu. Coincidência? Dá medo pensar que alguém pudesse ter tido o trabalho de entrar em contato com algo maligno pra prejudicar meu pai, algo que teria ficado prejudicando todos ao redor da casa e que, uma vez ele partido, esse algo esteja livre para ir embora. Mas tbm dá pra pensar que, lá de onde ele está, meu pai pode estar intercedendo por nós, de alguma forma. Ou que talvez seja tudo coincidências e fruto de imaginação. Quem pode ter certeza?

Edit: Agora que li, não comentei que minha mãe suspeitava que uma vizinha, essa ligada à religiões afro, possa ter feito um trabalho contra meu pai, mas já escrevi muito, uma hora explico melhor.
Já pensou em romancear essas histórias?
 

Geo

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veio automaticamente, até hoje nunca senti um medo assim
Ummmm... :kpensa Parece ser uma típica reação do teu centro coronariano à presença de um espírito de baixa frequência. Mas não se assuste, o remédio é simples. Se tu és religioso, ore. Se tu és ateu ou agnóstico, mentalize em algo que te tenha significado positivo. O que importa é mostrar ao espírito que ele não conseguirá nada de ti, que se afastará. Desculpe, mas cuidado com que tu andas pensando, rapaz!

Ou então o lugar em que vives tem um histórico espiritual complicado. Já morei em prédio antigo com histórico de suicídios e era comum ver vultos nos corredores.
 

Geo

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Me disseram isto também, o meu primo quis mas foi bem antes de todo este acontecimento, então eu acho que não tem ligação.
Há mais alguém que queira agora? Interessante. É a primeira vez que vejo um relato assim. Já vi muitos casos de sonhos anunciando uma criança que virá, mas por meio de uma visão, nunca vi.
 

Goris

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Já pensou em romancear essas histórias?
Acho que não tenho essa habilidade, mas seria bem legal.

O foda é que vira e mexe eu lembro se pequenos detalhes, coisas que esqueci de comentar (porque foram 20 anos morando na casa) e o relato nunca fica completo.
 

Geo

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A Casa Mal-Assombrada do Góris!

Bem, essa é a história, parte dela, sobre a casa em que morei durante toda minha infância e parte da vida adulta e onde hoje mora minha irmã. À princípio não é diferente de nenhuma casa da rua, não tem formato bizarro, nem 100 anos de histórias ou pessoas que tenham morrido lá, então, teoricamente, não deveria haver nenhum problema com a casa. Mas uma série de eventos, acontecidos com meus pais, eu, meu irmão, parentes e amigos me fez pensar por muito tempo que poderia haver algo de errado alí. O engraçado é que um ou outro evento pode parecer cena de filme, não porque tive que copiar de um filme pra dar mais cor, não, mas provavelmente porque todos esses relatos acabam por ter algo em comum, ainda mais quando se baseiam em eventos reais (ou algo assim).

Uma das partes mais difíceis de se contar um relato é decidir quando começar. Com a casa? Com meus pais? Comigo?

Então, vamos começar com meus pais e com a casa.

Meus pais compraram a casa em 1974, era uma rua de terra batida, ladeira, com pouco mais que uma dúzia de casas nessa época. Não havia casa antiga lá e, na verdade, meu pai teve que escavar uns bons metros de terra para aplainar o terreno e colocar ele mais ou menos no nível da rua. Eles contruíram uma casa no fundos do terreno, a famosa meia-água, enquanto construíam a casa maior. Meu pai sempre foi uma pessoa trabalhadora e honesta, tal qual minha mãe, então não arrumava brigas com vizinhos nem nada. Mas tanto a vizinha que morava em frente à nossa casa, quanto a vizinha que morava do lado dela, ambas inimigas e ambas ligadas à centros espíritas (afro), minha mãe suspeitava, gostavam dele.

O fato é que uma das vizinhas disse que a outra tinha feito um trabalho para separar os dois e enterrado na casa (algo que só fiquei sabendo ano passado, conversando com minha mãe) mas minha mãe foi ver a obra e não tinha nenhum sinal de algo enterrado, então achou que era fofoca e acabou caindo no esquecimento.

Isso foi sábio de tua mãe: não cair na fofoca.

Quando a casa finalmente ficou pronta, uma simples casa de quatro cômodos, simples mas motivo de muito orgulho para meus pais, eu já tinha meus 3 anos e nos mudamos pra lá. Dizer que hoje, mais de 30 anos depois, eu me lembro de tudo em detalhes não é verdade, ainda mais que tenho até hoje a fama de ser bem esquecido. Mas algumas coisas te marcam tanto (e, principalmente, passei a escrever sobre elas, anos depois) que vc nunca esquece realmente.

Nessa época eu dormia com meus pais e sempre via duendes à noite quando todos dormiam. Eu iria rir se ouvisse isso de outra pessoa, mas como aconteceu comigo...
Não, não é engraçado. Existem espíritos que se apresentam com pequenos perispíritos, refletindo sua postura subalterna, normalmente auxiliares de outro que lhes exerce autoridade. Podes pensar neles como puxa-sacos de algum chefe.

Minha mãe tinha uma espécie de capelinha com a Aparecida do Norte no quarto e ela iluminava a parte do quarto onde ficava minha cama. Então era fácil ver os duendes entrando no quarto, por debaixo da fresta da porta, indo para uma caixa grande onde ficavam os sapatos e fazendo coisas de duendes. E não sei se eles falaram isso ou se eu apenas “sentia” mas não deveria falar com meus pais sobre eles. E, por algum tempo, eu não falei. E eles sempre repetiam esse dia-a-dia. Era até legal, me sentia reconfortado de alguma forma.

Mas um dia eu contei a meus pais. Obviamente eles não acreditaram. Sem problemas... Até que depois daquela noite eles nunca mais apareceram. No lugar deles, passou a vir uma espécie de bruxa, não uma bruxa como a dos desenhos da Disney, mas a Cuca (do Sítio do Pica-Pau Amarelo LoL), que empurrava a porta devagar e observada para ver se meus pais estavam dormindo. Ela não se importava se eu estivesse acordado, vinha até minha cama e me segurava. Acho que, sendo criança, se ela fosse minha imaginação, fazia o máximo que eu podia imaginar que era me agarrar e segurar. Ou talvez fizesse outras coisas mas que eu não lembro. Como eu disse, isso foi há mais de 30 anos atrás.

Os duendes nunca mais retornaram.

Crianças antes do 7 anos de idade têm uma mediunidade natural porque o processo de encarnação ainda não está completo. É normal ver espíritos sob as mais variadas formas, principalmente aqueles espíritos medíocres que aparecem como bruxas ou outras formas grotescas com a intenção de parecer mais poderosos e ameaçadores do que são.

O interessante é que eu sempre sabia as noites que a Cuca viria, pois eu escutava uma pressão tamborilando nos meus ouvidos, que escuto ocasionalmente até hoje, e sabia que aquela noite ia ser horrível. Eu normalmente já sabia e ficava nervoso. Tentava não dormir e, muitas e muitas vezes passei essas noites em claro. Mas muitas vezes não conseguia dormir e, tinha pesadelos (que seguiam sempre a mesma trama, eu entrava no quarto de hóspedes, a Cuca vinha e entrava, trancando a porta por dentro e me agarrando com suas mãos sujas) quando acordava, ela já estava lá, parada do meu lado, no quarto de meus pais, me observando. Desnecessário dizer que eu não conseguia me mover, sabia que estava acordado, mas só os olhos me obedeciam. Anos depois, adolescente, eu teorizei que ela se alimentava do meu medo, jamais saberemos.

Tua teoria procede.

Pra piorar, nessa época eu já estava meio grandinho e meus pais queriam uma intimidade, então me passaram do quarto deles para o quarto de hóspedes. Imagina a situação. Iriam me colocar pra dormir no mesmo quarto que eu tinha pesadelos. Eles sempre acharam que minhas reclamações eram só manha para voltar a dormir com eles, então nunca mais voltei para o quarto, ainda mais que pouco tempo depois meu irmão nasceria.

É engraçado eu, adulto, tentar me lembrar das tramas dos pesadelos, que continuavam – enquanto ainda criança – a ser eu estar em casa, meu pai ou minha mãe me chamarem para o quarto de hóspedes e, lá, ser trancado junto com a Cuca. Quando fui ficando mais velho, passei a ficar mais esperto e, quando meus pais me chamavam para o quarto, passei a fugir de casa. E deu certo por algum tempo. Com o tempo, a Cuca vinha atrás de mim ou mandava algum fantasma e eu tinha que correr. Se eu conseguisse fugir dela, normalmente acordava bem e tinha uma noite de sono tranquila depois disso. Mas quando ela me pegava, acordava paralisado, com vez ou outra ela aparecendo e outras vezes apenas paralisado por 5, 10, 15 minutos.

Então, tudo parou. Dos meus cinco/seis anos até os 12/13 nunca mais tive pesadelos como aqueles.

É, normalmente as interações espirituais das primeira infância terminam até os 7 anos. Amigos invisíveis, fadas, monstros em baixo da cama, etc. tudo isso tem origem em percepções mediúnicas que as crianças interpretam conforme sua cultura.

Nesse meio tempo, dois outros fatos mais marcantes aconteceram, entre outros menores:

Um, uma prima minha Edna ou Elisa, de seus 15/16 anos, engravidou de um cara casado. Meu tio, austero, expulsou ela de casa. Lembrando que era o começo dos anos 80 e ter uma filha mãe solteira era um escândalo e vergonha para os pais, um pai expulsar a filha de casa era triste, mas a sociedade de então entendia aquilo como direito dele. E ela veio morar com a gente, no mesmo quarto que eu. Uma noite ela estava na sala, vendo TV quando viu, com o canto dos olhos, alguém saindo do quarto de hóspedes. Não era eu, claro, tinha mais a estatura de meu pai ou minha mãe. Mas não era nenhum dos dois, simplesmente saiu do quarto, passou pelo corredor que ia para a cozinha e, quando ela levantou pra ver quem era, tinha sumido. Ela estava acordada e esse vulto deixou ela incomodada e, ao invés de voltar pro quarto de hóspedes, preferiu voltar pra sala e ficar vendo TV pra não dormir. Mas ela acabou ficando com sono e cochilou. Quando acordou, ela não conseguia se mexer e viu diversos vultos em forma humana, flutuando ao redor dela. Edna lutou o quanto pôde para se mexer e, quando ela conseguiu se levantar, os vultos correram todos para dentro da TV (que nessa hora estava só na estática), ela foi correndo pro quarto, arrastou sua cama pro lado da minha e dormiu agarrada a mim.

