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[História] 10 fatos sobre o Brasil que você aprendeu errado na escola

NEOMATRIX

Lenda da internet
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Faltou outras 2 grandes mentiras.
  1. Sobre a lei áurea ter sido assinada pela bondade da princesa Isabel em ver o sofrimento dos escravos
  2. Sobre Zumbi dos Palmares ter sido o grande herói libertador dos escravos negros


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Opa.
Quase me esquecendo...
3. Meu padim padi Ciço. O Roberto Marinho do Ceará.
 

Darth_Tyranus

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Recomendo fortemente a leitura de 1808, de Laurentino Gomes. Mostra como naquela época, nem mesmo a realeza podia garantir seu luxo durante uma viagem de barco. Se vocês lerem como eram as viagens transcontinentais na época, vão se perguntar como diabos alguém se sujeitava àquilo. Viajar dois meses em um barco imundo, com água podre e comida racionada - até mesmo para a realeza. Todas as mulheres pegaram piolhos (e pulgas) na viagem, o que as obrigou a cortar os cabelos. Quando chegaram no Brasil, o que as pessoas viram no porto não era uma Corte Real, e sim um monte de flagelados. As descrições são muito vivas, pois existem cartas da época - sempre que eu releio esse trecho, eu me pergunto se nós, homens modernos, não somos muito moles. Eu teria certas dúvidas em entrar em um barco para uma terra além-mar desconhecida, com comida racionada e toda sorte de intempéries e problemas no caminho.

Embora os filmes nos ajudem a redescobrir coisas da história, às vezes eles acabam por forçar uma certa visão diluída e deturpada da história real. Um exemplo que eu sempre uso é o do Guy Fawkes, aquele da máscara dos Anonymous. Ele já virou um ícone do anarquismo na nossa cultura contemporânea, mas o Fawkes na verdade era um terrorista religioso (católico), e ele nem era o principal da Conspiração da Pólvora. Ele apenas estava guardando os barris embaixo do Parlamento Inglês.

Esse negócio das riquezas que o Goris postou, por exemplo. Essa visão de que os impérios apenas sugavam tudo das colônias e os deixavam na miséria é uma corrente acadêmica conhecida como pós-colonialismo, que surgiu no século passado. É um modo de ver todas as relações entre países pelo viés exploratório - vários ex-presidentes americanos subscrevem essa visão, como o Obama. No livro 1822, também do Laurentino Gomes, explica-se que o D.João VI teve que realizar várias reformas no Brasil não por bondade, mas sim porque eram necessárias para acomodar o estado inteiro que ele trouxe com ele. Coisas como bancos, juntas comerciais e outras coisas, foi tudo ele que instituiu. Mas o fez por necessidade. Ele mesmo sabia que não tinha como governar sem criar essas coisas.

De novo, recomendo fortemente que leiam ambos os livros. 1808 e 1822. Vocês vão se surpreender com o fato de que a Imperatriz pedia empréstimos a agiotas (!!), e que o Império Brasileiro chutava bundas nas guerras, mas passou muito perto de vários desastres.
Essa visão predatória e exploradora da relação Metrópole-Colônia foi construída por historiadores neo-marxistas que apenas pegaram a lógica de exploração entre classes [burguesia-proletariado] e carregaram para a macroeconomia. É fato que a relação entre as colônias era complexo e variava muito de acordo com o império e a colônia, não existia um modelo único.
 

surfista_capixaba

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10 fatos sobre o Brasil que você aprendeu errado na escola

Conversamos com historiadores e pesquisamos documentos que colocam sob nova perspectiva muitas lições que você aprende na escola


1. Cabral descobriu o Brasil por acidente

Descoberta do Brasil


Você aprendeu que: O português Pedro Álvares Cabral usou os conhecimentos de navegação da época para procurar as Índias usando um caminho alternativo em linha reta pelo oceano Atlântico. Sem querer, chegou ao Brasil e nem percebeu o erro – por isso os habitantes daquela terra foram chamados de “índios”

Mas na verdade: Os mapas portugueses indicavam que havia terras a serem exploradas a oeste, e elas não tinham nada a ver com as Índias. A notícia da chegada de Américo Vespúcio ao Caribe, em 1498, tinha circulado rápido. Portanto, quando chegou a Porto Seguro, Cabral sabia bem a importância da descoberta.



2. Os índios não se beneficiaram na relação com os europeus
Índios do Brasil



Você aprendeu que: Os portugueses foram espertos no comércio com os índios: trocavam o valioso pau-brasil por quinquilharias sem nenhuma utilidade. Além disso, os nativos também foram escravizados ou forçados a adotar uma nova religião, o cristianismo. Com o tempo, a cultura local foi absorvida, e um povo que era pacífico e vivia em harmonia com a natureza desapareceu.


Mas na verdade: As novidades trazidas pelos portugueses (de armas a cavalos) causaram uma revolução na vida dos índios. Isolados do desenvolvimento da Ásia, África e Europa por 3 mil anos, eles não tinham saído da Idade da Pedra. Para eles, o pau-brasil é que era inútil. Os nativos foram incorporados às vilas e, no geral, gostaram da experiência de viver com os portugueses.

3. Os bandeirantes dizimaram os índios
Bandeirantes





Você aprendeu que: Os bandeirantes, que dão nome às principais rodovias de São Paulo, escravizavam e matavam os índios sem dó. Relatórios dos jesuítas acusam os bandeirantes de eliminar, ao todo, 3 milhões de nativos.

Mas na verdade: Os bandeirantes não foram heróis, mas também não foram facínoras. Muitos forjaram parcerias com os índios, que os acompanhavam Brasil adentro. Quem não gostava nada disso eram os jesuítas – mais índios nas viagens significava menos convertidos nas igrejas. Os padres é que teriam sido responsáveis por atribuir a fama de truculência aos bandeirantes.


