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Getúlio Vargas: 3 razões para amar (ou odiar) o que ele fez com o Brasil que você vive hoje

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Getúlio Dornelles Vargas foi um dos mais influentes personagens da história do Brasil República. Morto há mais de 60 anos, ainda é considerado por boa parte da população como o melhor presidente que já comandou o país. Sua participação na construção política do Brasil redefiniu em diversos elementos o posicionamento do Estado Nacional.

Principal nome da Revolução de 1930 (aquela que pôs fim à República do Café com Leite), Getúlio se manteve no poder desde então até a metade da década de 1950. Ele sabia como poucos se articular e adaptar sua forma de governar a cada diferente contexto. Sua influência foi além dos cargos oficiais: mesmo fora do poder (após sua morte ou quando o Estado Novo foi derrubado), foi capaz de fazer de sua vontade a vontade do povo, seja pela sua própria figura ou pela de seus herdeiros políticos.

Criador de importantes instituições do governo, como a Petrobras, de leis que regem o mundo do trabalho e pioneiro no uso da propaganda para atingir seus interesses, Getúlio Vargas moldou o Brasil que vivemos hoje. Boa parte dos acontecimentos do presente são herança direta ou indireta de suas decisões. Isso pode ser para alguns uma contribuição positiva, entretanto é completamente possível atribuir interpretações negativas a esse legado tão presente num cenário de qualidade duvidosa que é política nacional.


#1- Getúlio "inventou" o populismo no Brasil

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(Foto: Museu Joaquim José Felizardo / Fototeca Sioma Breitman).



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Cartilha getulista publicada em 1940 pelo
Departamento de Imprensa e Propaganda

(Acervo CPDOC FGV).
"Pai dos Pobres" e "Mãe dos Ricos": não é por qualquer razão que ele ficou conhecido assim. Poucos políticos no mundo tiveram capacidade semelhante de barganhar com os diferentes setores da sociedade. Vargas adotou estratégias que visavam obter o apoio popular, para isso, instituiu o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), que centralizou toda produção publicitária nacional, controlando (e censurando) tudo o que fosse de interesse do governo. Além disso adotou medidas para o fortalecimento de sua imagem, divulgando os feitos do governo sempre com especial destaque a seu nome. Um ótimo exemplo disso foi a criação da "Hora do Brasil", um programa de rádio diário de transmissão obrigatória em que Vargas anunciava diretamente ao povo suas realizações. Nunca antes na história do Brasil um chefe de Estado se fez tão próximo de cada brasileiro.

Em diferentes ocasiões, Vargas teve a sensibilidade de se antecipar a demandas distintas. Concedia direitos às camadas populares ao mesmo tempo que limitava seu poder de mobilização. Era uma espécie de autoritarismo anestesiado, visto que a aprovação de seu governo, considerado uma ditadura entre 1937 e 1945, sempre se manteve em níveis elevados. Uma prova disso é o chamado "Movimento Queremista", que foi uma mobilização popular em defesa da permanência de Getúlio na presidência (em 1945 uma intervenção militar interrompeu o Estado Novo, restabelecendo a democracia no país, com a ressalva de que as eleições convocadas proibiam a candidatura de Vargas, em evidente tentativa de evitar que ele fosse eleito).

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Comício do Movimento Queremista no Largo do Carioca, Rio de Janeiro, 1945 (Acervo CPDOC FGV).


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Especialistas associam a forte utilização da propaganda - enquanto ferramenta de articulação do governo - como uma das muitas características que assemelham seu estilo de governo aos polêmicos regimes fascistas que se constituíram na Europa no mesmo período (como o de Adolf Hitler, na Alemanha, e Benito Mussolini, na Itália). A partir daí fica clara a recorrente crítica ao uso do populismo pelo seu caráter considerado manipulador. O modus-operanti do populismo, apesar dessa incontestável conotação pejorativa, continuou a se fortalecer como estratégia de governo no mundo pós-fascismo, sendo praticado por representantes de diferentes correntes políticas. No Brasil não foi diferente.


A maior parte dos presidentes que vieram após Vargas (salvo o período do Regime Militar, em que os presidentes eram eleitos de forma indireta) procuraram replicar sua estratégia populista. Em observação mais detalhada ainda é possível alinhar alguns dos mais populares políticos do período democrático (antes e após o Golpe) como herdeiros diretos da imagem de Getúlio: Juscelino Kubitschek, João Goulart, Leonel Brizola e Tancredo Neves. Todos eles participaram de alguma forma da Era Vargas e colheram posteriormente a simpatia do povo.