Nos dias seguintes, apesar de meus pais terem dado toda a acolhida pra ela, que outros parentes não quiseram/puderam dar, ela acabou indo embora com medo do caso. De repente era só uma justificativa para sair de casa? Quem sabe. Mas eu, lá com meus sete anos, acreditei muito nela e em sua história.
Tens certeza de que não haviam enterrado nada lá? Tipo uma cabeça de jegue como dizem lá na Bahia?

Outra vez, meu pai e minha mãe tiveram uma briga e ele foi dormir no quarto de hóspedes. Acho engraçado que não me lembro desse caso, dele dormindo lá, mas então, ele estava deitado na cama, com raiva, quando percebeu que não podia se levantar. Nervoso com aquilo viu que tinha uma mulher – que não era minha mãe – de pé na entrada do quarto. Ela foi até ele, se deitou com ele e ele paralisado. Quando ele conseguiu se mexer, voltou correndo pro quarto da minha mãe.

O interessante é que, por algum tempo, ele ficou muito sensível ao tema, mas depois de alguns meses passou a dizer que era só imaginação dele.

Ah, tem um terceiro fato, envolvendo minha mãe. Ela tinha uma grande amizade com a cunhada dela, Nilva, que morrera uns poucos anos antes. Nossa família e a família de meus avós (dois tios, avós, primos – inclusive um casal de filhos da Nilva) iríamos todos para Minas Gerais, passando por uma estrada muito perigosa, com muitos acidentes. Como minha mãe sempre fazia, ela acordou lá pras duas da manhã (sairíamos às 5, para chegar ainda cedo lá, pois eram 4 horas de viagem) para fazer bolinhos, café e etc para a viagem. Nisso, ela estava acordada, quando sentiu uma sensação como se alguém a observasse. A sensação foi ficando forte, ela sentiu os pelos do corpo se eriçando e, da cozinha, olhou na direção do quarto de hóspedes.
A reação dos pelos, normalmente em resposta a um resfriamento do ambiente, é típica da aproximação de um ser que está absorvendo energia para fazer algo, como por exemplo se materializar. Lógico, a energia tem que sair de algum lugar. A energia térmica do ambiente é uma boa fonte.

E havia um vulto, uma sombra ali, que veio caminhando em direção a ela. Enquanto vinha, o vulto ia tomando contornos, corpo, braços, pernas, cabeça... Minha mãe instintivamente pensou na Nilva. Ela sentiu com toda a certeza que era ela. Mas quanto mais se aproximava mais medo minha mãe tinha e ela gritou “Nilva, não aparece não. Se for você eu rezo um ave-maria e acendo uma vela” e o vulto sumiu.
É assim que se defende! Se és ateu, pense em algo positivo. Normalmente quem faz isso (se materializar dessa forma e sem um preparo) não é bom.

No dia seguinte, de manhã bem cedo, saímos. Minha mãe contou a história pra gente, meu pai só ria (apesar de ele não duvidar, ele tbm não acreditava, não sei se vcs entendem) e fomos viajar. Na metade do caminho, meus primos (filhos da Nilva) começaram a brigar e minha prima, Lucia, pediu insistentemente para vir no nosso carro e não no carro de nosso tio com nossos avós. Meu tio insistia para ela ir no carro com eles, mas minha mae tbm brigou pra ela ir junto com a gente, algo bem raro de acontecer (minha mãe sempre preferiu engolir sapos a brigar com os outros, até hoje é assim). Eu e meu irmão íamos no “chiqueirinho” do fusca e começamos uma brincadeira infantil, como a estrada dalí em diante era uma descida íngreme com muitas curvas, ficávamos falando “Sumiu o fusca do tio” e “Apareceu o fusca do tio” a cada curva. Idiota, claro, mas ei, éramos crianças. E uma hora eu falei “Sumiu o fusca do tio”... E ele não apareceu mais. Meu pai pai e mãe logo perceberam que algo estava errado e voltaram.

O carro de meu tio havia saído da estrada, na direção de uma ribanceira enorme, ficando com uma roda de trás no acostamento, uma roda de trás livre na ribanceira e a parte da frente só estava segura porque bateu numa arvore, com apenas a própria árvore servindo para equilibrar o carro e ele não despencar. Foi um momento terrível, com outras pessoas tentando ajudar e aquele medo, se abríssemos a porta, será que o carro desequilibraria e eles cairiam para a morte? Com sorte a a juda de moradores próximos e outros motoristas, puxamos o carro com uma corda e tiramos todos de lá com vida. Machucados (pernas e braços quebrados) mas vivos. A questão é, será que aquele vulto da madrugada teria vindo para avisar minha mãe do que aconteceria? Seria uma coincidência? Será que, se minha mãe não estivesse nervosa ela deixaria de brigar com o irmão e levar minha prima conosco? E, nesse caso, havendo mais uma pessoa no carro, qual a chance de a árvore não aguentar uns míseros 30/40 quilos a mais e ceder ou o peso dela ser o fator de desequilíbrio que levaria todos para uma morte triste?
Quando não é nossa hora não é preciso uma materialização espetaculosa como aquela. Isso é coisa de espírito inferior que quer se meter medo. Pode ser que a entidade quis atacar mentalmente outra pessoa da família que não tivesse preparo espiritual como tua mãe, começar uma briga e causar um acidente.

Mas sim, coisas como perder um ônibus, decidir mudar de carro na hora, etc. são inspirados pelos bons espíritos quando não é nossa hora.

Por algum tempo depois daquilo, a casa permaneceu tranquila. Éramos um dos poucos familiares que eram tanto legais quanto tinham uma casa mais ou menor grande, então era sempre em nossa casa que primos, tios, avós e parentes vinham quando iam visitar a gente ou outros parentes, então não era incomum alguém dormir no quarto de hóspedes e, vira e mexe alguém comentava algo sobre sonhos com pessoas em forma de vultos entrando no quarto, mas eram sonhos, então... Foi um período tranquilo.

Não, não tranquilo de tudo, como eu disse, a vizinha da frente e a vizinha do lado eram ligadas à macumba e começaram a brigar entre si e sempre tentavam envolver minha mãe nas brigas e ela sempre tentando se manter o mais neutra possível. Certa vez, fui na casa da vizinha do lado com uma foto da família e ela pediu a foto. Criança, fiquei sem jeito de não dar e deixei com ela. Na semana seguinte meu pai sofreu um acidente inexplicável em casa. Quando ele soube que deixei a foto com a vizinha, me fez ir lá na hora buscar. Mas eu fiquei impressionado com a coincidência.

Mas, voltando, foi um período tranquilo, até meus 13/14 anos quando voltei a ter pesadelos. Engraçado que me havia esquecido quase completamente deles, tudo estava tranquilo quando, um dia, voltei a ter um pesadelo em que ficava preso dentro do quarto e algo muito ruim veio do corredor, algo que me assustava muito. Nisso acordei com uma pessoa flutuando sobre mim. Parecia uma índia velha, cabelos trançados e de olhos fechados, mas quando ela “sentiu” que acordei, deu um sorriso assustador, um sorriso cruel que me arrepia até hoje, quase 30 anos depois. Ela então colocou as mãos sobre minhas áxilas e eu tentei mexer, gritar, falar algo e ela ficou só me segurando por lá e sorrindo de forma cruel. Ela então sumiu. Eu tentava me mexer mas por longos minutos experimentava aquela terrível experiência. Quando eu consegui voltar a me mover, levantei da cama. De todos os casos de pesadelos seguidos de paralisia do sono que tive, aquele foi o mais real de minha vida, eu não sinto que estava dormindo e sonhei, mas que estava realmente acordado.

Eu dormia com meu irmão no mesmo quarto e, vira e mexe, ele tbm tinha pesadelos, ficando nós dois acordados o tempo que fosse preciso para não dormirmos. Devia ser mais ou menos 1988/1989 e eu comecei a escrever os sonhos num caderno. Minha memória sempre foi péssima, por isso mesmo, escrever no caderno me ajudava a lembrar. Eu tinha uma noite de pesadelos e escrevia os sonhos com data e tudo. Com os anos – sim, foram anos – descobri que em 90% das vezes que tinha pesadelos eu escutava um som estranho nos ouvidos, como um tambor batendo ao longe e sabia que naquela noite teria pesadelos. Talvez fosse presciência, talvez fosse auto-sugestão, mas raras eram as vezes que escutava aquele tum tum tum e que não tinha pesadelos (mais pra frente comento mais sobre esse tema). Também percebi que eu sonhava e, invariavelmente, quando acordava, eram 3:00 da manhã. Não tínhamos internet naquela época, então não tinha como eu saber se aquele horário tinha algum significado oculto, mas com o tempo, descobri que se eu ficasse acordado até as 03:01, eu podia dormir tranquilo que não teria os pesadelos. Claro, alguns dias não dava certo. Mas no geral, funcionava. O meu “medo” dos pesadelos eram tão grandes que com o tempo eu passei a ir dormir, acordava às duas da manhã automaticamente pra ficar até depois das 3 e, logo depois, voltar a dormir.

E, no meu caderno, sempre colocava os sonhos. Com o tempo, eu sabendo que a Pisadeira (que era o nome que meus pais davam) tentaria me pegar, passava a perceber que era sonho e a sair de casa. No geral, funcionava. Se eu escapasse, acordava normal. Se ela me pegasse, eu acordava com paralisia do sono.

Registrar as ocorrências é uma excelente prática. Permite estudá-las de forma científica. Mas com certeza havia algo na casa que atraía esses espíritos ruins.

Vizinha Macumbeira
Mais ou menos nessa época, ou um pouco depois, eu já estava com uns 16 anos, a vizinha macumbeira do lado começou a ficar doente. Largou tudo da religião antiga dela e virou crente. Dizem as pessoas, uma tia e minha mãe, que coisas aconteciam na casa dela, cadeiras e mesas se mexiam, a cama da mulher vivia balançando e um monte de coisa comum em estórias de pessoas que fazem pacto com o demônio e ele vem buscar. Mais de uma vez minha mãe me perguntou se eu queria ir lá ver, mas não era nem medo. O que eu ia fazer na casa de uma vizinha que estava, sei lá, possuída? Ia conversar com o espírito? Não, né.

