Agora que estão falando tanto em espadas em chamas, em zumbis em chamas, me veio algo na cabeça: E se a melissandre jamais tivesse chegado em Winterfell, e mais, se ela não conseguisse acender as espadas dos Dotrakis?
Explico - sabemos que os mortos só podem ser abatidos de três formas: vidro de dragão, aço valiriano e fogo. Daí vem a pergunta: já que os dotrakis não tinham nem fogo nas espadas e estas tbm não eram feitas de aço valiriano, como diabos eles esperavam combater os mortos com suas espadas curvas de aço comum? Até onde se viu, esta era a unica arma que eles carregavam.
Ou seja, eles estavam ali na linha de frente sem nem mesmo possuirem armas que pudessem subjugar os mortos. Fatalmente seu unico destino era morrer.
Para você ver que toda essa batalha não foi pensada em termos estratégicos para os personagens, mas sim em termos de conveniência para os roteiristas criarem cenas visualmente impactantes e/ou com apelo emocional barato para a audiência.
Os dothrakis estavam na linha de frente porque Melisandre ia aparecer do nada (vinda da direção onde se encontrava o exército inimigo, sabe-se lá como) para tornar suas espadas flamejantes e permitir que fossem para sua carga suicida. Tudo isso para que os roteiristas pudessem mostrar uma cena com as espadas se apagando, como uma metáfora da vida dos próprios dothrakis se apagando.
Porque não colocaram piras espalhadas na planície, para gerar alguma iluminação? Porque Bran não atuou como batedor, bancando o warg em algum animal com capacidade de voo e visão noturna, para fazer reconhecimento e determinar a posição do exército inimigo? Porque os dragões não foram os primeiros a avançar, para causarem baixas absurdas nas fileiras dos mortos-vivos e, de quebra, iluminarem o campo de batalha, enquanto os corpos permanecessem queimando? Simples: porque tudo isso serviria aos personagens e não aos roteiristas.
Todas as cenas nas quais os personagens agiram de maneira estúpida, foram montadas para a conveniência dos roteiristas. Qual foi o propósito do gigante erguer Lyanna Mormont, senão criar uma cena com apelo emocional barato? A porra do gigante poderia tê-la matado com um peteleco se quisesse ou mesmo esmagado-a como uma formiga. Ao invés disso, tivemos uma cena massavéio.
Qual foi o propósito de colocar John Snow berrando na fuça de um Dracolich? Na boa, nem eu consigo enxergar um sentido para essa cena, a menos que eles tivessem a deliberada intenção de humilhar completamente o personagem, mostrando que ele falhou cabalmente em seu propósito e se tornou absolutamente impotente. Porque diabos as armaduras de alguns personagens (como Theon, Jorah e Beric) simplesmente pararam de oferecer qualquer proteção, enquanto outros (como Sam, Arya e Danaerys) podiam andar pelo campo de batalha apenas com trajes reforçados? Se bem que eles estavam usando a Invisible Plot Armor +10 por cima desses trajes...
Porque as drogas da catapultas e dos soldados não estavam dentro de Winterfell? Porque os dothrakis não foram utilizados para flanquear o exército de mortos-vivos? Porque não jogaram óleo quente nos mortos-vivos escalando as muralhas, incendiando-os logo na sequência, para ganhar tempo na defesa? Porque não rolaram
arrow volleys para proteger as muralhas e tentar abater o Dracolich? Um alvo de tamanho colossal, que poderia ser considerado um "dragão de vidro", já que poderia ser abatido, ironicamente, por vidro de dragão... Ao invés disso, decidiram enfrentá-lo utilizando os outros dragões, para gerar mais cenas massavéio. E porque despachar a desgraça do NK daquele jeito, senão por puro
fanservice?
É foda perceber que muito do que foi estabelecido nas temporadas anteriores, enquanto a série acompanhava as diretrizes dos livros, simplesmente não se aplica mais nessas últimas temporadas. Mudaram as regras que regem Westeros no meio da história e pouco se f*deram para as consequências advindas desse fato. E assim chegamos no ponto atual, no qual a Game of Thrones de agora não passa de uma paródia da Game of Thrones de antes. Ela já definhou por completo... Agora só falta ser encerrada e, posteriormente, relegada ao esquecimento.