No cenário atual, ainda como numa linhagem de sucessão de alianças políticas, vemos o ex-presidente Lula (que no início de sua escalada política obteve o importante apoio de Leonel Brizola) assumir prestígio similar ao conquistado por Getúlio. Por outro lado, entre as principais lideranças oposição, está Aécio Neves, neto de um ex-Ministro de Getúlio aclamado como mártir da Redemocratização do Brasil: Tancredo Neves.


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O carisma do ditador Adolf Hitler também teve base em estratégias populistas (Getty Images).





#2 Foi Getúlio o responsável pelas principais conquistas trabalhistas no Brasil


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Manifestação comemorativa do Dia do Trabalho no estádio São Januário, Rio de Janeiro,1940 (Acervo CPDOC FGV).


Em um país há poucas décadas livre da escravidão e num contexto mundial de expansão dos ideais comunistas, Getúlio Vargas assumiu importantes compromissos com a classe trabalhadora: criou o "Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio", responsável por iniciar a modernização do Brasil. Entre outras atribuições, instituiu a chamada Consolidação das Leis Trabalhistas que junto a uma nova categoria jurídica, a Justiça do Trabalho, regulamentava questões sensíveis referentes ao trabalho.

Entre seus principais feitos neste sentido é possível destacar a jornada de trabalho de 8 horas diárias ou 48 horas semanais, a regulamentação do trabalho das mulheres e crianças e o salário mínimo (que foi calculado de acordo com as necessidades básicas de sobrevivência do trabalhador: alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte).

Considerado um grande conciliador entre empregadores e empregados, Vargas oficializou e assumiu o controle dos sindicatos patronais e operários. Em análise a essa estratégia, o Doutor em História Social, Adaberto Peranhos, apelida o trabalhismo varguista de "antídoto contra a luta de classes". Segundo ele, é gritante o contraste entre as tensões no Brasil antes e depois do suicídio do estadista (o que não quer dizer que não tenha ocorrido movimentos sociais em seu governo). Isso demonstra como o trabalhismo de Vargas foi capaz de "domar" as reivindicações operárias, o que mais uma vez pode caracterizar o viés manipulador de seu governo.



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A imagem acima talvez seja icônica para ilustrar a crítica que se faz sobre a desarticulação da classe trabalhadora: "Trabalhador sindicalizado é trabalhador disciplinado". Essa faixa estava presente na celebração do Dia do Trabalhador no estádio municipal do Pacaembú, em São Paulo, 1944 (Acervo CPDOC FGV).



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(Arquivo do Movimento Operário do Rio de Janeiro)



O varguismo mais uma vez se aproxima do fascismo quando o assunto é o mundo do trabalho. Estudiosos associam os fundamentos da CLT brasileira à "Carta del Lavoro" italiana, instituída por Mussolini cerca de uma década antes.

O Dia do Trabalhador é outro bom exemplo que pode ser utilizado para compreender a força de desarticulação do trabalhismo carregado de propaganda à moda varguista: o que antes era uma data de crítica e protesto, ano após ano, foi remodelada como uma festividade. Vargas assumiu o protagonismo do 1º de Maio de modo a ofuscar o próprio trabalhador enquanto homenageado. A cartilha ao lado demonstra bem esta tese: a figura de Getúlio tem o maior destaque, e a própria chamada do 1º de Maio convoca uma concentração em homenagem ao "Benemérito Presidente Vargas".


#3 Foi Vargas o fundador das principais empresas estatais



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Cartaz da III Convenção Nacional em Defesa do Petróleo, em favor do monopólio estatal do recurso. Rio de Janeiro, 1952. Até o início do anos 1950, a produção e a distribuição de petróleo brasileiro eram controladas por companhias americanas, como a Standart Oil e a Texaco. Em reação a isso, Vargas e outros grupos nacionalistas uniram forças com a campanha ‘O Petróleo é nosso’.

Tema permanente no debate político do Brasil Contemporâneo, as empresas controladas pelo governo, ou simplesmente estatais, também têm suas raízes em Getúlio Vargas. Uma das principais características de seu governo foi a busca pela centralização e fortalecimento do Estado. Assim, a criação de empresas para o monopólio governamental de setores estratégicos da indústria de base era uma das maiores prioridades de seu projeto político.