4. O coco e a banana são brasileiros
Vegetação brasileira


Você aprendeu que: Essas frutas seriam originais do Brasil. Ilustrações e pinturas sobre a chegada de Cabral (e os primeiros anos de colonização) mostram um litoral parecido com o que conhecemos hoje: praias azuis, de areias brancas, ornadas por longas fileiras de coqueiros. E a banana já seria uma fruta típica do país, muito consumida pelos índios.

Mas na verdade: O coco e a banana vieram com os europeus. Pasme: os nativos se alimentavam dos animais que caçavam… e de amendoim! Não existiam banana nem coco. Aliás, muitas frutas que associamos ao nosso “país tropical” foram trazidas por colonizadores ao longo do tempo – entre elas, a jaca, a manga e o abacate.

5. Só os brancos escravizaram os negros
Ecravos Negros


Você aprendeu que: A sociedade brasileira era dividida de forma rígida pela cor da pele. Brancos dominavam os negros e, mesmo que conseguisse a alforria, um negro dificilmente conseguiria enriquecer ou ser respeitado. Com frequência, líderes negros fundavam quilombos, comunidades independentes onde todos viviam em situação de igualdade.

Mas na verdade: Escravos tinham escravos. Até Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, tinha os seus. Inclusive, era comum que escravos livres se tornassem traficantes de escravos. Nas maiores cidades de Rio de Janeiro e Minas Gerais, havia muitos casos como o de Chica da Silva – escravas alforriadas que viviam da própria renda, ricas o bastante para comprar seus escravos.

6. Os europeus escravizaram africanos indefesos
Escravos Africanos


Você aprendeu que: Os portugueses desembarcavam no litoral africano e invadiam a mata para caçar os nativos. Com poder de fogo superior, derrotavam tribos inteiras e as levavam de volta para a praia. Lá, as vítimas eram forçadas a embarcar em navios negreiros e eram vendidas como escravas ao redor do mundo.

Mas na verdade: Os próprios africanos vendiam escravos. Os portugueses não se aventuravam África adentro – eles tinham entrepostos comerciais no litoral, onde compravam escravos de guerra. Esse tipo de comércio sustentava a economia africana havia séculos. Os reis locais mais poderosos tinham escravos brancos e tanta influência que trocavam cartas com monarcas europeus.

Origem da feijoada


7) A FEIJOADA FOI CRIADA PELOS ESCRAVOS
VOCÊ APRENDEU QUE: Na casa grande, comia-se do bom e do melhor, o que incluía os mais suculentos pedaços da carne de porco. Os restos do animal eram aproveitados pelos escravos nas senzalas. Eles misturaram partes menos nobres (como rabo, nariz e orelha) com feijão e criaram assim um prato improvisado, que hoje é a cara do Brasil

MAS NA VERDADE: A feijoada é uma invenção europeia. Os ensopados, aliás, são uma tradição na Europa. Os franceses comem o cassoulet, e os ingleses, um feito de carne e batata. Os portugueses simplesmente incorporaram feijão a um prato já tradicional, de carne com legumes. A versão que dá autoria aos escravos não procede – até porque, em casas menores, eles comiam na mesma mesa que seus senhores

Colononização do Brasil


8) PORTUGAL SÓ SUGOU AS RIQUEZAS DO BRASIL
VOCÊ APRENDEU QUE: Entre 1500 e 1821, enquanto dominou o território brasileiro, Portugal extraiu todas as riquezas locais – e, de quebra, nas primeiras décadas, só mandou para cá bandidos renegados. Depois de retirar o pau-brasil, explorou o solo do Nordeste até a exaustão com a cana-de-açúcar. No século 18, acabou com o ouro da região das Minas Gerais

MAS NA VERDADE: Portugal também desenvolveu o país. A montagem de engenhos era acompanhada por plantações e pela criação de animais. Era um sistema usado com sucesso no Caribe e na África e funcionava bem para os padrões da época. Assim como a cana, o ouro também trouxe riquezas para o Brasil, criou um comércio ativo e ajudou a desenvolver cidades

Tiradentes


9) TIRADENTES SE SACRIFICOU PELA LIBERDADE DO BRASIL
VOCÊ APRENDEU QUE: Simples e idealista, o alferes Joaquim José da Silva Xavier se tornou o maior símbolo da Inconfidência Mineira, em 1789. Grande defensor da independência do Brasil e da libertação dos escravos, ele foi condenado à forca pela Coroa portuguesa. Seus companheiros de revolta, mais ricos, foram apenas exilados

MAS NA VERDADE: Tiradentes foi uma figura menor num movimento elitista. Ele foi um homem simples que nem queria pegar em armas, mas se viu envolvido num movimento comandado pela elite. O objetivo nem era o fim da escravidão, e sim o fim dos altos impostos. Tiradentes foi preso sem resistência, tentando se esconder

Aleijadinho


10) ALEIJADINHO FOI UM GÊNIO DEFORMADO FISICAMENTE
VOCÊ APRENDEU QUE: Antônio Francisco Lisboa idealizou obras de valor incomparável no século 18. Mas era também um homem sofrido e recluso. Deformado por uma doença degenerativa, vivia escondido, só trabalhava à noite e segurava os instrumentos com as mãos trêmulas e envoltas em faixas. Seu corpo apodreceu lentamente, até a sua morte

MAS NA VERDADE: Aleijadinho é uma invenção literária. O personagem foi inspirado em outro herói monstruoso – o de O Corcunda de Notre Dame, de Victor Hugo. Seu criador foi Rodrigo José Ferreira Bretas, que em 1958 escreveu uma monografia para participar de um concurso. Existiu um Antônio Francisco Lisboa, mas sua biografia é pouco conhecida. Ele certamente não era deformado e nem criou todas as obras creditadas a ele

CONSULTORIA Isabel Lustosa, historiadora da Fundação Casa de Ruy Barbosa; Maria Luiza Marcilio, historiadora da USP; Ronaldo Vainfas, historiador e autor de Dicionário do Brasil Joanino; José Pedro Macarini, do Instituto de Economia da Unicamp; Manolo Florentino, historiador da Universidade Federal Fluminense e autor de Em Costas Negras – Uma História do Tráfico Atlântico de Escravos entre a África e o Rio de Janeiro; Guiomar de Grammont, autora de Aleijadinho e o Aeroplano: O Paraíso Barroco e a Construção do Herói Colonial.

