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RIO - Duas importantes entidades brasileiras de defesa do consumidor, o Procon-SP e o Idec, notificaram nesta quinta-feira a montadora Volkswagen por acidentes ocorridos durante o rebatimento do banco traseiro do Fox, quarto modelo de carro mais vendido do país, com 700 mil unidades comercializadas desde seu lançamento em 2003. Uma argola usada para movimentar essa parte do veículo causou a mutilação dos dedos de oito usuários.
- É uma operação aparentemente banal, sem risco. Logo, se exige que um procedimento seja seguido, sob pena do usuário perder um pedaço do seu corpo, o risco deveria ter sido destacado - afirma o diretor de Fiscalização do Procon-SP, Paulo Arthur Góes.
De acordo com este órgão, a notificação da Volkswagen dá início a uma investigação sobre o assunto, é um instrumento para obter maiores informações a respeito desses casos. Entretanto, sua iniciativa não partiu da denúncia de um consumidor ao órgão.
Já no caso do Idec, um associado teve o dedo decepado ao rebater o banco do seu Fox em 2005 e entrou em contato com a instituição, que acreditou se tratar de um caso isolado, orientando-o na época a procurar a Justiça. Diante de novas denúncias divulgadas pela imprensa, envolvendo inclusive outras ações judiciais, a associação resolveu notificar a Volkswagen.
- É uma operação aparentemente banal, sem risco. Logo, se exige que um procedimento seja seguido, sob pena do usuário perder um pedaço do seu corpo, o risco deveria ter sido destacado - afirma o diretor de Fiscalização do Procon-SP, Paulo Arthur Góes.
De acordo com este órgão, a notificação da Volkswagen dá início a uma investigação sobre o assunto, é um instrumento para obter maiores informações a respeito desses casos. Entretanto, sua iniciativa não partiu da denúncia de um consumidor ao órgão.
Já no caso do Idec, um associado teve o dedo decepado ao rebater o banco do seu Fox em 2005 e entrou em contato com a instituição, que acreditou se tratar de um caso isolado, orientando-o na época a procurar a Justiça. Diante de novas denúncias divulgadas pela imprensa, envolvendo inclusive outras ações judiciais, a associação resolveu notificar a Volkswagen.
[COLOR="Black"]O sistema é diferente do modelo exportado para a Europa[/COLOR]
Em sua defesa, a montadora alega que também há instruções coladas na parte traseira do encosto do banco em duas versões. Uma delas reproduz o mesmo "passo-a-passo" do manual.
Outra instrução alertaria para o risco de realizar a operação sem ler as instruções. Trataria-se ainda de um recurso relativamente novo, disponível em poucos modelos da Volkswagen e de outras montadoras no mercado brasileiro.
O sistema também é diferente do adotado no Fox vendido na Europa. Segundo a Volkswagen, o modelo exportado tem um conjunto de bancos diferentes, por exigências desse mercado. O banco traseiro do Fox Europa comporta apenas duas pessoas e é bi-partido, o que significa que seu rebatimento pode ser feito em cada um dos dois encostos separadamente.
Não basta o manual ter a informação, perigo precisa ser destacado
A Volkswagen tem até meados da semana que vem para responder à notificação das instituições de defesa do consumidor, fornecendo os manuais para avaliação e informando o número casos de ferimentos durante o manuseio do banco traseiro, assim como a quantidade de ações relacionadas a esse problema que estão na Justiça.
Caso não responda à notificação, a empresa pode sofrer, entre outras sanções, uma multa de até R$ 212 milhões, segundo o Código de Defesa do Consumidor.
- A questão do projeto precisa ser melhor avaliada, mas, ao que tudo indica, houve uma falha no mínimo do ponto de vista da informação. É preciso que isso fique bem claro: cabe ao fornecedor dar as informações essenciais e não ao consumidor deduzi-las - afirma o diretor de Fiscalização do Procon-SP, Paulo Arthur Góes.
- Se for concluído que o produto é defeituoso, seja por falha do projeto ou de orientação, a empresa será instada a fazer um recall imediato - reforça.