A pessoa quando começa a intuir que está chegando a hora do desencarne e que haverá acerto de contas, instintivamente procura tentar se livrar. Procurar outras religiões é bem típico, tentar "se acertar com Deus", se redimir e se livrar de um futuro complicado.

E um dia, cheguei da escola, lá pras seis da tarde, tomei meu banho e, quando saí, essa vizinha – que até o dia anterior estava acamada – estava lá em casa, na cozinha. L Dei um “oi” pra ela e fui pra meu quarto. Ah, nessa época meu pai ampliou a casa e eu já tinha um quarto próprio, sem ser o de hóspedes (um quarto em que até tinha pesadelos, mas bem ocasionais) e então fui pra lá pra não conversar com essa vizinha.

Eu estava ouvindo música quando ouço minha mãe gritar. Eu me levanto rapidamente, abro a porta e vejo a velha rindo e batendo palmas e minha mãe dando círculos na copa da casa, falando algo como “Abalaô”, repetindo incessantemente. Embora eu não seja um homem especialmente forte, minha mãe sempre foi franzina, mas eu tentei segurar ela e não consegui. Ela não me olhava nos olhos, era como se estivesse hipnotizada. Chamei meus tios (que eram nossos vizinhos) e, enquanto minha tia tentava acalmar minha mãe, ela me pediu em gritos pra tirar a vizinha. Eu puxei ela de casa e levei até o portão. Muito preocupado com minha mãe.

Tua mãe nunca teve histórico de mediunidade? Parece que tua mãe estava "possuída". Grafo entre aspas porque "possessão" só acontece porque a pessoa deixa, mesmo que seja inconscientemente.

Quando eu consegui levar a vizinha para fora e voltar, minha mãe estava chorando na cozinha, ela fazia aquele gesto de quem está sujo e tentava se limpar e repetia muito isso, que estava suja. Muito suja.

Sujeira. Impressão deixada após receber um espírito ruim. Compreensível a reação dela. Podes ter certeza de que a sensação de sujeira era muito real para a tua mãe. Mas não no corpo biológico, mas uma imundície deixada no perispírito (corpo espiritual).

Minha tia e meu tio pegaram ela, de carro e a levaram a um centro espírita próximo. Ela deixou um incenso ou algo do tipo queimando na cômoda e se foi.

Boa providência. As alterações no perispírito da tua mãe poderiam causar doenças no corpo biológico no futuro.

Enquanto isso, eu fiquei em casa tomando conta da casa e de meus irmãos e primo. Quando eu voltei, surpresa, os pratos da cômoda estavam quebrados no meio. Não no meio como se tivesse uma trinca, no meio formando um S. Falando assim, “formando um S” sei que não parece nada, mas era estranho demais vários pratos quebrados da mesma forma, uma forma tão anti-natural assim.

Com certeza isso foi intencional. Efeitos físicos assim são normalmente causados por baixa espiritualidade. Que guerra, hein, Góris.

Mais tarde, minha mãe voltou pra casa, ainda se sentindo muito suja, e contou que enquanto estava dando café pra vizinha, ela começou a rir e a cara dela se transformou em algo tipo uma cara de gato

Feições animalescas são outro sintoma de espíritos de baixa frequência.

e o sorriso dela ia aumentando, aumentando até que minha mãe perdeu a consciência. Não lembro exatamente o que aconteceu, qual a explicação que o pessoal do centro espírita deu, faz muito tempo, mas acho que a mulher queria meio que oferecer minha mãe ao demônio com o qual tinha o tal contrato. Depois disso a vizinha piorou e morreu.
A explicação dada no centro faz sentido. Demônio, tal na acepção atual do termo, se refere a qualquer espírito ruim.

Bom, ainda que ela tivesse ido, ocasionalmente ainda víamos vultos pela casa, normalmente na forma de uma sombra negra que passava atrás da gente e que só percebíamos pelos cantos dos olhos. Meus pesadelos continuaram.
Esses vultos vistos com a visão periférica são apenas miasmas. Não é para se preocupar muito. Reze ou pense em algo positivo. Areje a casa.

E vocês, nunca tiveram um animal, como um cachorro fiel? Algumas espécies são excelentes guardiães espirituais. Espíritos ruins não costumam se aproximar de casas que tenham animais.

Pesadelos, paralisia do sono, medo, pensamentos suicidas
Enfim, uns anos depois, eu fui servir ao exército. Na verdade, ao Tiro de Guerra, que é uma espécie de serviço militar pra quem trabalha e não pode servir o quartel, então, íamos de manhã, marchávamos, aprendíamos o básico do básico e voltávamos pra nossa vidinha de estudos e trabalho, podendo dormir em casa todos os dias, exceto um dia na semana em que tínhamos que passar a noite guardando o quartel. Foi um período muito ruim da minha vida. Os pesadelos voltaram com muita força naquela época. Eu ficava muitas vezes a noite toda sem dormir, “acordava” de madrugada para o serviço no Tiro de Guerra, ia pra escola até de tarde e, depois, estágio. Mas não era só isso. Sou muito reservado, educado, então ter que lidar com todo tipo de pessoa no quartel nem sempre era fácil. Mais de uma vez quase me envolvi em brigas físicas com pessoas lá que eu nem sabia o que eu tinha feito para elas quererem brigar comigo. Em casa também, muitos problemas (a maior parte aquela coisa de adolescente que “ninguém me entende”). Como eu estava sempre com sono, me afastava dos amigos e dormia toda vez que tinha oportunidade (durante o dia). Sentia que era muito cobrado em casa, no quartel e na escola. Certa vez peguei a arma e fiquei uns 10 minutos pensando em como seria fácil acabar com todos os meus problemas.

Não voltei a ficar 15 minutos encarando a arma, eu pensava mais em como meus pais ficariam se eu fizesse aquilo do que em todo o resto e vivia dizendo que não faria aquilo com eles. Mas tudo dava errado e cada dia que eu estava servindo eu ficava pensando em como seria acabar com tudo. Sem pesadelos, sem sono, sem estresse, sem pessoas chatas no quartel. E comecei a pensar, com os dias, em como seria bom descansar.

Engraçado que, um dia, após sair do quartel, encontrei uma mãe e filha em frente a uma loja. A menina, de seus cinco anos, parecia um anjo. Sem preconceitos, loirinha, olhos azuis. Ela me viu, disse “Olha, mãe, um soldado” e me cumprimentou com as mãos estendidas de uma forma engraçada. A mãe pediu desculpas mas a menina começou a falar um monte de coisas, que eu era soldado e tomava conta das pessoas e me deu um tchau. Foi uma coisa estranha. Era como se eu tivesse saído daquele encontro rápido de alma lavada. O sorriso que eu esbocei só pra animar a menina, não saiu da minha cara. Fui pra casa esse dia e dormi, acho que foi o dia que eu mais dormi na minha vida, devia ser umas 10/11 horas da manhã quando encontrei a mãe e filha, cheguei em casa, almocei e fui cochilar. Acordei achando que tinha dormido umas 8 horas. Mas era a hora do almoço do dia seguinte. Nunca vou entender, pode ter sido coincidência ou coisa da minha cabeça? Com certeza. Mas ao mesmo tempo, nunca tirei da mente que era algo mais. Porque, fora uma vez ou outra, os pesadelos acabaram. Por muito tempo dessa vez.

Teus aliados espirituais perceberam que tu ias fazer bobagem e reagiram. Os bons espíritos também agem. Parece ter sido esse teu caso: a impressão de ter visto um anjo, a sensação de algo positivo, a injeção de ânimo. Tudo isso foi suficiente para afastar de ti o pensamento no suicídio. Desnecessário dizer que o suicídio é muito ruim no pós-vida.

República do Medo
Nisso, outro par de anos se passa. Meu pai se aposentou e se mudou para outra cidade do interior, menos violenta, levando meus irmãos e minha mãe. Acabei ficando sozinho com a casa. E, meio que eu sentia que se ficasse sozinho, não ia ser legal. Então chamei alguns colegas de estudo que também trabalhavam na mesma empresa para morarem lá. Como eles moravam em outra cidade, era bom pra eles e pra mim.

Eram eles Márcio, o mais novo, mas depois de mim, o mais responsável. Muito inteligente. Rafaelle, também muito inteligente. Tadeu, um sujeito bom de papo e sempre animado, Bolinha – que era a paixão das mulheres da rua – Reginaldo Capitinga, meio jeca, e Melvin, o mais “eshpertu” da turma, gente boa mas metido a malandro. E eu, claro.



Bom, como eu tinha meu próprio quarto, deixei o resto do pessoal se arrumar como achassem melhor. E Bolinha e Rafaelle se foram para o quarto de hóspedes. Claro, eu nem tocava em assuntos do tipo. Na primeira semana, tudo correu bem até domingo. Enquanto todo mundo estava vendo TV na sala, Bolinha disse que ia dormir porque tinha que acordar cedo no outro dia. E foi. 10 minutos depois ele saiu gritando do quarto, falando que tinha um homem lá dentro, um ladrão, e correu pro quintal. A janela do quarto era gradeada, não tinha como um ladrão entrar, eu e os outros fomos atrás do Bolinha e, depois de acalmar ele voltamos pra dentro de casa e o Melvin estava no quarto, morrendo de rir. Quando a gente entrou ele disse “Olha, não tem ladrão debaixo do colchão” e riu “não tem ladrão debaixo do travesseiro” e riu. Acho que alivou o clima. Menos pro Bolinha, que disse que ladrão foi a primeira coisa que ele pensou em dizer.

O vulto.

Bolinha havia se deitado no quarto quando alguém entrou. Ele achou que era o Rafaelle e não se mexeu. A pessoa veio e ficou de frente pra ele e se abaixou para ver se o Bolinha estava acordado. Bolinha disse “Estou acordado, que houve?” e a pessoa, um vulto mais escuro que a penumbra do quarto, simplesmente sumiu como que por mágica. Foi nisso que Bolinha saiu correndo.

Bom, foi uma noite de muitas conversas, estórias e histórias. Não comentei nada da casa (acho) mas todo mundo contou alguma estória que conhecia e falou que era pro Bolinha se acalmar. Menos Rafaelle. Católico, ele desdenhava de fantasmas e esse tipo de coisa cunhou a frase “Trouxa” pra zoar o Bolinha.