FONTES Livros História Politicamente Incorreta do Brasil, de Leandro Narloch, 1808, de Laurentino Gomes, A Devassa da Devassa, de Kenneth Maxwell, A Formação das Almas, de José Murilo de Carvalho, Tiradentes: o Corpo do Herói, de Maria Alice Miliet, Lampião VP, de Jack de Witte, e Ecologia do Cangaço, de Melquíades Pinto Paiva

Cabral descobriu o Brasil por acidente : Tem no meu livro de Historia de 2007,nenhuma "novidade" ate ai,ja se especulava disso a muito tempo,tipo da historia
dos significados das cores da bandeira: "amarelo riqueza, verde floresta ...".

Os índios nao se beneficiaram na relação com os europeus: com certeza ganharam em algumas coisas, MAS no geral, por "mim" acho que nao. Muitos viviam da base de subsistência em formas de pequenos grupos,se nao avançaram cientificamente na epoca ,acho que porque nao "Tavam afim saca?", diferente dos Maias,Incas e Astecas. Tiveram sua forma de viver mudada drasticamente pelos europeus que achavam sua rotina cotidiana muito aquém do mundo civilizado.

bandeirantes: Ajudaram na interiorizaçao do Brasil, de formas nao amigáveis, ate ai ok, mas mas nao foi no "GERAL" que fizeram parceras com os indios, os jesuitas nao gostavam dos bandeirantes por eles tornarem os indios escravos,ai sem chance de catequização. Os que ajudavam ,eram de tribos rivais, para fugir da escravização deles.Nisso apenas alguns realmente tiveram "privilegio" de andar de igual com eles.

Negros Senhores: Realmente, Zumbi teve escravos, muitos por nao concordarem com sua liderança, outros por serem de tribos rivais na África. Tambem tem os negros livres que entravam no comercio de escravos, coisa "normal" para a época.

Escravizam na África: A escravidão sempre esteve em varias sociedades, sem diferença na africana, entretanto vale notar que isso passou de apenas mais uma parte da sociedade, para "Sua principal atividade" com a chegada dos europeus, que sem duvida ajudaram a "atiçar" a rivalidade entre as tribos, Tornando Uma escravidão sem precedente na historia.
 

PocketCrocodile

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Estou no aguardo de ver no futuro um texto falando exatamente o contrário do que esse texto fala
 

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Bam-bam-bam
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Bom, qual sua dúvida e como posso te ajudar a sanar ela?

Alguns itens são lógicos, outros requerem um pouco mais de pensamento e conhecimento.

Por exemplo, aprendi na escola e na universidade que os portugueses enganavam os índios trocando coisas valiosas como pau brasil, ouro, pedras preciosas por espelhos, machados, etc...
Eu achava um absurdo. Ou seja, era verdade essa troca e meus professores diziam que era uma exploração. Eu aceitava de boa. Até porque me faltava vivência de vida.

Já leu Duna, de Frank Herbert? Indico muito esse livro, é uma ficção cientifica hard muito boa. Nesse livro, se passado mais de 25.000 anos no futuro, quando a Terra é só uma lenda esquecida numa galáxia com milhares de planetas colonizados por humanos. Bom, o importante é que Duna é um planeta deserto, quase sem água. A água lá vale mais que ouro, mais que tudo. Lendo o livro você se sente com sede de tão árido que é o mundo.

Agora vamos à analogia, sabe aquela garrafa de água de 2 reais que vc compra na padaria? Aqui ela vale dois reais, mas em Duna ela vale 2.000.000 de reais. Por que? Porque aqui é comum e lá é raro. Esse é um fator que vale no mundo todo. A porcelana chinesa que era vendido a preço normal na China, era comprado por mercadores, lavada pra Europa e custava centenas de vezes mais caro, por que? Porque eram raros, ninguém tinha. Minha mãe tinha um jogo de prato chinês quando eu era criança (isso nos anos 70, o Brasil era outro) e era o tipo de item que ela só usava quando ia visita "chique" em casa. E ela tinha um amor ferrado por esse jogo de prato.

Por que eu digo isso?

Os índios brasileiros de 1500 viviam (como diz o texto) praticamente na idade da pedra. Os machados e ferramentas deles - para cortar árvores, se defender, construir ocas, cortar carne de animais - eram de pedra. Demorava horas pra criar uma faca que logo perdia o corte. Pra eles, um machado, uma faca de ferro era uma evolução de milhares de anos. Sabe aquela esmeralda, uma pedra verde que não servia pra nada e você achava nas margens dos rios? Os portugueses burros trocavam pedra que não servia pra nada por machados de ferro! É quase como se alguém de mil anos no futuro viesse trazendo um robô high tech e trocasse por folhas de grama.

A troca de esmeraldas (que nao valiam nada para os índios e muito para os portugueses) por machados (que valiam pouco para os portugueses e muito para os índios) era perfeitamente justa.

Mas sabe o que é mais surpreendente? Espelhos! Isso mesmo, espelhos não eram cacarecos que se usava para enganar índios. Espelhos eram itens caros, caríssimos, coisa de nobres. O preço dos espelhos - que usam prata - só passou a ser acessível a pessoas comuns quando a prata levada da Argentina pra Espanha barateando o preço.

Ou seja, o português que "enganava" os índios tava fazendo um negócio justo com eles.

"Ah, mas meu professor disse que era lucrativo pros portugueses!"

Então, releia o que eu disse lá em cima. Ambos lucravam com as trocas. O lucro do português se traduzia em dinheiro e a gente consegue entender mais fácil. Mas imagina de novo, tenta imaginar toda a sua vida sem facalâminas de metal. Mas como se ninguém tivesse. Não ia ter facalâmina de madeira barata, proque vc usa metal hoje pra fazer itens de madeira. Não ia ter faca pra passar manteira, mas tbm não ia ter faca pra fazer seu sapato de couro. O pneu do carro que vc vai trabalhar é feito com látex retirado da seringueira com... facas de metal. Tipo, se vc tiver boa vontade pode realmente pensar como apenas lâminas de metal são importantes além disso que eu disse.