[COLOR="Red"][SIZE="5"]Matéria 4 Rodas [/SIZE][/COLOR]
Carregado de compras do supermercado, o técnico em química Gustavo Funada teve certeza de que aquele monte de sacolas não caberia no porta-malas de seu Fox 2004. O jeito, pensou, era rebater os bancos traseiros. Foi o que fez. Só não imaginava que isso custaria a ponta do dedo médio. "Não achei a alça e puxei a trava do encosto, ela prendeu meu dedo e o banco despencou, decepando o dedo da mão direita. Tudo numa fração de segundos", diz Gustavo. Após duas cirurgias e sessões de fisioterapia, ele ainda sofre com dores e tem dificuldade para segurar objetos. O banco traseiro do Fox já fez outras vítimas. Conversamos com outros três donos que tiveram os dedos feridos ao rebater o banco. Para aumentar o porta-malas, o processo é feito em duas partes. Primeiro deita-se o encosto e depois levanta-se o assento, que sai do assoalho e se dobra para a frente, junto com o encosto, formando um pesado "sanduíche". O sistema é o mesmo no CrossFox e na SpaceFox.
"Existe a situação que leva a um comportamento de risco", afirma Márcio Montesani, perito em acidentes automotivos do Núcleo de Perícias Técnicas de São Paulo e professor de perícia da Unicamp, que fez dois tipos de análise para elaborar um laudo técnico. Primeiro tentou rebater o banco inteiro seguindo as instruções do manual do proprietário e depois analisou o comportamento intuitivo de quem não tivesse seguido nenhuma recomendação. Nos dois casos, o usuário corre risco de se ferir, concluiu o laudo.
Tanto o manual quanto a etiqueta orientam a rebater o banco pelo porta-malas. É onde mora o perigo. Ele começa já na trava que prende o assento. A etiqueta induz o usuário a puxar uma barra de aço para destravar o banco, depois de ter rebatido o encosto. O problema é que essa barra tende a prender a mão depois que o assento se desprende. Foi o que aconteceu com Antônio Edison de Sousa, de Goiânia (GO), que teve três dedos amassados e passou por cirurgia de reconstituição. "Segui a etiqueta. Enfiei a mão lá, como mostra a figura, e puxei a barra. Meus dedos ficaram presos e depois o assento caiu. Meus dedos saíram pendurados", diz ele, que rebatia o banco pela primeira vez.
E esse não é o único nem o maior problema. Após destravar o assento do assoalho, o duro é levantar e empurrar o pesado conjunto para a frente, usando uma alça de náilon flexível. A dificuldade é ainda maior para os baixinhos, que têm de jogar o corpo todo para dentro do porta-malas para alcançar a alça. "Para não perder o equilíbrio, a pessoa terá o instinto de apoiar uma das mãos no assoalho do porta-malas", diz o perito. Nessa posição, segundo ele, são grandes as chances de o motorista se desequilibrar e o banco cair sobre a mão. As partes metálicas aumentam o risco de ferimento.
O perito não encontrou no manual um alerta sobre o perigo caso o banco retorne quando é rebatido pelo porta-malas - acesso recomendado tanto pela etiqueta quanto pelo manual. Para Montesani, essa orientação induz a riscos. O mais seguro seria rebater o banco pelas portas traseiras e não pelo porta-malas. A partir de 2004, a Volkswagen alterou o manual, acrescentando uma ilustração em que o motorista aparece baixando o banco por uma das portas traseiras. Porém ainda não há recomendação escrita que enfatize isso. A fábrica não explica o que motivou essa alteração, só divulgou que os manuais passam por revisões periódicas para aperfeiçoar as informações. Mas o perito critica que até o manual mais novo continua sem alertas para o risco de se prender a mão sob o banco. Consultada, a Volks negou ter registro de outros acidentes com o Fox além do caso com Gustavo.