Duas semanas depois, também num domingo (nesse meio tempo, eu havia reencontrado meu caderno de notas, passei a anotar até os dias que essas coisas aconteciam) foi a vez de Rafaelle ir dormir mais cedo. Eu tinha saído para namorar e, quando voltei, encontrei todo mundo agitado de novo. Aparentemente, Rafaelle estava dormindo quando sentiu alguém entrando no quarto. Ele abriu apenas o mínimo possível os olhos e viu que alguém tinha ido pra cama do Bolinha, aparentemente procurando por algo. Era o Bolinha, na mente do Rafa. E nisso, não encontrando o que procurava, ele foi até a cama do Rafa, se abaixando. Rafaelle logo pensou “É o Bolinha querendo me dar um susto porque eu zoei ele, vou zoar ele de volta” e quando o vulto que ele pensou ser o Bolinha chegou bem perto dele, Rafaelle disse “Buuuuu, peguei!” e a pessoa sumiu instantaneamente, deixando nosso amigo apavorado.

No dia seguinte, Rafaelle não voltou pra República. Na verdade, uns dois ou três dias depois o pai dele veio, agradeceu a gente ter deixado ele ficar lá e levou embora todas as coisas dele. Sério, Rafaelle nunca mais nem voltou na casa. Ainda hoje, eu encontro com ele no trabalho e vez ou outra ele pergunta da casa. Uma única vez ele perguntou se alguém viu alguma coisa, mas eu preferi não levar adiante o caso.

Não foi o último caso, na verdade, nos 3 anos seguintes aconteceram todo tipo de coisas pequenas. Foi nessa época, 1988, que eu escrevi um texto igual a esse, num antigo fórum de internet chamado Survivors (que era um dos mais conhecidos do Brasil da época, com alguns vários milhares de Usuários) com o título A Casa Mal-Assombrada do Góris. Uma pena o fórum ter fechado. De todas as vezes que escrevi essa história, acho que foi a que tinha mais dados, pois eu ainda tinha o caderno e peguei coisa de anos e anos antes para contar.

Uma coisa que, particularmente me marcou, é que tanto Bolinha quanto uma menina que nos visitava sempre, comentaram uma vez – obvio, em ocasiões diferentes – se tinha alguém enterrado na casa. Assim, o Bolinha tinha toda a razão do mundo em perguntar. Mas a menina não. Nunca entenderei por que ela perguntou isso. E não seria a última a perguntar.

Pois bem, tem outra ainda na época da República que vale a pena comentar. Tínhamos um novo colega (como eu disse, 3 anos) chamado W. E ele dormia nem sei aonde ou com quem. Mas um dia em que estávamos só eu e ele, acordei com ele me abraçando. Oooops. Não sou homofóbico, longe disso, mas tbm não sou tão simpatizante assim e acordar com um homem me agarrando não foi a coisa mais legal que poderia me acontecer. Eu empurrei W. no chão, acendi a luz e, quando ia falar algo, percebi que ele estava chorando e tremendo.

Ele estava na copa da casa, num sofá que tinha lá e ficava de frente pro quarto de hóspedes, quando disse que sentiu a porta se abrindo. Com a casa toda fechada, ele ficou preocupado e parou tudo que estava fazendo. E então, era como se o corredor do quarto fosse ficando mais e mais escuro, mesmo com as luzes da copa acesas, e W. sentiu que uma pessoa estava se formando lá dentro. W entrou em pânico e se levantou, indo na direção da cozinha e de meu quarto, quando olhou pra trás e podia jurar que tinha um vulto em forma humana na porta do quarto de hóspedes. E nisso ele foi correndo pro meu quarto.

Bom, até eu fiquei com medo da descrição que ele deu. Deixei o W dormir no meu quarto aquela noite e nas próximas. Na primeira noite ele pegou uns 3 edredons e usou como colchão e, nos dias seguintes pegava o colchão da própria cama. Algum tempo depois também ele foi embora dali. Isso foi em começos de 2001, se não me engano. De qualquer forma, eu teria pedido a ele que saísse, pois ia me casar em dezembro do mesmo ano.

Ao me casar, após as primeiras semanas e meses tranquilos, a esposa me contou, assustada, que passou por uma experiência terrível de manhã. Eu saí para trabalhar e ela sentiu como se alguém deitasse do lado dela. Ela se virou para perguntar “Voltou, amor?” mas não conseguia se mexer. A experiência foi horrível, pois ela sentia que havia outro homem alí, com ela. A tocando. E ficou o dia todo chorando muito.

Eu, ao voltar pra casa e ouvir a história, gelei. Mas não podia falar a verdade para ela. Como falar pra pessoa com quem você tinha acabado de se casar, que a casa onde moravam poderia ser mal-assombrada? E eu torcia para que fosse só aquele evento. Não foi.

Em outra ocasião, ela acordou de madrugada (nesse período, eu estava trabalhando a noite toda e ficava de dia em casa) e havia um homem na porta do quarto. Não um homem que fosse um bandido, mas uma sombra em forma de homem. Ela cobriu a cabeça, rezou um Pai Nosso e, quando se descobriu, não tinha ninguém. Ela aproveitou para acender todas as luzes da casa e, nos dias seguintes, também não dormia durante a noite. Na verdade, antes dela me contar essas duas histórias, ela justamente foi a terceira pessoa a me perguntar “Tem alguém enterrado aqui?”, o que me gelou e me fez perguntar da história.

Em outra ocasião, fui viajar com a esposa (atual ex) e deixei meu irmão e um amigo tomando conta da casa.

Meu irmão conta que ele estava na copa (na verdade, depois de casado transformei a copa numa segunda sala, de micro e TV) mexendo no computador quando ele viu uma criança negra saindo do quarto. A criança veio vindo e meu irmão ficou abobado, ele não conseguia se atinar para o que estava acontecendo, se era real ou não, até a criança tocar no joelho dele e dar um choque que o fez se levantar e sair correndo da casa.

Bom, ao mesmo tempo que zoamos muito ele, tbm ficamos meio assim, preocupados.

Nessa época, começamos a assistir à série Assombração, de algum canal por assinatura.

Todos esses acontecimentos com tantas pessoas diferentes. Havia algo muito errado com a casa.

A trama de todo episódio (dramatização de “casos reais”) era uma família se mudando para uma casa, coisas pequenas acontecendo, acumulando e se tornando coisas maiores, até a família decidir levar um padre ou pastor na casa, tudo melhorar (com o famoso cheiro de rosas – que inclusive rolou na minha casa) e, algum tempo depois, tudo voltar. Forçando, em 90% das vezes, à família a se mudar dali.

Sério, se vc procurar na net deve encontrar, a solução normalmente é mudar mesmo.

O "aroma de rosas" é um bom fluido que afasta espíritos ruins. Mas como qualquer coisa, não dura para sempre. Para funcionar deveria haver manutenção por parte de quem mora no lugar. E sem o devido preparo, o fluido de dispersa e as coisas voltam. Mudar, nesse caso, é preferível mesmo.

Tivemos a idéia de levar amigos evangélicos, espiritas e católicos na casa. Engraçado que os amigos espíritas, todos, foram categóricos em dizer que não havia nada lá. Já os evangélicos, acabaram levando um pastor que fez uma bela celebração na casa, orou e pediu para Deus abençoar a casa. Assim como na série, a ex esposa disse ter sentido cheiro de rosas (não lembro se eu senti) e, por muitos meses tudo voltou ao normal. Mas ocasionalmente, coisas começaram a sumir e reaparecer em lugares que a gente já tinha procurado, voltei a ter pesadelos – sem sonhos dessa vez, apenas acordava com paralisia do sono – e alguns eventos que a ex reclamava de ver vultos pelo canto dos olhos mesmo durante o dia.

Miasmas. Nada muito grave, mas sintoma de "barra pesada" na psicosfera da casa.

Bom, além da idéia de levar um padre ou pastor, os seriados nos deram a melhor idéia de como lidar com uma casa mal-assombrada: Nos mudamos.

Deu certo, ao menos na maioria das coisas. Eu ocasionalmente ainda tenho paralisia do sono, algo horrível, mas no geral, nada pior que isso.

Acabei me casando de novo, uma pessoa totalmente diferente de minha ex, mas que sempre que ia visitar meus familiares na casa, se sentia incomodada de novo. Eu mesmo, sempre sentia algo assustador na casa, quando era noite. Era como se algo ou alguém pudesse aparecer a qualquer momento. Incômodo.

Bom, em 2015 meu pai faleceu. Uma pessoa maravilhosa que sentiremos falta para todo o sempre.

Por que eu cito isso? Logo na semana seguinte à morte dele, eu pensei “Nossa, se eu entrar na casa, vou sentir medo dele aparecer” mas foi o oposto, todo o clima pesado que tinha na casa havia sumido. Era como se ele tivesse finalmente, do outro lado, podido limpar a casa. Ou então, o que quer que tivesse sido enterrado na casa, era para ele, apenas para ele. E como sua partida, também deixou esse plano. Não sei. Mas graças a Deus, a casa agora parece legal.

Não, não estou morando nela. Mas todo o clima estranho que tinha dentro dela, principalmente no corredor e no quarto de hóspedes, meio que sumiu. Coincidência? Dá medo pensar que alguém pudesse ter tido o trabalho de entrar em contato com algo maligno pra prejudicar meu pai, algo que teria ficado prejudicando todos ao redor da casa e que, uma vez ele partido, esse algo esteja livre para ir embora. Mas tbm dá pra pensar que, lá de onde ele está, meu pai pode estar intercedendo por nós, de alguma forma. Ou que talvez seja tudo coincidências e fruto de imaginação. Quem pode ter certeza?

Edit: Agora que li, não comentei que minha mãe suspeitava que uma vizinha, essa ligada à religiões afro, possa ter feito um trabalho contra meu pai, mas já escrevi muito, uma hora explico melhor.

Teu pai nunca te contara de nada como essas ocorrências em outros lugares onde ele tenha vivido?
 

Josuke Higashikata

Bam-bam-bam
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Bom, eu em minha vida sofri váris experiências de caráter não natural. Particularmente considero minha própria vida uma "anomalia" ao sistema natural, ahsuahsua, quase um Neo.
Tenho várias experiências mesmo. Mas pela boa manutenção do tópico, compartilharei apenas uma.

Quando era criança vi um ser vestindo branco , com uma medalha em uma das mãos. Num terreiro grande que jazia no quintal de minha casa ao qual hoje já não existe mais.