Mensurar em termos financeiros mil anos de evolução e tudo que ela trazia não tem como pra gente, mas é a mesma coisa que uma garrafa de água aqui e em Duna, magnitudes de diferença de valor.

Sempre vai ter a pessoa tendenciosa que vai colocar a troca como injusta porque ela quer que vc seja contra ela por motivos ideológicos. Mas não é o caso.

Eu entendi o tópico, e entendi esse seu texto. Só afirmei que não tem como saber quem realmente estava falando a verdade: se era o lado A ou se era o lado B. Nem afirmo e nem nego.
 

EgonRunner

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E è. Falácia da falsa equivalência.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Falsa_equivalência

Por isso que não gosto quando se tenta ensinar historia com pequenas frases de efeito.

Historia é uma matéria cheia de nuances e é super easy você levar historia pra lado A, B ou C quando você resume as coisas. Ainda mais em trechinhos de 3 linhas.

Eu li 1808 de ponta a ponta, um dos meus livros preferidos de não ficção, mas não o usuária pra trabalho de faculdade. Porque a proposta do livro não é tentar ser super fiel e sim ensinar a historia do Brasil de uma maneira relativamente descontraída e de fácil leitura fornecendo alguns dados. (Por exemplo 1808 nunca concordaria com o 8 da lista acima, de que Portugual desenvolveu o Brasil).


Guia politicamente incorreto da historia do Brasil (Que é o livro +falado e em discussão aqui) pra mim ta no mesmo naipe do livro.
1796310.jpg


Aqui um video explicando porque deve-se olhar com cuidado livros escritos por não historiadores.




Se quer uma critica +focada quanto aos erros do livro.
https://www.academia.edu/36354688/O_Incorreto_no_Guia_politicamente_incorreto_da_história_do_Brasil


Abaixo outros textos do autor que fez o livro acima.
http://independent.academia.edu/RenatoVenancio
https://renatovenancio.academia.edu/research#papers


esse livro (1421) é tão historicamente fiel quanto Código da Vinci.
 


Goris

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Então esquece. Esquece o vídeo e foca no restante do post.

E... a afirmação de que Zumbi tinha escravos é recente e reformula totalmente o que se sabia sobre ele, como o teu próprio post diz, então acho que quem tem que apresentar as fontes disso é você, né? Eu realmente estou curioso sobre o assunto, vez que moro bem próximo ao local onde ficava o quilombo.
Bom, assim como respondi logo acima, gosto de mostrar algum ponto de meu raciocínio. Deixarei em spoiler.

Sabe, existe um adágio universal que diz que a história é contada pelo lado vencedor. Há uma explicação para isso, você cria união de povos gerando narrativas de como essa união surgiu, era necessária e importante. E ela varia do ponto de vista "Ah, nós atacamos os fulanos porque eles e nós vivíamos em guerra e tínhamos medo deles nos atacarem primeiro!" à mentira pura e simples "Os fulanos nos atacaram, tivemos que nos defender deles. Oferecemos paz mas eles não aceitaram e tivemos que lutar até os eliminar!".

O Brasil é um caso aparte. Não que não tenha desde pontos de vista a mentiras na nossa história, mas a nossa história é sempre criada como se fosse pra nos separar. O fato de a gente ter passado de colônia pra império, depois de império pra república ditatorial, depois república oligárquica, república ditatorial, república populista, república ditatorial, república populista e república cleptocrática... A gente toda hora tinha que reeditar nossa história para ela representar não só os diversos grupos de poder quanto o que esses grupos queriam que as pessoas pensassem.

Ou seja, ao passarmos de colônia pra império, ainda que fôssemos um império luso-brasileiro, criamos uma nova história que justificasse nossa estrutura nacional. Ao passarmos de império pra república, tivemos que reescrever toda nossa história tirando os símbolos imperiais e criando novos símbolos. Tiradentes foi encontrado em algum relato de história e repaginado - inclusive para parecer Jesus Cristo - como um símbolo de que a gente sempre quis ser república. Os portugueses - claramente ligados ao império - foram tornados vilões. A culpa de todos os nossos problemas enquanto república era, veja que conveniente, dos portugueses que nos roubaram e, por isso, éramos subdesenvolvidos.

Zumbi dos Palmares surgiu como símbolo da luta do brasileiro contra o império português, símbolo da maldade portuguesa, também porque ele se encaixava numa narrativa e não por algum real significado dele. De repente, verdadeiros heróis - que desagradariam os donos do poder - foram ignorados em prol dessa criação.

Ou seja, Zumbi dos Palmares e o Quilombo dos Palmares não eram símbolos do Brasil, da resistência aos portugueses (que até recentemente eram iguais aos brasileiros) e da união das raças para formar nossa nação. Eles foram tornados tais símbolos por pessoas sentadas em seus escritórios, com objetivos bem definidos.

Aí, vem o problema. Pessoas honestas, pessoas boas, fossem brancas ou negras, compraram a versão. É uma versão legal, bonita. Heróis que lutaram contra a escravidão e o opressor português. Dá orgulho saber que meus antepassados - sou negro - não eram escravos conformados com seu destino. E a versão de que Zumbi preferiu saltar do alto de sua fortaleza em chamas para um abismo a ser escravizado, cara, que poético e bonito. Até você descobrir que essa é uma outra história.

De repente, quanto mais você descobre, mais vc percebe que é mentira. E resta a você brigar com a verdade, dizer que não é mentira, produzir textos e mais textos ou aceitar que uma mentira é uma mentira e seguir adiante.