Entre as empresas governamentais que nasceram nesse contexto, é possível citar a Eletrobras, Petrobras, Vale, BNDES (antigo BNDS), Banco do Nordeste e outros. Um dos principais argumentos utilizado por Getúlio contra seus opositores era o de que o governo deveria firmar sua autonomia contra as empresas estrangeiras. Com uma considerável oposição instalada, Vargas utilizou de seu prestígio para encabeçar uma campanha voltada para ganhar a opinião pública (principalmente no que se refere ao petróleo), acusando os opositores de "entreguistas" por desejarem a abertura do país ao capital estrangeiro. Como era de se esperar, a campanha popular de Getúlio (que ficou conhecida pelo slogan "O petróleo é nosso") obteve o efeito desejado e a Petrobras foi fundada com sucesso.


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Getúlio Vargas mostra a mão suja de petróleo da refinaria de Mataripe, Bahia, durante a inauguração da Petrobras, 1953.

Outrora motivo de orgulho para os governistas, a Petrobras hoje protagoniza (na chamada Operação Lava Jato) um escândalo de corrupção que pode mudar a opinião pública sobre as empresas estatais (Foto: Acervo AL SP).


Mesmo com todo seu prestígio, Getúlio não pode abrir mão de sua última cartada para derrotar seus adversários políticos: em 1954, insistentemente acusado pela imprensa por corrupção (e já sem a força da censura do Estado Novo), ele decidiu tirar a própria vida. Com efeito de "prova incontestável de sua inocência", sua popularidade, antes desidratada pela forte campanha de denúncias da imprensa de oposição, foi restaurada instantaneamente com o suicídio. Foi sua última grande manobra política. Os chamados udenistas (membros da União Democrática Nacional, liderados pelo jornalista e maior adversário de Vargas, Carlos Lacerda) estavam arruinados. O Brasil estava órfão. A população se alternava entre fúria e luto, jornais foram incendiados, Lacerda era visto como um assassino.


“A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobras e, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma.”
Trecho da Carta Testamento de Getúlio Vargas


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Enfurecida com a notícia do suicídio de Getúlio, população incendeia carros do jornal oposicionista O Globo, responsável por acusações ao estadista, 1954 (Acervo Agência O Globo).

Em tempos de crise ética e econômica é muito natural repensar o projeto político de uma nação. A História demonstra, em diversos episódios, a negação ou reafirmação de valores como forma de lidar com situações de instabilidade. Isso não quer dizer que a mudança seja necessariamente um elemento positivo para a sociedade: há muitas variáveis. No Brasil, populismo, direitos trabalhistas e a privatização de estatais são assuntos que dividem opiniões e instalam tensão no Congresso Nacional.


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Lula cumprimenta populares durante uma cerimônia do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em Lauro de Freitas, na Bahia, 2010. Essa foto foi feita por Ricardo Stuckert, fotógrafo oficial do Governo Lula.

Na conjuntura atual, é notável a semelhança entre o que Getúlio Vargas representou para a sociedade com o que Lula representa. Antes crítico declarado do projeto político de Getúlio, Lula adotou em seu governo posicionamento semelhante, Programas como o polêmico Bolsa Família rendem a ele (pelos seus opositores) o adjetivo de populista no sentido mais pejorativo possível. Por outro lado, governistas também o comparam a Vargas por razões mais românticas, como é o caso do jornalista Paulo Henrique Amorim:

'"
Aos poucos, ao longo de sua carreira de líder trabalhista, Luís Inácio Lula da Silva se reconciliou com Getúlio Vargas. Nem sempre foi assim. O líder metalúrgico tinha uma visão sindicalista da herança da Consolidação das Leis do Trabalho. Ele acusava Vargas de ter fomentado o peleguismo e a burocratização dos sindicatos. Quando Lula se tornou Presidente, se deu conta, com as tentativas diárias de derrubá-lo, que a trajetória de Vargas tinha sido outra: lutar pelos pobres e defender o interesse nacional".
Paulo Henrique Amorim


Nessa inevitável comparação, até mesmo o próprio ex-presidente Lula relacionou em diversas ocasiões sua situação diante de opositores com a vivida por Getúlio. A mais recente declaração se deu em um evento da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Rio de Janeiro:

"Pra saber o que está acontecendo agora no Brasil, é preciso entender o que aconteceu com JK, com Getúlio, com Jango e o que tentaram fazer comigo na presidência. (...) Eles fazem agora o que sempre fizeram a vida toda; a ideia básica é criminalizar, pela imprensa, porque aí já começa o processo pela sentença. (...) Toda vez que na historia da humanidade se tentou criminalizar a política, o resultado foi sempre pior. Veja a Operação mãos Limpas na Itália!"

