Sem contar que a própria Ford, desde 2010 (isso mesmo, há uma década), vinha perdendo mercado.
Primeiro para a Renault e depois pra Hyundai.
Num tópico em que:
=> Se cita bilhões em incentivos fiscais para uma empresa;
=> Que essa empresa sabia há anos de defeitos em seus carros, consertou no mundo, mas não no Brasil;
=> Que essa empresa fez todas as piores práticas do ramo nas duas última décadas;
=> Que essa empresa fez as piores escolhas de produção nas últimas décadas (inclusive vendendo carros defasados a preço de carros atuais);
=> Que essa empresa disse que vai sair no fim do ano, provavelmente esperando mais benefícios fiscais para ficar e, com nosso dinheiro, poder continuar enganando brasileiros;
Vem alguém e diz que era melhor o presidente fazer alguma coisa (a k.a. dar dinheiro público para a empresa continuar lucrando privadamente) do que fazer acordo de pesquisa para desenvolver algo em conjunto com um país conhecido pela alta tecnologia.
Tipo, sério?
Daqui a pouco surge um "Se Haddad fosse presidente não deixaria a Ford sair, daria dezenas de bilhões para uma empresa capitalista opressora que devolve nada em impostos e ainda engana o brasileiro, vendendo carros comuns a preço de luxo".
Amo a esquerda, que ignora seu próprio discurso se isso for OK para atacar inimigos.
Em vez de cobrarem uma Zona Franca no Nordeste por exemplo, com menos impostos e mais (incentivo de verdade) para produzir... a oposição parece um vinil arranhado repetindo o mantra de
''o governo deveria ter feito algo (dar mais dinheiro de impostos) pra manter a Ford e os bilhões de empregos''.
Tem horas que dá até preguiça de responder, sério.
Tenho um Ford, devo vender?
Seguinte, se foi piada, nem leia esse post.
Caso não, considere.
Como referência, no início dos anos 80, a Chrysler também fechou suas operações no Brasil, também depois de amargar a década de 70 (pleno milagre econômico brasileiro), perdendo participação de mercado.
Seu modelo de negócio era caro, seu produto idem (o Dart beberrão que logo foi descontinuado e depois o Doginho) e não se adequou logo ao proAlcool, diferente de uma novata (Fiat) que com 5 anos de país já havia ultrapassado a montadora de Detroit.
E pelas poucas lembranças da década de 80, já eram cada vez mais raros os Doginhos nas ruas. Sinal de que a substituição pelo mercado foi ligeira realmente.
Fim da novela: O mundo girou, girou e quarenta anos depois a Fiat mundial comprou a Chrysler, hoje FCA, ou seja, não era algo restrito de país.
Fica como dica de leitura, se achar bem.