Você vai ver muito texto desmentindo os textos do Zumbi com escravos, usando sempre o texto do Narloch para dizer que ele tirou isso do nada. As provas de que Zumbi não tinha escravos? Mais teoria da conspiração ("eles" não querem que a gente tenha orgulho de ser negro), mais logicismos "Oras, se eles eram escravos e fugiram, como eles teriam escravos?" ou wishful thinking (Oras, um negro sabe o que é ser escravo, claro que negros não escravizariam negros!).

Infelizmente, não é o caso.

Primeiro, temos que pensar, por que toda a sociedade de 1600 a escravidão era algo natural. Fazia parte de toda a sociedade brasileira. Mais ainda, fazia parte da sociedade africana, de onde vinham os escravos. Já é de conhecimento geral que a escravdão há existia como forma de comércio mil anos antes da descoberta do Brasil. E muitas vezes um povo que utilizava escravos poderia ser ele mesmo escravizado por outro povo e vendido aos europeus. Ou seja, a idéia de que escravidão era errada, imoral, etc surgiria com alguma força apenas uns 200 anos depois.

Sobre fontes, infelizmente a maior parte das fontes que eu tinha em 2012, quando realmente pesquisei sobre o assunto meio que desapareceram. Eram sites de jornais, revistas, etc que os links já não funcionam, vídeos já não existem...

Então vai um apanhado meio por alto.

=> Os escravos que, por sua própria indústria e valor, conseguiam chegar aos Palmares, eram considerados livres, mas os escravos raptados ou trazidos à força das vilas vizinhas continuavam escravos…
Edson Carneiro, O Quilombo dos Palmares, Editora Brasiliense, São Paulo 1947 e 1955​

=> Opa, 1947 é beeeeeem antes de 2007. Ou seja, qualquer que seja a versão que ouviu do Meteoro - que eu já disse que é uma fonte mentirosa - já cai por terra, não?

=> "No quilombo, os moradores deveriam ter mais liberdade que fora dele. Mas a escolha em viver ali deveria ser um caminho sem volta, o que lembra a máfia hoje em dia. ‘Quando alguns negros fugiam, mandava-lhes crioulos no encalço e uma vez pegados, eram mortos, de sorte que entre eles reinava o temor’, afirma o capitão João Blaer.

‘Consta mesmo que os palmaristas cobravam tributos – em mantimentos, dinheiro e armas – dos moradores das vilas e povoados. Quem não colaborasse poderia ver suas propriedades saqueadas, seus canaviais e plantações incendiados e seus escravos sequestrados"
Flavio Gomes, Palmares, Editora Contexto, 2006​


Vale a pena ler sobre Flavio Gomes, o cara estudou Quilombos - não só o dos Palmares - desde os anos 90 até publicar o livro em 2006, que tbm desmente o 2007 do Meteoro, que fonte, hein?

=> "Os escravos que se recusavam a fugir das fazendas e ir para os quilombos eram capturados e convertidos em cativos dos quilombos. A luta de Palmares não era contra a iniquidade desumanizadora da escravidão. Era apenas recusa da escravidão própria, mas não da escravidão alheia. As etnias de que procederam os escravos negros do Brasil praticavam e praticam a escravidão ainda hoje, na África. Não raro capturavam seus iguais para vendê-los aos traficantes. Ainda o fazem. Não faz muito tempo, os bantos, do mesmo grupo linguístico de que procede Zumbi, foram denunciados na ONU por escravizarem pigmeus nos Camarões
José de Souza Martins, Divisões Perigosas, Ed. Civilização Brasileira, Rio, 2007​

=> Finalmente um livro de 2007! Já tava achando que o Meteoro mentiu.




Leandro Narloch, Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil
Vale muito a pena ler, sobre o livro de Narloch que chamaram uma historiadora para poder mostrar onde estavam os erros e inverdades do texto de Narlock. Leia no final da matéria o que ela disse. Revista Galileu, que não é de direita.

Também dá pra usar a matéria na wikipédia, que não diz nada muito enfático, mas se você ler com senso crítico - e falo senso crítico de criticar, não de ser manipulado por professores - vai enxergar lá "Ah, Zumbi tinha escravos, mas a escravidão dele era menos pior... Era uma escravidão pras pessoas ficarem de boas... Tipo, era um estágio de escravidão, os escravos aprendiam como ser escravos da comunidade, mas de boas...". Aí você pensa "Havia escravidão, estão passando pano".

Só ler: Zumbi tinha escravos, e daí? É, e daí? Ele continua sendo nosso herói da luta contra a escravidão. Só que não.
 

Goris

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Sério que estamos resumindo historia agora em trechos de 1 frase?
Vou por pelo menos um video de alguns minutos e mais interessante.

Esse é recente e focado mais do lado europeu.


Quem tiver mais interesse, o Crash Course já falou sobre grandes navegações etc e tem em portugues.










E sobre uma colonia portuguesa na Africa pra desmistificar um pouco as coisas. Conheçam a historia de uma Rainha da Angola. Um dos monarcas africanos melhor documentados até hoje.
Ela é ainda é considerada a "mãe" da nação. Com direito a estatuas a relembrando.

queen-nzinga-statue.jpg




O que exatamente estamos desmistificando?
 

Alberon

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As outras eu já tinha visto algumas vezes, mas essa do Alejadinho me pegou de surpresa.
Se bem que eu nunca soube que doença ele tinha e como ele fazia tão bem aquelas esculturas barrocas.
Acho que mudaram no Wikipedia, a história está muito diferente do que nem lembro de ter visto lá.
Parece estar mais pé no chão agora.

 

Setzer1

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Simplificação foi terem mentido no passado. E no presente. Ao desmentir a mentira, não estamos simplificando, mas permitindo que as pessoas saibam que a mentira anterior não é fato.

O Texto acima tem menos haver com tentar consertar os erros do passado e mais com ressucitar o estilo de se fazer historia do inicio do século XX até meados da década de 70 no Brasil. Onde se ignora as atrocidades, as falando brevemente e enaltecendo as coisas boas.

è uma maneira horrível de estudar historia porque incentiva narrativas.
È querer consertar erros com outros erros.