Luís Inácio Lula da Silva durante ato da CUT no Rio de Janeiro (2015)

getulio_vargas_siteetnogcombr.jpg


(Laércio/Folhapress)


A configuração política do Brasil foi completamente influenciada pela passagem de Getúlio pelo poder. Ainda vivo na boca do povo e dos novas lideranças que surgem década após década, seu nome parece estar blindado de qualquer atribuição negativa. Por outro lado, a contestação das heranças de seu projeto de poder se faz cada vez mais recorrente. Gostar, ou odiar, a forma como se faz política no Brasil, seja de oposição ou situação, também passa pelo entendimento do legado de Vargas. Salvo de reducionismos, a exemplo do Coronelismo e do mais recente Período Militar, é importantíssimo ressaltar a influência de outros capítulos da história do Brasil na constituição e prática do poder em nosso país.

Equipe de produção do artigo:
Beatriz de Miranda Brusantin
Doutora em História Social pela Universidade Estadual de Campinas
Coordenação de Produção e Pesquisa Histórica
Bruno Henrique Brito Lopes
Graduando em História pela Universidade Católica de Pernambuco
Coordenação de Redação e Edição
Camilla Fernandes Nunes
Graduanda em História pela Universidade Católica de Pernambuco
Pesquisa Histórica e Produção de texto
Eduarda de Albuquerque Ferreira Barbosa
Graduanda em História pela Universidade Católica de Pernambuco
Pesquisa Histórica e Produção de texto
Raphael Esteves de Almeida Jacinto
Graduando em História pela Universidade Católica de Pernambuco
Supervisor executivo

Fontes:
http://www.al.sp.gov.br/noticia/?id=263814
http://www.biblioteca.presidencia.gov.br/ex-presidentes/getulio-vargas
http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos37-45/PoliticaAdministracao/EstadoNovoFascismo
https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/FatosImagens/PrimeiroMaio
http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,getulio-institui-o-salario-minimo-imp-,545453
http://www.egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/anexos/23214-23217-1-PB.pdf
http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/nazismo-eles-estao-nos-434592.shtml
http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/veja-detalhes-ineditos-vida-getulio-vargas-729391.shtml
http://memoria.ebc.com.br/agenciabr...e-hitler-franco-e-mussolini-diz-almino-afonso
http://memoria.oglobo.globo.com/erros-e-acusacoes-falsas/jornal-natildeo-conspirou-contra-getuacutelio-9471143
http://memoria.petrobras.com.br/depoentes/maria-augusta-de-toledo-tibiria-miranda/campanha-o-petroleo-e-nosso
http://oglobo.globo.com/infograficos/petrobras-60-anos/
http://revistas.unipar.br/akropolis/article/view/1890/1640
http://revistaforum.com.br/rodrigovianna/plenos-poderes/lula-poe-o-bloco-na-rua-quero-paz-e-democracia-mas-se-eles-nao-querem-nos-sabemos-brigar-tambem/
http://www.sindpd.org.br/sindpd/getulio-vargas/historia.html
http://ultimosegundo.ig.com.br/revolucao1930/alemanha+de+hitler+foi+principal+parceira+do+brasil+de+getulio/n1237772842065.html
http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/antidoto_para_a_luta_de_classes.html

http://www.historiailustrada.com.br/2015/05/getulio-vargas-amar-ou-odiar.html
 
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thiago_rariz

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Excelente artigo. E só entrou do lado dos aliados na guerra por pressão americana, pois tendia a apoiar o Eixo. Era reconhecidamente antissemita.
 

Tilak

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Essa 3ª razão é discutivel... o império fez estatais também que vivem até hoje, banco do Brasil, Caixa, Correios e o "IBGE"...
Outro discutível, é estatizar coisas que já eram consolidadas pelo setor privado, como as ferrovias, da qual Vargas se apoderou
 

Genezy!

