1- Cientificamente, me pergunto com qual idade uma criança começa a se perceber como um ser sexual, o que é o ponto chave da questão. Creio eu que isso não acontece com oito anos, mas o que eu acho não importa, pois não cheguei a tal conclusão cientificamente, e estaria apenas falando da minha experiência.
2- É tolice discutir o fato de que uma criança ou adolescente pode se identificar como do sexo oposto. É um fenômeno científico, documentado e estudado.
3- A questão ética sobre se é correto admitir que uma criança tome essa decisão deixa pra trás a dúvida sobre se ser transgênero é uma condição legítima ou "falta de porrada", ou coisa assim. Muitos aqui não parecem entender isso. Dica: não é "falta de porrada".
4- Pessoalmente, não acredito que uma criança de oito anos tenha entendimento completo ("completo" sendo a palavra chave) das implicações de se assumir transgênero. É bater o martelo sobre coisas que vão ter influência em campos de sua vida nos quais ela sequer entrou. Ao contrário do que pais menos responsáveis podem achar, é mais do que brincar de carrinho ou de boneca.
5- Para além da opção sexual (gostar de homem ou de mulher), a sexualidade aparenta ter mesmo graus diversos. Há homens viris, homens femininos, mulheres de feminilidade infantil, mulheres de comportamento masculino... e muitos graus entre essas categorias simples que inventei agora. Essas são coisas que podem ser moldadas, inclusive, pelo ambiente. Ou seja, definir para todo o sempre se uma criança é "trans" por conta disso, também me parece um erro grave. Existe um mar de características de "homem" ou "mulher" , que se manifesta de formas e principalmente, tempos diferentes.
Enfim, espero que isso não seja apenas pais "prafrentex" querendo projetar suas crenças sobre os filhos.