Cristiane Teixeira, ex-babá da família do volante Fernando, do Beijin Guoan, afirma que o jogador e sua mulher tinham conhecimento de que o remédio que provocou a prisão do motorista Robson Oliveira era proibido na Rússia. Ao todo, Cristiane trabalhou com a família por três anos. Primeiro, morou por nove meses na Itália, onde o atleta defendeu a Sampdoria, e depois, na Rússia, quando Fernando atuou pelo Spartak de Moscou, local onde ocorreu a prisão de Robson.
- Eu achei simplesmente um absurdo o Fernando negar que não sabia do remédio, porque ele teve uma conversa com a esposa, Rafaella. Eu estava na sala brincando com o filho deles quando ele falou que o doutor, médico do Spartak, não poderia passar a receita do remédio, pois é proibido esse remédio na Rússia - desabafou Cristiane, que trabalhou na Rússia pela última vez em dezembro de 2018.
Hoje, a babá mora no Brasil, e acompanha com indignação o caso de Robson Oliveira, ex-motorista de Fernando que está preso há mais de um ano na penitenciaria de Kashira, distante 120 quilômetros da cidade de Moscou. Robson é acusado de tráfico de drogas e preparação para o tráfico, por ter entrado na Rússia, sem saber, com duas caixas do remédio Mytedon, ou cloridrato de Metadona.
Desde o início do processo, quando Robson foi preso, Fernando, Rafaella e os sogros negaram saber que o Mytedon era proibído na Rússia. A reportagem do Esporte Espetacular entrou em contato com o advogado da família, mas recebeu resposta através da assessoria de imprensa do jogador. Em nota, a família de Fernando reitera que não sabia que o remédio em questão era proibido na Rússia.
Cristiane está movendo um processo na Justiça Trabalhista contra Fernando e Rafaella. A ex-babá conta que, em pelo menos uma ocasião, levou pacotes fechados para Rafaella, em um destino de férias na Europa e, depois, seguiram juntas para a Rússia. Ela se revolta ao se colocar na situação de Robson e imagina que o mesmo poderia ter ocorrido com ela.
A substância cloridrato de Metadona é legalizada no Brasil, mas proibida na Rússia. O remédio é usado no tratamento de viciados em ópio, heroína, e também é usado para tratar diabetes e dores crônicas. Willian Farias, pai de Rafaella e sogro de Fernando, era o dono dos remédios que estavam em uma mala, que Robson, sem saber, levou para Moscou cumprindo a solicitação de William. Se condenado, Robson pode pegar até 20 anos de prisão.