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É incrível que vendo essas fotos parece que são de hoje. Sorte que a nossa presidanta que admira o Getúlio vai nos salvar dos malditos fascistas!
 

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Só preciso de uma razão para odiar:

11.jpg


Precisamos de outra.
 


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É incrível que em minha cidade ao mesmo tempo temos vias com o nome Euclides Miragaia e Getúlio Vargas! Fuck logic!
Acontece... minha avó paterna era paulista e idolatrava esse cara por conta da lavagem cerebral. Ela era de 1928, e pessoal que nasceu nessa época e era muito pequeno durante a guerra ou nasceu pouco depois foi exposto à maior "obra prima" desse FDP (no quesito dominação), que se chamava Educação Moral e Cívica... era uma matéria obrigatória nas escolas. Então essa molecada era ensinada amar o FDP.

Ele só começou a ser questionado nas escolas quando os professores de História formados durante o Regime Militar (que tinham uma formação esquerdista) começaram a dar aula, la pelo final dos anos 70 em diante... e mesmo assim era complicado e só depois da queda do Regime que aos poucos começaram a falar abertamente dele, pelo menos em algumas escolas paulistas.

Pessoal das gerações anteriores a minha avó eram partidárias ao "quem pode manda, quem tem juízo obedece", então rolava muita puxa saquice pro GV, quando muito prefeito dava nome dele para ruas, praças e tudo mais para "ficar bem com o chefe", pois vc não pode esquecer que ele foi um ditador genérico, que amava essas putices.

Maaaa... em SP o pessoal demorou pra esquecer... hoje ninguém mais parece lembrar... culpa dos mesmos esquerdoides que dão aula de História... cagam pro Levante de 32 pq na época a esquerda acovardou e não pegou nas armas contra o ditador... iniciando a Tradição do Gogó... ou a Cultura do Fala Muito... mas povo mais velho tem a Revolução entalada na garganta até hoje.

Quando tava na facu cheguei a mergulhar de cabeça no material que a PMESP guarda até hoje... li uma porrada de livros e até entrevistei alguns veteranos (acho que não tem mais nenhum vivo). Oque Getúlio fez com o Brasil (não só com SP, pois aqui acabou a guerra, varremos o chão e seguimos em frente... no resto do país não foi bem assim) é imperdoável... padrão do que o PT está fazendo... mas ele não foi eleito.
 

Joey Tribbiani

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Lavagem cerebral pura!

Só mesmo lobotomizados para adorar esse cara!

Só não se tornou um ditador de mão cheia por alguns "detalhes".

Admira-me é gente, ainda hoje, com um pouco de escolaridade, ser influenciada por mecanismos do Populismo.
 

DC_nauta

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Quando tava na facu cheguei a mergulhar de cabeça no material que a PMESP guarda até hoje... li uma porrada de livros e até entrevistei alguns veteranos (acho que não tem mais nenhum vivo). Oque Getúlio fez com o Brasil (não só com SP, pois aqui acabou a guerra, varremos o chão e seguimos em frente... no resto do país não foi bem assim) é imperdoável... padrão do que o PT está fazendo... mas ele não foi eleito.

Detalhes please!

O que me ensinaram na escola é que ele foi ditador, "manipulou" a situação pra se manter no poder o máximo que pode, e tinha censura. mas no fim focavam muito que ele fazia as coisas pelo povo (tipo direitos trabalhistas). Ficava aquela coisa "ele era ruim mas era bom".

nunca pesquisei muito além disso. O que Getúlio fez pra ferrar com o país?
 

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Detalhes please!

O que me ensinaram na escola é que ele foi ditador, "manipulou" a situação pra se manter no poder o máximo que pode, e tinha censura. mas no fim focavam muito que ele fazia as coisas pelo povo (tipo direitos trabalhistas). Ficava aquela coisa "ele era ruim mas era bom".

nunca pesquisei muito além disso. O que Getúlio fez pra ferrar com o país?
Toda essa política paternalista em um país onde brotava uma cultura progressista, acabou transformando um país promissor numa grande senzala. E foi no pior momento possível, pois o país lutava exatamente para acabar com a cultura escravista, e acabou regredindo nesse ponto, e foi ai que se criou essa cultura do "espera que os outros resolvem"... pois ele foi tirando a autonomia para iniciativa privada, desenvolvimento científico e cultural e hoje todos somos Jeca Tatu.