O mundo não é preto e branco e muito menos existe apenas 1 lado.
E ao explorar 1 lado você não anula, "destrói" ou tira as verdades do outro.

Historia e a realidade odeiam simplicidade.
 
Ultima Edição:

Stronger

Supra-sumo
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Temos que nos lembrar também que, o que hoje é um "consenso", foi construído por alguém que também tinha uma agenda. Dá para ter os exemplos no próprio tópico.

O Tiradentes era vilificado até a criação da República. Aí ele virou herói dos republicanos. O que eles queriam era criar um herói brasileiro. Um mito. É bem claro que as pinturas que se têm dele todas fazem alusão a Jesus Cristo. Um mártir. Mas isso cai por terra por um motivo bem simples: Tiradentes era um militar, tinha o posto de Alferes. Militares não podem ter cabelos e barba tão grandes. E mesmo assim: Tiradentes já foi várias coisas: bode expiatório, um idiota qualquer, um grande orador. Sempre era algum grupo que queria puxar a sardinha para o seu lado. Mesmo as várias conspirações daquela época já foram quase todas "desmistificadas", pois não haviam movimentos separatistas ou libertários. Era apenas gente que ou queria menos impostos, ou queria outro governante. Até a Constitucionalista, a revolta máxima de São Paulo, era pelo fato de Minas ter tirado a vez de São Paulo governar.

Coisas desse tipo dão margem a deturpações que sobrevivem até hoje. Eu já citei o Guy Fawkes e sua Conspiração da Pólvora, mas vou voltar lá: na Grã-Bretanha, se comemora o dia da Conspiração. Para qualquer pessoa de fora, acha-se que estão comemorando o Fawkes como um herói. Mas é só você ouvir a música que usam para comemorar, que vai perceber que a comemoração é por ele ter FALHADO. Afinal, se ele tivesse tido sucesso, o rei teria sido morto.

Voltando aos exemplos do Brasil, temos o cangaceiro Lampião. Enquanto diversos escritores e historiadores teimam em colocar nele o rótulo de Robin Hood brasileiro ou de anti-herói, ele era simplesmente um bandido. Embora ele e seu bando realmente tenham sido traídos pelo Governo (aquilo da Coluna Prestes), o que ele fazia era roubar de todo mundo e ficar para ele mesmo. Estupros, mortes e sequestros. O cara era o verdadeiro Genghis Khan do cangaço. Ele mandava a cidade abrir as pernas para ele, e se não obedecessem, ele tocava o terror. Se você for em Mossoró, por exemplo, que foi a única cidade que conseguiu expulsar Lampião (à bala), vai ver que o museu lá não tem nenhum romantismo. A cidade foi defendida por homens que não queriam se curvar aos desmandos de Lampião. Quem organizou a defesa e a evacuação foram um coronel e o prefeito. Eles não queriam uma luta heróica. Queriam tocar aquele povo dali a qualquer custo. Mossoró era um grande entreposto comercial, e eles não queriam ser roubados por um cara que se achava o rei do mundo. Essa mistificação do Lampião perdura até hoje. No caminho para Mossoró mesmo, eles sequestraram quem pudesse pagar. Me lembra até os métodos das antigas FARC, na Colômbia. Bandidos.

O que eu quero dizer aqui é que os homens são "pessoas da sua época". O que esses mitos de historiadores fazem é querer colocar cores e mais cores que não existem em pessoas comuns. A grande maioria não eram homens que queriam "mudar o mundo" ou "deixar sua marca na história" ou "lutar pela liberdade". Eles lutavam para se proteger ou para auferir ganhos para si mesmos. Sobre o Zumbi ter escravos: na época todo mundo tinha escravos. Será que ele era um "santo", e era o único homem da época que não os tinha? É daí que vem esse tipo de indagação. Lembrem que gente que hoje temos como grandes mentes pensantes da sua época, tinham vícios ou opiniões que hoje seriam um absurdo. Monteiro Lobato era um eugenista. Drummond de Andrade era comunista. Nelson Rodrigues era um reacionário de marca maior. José de Alencar era um ferrenho escravagista. Homens de sua época.
 
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ptsousa

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E sobre uma colonia portuguesa na Africa pra desmistificar um pouco as coisas. Conheçam a historia de uma Rainha da Angola. Um dos monarcas africanos melhor documentados até hoje.
Ela é ainda é considerada a "mãe" da nação. Com direito a estatuas a relembrando.

queen-nzinga-statue.jpg





Estará no Civilization VII, anote e me cobre :obrigue
 

Mr.Zurkov

Habitué da casa
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lembro ate hj da escola, um prof de historia tinha mo raiva do "meu padim padi cicç"

estranho ele nao estar ai na lista

falavam que ele era quase um santo vivo de tao bondoso mas na verdade era um pilantra rsrs
 

Dr. No

Bam-bam-bam
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Tirando esta aí do Aleijadinho, que no mínimo é surpreendente, já que pelo visto é bem recente a tal história dele (1958), o resto já tinha conhecimento. Curioso como vários pontos da história do Brasil foram alterados justamente para criar narrativas de bom/mal.

Me lembro de ter lido uma frase na internet por aí mais no menos nesse sentido: "No Brasil se estuda duas vezes, uma para passar de ano e outra para aprender a verdade.", cada vez mais essa frase tem mais efeito.
 

Metal God

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Bom, eu estudei em escolas públicas e particulares, nos anos 80 e 90, no interior do RS e vou tecer alguns comentários sobre o assunto com base na minha vivência como estudante.

Conclusão/Resumo:

A realidade trazida pelo texto contrasta em vários pontos com o que eu que encontrei nos meus anos de colegial na parte "o que foi ensinado". Quase tudo que aprendi é o que aparece no "o que é verdade"

Acredito que devemos avaliar com muito cuidado a questão do ensino no Brasil e textos genéricos como este não podem ser tomados ao pé da letra, ainda mais nesses tempos de virulência e animosidade entre esquerda x direita.