[COLOR="red"]
O povo reclama[/COLOR]
"Existe uma guilhotina dentro do Fox. Segui a explicação da etiqueta e amassei meus dedos." Antônio Edison Félix de Sousa, Goiânia (GO)
"A trava de aço me pegou igual a uma ratoeira. Meu dedo ficou esmagado no assoalho e minha unha ficou roxa.", Márcio Gorodicht, São Paulo (SP)
"Fiquei 10 minutos com a mão presa. Precisei pedir ajuda. Ela ficou anestesiada por uma hora e os dedos, 15 dias amassados." Silvio Marques, Pouso Alegre (MG)
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Vídeo:
[youtube]6YfBR8DAKfQ[/youtube]
[youtube]Or2WjAwrGhE[/youtube]
- É uma operação aparentemente banal, sem risco. Logo, se exige que um procedimento seja seguido, sob pena do usuário perder um pedaço do seu corpo, o risco deveria ter sido destacado - afirma o diretor de Fiscalização do Procon-SP, Paulo Arthur Góes.
De acordo com este órgão, a notificação da Volkswagen dá início a uma investigação sobre o assunto, é um instrumento para obter maiores informações a respeito desses casos. Entretanto, sua iniciativa não partiu da denúncia de um consumidor ao órgão.
Já no caso do Idec, um associado teve o dedo decepado ao rebater o banco do seu Fox em 2005 e entrou em contato com a instituição, que acreditou se tratar de um caso isolado, orientando-o na época a procurar a Justiça. Diante de novas denúncias divulgadas pela imprensa, envolvendo inclusive outras ações judiciais, a associação resolveu notificar a Volkswagen.
- É uma operação aparentemente banal, sem risco. Logo, se exige que um procedimento seja seguido, sob pena do usuário perder um pedaço do seu corpo, o risco deveria ter sido destacado - afirma o diretor de Fiscalização do Procon-SP, Paulo Arthur Góes.
De acordo com este órgão, a notificação da Volkswagen dá início a uma investigação sobre o assunto, é um instrumento para obter maiores informações a respeito desses casos. Entretanto, sua iniciativa não partiu da denúncia de um consumidor ao órgão.
Já no caso do Idec, um associado teve o dedo decepado ao rebater o banco do seu Fox em 2005 e entrou em contato com a instituição, que acreditou se tratar de um caso isolado, orientando-o na época a procurar a Justiça. Diante de novas denúncias divulgadas pela imprensa, envolvendo inclusive outras ações judiciais, a associação resolveu notificar a Volkswagen.
[COLOR="Black"]O sistema é diferente do modelo exportado para a Europa[/COLOR]
Em sua defesa, a montadora alega que também há instruções coladas na parte traseira do encosto do banco em duas versões. Uma delas reproduz o mesmo "passo-a-passo" do manual.
Outra instrução alertaria para o risco de realizar a operação sem ler as instruções. Trataria-se ainda de um recurso relativamente novo, disponível em poucos modelos da Volkswagen e de outras montadoras no mercado brasileiro.
O sistema também é diferente do adotado no Fox vendido na Europa. Segundo a Volkswagen, o modelo exportado tem um conjunto de bancos diferentes, por exigências desse mercado. O banco traseiro do Fox Europa comporta apenas duas pessoas e é bi-partido, o que significa que seu rebatimento pode ser feito em cada um dos dois encostos separadamente.
Não basta o manual ter a informação, perigo precisa ser destacado
A Volkswagen tem até meados da semana que vem para responder à notificação das instituições de defesa do consumidor, fornecendo os manuais para avaliação e informando o número casos de ferimentos durante o manuseio do banco traseiro, assim como a quantidade de ações relacionadas a esse problema que estão na Justiça.
Caso não responda à notificação, a empresa pode sofrer, entre outras sanções, uma multa de até R$ 212 milhões, segundo o Código de Defesa do Consumidor.
- A questão do projeto precisa ser melhor avaliada, mas, ao que tudo indica, houve uma falha no mínimo do ponto de vista da informação. É preciso que isso fique bem claro: cabe ao fornecedor dar as informações essenciais e não ao consumidor deduzi-las - afirma o diretor de Fiscalização do Procon-SP, Paulo Arthur Góes.
- Se for concluído que o produto é defeituoso, seja por falha do projeto ou de orientação, a empresa será instada a fazer um recall imediato - reforça.