Assim... os Direitos Trabalhistas era algo que tinha mesmo que ser feito... mas ele construiu uma legislação engessada que ajudou o trabalhador muito menos que poderia. Ele interveio demais na Educação, moldando ela a interesses estadistas ao invés de permitir que as pessoas tivessem uma educação compatível com a consolidação das democracias como modelos sociais mais avançados e sufocou a prosperidade de regiões como São Paulo, Santa Catarina e sul do, então, Mato Grosso. Só o fato dele ser um ditador e (obviamente) ter condicionado o Brasil a um formato de Estado Máximo já seria o bastante pra ferrar o país, pois a História prova que esse modelo a longo prazo nunca deu certo.

Sobre ele ser "bom ou mal"... é um questionamento maniqueísta totalmente irrelevante e relativo. Pra mim, paulista, ele foi horrível.
 

Metal God

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Getúlio detonou a mamata paulista-mineira, da república café com leite. Getulião meteu no cool das galeris. O hate nunca acabará.
 

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Getúlio detonou a mamata paulista-mineira, da república café com leite. Getulião meteu no cool das galeris. O hate nunca acabará.
Sim trocou uma oligarquia (que não fazia porra nenhuma pela população) por outra (que continuou não fazendo)... parabéns pros que se sentiram beneficiados.
 

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Getulio é controverso pq não é uma pessoa simples de se rotular.

Seu governo passou pela maior guerra da humanidade e ele fez ações que iam de condenáveis como a ditadura como algumas necessárias como regular os direitos trabalhistas. (Não vo entrar no ponto se ele regularizou bem ou mal, mas precisava-se de regras básicas e ele as implementou).

O Café com Leite foi extremamente nocivo pro Brasil. De certa forma foi aqui que se originou muitos dos problemas como a diferença gritante de desenvolvimento do Sudeste com o Nordeste/Norte do país.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Política_do_café_com_leite

para quem quiser ler, a wiki é bem completa.

Quanto a vargas preferir a alemanha. Ele a preferia não so por motivos ideologicos mas também por motivos econômicos. (Bem, todos os paises flertaram com o nazismo até hitler mostrar a que veio).
Os EUA e a Alemanha vendiam seus produtos pro Brasil de maneira diferente, os EUA exigia as transações em dolar o que era benéfico pros EUA.

A alemanha utilizava um sistema de créditos que era bem mais justo e maleável.

Obviamente, após a guerra iniciar (Como todos os outros países), o Brasil começou a diminuir as negociações conforme os navios brasileiros ficavam em risco e a Alemanha começava a ter problemas para pagar suas obrigações. Com o Brasil se aliando aos EUA, mas não antes de arrancar uma bela siderurgica deles que deu inicio a nossa industria siderúrgica inteira.

Eu não gosto do Getulio mas tenho que admitir que ele soube passar pela grande guerra como poucos lideres fizeram.

Quem quiser ler.

http://www7.tau.ac.il/ojs/index.php/eial/article/view/1193/1221


Republica da Espada + Café com Leite foram os game changers do Brasil! È bem interessante ler a historia do país nessa época e como nosso federalismo virou algo bem diferente do que existia nos EUA. (Foi tb a época que a economia dos EUA e do Brasil se separou pra nunca mais se encontrar ;P).
 
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Metal God

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Sim trocou uma oligarquia (que não fazia porra nenhuma pela população) por outra (que continuou não fazendo)... parabéns pros que se sentiram beneficiados.
Brasil melhorou bastante depois da implosão da república café com leite pelo Getulião. Vargas teve defeitos, perseguiu adversários e governou mediante uma ditadura. No entanto, ele botou o Brasil no caminho da industrialização, foi com ele que o negócio começou a tomar forma, vieram os direitos trabalhistas, a Petrobrás. A economia do Brasil começou a migrar do rural para o urbano, dando força às indústrias. Infelizmente, o período de Vargas no poder é muito polêmico.
Os paulistas nunca perdoaram Getulio por terem sido apeados do poder. Toda a revolta paulista contra o Getúlio sempre se fulcrou no ódio pela perda das mamatas do que qualquer outra coisa. E em 32, com aquela palhaçada, quiseram tirar o Getúlio pra voltar ao lixo que era antes.
Enfim, Getúlio "escreveu bem por linhas tortas".
 