A cozinha da minha casa tinha uma janela que dava para avistar este quintal que fazia divisa de muros com mais 3 casas e óbvio, ficava encoberto pela frente da própria casa ao qual eu morava.Era um lugar relativamente grande o terreno em si. Acho que deveria possuir uns 10x15 metros sómente de terra.
Voltando a esperiência, eu, talves nos meus pairos 5 ou 6 anos, não me recordo bem. Vi este ser que possuia a medalha em uma das mãos, a enfiar dentro da terra. O que era mais suspeito, é que ele não "cavou a terra", ele simplesmente transpassou-a. Como se a terra virasse uma forma de nuvem etérea e sem consistência sólida apenas para a sua mão aonde repousava a medalha. Ele estava de pé e se agaixou para poder colocar o objeto dentro da terra.

Até aqui isto poderia significar apenas um relato de uma ingênua criança que foi almejada por uma espécie "peça" criada pelo interior de sua mente. Algo que ela viu e ouviu e ficou guardado em seu subconsciente, toma formas ao contemplar o horizonte das dependências residenciais, e por algum tipo de medo ou excesso de curiosidade. As imagens adicionais começam a transpassar sua mente numa espécie de "filme", dando contornos e ritmos lúdicos a sua realidade.

O problema começa a criar forma, quando eu contei este fato narrado ao meu pai. E ele se dispôs a cavar as dependências do quintal da minha casa. E inclusive achou a tal medalha.
 

milh0use

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Bom, eu em minha vida sofri váris experiências de caráter não natural. Particularmente considero minha própria vida uma "anomalia" ao sistema natural, ahsuahsua, quase um Neo.
Tenho várias experiências mesmo. Mas pela boa manutenção do tópico, compartilharei apenas uma.

Quando era criança vi um ser vestindo branco , com uma medalha em uma das mãos. Num terreiro grande que jazia no quintal de minha casa ao qual hoje já não existe mais.

A cozinha da minha casa tinha uma janela que dava para avistar este quintal que fazia divisa de muros com mais 3 casas e óbvio, ficava encoberto pela frente da própria casa ao qual eu morava.Era um lugar relativamente grande o terreno em si. Acho que deveria possuir uns 10x15 metros sómente de terra.
Voltando a esperiência, eu, talves nos meus pairos 5 ou 6 anos, não me recordo bem. Vi este ser que possuia a medalha em uma das mãos, a enfiar dentro da terra. O que era mais suspeito, é que ele não "cavou a terra", ele simplesmente transpassou-a. Como se a terra virasse uma forma de nuvem etérea e sem consistência sólida apenas para a sua mão aonde repousava a medalha. Ele estava de pé e se agaixou para poder colocar o objeto dentro da terra.

Até aqui isto poderia significar apenas um relato de uma ingênua criança que foi almejada por uma espécie "peça" criada pelo interior de sua mente. Algo que ela viu e ouviu e ficou guardado em seu subconsciente, toma formas ao contemplar o horizonte das dependências residenciais, e por algum tipo de medo ou excesso de curiosidade. As imagens adicionais começam a transpassar sua mente numa espécie de "filme", dando contornos e ritmos lúdicos a sua realidade.

O problema começa a criar forma, quando eu contei este fato narrado ao meu pai. E ele se dispôs a cavar as dependências do quintal da minha casa. E inclusive achou a tal medalha.
E a foto da medalha?
 

puchu

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Bom, eu em minha vida sofri váris experiências de caráter não natural. Particularmente considero minha própria vida uma "anomalia" ao sistema natural, ahsuahsua, quase um Neo.
Tenho várias experiências mesmo. Mas pela boa manutenção do tópico, compartilharei apenas uma.

Quando era criança vi um ser vestindo branco , com uma medalha em uma das mãos. Num terreiro grande que jazia no quintal de minha casa ao qual hoje já não existe mais.

A cozinha da minha casa tinha uma janela que dava para avistar este quintal que fazia divisa de muros com mais 3 casas e óbvio, ficava encoberto pela frente da própria casa ao qual eu morava.Era um lugar relativamente grande o terreno em si. Acho que deveria possuir uns 10x15 metros sómente de terra.
Voltando a esperiência, eu, talves nos meus pairos 5 ou 6 anos, não me recordo bem. Vi este ser que possuia a medalha em uma das mãos, a enfiar dentro da terra. O que era mais suspeito, é que ele não "cavou a terra", ele simplesmente transpassou-a. Como se a terra virasse uma forma de nuvem etérea e sem consistência sólida apenas para a sua mão aonde repousava a medalha. Ele estava de pé e se agaixou para poder colocar o objeto dentro da terra.

Até aqui isto poderia significar apenas um relato de uma ingênua criança que foi almejada por uma espécie "peça" criada pelo interior de sua mente. Algo que ela viu e ouviu e ficou guardado em seu subconsciente, toma formas ao contemplar o horizonte das dependências residenciais, e por algum tipo de medo ou excesso de curiosidade. As imagens adicionais começam a transpassar sua mente numa espécie de "filme", dando contornos e ritmos lúdicos a sua realidade.

O problema começa a criar forma, quando eu contei este fato narrado ao meu pai. E ele se dispôs a cavar as dependências do quintal da minha casa. E inclusive achou a tal medalha.

Você tem a mediunidade aflorada. Isso pode ser bom ou a depender da sua visão ou pode ser ruim se você não aceitar.
Você ainda enxerga as coisas?
 

Josuke Higashikata

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Você tem a mediunidade aflorada. Isso pode ser bom ou a depender da sua visão ou pode ser ruim se você não aceitar.
Você ainda enxerga as coisas?
infelizmente não. Apenas ocasionalmente sinto algo ou sonho com pessoas que eu conheci que já morreram.
 

Goris

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Duendes no quarto

Não, não é engraçado. Existem espíritos que se apresentam com pequenos perispíritos, refletindo sua postura subalterna, normalmente auxiliares de outro que lhes exerce autoridade. Podes pensar neles como puxa-sacos de algum chefe.
É, normalmente as interações espirituais das primeira infância terminam até os 7 anos. Amigos invisíveis, fadas, monstros em baixo da cama, etc. tudo isso tem origem em percepções mediúnicas que as crianças interpretam conforme sua cultura.
Crianças antes do 7 anos de idade têm uma mediunidade natural porque o processo de encarnação ainda não está completo. É normal ver espíritos sob as mais variadas formas, principalmente aqueles espíritos medíocres que aparecem como bruxas ou outras formas grotescas com a intenção de parecer mais poderosos e ameaçadores do que são.
Sempre imaginei que eles eram caras tranquilos, no estilo "Não mexe com a gente, que a gente não mexe contigo!", como eu disse, eles sempre pareciam neutros, faziam cosias de duendes e sumiam, sem prejudicar.

Muitas vezes eu penso - só intuição - isso que vc falou, eles não eram duendes, apenas era a forma como minha mente os "enxergava".

Claro que eles poderiam ser maus, mas nunca senti isso deles.

Uma intuição que eu tinha, quando criança, era que eles tinham um acordo comigo, ficavam de boas em casa, fazendo o que faziam e tavam lá até, quem sabe, ajudando. Mas o segredo era a contrapartida de nossa relação. Quando contei que eles existiam (lembrando que não foi algo do tipo, eu vi eles num dia, comentei no outro, foi algo de um bom tempo) é que se sentiram traídos e, ou foram embora e algo ruim de quem eles nos protegiam passou a aparecer, ou eles passaram a descontar a traição.

De novo, só impressão, nunca consegui ir além de conjecturas, já que era criança e, adulto, nunca sobre muito sobre o caso.

A primeira vez que escrevi o texto foi justamente quando o evento aconteceu com meus colegas (depois que o Rafaelle foi embora) e queria ver se alguém sabia algo, como lidar, dicas e etc.

Pena que aquela versão se perdeu. Na época (1998) tudo estava muito fresco na memória, inclusive outros eventos da adolescência e juventude.


geo disse:
Góris disse:
Anos depois, adolescente, eu teorizei que ela se alimentava do meu medo, jamais saberemos.
Tua teoria procede.
E sempre fica a dúvida, era algo/alguém que sabia que estava fazendo? (provocando e se alimentando do medo de duas crianças).


Sobre a Casa

Tens certeza de que não haviam enterrado nada lá? Tipo uma cabeça de jegue como dizem lá na Bahia?
Acho que não.

A pergunta era sempre "Tem alguém enterrado aqui na casa?" e acho que não, já que seria impossível abrirem uma cova no meio da noite, enterrarem alguém e meu pai não ver no dia seguinte (já que ficaria um terreno fofo onde é a sala). Mas alguém poderia ter ido e feito um buraco pequeno pra colocar algo, mas não acho que colocariam algo muito grande, de novo porque daria na vista e o tempo necessário e o barulho atrairia atenção.

Mas como nunca mexi com essas coisas, não sei com certeza isso.

Para mudar alguma coisa eu teria que ter quebrado todo o piso da sala e escavado lá. Meio que tive vontade de fazer isso uma meia dúzia de vezes quando morei na casa, mas sempre havia algo que impedia, até mesmo o sendo de "Isso é idiotice!".

Uma coisa interessante é pensar nisso. Algumas pessoas que se envolvem em fenômenos paranormais, aqueles do tipo "Eu vi com meus próprios olhos!" muitas vezes depois de um tempo passam a tentar se convencer que foi outra coisa, meio que pra fazer o mundo voltar a fazer sentido é mais cômodo falar "Nossa, eu sonhei aquilo" ou "Nossa, devo ter visto uma luz e achei que era alguém!" que ficar pensando "Nossa, existe todo um mundo espiritual que pode me afetar e eu não sei como me defender, isso me deixa inseguro e infeliz e com medo".

Todos esses acontecimentos com tantas pessoas diferentes. Havia algo muito errado com a casa.
Pois é, se fosse algo apenas comigo, apenas com meu irmão (contei poucas histórias dele) ou apenas com um de meus colegas de república indicaria coincidência ou superstição. Mas foi muita gente.

E particularmente a frase "Tem alguém enterrado na sala?" dita por muita gente sempre me incomodou. Ate porque todo mundo via as coisas no quarto de hóspedes, não na sala.

Mistérios que espero não vão atrapalhar a vida de ninguém daqui pra frente.