[COLOR="Red"][SIZE="5"]Matéria 4 Rodas [/SIZE][/COLOR]
Carregado de compras do supermercado, o técnico em química Gustavo Funada teve certeza de que aquele monte de sacolas não caberia no porta-malas de seu Fox 2004. O jeito, pensou, era rebater os bancos traseiros. Foi o que fez. Só não imaginava que isso custaria a ponta do dedo médio. "Não achei a alça e puxei a trava do encosto, ela prendeu meu dedo e o banco despencou, decepando o dedo da mão direita. Tudo numa fração de segundos", diz Gustavo. Após duas cirurgias e sessões de fisioterapia, ele ainda sofre com dores e tem dificuldade para segurar objetos. O banco traseiro do Fox já fez outras vítimas. Conversamos com outros três donos que tiveram os dedos feridos ao rebater o banco. Para aumentar o porta-malas, o processo é feito em duas partes. Primeiro deita-se o encosto e depois levanta-se o assento, que sai do assoalho e se dobra para a frente, junto com o encosto, formando um pesado "sanduíche". O sistema é o mesmo no CrossFox e na SpaceFox.
"Existe a situação que leva a um comportamento de risco", afirma Márcio Montesani, perito em acidentes automotivos do Núcleo de Perícias Técnicas de São Paulo e professor de perícia da Unicamp, que fez dois tipos de análise para elaborar um laudo técnico. Primeiro tentou rebater o banco inteiro seguindo as instruções do manual do proprietário e depois analisou o comportamento intuitivo de quem não tivesse seguido nenhuma recomendação. Nos dois casos, o usuário corre risco de se ferir, concluiu o laudo.
Tanto o manual quanto a etiqueta orientam a rebater o banco pelo porta-malas. É onde mora o perigo. Ele começa já na trava que prende o assento. A etiqueta induz o usuário a puxar uma barra de aço para destravar o banco, depois de ter rebatido o encosto. O problema é que essa barra tende a prender a mão depois que o assento se desprende. Foi o que aconteceu com Antônio Edison de Sousa, de Goiânia (GO), que teve três dedos amassados e passou por cirurgia de reconstituição. "Segui a etiqueta. Enfiei a mão lá, como mostra a figura, e puxei a barra. Meus dedos ficaram presos e depois o assento caiu. Meus dedos saíram pendurados", diz ele, que rebatia o banco pela primeira vez.
E esse não é o único nem o maior problema. Após destravar o assento do assoalho, o duro é levantar e empurrar o pesado conjunto para a frente, usando uma alça de náilon flexível. A dificuldade é ainda maior para os baixinhos, que têm de jogar o corpo todo para dentro do porta-malas para alcançar a alça. "Para não perder o equilíbrio, a pessoa terá o instinto de apoiar uma das mãos no assoalho do porta-malas", diz o perito. Nessa posição, segundo ele, são grandes as chances de o motorista se desequilibrar e o banco cair sobre a mão. As partes metálicas aumentam o risco de ferimento.
O perito não encontrou no manual um alerta sobre o perigo caso o banco retorne quando é rebatido pelo porta-malas - acesso recomendado tanto pela etiqueta quanto pelo manual. Para Montesani, essa orientação induz a riscos. O mais seguro seria rebater o banco pelas portas traseiras e não pelo porta-malas. A partir de 2004, a Volkswagen alterou o manual, acrescentando uma ilustração em que o motorista aparece baixando o banco por uma das portas traseiras. Porém ainda não há recomendação escrita que enfatize isso. A fábrica não explica o que motivou essa alteração, só divulgou que os manuais passam por revisões periódicas para aperfeiçoar as informações. Mas o perito critica que até o manual mais novo continua sem alertas para o risco de se prender a mão sob o banco. Consultada, a Volks negou ter registro de outros acidentes com o Fox além do caso com Gustavo.
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O povo reclama[/COLOR]
"Existe uma guilhotina dentro do Fox. Segui a explicação da etiqueta e amassei meus dedos." Antônio Edison Félix de Sousa, Goiânia (GO)
"A trava de aço me pegou igual a uma ratoeira. Meu dedo ficou esmagado no assoalho e minha unha ficou roxa.", Márcio Gorodicht, São Paulo (SP)
"Fiquei 10 minutos com a mão presa. Precisei pedir ajuda. Ela ficou anestesiada por uma hora e os dedos, 15 dias amassados." Silvio Marques, Pouso Alegre (MG)
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Vídeo:
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