Setzer1

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Tb tem que diferenciar o Getulio pré guerra e pós guerra (Quando acabo a ditadura e ele passou a ser só politico "normal").

Seu suicidio de certa forma atrasou a ditadura militar, que já estava no forno pra ocorrer década de 50.
 

Duckdodgers

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Quando eu morrer e for pro inferno a primeira coisa que farei é dar um murro nesse vagabundo.
 

Flame Vicious

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Foi um ditador fascista extremamente manipulador e hábil.


Não gosto da figura de Getúlio, mas uma coisa que admito é que esse fascista ditador manipulador em específico tinha um plano certeiro e exato de país e do ele iria querer fazer com o país, ao contrário dos fascistas ditadores manipuladores da Ditadura Militar. Era objetivo e determinado. Não é atoa que ainda tem gente que ama esse cara.

A comparação com o Hitler é plausível se formos ver.

A ditadura do getulio foi mais mortal que a militar... just saying...
Jamais vou entender quem odeia a ditatura militar e glorifica o getulio..

Eu concordo, mas há uma pequena diferença entre ambos. A ditadura do Getúlio tinha um plano de país, um objetivo daquilo que ele queria fazer com o Brasil. O cara era um articulador capaz. Os presidentes da Ditadura Militar nem de longe tinham essa capacidade.

Só isso já fez a cabeça de muitos(e não tô defendendo ou elogiando o Getúlio aqui antes que confundam, reprovo a forma de governo dele).
 

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Brasil melhorou bastante depois da implosão da república café com leite pelo Getulião. Vargas teve defeitos, perseguiu adversários e governou mediante uma ditadura. No entanto, ele botou o Brasil no caminho da industrialização, foi com ele que o negócio começou a tomar forma, vieram os direitos trabalhistas, a Petrobrás. A economia do Brasil começou a migrar do rural para o urbano, dando força às indústrias. Infelizmente, o período de Vargas no poder é muito polêmico.
Os paulistas nunca perdoaram Getulio por terem sido apeados do poder. Toda a revolta paulista contra o Getúlio sempre se fulcrou no ódio pela perda das mamatas do que qualquer outra coisa. E em 32, com aquela palhaçada, quiseram tirar o Getúlio pra voltar ao lixo que era antes.
Enfim, Getúlio "escreveu bem por linhas tortas".
Melhorou onde?

O Brasil já tava no caminho da industrialização desde o Segundo Império e os Direitos Trabalhistas e Petrobras eram articulações que já aconteciam por aqui desde antes dele... inevitavelmente aconteceria.

Acho ridículo esse negócio de "paulistas não perdoam por terem sido apeados do poder"... sério? Passou 1932 e SP continuou sendo o estado mais rico da União... em questão de poder ele ter tirado as oligarquias ruralistas do poder fez até um favor pra SP... oque se questiona é que ele foi um ditador (motivo pelo qual paulistas e voluntários de todo país pegaram em armas em 1932... ou vc acha que foi pelas oligarquias?)... e na história da Humanidade nenhuma ditadura funcionou a longo prazo... especialmente as populistas (o mesmo vale para governos democráticos populistas)... pq todo o "avanço" que eles promovem acaba cobrando seu preço, e NUNCA o país consegue pagar. Sem contar o dano cultural que isso faz... nós temos essa cultura de senzala exatamente por sermos totais iniciantes na Democracia.

E te falo... de toda bagunça de 1930 e 1932 o estado de São Paulo foi o que menos saiu perdendo... ou vc viu exodo de paulistas para outros estados? Vi exatamente o contrário... acontecia em 1930, 1932 e continua acontecendo até hoje. No processo temos outros estados outrora ricos, como RJ e BA, totalmente sucateados hoje... e isso foi todo um processo que acontece desde o começo do século passado (intensificando no governo do GV) e que quando a capital mudou definitivamente para Brasília desmantelou o RJ (pq lá não tinha mais nada nos anos 60... mas tinha antes de 1930) e desestabilizou toda vizinhança (MG, ES e BA)... SP prevaleceu só crescendo porque a cultura aqui sempre foi diferente do resto do país... e continua.
 
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