Sgt. Kowalski
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Greve geral em Hong Kong gera caos no trânsito, bloqueia trens e paralisa aeroporto
Issac Lawrence/AFP
5-6 minutos
Hong Kong viveu um dia de caos nesta segunda-feira (5), devido a uma greve geral que paralisou parte dos transportes, levou ao cancelamento de mais de 200 voos e gera reflexos no mercado financeiro. A ação é parte dos protestos que são realizados no país há várias semanas e pedem maior abertura democrática, entre outras demandas.
Passageiros tiveram dificuldade para chegar ao trabalho durante a manhã, pois várias linhas de metrô e ônibus foram suspensas. Alguns manifestantes fizeram bloqueios para impedir a saída de trens das estações. Estradas ainda estavam bloqueadas nas primeiras horas da noite (Hong Kong está 11 horas a frente do Brasil), em diversos distritos.
Houve também bloqueios nas ruas. Longas filas se formaram no trânsito na área financeira da cidade, e centenas de pessoas ficaram ilhadas no aeroporto. O trem expresso até o local deixou de operar.
O sindicato de funcionários da empresa aérea Cathay Pacific emitiu uma nota criticando as autoridades. "Durante mais de 50 dias, o governo ignorou as demandas do povo e só usou a força policial para suprimir as vozes, causando desespero em um enorme número de pessoas", apontou.
Este protesto foi o maior em escala e intensidade desde o primeiro, no dia 9 de junho. A líder do território, Carrie Lam, disse que Hong Kong está "em uma situação extremamente perigosa", que representa um desafio à soberania chinesa —Hong Kong é controlado por Pequim.
Lam falou com a imprensa pela primeira vez em duas semanas. Em uma entrevista coletiva nesta segunda, ela rejeitou a ideia de renunciar, uma das demandas dos manifestantes, e disse que o governo será firme em manter a ordem.
"Essas ações tão grandes em nome de certas demandas estão minando seriamente a lei e a ordem e estão empurrando nossa cidade para a beira de uma situação muito perigosa", disse Lam.
A polícia local divulgou que, desde o começo dos protestos, já prendeu 420 manifestantes e usou gás lacrimogêneo mil vezes, além de ter disparado 160 balas de borracha.
O mercado financeiro na Ásia teve um dia turbulento. Além dos protestos em Hong Kong, a ameaça de novas tarifas comerciais aplicadas contra a China pelo governo dos EUA levaram à queda das bolsas e do valor do yuan. A moeda chinesa superou a cotação de 7 yuans para cada dólar, maior desvalorização em uma década.
Em uma entrevista coletiva no sábado (3), vários dos organizadores da greve —alguns deles com os rostos cobertos— disseram que 14 mil pessoas de mais de 20 setores da cidade haviam se comprometido a aderir à paralisação.
A paralisação ocorre após um novo fim de semana de protestos. A polícia prendeu 44 pessoas depois de alguns confrontos violentos durante a noite de domingo (4). Os agentes dispararam bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes, que se moviam rapidamente pela cidade e realizavam atos-relâmpago.
A cidade, controlada pelo governo chinês, tem protestos há meses. Inicialmente, os atos eram contra um projeto de lei de extradição que permitiria enviar cidadãos de Hong Kong para serem julgados na China, onde há um sistema jurídico diferente. O projeto foi descartado, mas os protestos seguiram e passaram a pleitear maior abertura democrática, a renúncia da chefe do governo local e outras demandas.
Sob o princípio "um país, dois sistemas", Hong Kong goza de liberdades desconhecidas no resto do país, em princípio até 2047. Mas cada vez mais pessoas temem que Pequim viole este acordo.
As manifestações se tornaram o maior desafio político da região desde que ela deixou de pertencer ao Reino Unido e foi integrada à China, em 1997.
Embora os protestos sigam firmes, autoridades em Hong Kong e Pequim prometem endurecer suas posições ainda mais. Militares chineses disseram estar prontos para controlar os distúrbios, caso sejam chamados a intervir.
"O governo central não irá deixar esta situação continuar. Nós acreditamos firmemente que Hong Kong será capaz de superar as dificuldades e desafios à frente", disse o governo chinês, por meio da agência de notícias estatal Xinhua.
Dezenas de manifestantes foram presos sob acusação de promover distúrbios públicos, que podem ser punidos com até dez anos de prisão. Os ativistas, que não têm um líder claro, usam as redes sociais para coordenar os atos.
