Tentando responder por partes...
Abrir o mercado não resolveria isso. Porque o que define é quem tem o controle dos cabos submarinos. ¹
E nenhuma pequena/média empresa conseguirá instalar e ter posse de 1. Não é que seja impossivel ou que o governo dificulte. È apenas que é caro mesmo e exige papelada e pessoal a nível internacional, contatos que uma pequena e média só sonha em ter.
È diferente de tu contratar fatia da transmissão desse cabo e fazer sua empresa onde as grandes não operam. Aqui os custos pra entrar são menores e basta algumas dezenas/centenas de milhares de reais, E as cidades de interior são bem generosas porque elas salivam com internet de boa qualidade e fibra óptica nas suas cidades.
Instalar 1 cabo submarino precisa de bilhões. Quantos brasileiros ou mesmo empresas tem bilhões sobrando? ³O Número limitado de atores capazes de investir fecha o mercado naturalmente.
Esse é a dificuldade que muitos tem de entender. Isso é uma empresa de telecomunicação. Não um mercadinho da esquina ou lojinha de shopping. Isso exige capital de verdade que automaticamente exclui 95% da população. (Ainda mais em um país onde maioria vive mês a mês).
²E não, empresas internacionais não choveriam no Brasil. È um mercado já consolidado, um dos mais consolidados do mundo diga-se de passagem. O que significa que pra tu entrar e conseguir uma fatia lucrativa desse mercado e ficar competitivo tu precisa entrar com uma infraestrutura absurda (E cara) pra justificar o risco. E isso afasta a maioria senão todas que preferem países que tem alta % da população fora da internet e com infraestrutura ainda por montar onde tu pode adquirir monopólio natural sendo o primeiro ou mesmo único provedor.
Mercado de regras que rege a internet brasileira pode melhorar muito. Mas ta longe de ser nível africano ou mesmo lembrar a década passada. Mta coisa mudou nos últimos 15 anos e só estão tendo efeito agora.
Maioria das amarras foram sendo desmontadas já nas ultimas décadas e o resultado se mostra na explosão de fibra óptica e de provedores pequenos/médios que o país tem sofrido.
*Isso é que nem aviação.
Quer criar um novo 707 e matar a boeing? Sinta-se livre pra isso. Não a impedimento.
Apenas o valor de dezenas de bilhões de dólares que limita as empresas e pessoas que podem arcar com isso a um número ínfimo no planeta inteiro.
¹Tem empresas gigantes lá fora, muito maiores que as que operam aqui (mesmo se tratando das maiores multinacionais no Brasil, a Tim e a America Movil-Claro) como a Verizon, Vodafone, A1, Orange, T-Online e outras.
Não necessariamente teria de se implantar outro cabo submarino ás expensas de um único gigante desses. Que é caro é, mas não impraticável.
Com relação ás cidades pequenas do interior do país, iniciativas como a MP da liberdade econômica do atual governo são um ponto favorável nesse sentido. Mas pode-se avançar mais, talvez com uma melhor repartição dos bilhões arrecadados pelo Funtel.
²Sacramentar que empresas estrangeiras não viriam se o mercado brasileiro fosse aberto, é palpite, não há como saber. Sobre o mercado estar consolidado, esse setor (como os outros relacionados a tecnologia em geral) é menos conservador a novos players do que o de fabricantes de carros, por exemplo, onde marcas até então desconhecidas demoraram quase vinte anos ''pra pegar''.
³E não é o número limitado de atores que fecha o mercado, é o número limitado NO BRASIL, pelas bandas leiloadas pelo governo federal nas décadas passadas. Talvez esse seja o maior imbróglio jurídico de se resolver e quebrando-o em prol de maior concorrência internacional, se quebrariam também regras estabelecidas previamente.
Nisso o Brasil está bastante limitado. *E comparar a telefonia/internet á aviação, apesar de entender o ponto, do alto investimento x risco de retorno envolvido, não pareceu a melhor comparação, embora a mensagem tenha sido legível.
Edit: ¹ ² ³ * no quote e nas partes da resposta correspondente, pra melhorar o entendimento.