Spoiler sobre o meu aprendizado

Fato 01

Meus professores de História e Geografia ensinaram que a descoberta do Brasil é polêmica. Então, falaram que existe a versão de que o Brasil foi descoberto por acaso e a versão de que os euopeus tinham conhecimento de que haveria terras a serem exploradas a oeste. Ambas as ideias foram apresentadas e os alunos que pensassem o que quisessem, mas que os fatos davam a entender que os europeus tinham conhecimento de terras, em tese, inexploradas à oeste.

Fato 02

Em tese, o contato dos índios, que tinham conhecimento precário e vivência completamente diferente dos europeus, se beneficiaram tanto com os portugueses, como com os espanhóis. No entanto, a dizimação dos indígenas na America do Sul mostra que o negócio não foi assim tão bonito.

O ensinado e o que ocorreu transita num meio termo confuso e tênue, dependendo de pontos de vista político-ideológicos. Não dá pra resumir numa notinha dessas.

Fato 03

O que aprendi: os bandeirantes não eram confiáveis. Suas relações com os índios eram controversas. Ora exploratórias, ora não. Resumo que ficou na minha cabeça é exatamente o que o texto diz que é verdade.

Fato 04

Não sei em quais escoalas isso era ensinado. Não foi isso que aprendi. Suspeito que esse fato é #fakenews da reportagem.

Fato 05 e 06

A escravidão foi algo odioso e, essencialmente, operada por europeus, alimentada pelas elites brancas das américas que usavam e abusavam do trabalho escravo. A ideia de que negros tinham escravos foi contada, a exploração do comércio negro por negros também foi passada. Conclusão: a existência de negros no comércio da escravidão não anula a m**** toda que os europeus perpetuaram nas américas séculos. Capítulo odioso da humanidade.

Fato 07

Nem estudei isso no colégio.

Fato 08

Portugal sugou o Brasil sem dó. E mediante capitanias hereditárias ajudou a enriquecer muita gente no Brasil.
E a sugação tão era desgraçada que motivou quase todas as insurreições ocorridas no Brasil. É claro que os engenhos ajudaram a desenvolver o Brasil, mas a quem se beneficiava disso? Os poucos que possuiam as capitanias hereditárias. Em um balanço geral, perdemos mais do que avançamos.

Fato 09

Aqui no RS o ensino era focado na fracassada revolução farropilha e todo o resto do país era estudado a toque de caixa, como matéria menos importante, exceto o movimento do Antonio Conselheiro.

Fato 10

Nunca estudamos a história desse cidadão.
 
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Haagenti

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Maluco, essa porra do Aleijadinho tem numa apostila Pueri Domus, de uma escola caríssima que fui bolsista na 5ª e 6ª série.
CARA TROLLOU TODO MUNDO HUEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE
 

Stronger

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Saindo da História, vou contar uma anedota aqui sobre o ensino brasileiro.
No meu livro de Ciências da 5ª série (1993), falava sobre como o galo fazia para fecundar os ovos da galinha. Segundo o livro, o galo montava na galinha (chamada Chimbica no livro), segurava sua cabeça com o bico, fazia um furo na cabeça de Chimbica e então derramava um líquido dentro cabeça dela. Completamente absurdo, certo? Pois era isso que estava escrito lá. Eu acreditei nisso até mais ou menos os 13 anos. Então um dia eu perguntei ao meu professor de biologia, já no segundo ano do ensino médio, e ele me fez uma cara de quem viu um alien. Eu nunca achei esse livro de novo, senão mostrava aqui pra vocês.

Para quem não sabe, o galo fecunda a galinha juntando cloaca com cloaca. Por isso ele monta nela.

Maluco, essa porra do Aleijadinho tem numa apostila Pueri Domus, de uma escola caríssima que fui bolsista na 5ª e 6ª série.
CARA TROLLOU TODO MUNDO HUEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE
Não diz isso no texto que o Góris postou, mas um dos principais motivos de ainda manterem essa versão do Aleijadinho é para vender obras. De vez em quando aparece alguma "obra perdida do Aleijadinho" e é vendida por milhares de reais. Muito provavelmente são obras encomendadas a artistas comuns e vendidas como sendo do Aleijadinho. Eu não duvido nada que tenha realmente havido um artista que tenha criado as primeiras obras, mas duvido que ele tenha tantas centenas de obras. O cara era mais prolífico que o Da Vinci! Essa é a parte da lenda. Lenda continuada para vender arte comum.
 

dk120

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Isso que Portugal só tocou o terror e que se fossemos colonia de outra potencia seriamos rico, era realmente tão difundido nas aulas, pelo menos na minha época, que eu diria que mais da metade da população realmente acredita nisso.

Claro que isso vem de outra característica forte da nossa população, que é a de apontar o dedo e se isentar de culpa.
 

Vim do Futuro

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Eu já sabia de quase todos os exemplos listados. Exceto o Aleijadinho.
No caso dos itens 2 e 7 existem documentos que comprovam os fatos.
  1. O governo da época teve que limitar o corte do pau-brasil pois os índios (e brancos) estavam desmatando descontroladamente para negociar algo que não lhes servia de nada.
  2. Existem registros de propaganda de hotéis e restaurantes da época convidando as pessoas (da burguesia) pra comer feijoada. Não havia relação alguma com a senzala ou com os escravos. Era comida de branco.
 

Goris

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Tópico lindo, Goris! :kluv

Os vermelhinhos ficam daquele jeito, rasgando o cu com as mãos.
Nem era pra ter choro, estamos falando de desmistificar mentiras, que tipo de pessoa rasgaria o que quer que seja (ainda mais algo tão íntimo) porque desmascarados uma mentira?

Não responda. Aqui é Vale-Tudo.
 