A reação dos pelos, normalmente em resposta a um resfriamento do ambiente, é típica da aproximação de um ser que está absorvendo energia para fazer algo, como por exemplo se materializar. Lógico, a energia tem que sair de algum lugar. A energia térmica do ambiente é uma boa fonte.
Boa teoria, tem bastante coerência.

O "aroma de rosas" é um bom fluido que afasta espíritos ruins. Mas como qualquer coisa, não dura para sempre. Para funcionar deveria haver manutenção por parte de quem mora no lugar. E sem o devido preparo, o fluido de dispersa e as coisas voltam. Mudar, nesse caso, é preferível mesmo.
Pois é.

Infelizmente, no meu caso, minha irmã e irmão ainda moram lá. E minha mãe, ocasionalmente, volta e fica uns tempos lá.

Uma coisa que seu comentário me fez lembrar e que, de repente tem algo a ver é meu irmão ser toxicodependente. Sabe, uma coisa interessante de ver filmes, seriados e até documentários. Na Discovery ou History tinha duas séries que mostravam casas mal-assombradas "reais" lá nos EUA, comecei a ver principalmente quando me casei e a ex esposa ficou interessada no assunto. Uma coisa que eu percebi é que 90% das histórias eram quase idênticas umas às outras e com a história de minha própria casa. Até mesmo as familias mudarem para escapar da assombração (e, a familia seguinte, muitas vezes não ver nada) foi igual meu caso.

mas voltando ao meu irmão toxicodepentente, eu nunca havia tido a ideia até esse ano, quando assisti o seriado a A Maldição da Residência Hill. Nela, um dos garotos acaba vendo um fantasma e aquela visão o assombra tanto que ele passa a usar drogas para escapar do que ele vivenciou. Meu irmão bem cedo passou a beber escondido e, um pouco mais tarde, a usar drogas. Pode não ter nada a ver, pode ter alguma relação. Nunca saberemos.

Registrar as ocorrências é uma excelente prática. Permite estudá-las de forma científica. Mas com certeza havia algo na casa que atraía esses espíritos ruins.
Bom, vale pensar que nem todos pareciam ser ruins. As visões que geravam pesadelos, quebraram os pratos, etc eram ruins. Os vultos que meus colegas e ex esposa viram, poderiam ser ruins. Ou poderiam ser só "coisas" andando pela casa, talvez procurando interação. Não sei.



Espíritos do Bem?
É assim que se defende! Se és ateu, pense em algo positivo. Normalmente quem faz isso (se materializar dessa forma e sem um preparo) não é bom.
Quando não é nossa hora não é preciso uma materialização espetaculosa como aquela. Isso é coisa de espírito inferior que quer se meter medo. Pode ser que a entidade quis atacar mentalmente outra pessoa da família que não tivesse preparo espiritual como tua mãe, começar uma briga e causar um acidente.
Mas sim, coisas como perder um ônibus, decidir mudar de carro na hora, etc. são inspirados pelos bons espíritos quando não é nossa hora.
Pois é, assim como tem situações que parecem malignas ou ao menos negativas, tem muitas que parecem positivas.

Teus aliados espirituais perceberam que tu ias fazer bobagem e reagiram. Os bons espíritos também agem. Parece ter sido esse teu caso: a impressão de ter visto um anjo, a sensação de algo positivo, a injeção de ânimo. Tudo isso foi suficiente para afastar de ti o pensamento no suicídio. Desnecessário dizer que o suicídio é muito ruim no pós-vida.
Sim, sei do peso que o suicídio tem nas visoes religiosas. Não acho que teria sido legal pra ninguém isso.


Vizinhas

A pessoa quando começa a intuir que está chegando a hora do desencarne e que haverá acerto de contas, instintivamente procura tentar se livrar. Procurar outras religiões é bem típico, tentar "se acertar com Deus", se redimir e se livrar de um futuro complicado.
Feições animalescas são outro sintoma de espíritos de baixa frequência.
Pois é.
E, assim como tem religiões que buscam entender a lidar com tais entidades/espiritos/whatever, podem haver religioes ou facções, grupos, que tenham aprendido como os controlar ou como argumentar e negociar com eles, em troca de algum ganho.

Nisso, toda negociação tem uma oferta e seu preço. Uma hora tem que ser pago.

Tua mãe nunca teve histórico de mediunidade? Parece que tua mãe estava "possuída". Grafo entre aspas porque "possessão" só acontece porque a pessoa deixa, mesmo que seja inconscientemente.
Eu sou descendente de negra e branca, o lado negro da minha família não é espírita nem nada, mas tem um histórico do cão (hua hua hua) de rezadeiras na família, minha avó materna era rezadeira, assim como a mãe e a mãe da mãe dela. Rezadeiras eram uma espécie de guia espiritual numa epoca que não havia medicina nem nada. Então conheciam muitas plantas, muitas orações (as tais rezas), remédios naturais para todo tipo de doença física e espiritual.

Não acho que minha mãe tenha sido ensinada nesse ramo por minha avó, mas a minha mãe tem uma série de histórias que podem ser mediunidade (de repente até eu). Certa vez, minha mãe acordou dizendo ter sonhado com uma casa toda branca, de onde caíam penas brancas do teto e pelas janelas entravam raios de sol. Nessa casa, ela entrou num quarto e meu tio - irmão dela - estava lá numa cama e se levantou. Ele disse que tinha cometido um erro e... Bom, não lembro o resto, mas foi um sonho que ela contou no café da manhã com todo mundo na mesa. Ela disse que ia visitar o irmão no final de semana pra ver se tudo tava bem. Depois disso fui estudar. Quando voltei, ela estava em prantos. O meu tio, irmão dela, havia falecido num acidente de carro.

:-(

O fato é que ela vivia tendo essas intuições. Na morte da minha tia, irmã dela, a mesma coisa coisa. Sonhou com ela num lugar todo branco (acho que minha mãe tem fascinação por lugares brancos) e minha tia e a filha estavam nesse sonho. Dessa vez ela não contou o sonho, mas no mesmo dia descobrimos que minha tia tinha morrido ao dar a luz.

Eu mesmo tive meus sonhos recorrentes com a morte de parentes de quem eu gosto. Normalmente o sonho é eu recebendo a notícia de que alguém morreu e, durante o dia, descobrir que outro alguém faleceu durante a noite. Tipo, foram sonhos que eu acordei sabendo que alguém tinha morrido. Isso aconteceu com meu avô, outra tia irmã do meu pai - essa sim, ligada ao espiritismo - dois outros tios irmãos da minha mãe. Engraçado que eu nunca tenho esse sonho (de alguém ter morrido) sem que durante o dia descubra que alguém morreu. Explicando, não é um sonho que eu tenho assim, do nada (tive só uma vez ele sem nenhuma morte) só quando morre alguém.

Góris disse:
ela fazia aquele gesto de quem está sujo e tentava se limpar e repetia muito isso, que estava suja. Muito suja.
Sujeira. Impressão deixada após receber um espírito ruim. Compreensível a reação dela. Podes ter certeza de que a sensação de sujeira era muito real para a tua mãe. Mas não no corpo biológico, mas uma imundície deixada no perispírito (corpo espiritual).
Sim, sempre imaginei isso tbm.

Com certeza isso foi intencional. Efeitos físicos assim são normalmente causados por baixa espiritualidade. Que guerra, hein, Góris.
Pois é.

Eu já falei isso antes e repito, sempre que vejo seriados e documentários nesse estilo, eu percebo como são parecidas as histórias.

Noutro tópico recente, um colega nosso tava perguntando porque eu acredito no sobrenatural. Eu disse que tinha tudo para ser ateu, mas ter vivido o que eu vivi, meio que não dá pra vc não acreditar em algo além do que nossos sentidos enxergam.

E vocês, nunca tiveram um animal, como um cachorro fiel? Algumas espécies são excelentes guardiães espirituais. Espíritos ruins não costumam se aproximar de casas que tenham animais
Sim, sempre tivemos cachorros em casa (não somos uma família que tem histórico de gostar de gatos), ou melhor, sempre tivemos cachorros mas nunca foram animais de entrar dentro de casa.
Digo, em 2009 meu pai ficou muito doente, foi logo apos a morte de minha tia (aquela que tive sonho), minha avó (sem sonho) e meu avô (que tbm tive sonhos) e eu deixei minha poodle com ele durante as férias. O bichinho era tão querido que ele melhorou - tipo, era uma terapia ele passear com a cadelinha, andar de carro com ela, essas coisas - e depois de voltar da viagem dei uma filhote dela pra ele. Ela vive com minha mãe até hoje.
Só depois que meu pai teve câncer ele e minha mãe também adotaram um cachorro de fazenda, que alguém largou na cidade e alguém quebrou a perna dele.
O cachorro está com minha mãe até hoje. Como ela mora no interior de Minas, com meu tio com problemas mentais (irmão de meu pai) o cachorro meio que protege a casa e faz companhia pra ela.



Teu pai nunca te contara de nada como essas ocorrências em outros lugares onde ele tenha vivido?
Meu pai é de Minas, interiorzão, então ele tinha muitas histórias.

Inclusive de um encontro estranho que ele teve já na cidade onde fica a casa, em que voltava do trabalho de madrugada (portanto, acordado) e uma criatura estranha veio atrás dele. Na história que ele conta, ela veio descendo depressa do morro, parecia uma cabra. Quando foi chegando mais perto, parecia um cachorro. Depois parecia um bezerro. E sempre vindo na direção dele, que conseguiu entrar na casa e trancar ela por dentro antes dele chegar. Mas meu pai sempre dizia que era algo sobrenatural e não um bicho qualquer.

Mas pode ser tudo, até um fogo fátuo (fui uma vez onde ficava aquela casa, cheia de pântanos ao redor).
 

abcdario

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Realmente e pelo caminho que o Geo disse, só acrescentaria que existem duas possibilidades aí.

A primeira é que o amarelo e Dourado possuí relação com intuição, pode ser uma criança com uma intuição muito elevada, mas muito mesmo ou a própria avó que não sabe interpretar suas faculdades.

A segunda é uma criança na vida da família que pode ser Down ou Autista.
Não existem crianças especiais na família e nenhuma criança com a mediunidade acentuada, já a minha avó nunca teve grandes experiências, está foi uma das únicas, então eu realmente não sei.
 

abcdario

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Há mais alguém que queira agora? Interessante. É a primeira vez que vejo um relato assim. Já vi muitos casos de sonhos anunciando uma criança que virá, mas por meio de uma visão, nunca vi.
Não, realmente não tem ninguém, chegaram a dizer que era uma aparição mariana para ela.
 

