Sgt. Kowalski
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Explosões atingem petroleiros no Golfo de Omã; EUA culpam Irã
13.jun.2019 às 12h43
Dois petroleiros foram atingidos em supostos ataques no Golfo de Omã nesta quinta (13), segundo empresas de navegação e fontes do setor, elevando os preços do petróleo em até 4%.
O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, responsabilizou o Irã pelo ataque, citando informações de inteligência, o tipo de armas usadas e a sofisticação da ação.
Este é o segundo incidente na região no último mês. Em maio, quatro petroleiros foram danificados por minas navais. A Arábia Saudita e os EUA culparam o Irã por esses ataques, acusação que Teerã nega.
Cerca de 20% de todo o petróleo comercializado no mundo passam pela região, localizada no estreito de Ormuz. Os dois navios pegaram fogo, mas nenhum afundou.
No norueguês Front Altair, que carregava 75 mil toneladas de nafta dos Emirados Árabes Unidos para Taiwan, o incêndio foi completamente controlado, e a equipe de 21 pessoas voltaria à embarcação após inspeções de segurança.
A empresa de Taiwan que o fretou suspeita que o barco foi atingido por um torpedo.
Já no navio Kokuka Courageous, que pertence ao Japão e transportava metanol da Arábia Saudita para Singapura, o incêndio durou mais tempo mas foi aparentemente controlado. Não houve feridos, e o proprietário afirma que a embarcação foi atingida por uma mina naval que rompeu parte do casco.
A agência estatal iraniana de notícias IRNA informou que equipes de resgate do país socorreram 44 marinheiros dos petroleiros danificados e os levaram para o porto iraniano de Jask. A marinha americana também afirmou que prestava assistência.
O Irã afirma que não instruiu nenhuma força a atacar os navios nesta quinta, e seu presidente, Hassan Rouhani, acrescentou que a segurança no Golfo de Omã é extremamente importante para o país.
Os supostos ataques desta quinta-feira ocorrem um dia depois que os houthis do Iêmen, aliados do Irã, dispararam um míssil contra um aeroporto na Arábia Saudita, ferindo 26 pessoas. Os houthis também reivindicaram um ataque com drone no mês passado em estações de bombeamento de petróleo sauditas.
Os incidentes também ocorrem num momento no qual a relação entre o Irã e os Estados Unidos está deteriorada. O presidente Donald Trump exige que Teerã diminua seus programas militares e sua influência no Oriente Médio. No final do ano passado, Washington se retirou do acordo nuclear entre o Irã e outras potências globais, com o objetivo de conter as ambições nucleares de Teerã.
Em abril, Washington anunciou a volta de sanções a países compradores de petróleo iraniano para pressionar a economia do regime.
Após os navios pegarem fogo, a associação Intertanko, que representa boa parte da frota de petroleiros independentes do mundo, disse que há preocupação crescente pela segurança das embarcações e dos tripulantes que circulam pelo Estreito de Ormuz.
O Ministério das Relações Exteriores francês pediu contenção e redução das tensões na região, acrescentando que defende "a liberdade de navegação, que deve ser preservada". A França tem uma base naval nos Emirados Árabes.
Shinzo Abe, primeiro-ministro do Japão, grande importador de petróleo iraniano até Washington impor sanções, visitou Teerã nesta quarta (12) e pediu a todos os lados que não deixem a instabilidade aumentar.
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) se reunirá com urgência nesta quinta-feira (13), a pedido dos Estados Unidos, para debater sobre a situação no Golfo.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou os ataques —"acontecimentos perigosos"— durante encontro do Conselho de Segurança com a Liga Árabe.
Para Ahmed Aboul Gheit, secretário-geral da Liga Árabe, "algumas partes da região estão tentando reacender o fogo".
O Estreito de Ormuz separa o Irã da Península Arábica e é caminho dos produtores de petróleo do Oriente Médio para mercados na Ásia, Europa e América do Norte.