Issac Lawrence/AFP
5-6 minutos
Hong Kong viveu um dia de caos nesta segunda-feira (5), devido a uma greve geral que paralisou parte dos transportes, levou ao cancelamento de mais de 200 voos e gera reflexos no mercado financeiro. A ação é parte dos protestos que são realizados no país há várias semanas e pedem maior abertura democrática, entre outras demandas.
Passageiros tiveram dificuldade para chegar ao trabalho durante a manhã, pois várias linhas de metrô e ônibus foram suspensas. Alguns manifestantes fizeram bloqueios para impedir a saída de trens das estações. Estradas ainda estavam bloqueadas nas primeiras horas da noite (Hong Kong está 11 horas a frente do Brasil), em diversos distritos.
Houve também bloqueios nas ruas. Longas filas se formaram no trânsito na área financeira da cidade, e centenas de pessoas ficaram ilhadas no aeroporto. O trem expresso até o local deixou de operar.
O sindicato de funcionários da empresa aérea Cathay Pacific emitiu uma nota criticando as autoridades. "Durante mais de 50 dias, o governo ignorou as demandas do povo e só usou a força policial para suprimir as vozes, causando desespero em um enorme número de pessoas", apontou.
Este protesto foi o maior em escala e intensidade desde o primeiro, no dia 9 de junho. A líder do território, Carrie Lam, disse que Hong Kong está "em uma situação extremamente perigosa", que representa um desafio à soberania chinesa —Hong Kong é controlado por Pequim.
Lam falou com a imprensa pela primeira vez em duas semanas. Em uma entrevista coletiva nesta segunda, ela rejeitou a ideia de renunciar, uma das demandas dos manifestantes, e disse que o governo será firme em manter a ordem.
"Essas ações tão grandes em nome de certas demandas estão minando seriamente a lei e a ordem e estão empurrando nossa cidade para a beira de uma situação muito perigosa", disse Lam.
A polícia local divulgou que, desde o começo dos protestos, já prendeu 420 manifestantes e usou gás lacrimogêneo mil vezes, além de ter disparado 160 balas de borracha.
O mercado financeiro na Ásia teve um dia turbulento. Além dos protestos em Hong Kong, a ameaça de novas tarifas comerciais aplicadas contra a China pelo governo dos EUA levaram à queda das bolsas e do valor do yuan. A moeda chinesa superou a cotação de 7 yuans para cada dólar, maior desvalorização em uma década.
Em uma entrevista coletiva no sábado (3), vários dos organizadores da greve —alguns deles com os rostos cobertos— disseram que 14 mil pessoas de mais de 20 setores da cidade haviam se comprometido a aderir à paralisação.
A paralisação ocorre após um novo fim de semana de protestos. A polícia prendeu 44 pessoas depois de alguns confrontos violentos durante a noite de domingo (4). Os agentes dispararam bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes, que se moviam rapidamente pela cidade e realizavam atos-relâmpago.
A cidade, controlada pelo governo chinês, tem protestos há meses. Inicialmente, os atos eram contra um projeto de lei de extradição que permitiria enviar cidadãos de Hong Kong para serem julgados na China, onde há um sistema jurídico diferente. O projeto foi descartado, mas os protestos seguiram e passaram a pleitear maior abertura democrática, a renúncia da chefe do governo local e outras demandas.
Sob o princípio "um país, dois sistemas", Hong Kong goza de liberdades desconhecidas no resto do país, em princípio até 2047. Mas cada vez mais pessoas temem que Pequim viole este acordo.
As manifestações se tornaram o maior desafio político da região desde que ela deixou de pertencer ao Reino Unido e foi integrada à China, em 1997.
Embora os protestos sigam firmes, autoridades em Hong Kong e Pequim prometem endurecer suas posições ainda mais. Militares chineses disseram estar prontos para controlar os distúrbios, caso sejam chamados a intervir.
"O governo central não irá deixar esta situação continuar. Nós acreditamos firmemente que Hong Kong será capaz de superar as dificuldades e desafios à frente", disse o governo chinês, por meio da agência de notícias estatal Xinhua.
Dezenas de manifestantes foram presos sob acusação de promover distúrbios públicos, que podem ser punidos com até dez anos de prisão. Os ativistas, que não têm um líder claro, usam as redes sociais para coordenar os atos.