Geo

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Não, realmente não tem ninguém, chegaram a dizer que era uma aparição mariana para ela.
É a interpretação católica para o fenômeno. De qualquer forma, ela parece ter sido visitada por um ser benévolo.
 

Hitmanbadass

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Tenho, na vdd, duas dúvidas:
1) Ano retrasado eu acordei com uma sensação que nunca tive NA MINHA VIDA, era algo estranho, uma iminência de algo ruim aconteceria. Eu enviei mensagens de zap para toda a família (nunca tinha feito isso) e essa sensação não passava de jeito nenhum (até guardei as msgs para ME PROVAR caso eu comece a acreditar que não ocorreu como ocorreu rs). Ai no final da tarde eu liguei para minha esposa e perguntei se ela poderia chegar antes em casa pq comecei a achar que era algo relacionado às minhas cachorras. Ela voltou e uma delas tinha fugido e a encontramos com a pata quebrada.
Morávamos ali, com as cachorras, a 8 anos e JAMAIS tinham fugido e sequer sabemos como ela fugiu. Fato é que BEM NO DIA que ela fugiu eu acordei com essa sensação mandando msg para todo mundo.

Eu nunca tinha tido nada desse tipo e não sei nem explicar a sensação direito, apenas que é algo ruim, um incomodo.

Existe literatura sobre isso ou explicação para esse tipo de coisa?

2) A uns anos sonhei seguidamente (por umas 4 ou 5 noites) que eu morria. Nada aconteceu mas achei mto estranho, pode significar algo?
 

Geo

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Duendes no quarto




Sempre imaginei que eles eram caras tranquilos, no estilo "Não mexe com a gente, que a gente não mexe contigo!", como eu disse, eles sempre pareciam neutros, faziam cosias de duendes e sumiam, sem prejudicar.

Muitas vezes eu penso - só intuição - isso que vc falou, eles não eram duendes, apenas era a forma como minha mente os "enxergava".

Claro que eles poderiam ser maus, mas nunca senti isso deles.

Uma intuição que eu tinha, quando criança, era que eles tinham um acordo comigo, ficavam de boas em casa, fazendo o que faziam e tavam lá até, quem sabe, ajudando. Mas o segredo era a contrapartida de nossa relação. Quando contei que eles existiam (lembrando que não foi algo do tipo, eu vi eles num dia, comentei no outro, foi algo de um bom tempo) é que se sentiram traídos e, ou foram embora e algo ruim de quem eles nos protegiam passou a aparecer, ou eles passaram a descontar a traição.

De novo, só impressão, nunca consegui ir além de conjecturas, já que era criança e, adulto, nunca sobre muito sobre o caso.

A primeira vez que escrevi o texto foi justamente quando o evento aconteceu com meus colegas (depois que o Rafaelle foi embora) e queria ver se alguém sabia algo, como lidar, dicas e etc.

Pena que aquela versão se perdeu. Na época (1998) tudo estava muito fresco na memória, inclusive outros eventos da adolescência e juventude.

Interessante a tua postura em relação a eles: ignorar e conviver.


E sempre fica a dúvida, era algo/alguém que sabia que estava fazendo? (provocando e se alimentando do medo de duas crianças).
Tudo que nós sentimos faz emitir campos (chamados de "fluidos" na literatura espírita). Um alcoólatra, quando bebe, emite "fluidos" de satisfação que são aproveitados por incontáveis espíritos infelizes que induzem o beberrão a beber. Da mesma forma existem espíritos que encontram satisfação em impor medo aos outros. Vá saber... espíritos são pessoas como nós. Como ter certeza das intenções?


Acho que não.

A pergunta era sempre "Tem alguém enterrado aqui na casa?" e acho que não, já que seria impossível abrirem uma cova no meio da noite, enterrarem alguém e meu pai não ver no dia seguinte (já que ficaria um terreno fofo onde é a sala). Mas alguém poderia ter ido e feito um buraco pequeno pra colocar algo, mas não acho que colocariam algo muito grande, de novo porque daria na vista e o tempo necessário e o barulho atrairia atenção.

Mas como nunca mexi com essas coisas, não sei com certeza isso.

Para mudar alguma coisa eu teria que ter quebrado todo o piso da sala e escavado lá. Meio que tive vontade de fazer isso uma meia dúzia de vezes quando morei na casa, mas sempre havia algo que impedia, até mesmo o sendo de "Isso é idiotice!".

Uma coisa interessante é pensar nisso. Algumas pessoas que se envolvem em fenômenos paranormais, aqueles do tipo "Eu vi com meus próprios olhos!" muitas vezes depois de um tempo passam a tentar se convencer que foi outra coisa, meio que pra fazer o mundo voltar a fazer sentido é mais cômodo falar "Nossa, eu sonhei aquilo" ou "Nossa, devo ter visto uma luz e achei que era alguém!" que ficar pensando "Nossa, existe todo um mundo espiritual que pode me afetar e eu não sei como me defender, isso me deixa inseguro e infeliz e com medo".

Certo. Depois li que os fatos deixaram de acontecer depois que teu pai desencarnou.




Uma coisa que seu comentário me fez lembrar e que, de repente tem algo a ver é meu irmão ser toxicodependente. Sabe, uma coisa interessante de ver filmes, seriados e até documentários. Na Discovery ou History tinha duas séries que mostravam casas mal-assombradas "reais" lá nos EUA, comecei a ver principalmente quando me casei e a ex esposa ficou interessada no assunto. Uma coisa que eu percebi é que 90% das histórias eram quase idênticas umas às outras e com a história de minha própria casa. Até mesmo as familias mudarem para escapar da assombração (e, a familia seguinte, muitas vezes não ver nada) foi igual meu caso.

mas voltando ao meu irmão toxicodepentente, eu nunca havia tido a ideia até esse ano, quando assisti o seriado a A Maldição da Residência Hill. Nela, um dos garotos acaba vendo um fantasma e aquela visão o assombra tanto que ele passa a usar drogas para escapar do que ele vivenciou. Meu irmão bem cedo passou a beber escondido e, um pouco mais tarde, a usar drogas. Pode não ter nada a ver, pode ter alguma relação. Nunca saberemos.

O que chamamos de "sobrenatural" pode ser perturbador, devido à nossa enorme ignorância. Se teu irmão se tornou toxicodependente por causa do testemunho desses fatos, convém que alguém lhe esclareça o quanto antes, antes que a dependência se aprofunde. Tu tens experiência nisso e reagiste de forma bem madura, segundo o teu relato.


Bom, vale pensar que nem todos pareciam ser ruins. As visões que geravam pesadelos, quebraram os pratos, etc eram ruins. Os vultos que meus colegas e ex esposa viram, poderiam ser ruins. Ou poderiam ser só "coisas" andando pela casa, talvez procurando interação. Não sei.
Esses seres que "procuram interação" podem ser espíritos de pessoas perdidas, as chamadas "almas penadas", ou "fantasmas". Mas essas "almas penadas" são de vítimas de mortes trágicas (soldados mortos em batalha, vítimas de execução, atropelamentos, suicídios, duelos, etc.). Mas, segundo teu relato, o lugar não tinha nada demais.



Sim, sei do peso que o suicídio tem nas visoes religiosas. Não acho que teria sido legal pra ninguém isso.
O suicídio gera sofrimentos incompreensíveis para o praticante e com graves consequências nas encarnações seguintes por causa dos danos causados ao perispírito ainda fortemente vinculado ao corpo biológico. Salvo aqueles suicídios decorrentes de sacrifício heroico, que, por mérito, recebem tratamento para mitigar essas consequências.


Pois é.
E, assim como tem religiões que buscam entender a lidar com tais entidades/espiritos/whatever, podem haver religioes ou facções, grupos, que tenham aprendido como os controlar ou como argumentar e negociar com eles, em troca de algum ganho.

Nisso, toda negociação tem uma oferta e seu preço. Uma hora tem que ser pago.
"Vender a alma ao diabo" é uma prática que existe, e isso independe da denominação religiosa, muito embora as religiões incluem conhecimento de como proceder para contactar e realizar "pactos". Incontáveis são aqueles que, em busca de poder, fama, dinheiro, etc. buscam determinadas seitas fazem contratos com "cláusulas" terríveis. O filme do Motoqueiro Fantasma, embora não seja muito bom como filme, serve para ilustrar bem isso.


Eu sou descendente de negra e branca, o lado negro da minha família não é espírita nem nada, mas tem um histórico do cão (hua hua hua) de rezadeiras na família, minha avó materna era rezadeira, assim como a mãe e a mãe da mãe dela. Rezadeiras eram uma espécie de guia espiritual numa epoca que não havia medicina nem nada. Então conheciam muitas plantas, muitas orações (as tais rezas), remédios naturais para todo tipo de doença física e espiritual.

Não acho que minha mãe tenha sido ensinada nesse ramo por minha avó, mas a minha mãe tem uma série de histórias que podem ser mediunidade (de repente até eu). Certa vez, minha mãe acordou dizendo ter sonhado com uma casa toda branca, de onde caíam penas brancas do teto e pelas janelas entravam raios de sol. Nessa casa, ela entrou num quarto e meu tio - irmão dela - estava lá numa cama e se levantou. Ele disse que tinha cometido um erro e... Bom, não lembro o resto, mas foi um sonho que ela contou no café da manhã com todo mundo na mesa. Ela disse que ia visitar o irmão no final de semana pra ver se tudo tava bem. Depois disso fui estudar. Quando voltei, ela estava em prantos. O meu tio, irmão dela, havia falecido num acidente de carro.

:-(

O fato é que ela vivia tendo essas intuições. Na morte da minha tia, irmã dela, a mesma coisa coisa. Sonhou com ela num lugar todo branco (acho que minha mãe tem fascinação por lugares brancos) e minha tia e a filha estavam nesse sonho. Dessa vez ela não contou o sonho, mas no mesmo dia descobrimos que minha tia tinha morrido ao dar a luz.

Eu mesmo tive meus sonhos recorrentes com a morte de parentes de quem eu gosto. Normalmente o sonho é eu recebendo a notícia de que alguém morreu e, durante o dia, descobrir que outro alguém faleceu durante a noite. Tipo, foram sonhos que eu acordei sabendo que alguém tinha morrido. Isso aconteceu com meu avô, outra tia irmã do meu pai - essa sim, ligada ao espiritismo - dois outros tios irmãos da minha mãe. Engraçado que eu nunca tenho esse sonho (de alguém ter morrido) sem que durante o dia descubra que alguém morreu. Explicando, não é um sonho que eu tenho assim, do nada (tive só uma vez ele sem nenhuma morte) só quando morre alguém.
A mediunidade é uma habilidade que uma pessoa tem. Ela independe da religião, não é exclusividade do espiritismo. Uma rezadeira é um tipo de médium, assim como um profeta, um shamã, um curandeiro, um gênio, um exorcista, um mago, etc. O que as religiões e seitas fazem é treinar a pessoa a usá-las e, com isso, atingir um propósito, assim como aprendemos na escola a utilizar a visão para ler.


Sim, sempre tivemos cachorros em casa (não somos uma família que tem histórico de gostar de gatos), ou melhor, sempre tivemos cachorros mas nunca foram animais de entrar dentro de casa.
Os animais costumam dar alerta, pois eles percebem a presença de espíritos.

Digo, em 2009 meu pai ficou muito doente, foi logo apos a morte de minha tia (aquela que tive sonho), minha avó (sem sonho) e meu avô (que tbm tive sonhos) e eu deixei minha poodle com ele durante as férias. O bichinho era tão querido que ele melhorou - tipo, era uma terapia ele passear com a cadelinha, andar de carro com ela, essas coisas - e depois de voltar da viagem dei uma filhote dela pra ele. Ela vive com minha mãe até hoje.
Só depois que meu pai teve câncer ele e minha mãe também adotaram um cachorro de fazenda, que alguém largou na cidade e alguém quebrou a perna dele.
O cachorro está com minha mãe até hoje. Como ela mora no interior de Minas, com meu tio com problemas mentais (irmão de meu pai) o cachorro meio que protege a casa e faz companhia pra ela.
Os animais têm papéis espirituais importantes, que poucos compreendem. O fato de gostar deles nos faz bem, lógico, porém, eles, na sua alegria, emanam "fluidos" salutares para nós. Uma pena que no filme "Nosso Lar" eles omitiram que os espíritos que iam ao Umbral iam acompanhados de cães e um tipo de ave que lembra uma Fênix. Esses animais (espíritos de) faziam o papel de guarda e vigilância. A vida de maneira geral nos faz bem, quando vivemos harmonicamente com ela. O planeta Terra brilha com força nas florestas e nos oceanos.


Meu pai é de Minas, interiorzão, então ele tinha muitas histórias.

Inclusive de um encontro estranho que ele teve já na cidade onde fica a casa, em que voltava do trabalho de madrugada (portanto, acordado) e uma criatura estranha veio atrás dele. Na história que ele conta, ela veio descendo depressa do morro, parecia uma cabra. Quando foi chegando mais perto, parecia um cachorro. Depois parecia um bezerro. E sempre vindo na direção dele, que conseguiu entrar na casa e trancar ela por dentro antes dele chegar. Mas meu pai sempre dizia que era algo sobrenatural e não um bicho qualquer.

Mas pode ser tudo, até um fogo fátuo (fui uma vez onde ficava aquela casa, cheia de pântanos ao redor).
Pode ser a origem das histórias de animais estudados pela criptozoologia. Não existem espíritos só de pessoas.
 

Geo

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Não existem crianças especiais na família e nenhuma criança com a mediunidade acentuada, já a minha avó nunca teve grandes experiências, está foi uma das únicas, então eu realmente não sei.
Certas circunstâncias podem provocar a expansão do nosso perispírito e, com isso, a nossa percepção e nossa mediunidade, mesmo que tenhamos passado a vida como pessoas comuns.
Quais são essas circunstâncias:
  • Crianças menores de 7 anos, com o processo de encarnação incompleto.
  • Doenças graves. O enfraquecimento do corpo biológico faz soltar o espírito.
  • Jejum prolongado. Algumas religiões fazem uso do jejum para facilitar o contato com seres de outro plano.
  • Hipoxia. A perda de vitalidade causada pela baixa oxigenação pode ter efeito semelhante ao de uma doença grave.
  • Idade avançada. O desgaste do corpo biológico faz nossos laços afrouxarem.
  • Meditação. Mestres iogues podem controlar processos biológicos conscientemente e, com isso, reduzir sua vitalidade e causar expansão do perispírito ou mesmo sair do corpo completamente.
Pode haver outras, mas não me ocorre.
 

Geo

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Tenho, na vdd, duas dúvidas:
1) Ano retrasado eu acordei com uma sensação que nunca tive NA MINHA VIDA, era algo estranho, uma iminência de algo ruim aconteceria. Eu enviei mensagens de zap para toda a família (nunca tinha feito isso) e essa sensação não passava de jeito nenhum (até guardei as msgs para ME PROVAR caso eu comece a acreditar que não ocorreu como ocorreu rs). Ai no final da tarde eu liguei para minha esposa e perguntei se ela poderia chegar antes em casa pq comecei a achar que era algo relacionado às minhas cachorras. Ela voltou e uma delas tinha fugido e a encontramos com a pata quebrada.
Morávamos ali, com as cachorras, a 8 anos e JAMAIS tinham fugido e sequer sabemos como ela fugiu. Fato é que BEM NO DIA que ela fugiu eu acordei com essa sensação mandando msg para todo mundo.

Eu nunca tinha tido nada desse tipo e não sei nem explicar a sensação direito, apenas que é algo ruim, um incomodo.

Existe literatura sobre isso ou explicação para esse tipo de coisa?
Tu eras muito apegado às cachorras? Se sim, pode ser um caso de empatia, no sentido mediúnico da palavra. Dependendo do vínculo entre os seres (não precisa ser entre duas pessoas) há um pareamento que faz com que o que um sente, o outro sente. A empatia existe em variados graus, desde uma vaga sensação estranha até mesmo sentir rigorosamente a mesma dor (ou prazer) que o outro ser.

Não tenho certeza. Tu podes ter percebido a dor que a cadela sentiu ao quebrar a pata, mas será que não aconteceu outra coisa pior que tenha provocado a fuga inédita?

Desconheço leitura específica para isso, mas "O Livro dos Médiuns" fala da faculdade da empatia e outros tantos tomos falam sobre a dimensão espiritual dos animais.

2) A uns anos sonhei seguidamente (por umas 4 ou 5 noites) que eu morria. Nada aconteceu mas achei mto estranho, pode significar algo?
Não veio uma grande mudança de vida depois? Sonhos são raramente literais.
 

Hitmanbadass

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Tu eras muito apegado às cachorras? Se sim, pode ser um caso de empatia, no sentido mediúnico da palavra. Dependendo do vínculo entre os seres (não precisa ser entre duas pessoas) há um pareamento que faz com que o que um sente, o outro sente. A empatia existe em variados graus, desde uma vaga sensação estranha até mesmo sentir rigorosamente a mesma dor (ou prazer) que o outro ser.

Não tenho certeza. Tu podes ter percebido a dor que a cadela sentiu ao quebrar a pata, mas será que não aconteceu outra coisa pior que tenha provocado a fuga inédita?

Desconheço leitura específica para isso, mas "O Livro dos Médiuns" fala da faculdade da empatia e outros tantos tomos falam sobre a dimensão espiritual dos animais.


Não veio uma grande mudança de vida depois? Sonhos são raramente literais.

Não senti dor, foi um negócio mto loko uma sensação CLARA que alguma coisa ruim ia ocorrer mas eu não sabia nem quando nem com quem. Desesperador.
E foi pela manhã e o fato dela quebrar a pata foi só a noite pq a empregada havia ficado em casa aquele dia.
Não faço ideia de como fugiu, a minha outra cachorra estava em casa normal e nada estava fora de lugar.
E sim, eu sou mto ligado a elas.
Depois disso eu ainda fiquei numa neura de qualquer sensação difernete eu achar que era isso de novo... mas não era.


Grande mudança, que eu lembre, foi eu sair do emprego em que eu estava pois estava acabando comigo mas só isso.
 

abcdario

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Certas circunstâncias podem provocar a expansão do nosso perispírito e, com isso, a nossa percepção e nossa mediunidade, mesmo que tenhamos passado a vida como pessoas comuns.
Quais são essas circunstâncias:
  • Crianças menores de 7 anos, com o processo de encarnação incompleto.
  • Doenças graves. O enfraquecimento do corpo biológico faz soltar o espírito.
  • Jejum prolongado. Algumas religiões fazem uso do jejum para facilitar o contato com seres de outro plano.
  • Hipoxia. A perda de vitalidade causada pela baixa oxigenação pode ter efeito semelhante ao de uma doença grave.
  • Idade avançada. O desgaste do corpo biológico faz nossos laços afrouxarem.
  • Meditação. Mestres iogues podem controlar processos biológicos conscientemente e, com isso, reduzir sua vitalidade e causar expansão do perispírito ou mesmo sair do corpo completamente.
Pode haver outras, mas não me ocorre.
Me fale mais das técnicas destes mestres iogues e do porque não crer na versão cristã.
 

mendingo_26

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Lembrei de algo que aconteceu a uns 4 meses atrás

não é a primeira vez que tenho a sensação de estar sendo observado ao dormir, eu e a minha família somos evangélicos, até aí tudo tranquilo, mas como relatado a alguns meses atrás aqui no fórum tem uma igreja pentecostal que a 10 anos vive nos incomodando com barulhos do som (inclusive em um dos cultos deles chamavam os vizinhos que reclamavam de Diabo, que iriam sofrer com a punição divina e tal).

Voltando ao assunto, em 2 noites seguidas ao dormir senti uma forte presença ao lado da minha cama, era como se literalmente alguém estivesse encostado na cabeceira me observando, senti um arrepio muito forte da cabeça aos pés e imediatamente levantei, liguei a luz e comecei a orar em voz alta, depois de uns 5 minutos me deitei e ainda a sensação não passava, continuei orando e consegui dormir em paz.

No dia seguinte contei para a minha mãe o que aconteceu e depois fui trabalhar, minha mãe ao chegar no meu quarto e ficar no mesmo lugar em que tinha falado da sensação ruim ela teve o mesmo arrepio forte que eu, então começou a orar e ler o Salmos 143 e então não tivemos mais essa sensação ruim.

Minha mãe disse que isso tem pode ter relação com inveja, olho grande, desejo de vingança ou até mesmo jogando "praga" na gente.
 
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