Velotrol

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8) PORTUGAL SÓ SUGOU AS RIQUEZAS DO BRASIL
VOCÊ APRENDEU QUE: Entre 1500 e 1821, enquanto dominou o território brasileiro, Portugal extraiu todas as riquezas locais – e, de quebra, nas primeiras décadas, só mandou para cá bandidos renegados. Depois de retirar o pau-brasil, explorou o solo do Nordeste até a exaustão com a cana-de-açúcar. No século 18, acabou com o ouro da região das Minas Gerais

MAS NA VERDADE: Portugal também desenvolveu o país. A montagem de engenhos era acompanhada por plantações e pela criação de animais. Era um sistema usado com sucesso no Caribe e na África e funcionava bem para os padrões da época. Assim como a cana, o ouro também trouxe riquezas para o Brasil, criou um comércio ativo e ajudou a desenvolver cidades
É, isso aí é tipo uma verdade resumida. O sistema econômico no Brasil entre 1500 e 1821 passou por muitas fases diferentes, e a maioria deu muito errado por descaso e má administração de Portugal. Acabou que Portugal em si não deu nenhuma grande contribuição, a não ser dividir as terras. Os engenhos de maior sucesso prosperaram pela mão somente da iniciativa privada.
 

Lord Rato

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Temos que nos lembrar também que, o que hoje é um "consenso", foi construído por alguém que também tinha uma agenda. Dá para ter os exemplos no próprio tópico.

O Tiradentes era vilificado até a criação da República. Aí ele virou herói dos republicanos. O que eles queriam era criar um herói brasileiro. Um mito. É bem claro que as pinturas que se têm dele todas fazem alusão a Jesus Cristo. Um mártir. Mas isso cai por terra por um motivo bem simples: Tiradentes era um militar, tinha o posto de Alferes. Militares não podem ter cabelos e barba tão grandes. E mesmo assim: Tiradentes já foi várias coisas: bode expiatório, um idiota qualquer, um grande orador. Sempre era algum grupo que queria puxar a sardinha para o seu lado. Mesmo as várias conspirações daquela época já foram quase todas "desmistificadas", pois não haviam movimentos separatistas ou libertários. Era apenas gente que ou queria menos impostos, ou queria outro governante. Até a Constitucionalista, a revolta máxima de São Paulo, era pelo fato de Minas ter tirado a vez de São Paulo governar.

Coisas desse tipo dão margem a deturpações que sobrevivem até hoje. Eu já citei o Guy Fawkes e sua Conspiração da Pólvora, mas vou voltar lá: na Grã-Bretanha, se comemora o dia da Conspiração. Para qualquer pessoa de fora, acha-se que estão comemorando o Fawkes como um herói. Mas é só você ouvir a música que usam para comemorar, que vai perceber que a comemoração é por ele ter FALHADO. Afinal, se ele tivesse tido sucesso, o rei teria sido morto.

Voltando aos exemplos do Brasil, temos o cangaceiro Lampião. Enquanto diversos escritores e historiadores teimam em colocar nele o rótulo de Robin Hood brasileiro ou de anti-herói, ele era simplesmente um bandido. Embora ele e seu bando realmente tenham sido traídos pelo Governo (aquilo da Coluna Prestes), o que ele fazia era roubar de todo mundo e ficar para ele mesmo. Estupros, mortes e sequestros. O cara era o verdadeiro Genghis Khan do cangaço. Ele mandava a cidade abrir as pernas para ele, e se não obedecessem, ele tocava o terror. Se você for em Mossoró, por exemplo, que foi a única cidade que conseguiu expulsar Lampião (à bala), vai ver que o museu lá não tem nenhum romantismo. A cidade foi defendida por homens que não queriam se curvar aos desmandos de Lampião. Quem organizou a defesa e a evacuação foram um coronel e o prefeito. Eles não queriam uma luta heróica. Queriam tocar aquele povo dali a qualquer custo. Mossoró era um grande entreposto comercial, e eles não queriam ser roubados por um cara que se achava o rei do mundo. Essa mistificação do Lampião perdura até hoje. No caminho para Mossoró mesmo, eles sequestraram quem pudesse pagar. Me lembra até os métodos das antigas FARC, na Colômbia. Bandidos.

O que eu quero dizer aqui é que os homens são "pessoas da sua época". O que esses mitos de historiadores fazem é querer colocar cores e mais cores que não existem em pessoas comuns. A grande maioria não eram homens que queriam "mudar o mundo" ou "deixar sua marca na história" ou "lutar pela liberdade". Eles lutavam para se proteger ou para auferir ganhos para si mesmos. Sobre o Zumbi ter escravos: na época todo mundo tinha escravos. Será que ele era um "santo", e era o único homem da época que não os tinha? É daí que vem esse tipo de indagação. Lembrem que gente que hoje temos como grandes mentes pensantes da sua época, tinham vícios ou opiniões que hoje seriam um absurdo. Monteiro Lobato era um eugenista. Drummond de Andrade era comunista. Nelson Rodrigues era um reacionário de marca maior. José de Alencar era um ferrenho escravagista. Homens de sua época.
Muito bom, loguei só para postar que concordo completamente.
 

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Eu sou negro e não enxerguei a relativizada.

Pode apontar e explicar por que é relativizada?

Ou explicar a verdade agora é ruim? Ou a verdade é melhor oculta por motivos ideolgicos?

E daí que vc é negro?
Todos esses textos são, na maioria das vezes, revisionistas. Quando se fala que foi um mito que o homem europeu escravizou africanos indefesos, fica parecendo que eles não eram indefesos só por estarem inseridos em uma sociedade (que também os oprimia). E o comentário de que os reis africanos também tinham escravos brancos é oportunista, outra leve tentativa de "equilibrar" o jogo da escravidão - já li isso a exaustão em livros revisionistas, o que é amplamente questionado entre historiadores, diga-se de passagem. CARDOSO, Ciro Flamarion; REDE, Marcelo; ARAÚJO, Sônia Rebel. Escravidão antiga e moderna.

Quem tá falando de ideologia é vc e outros papagaios de pirata ai.
 

NEOMATRIX

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É, isso aí é tipo uma verdade resumida. O sistema econômico no Brasil entre 1500 e 1821 passou por muitas fases diferentes, e a maioria deu muito errado por descaso e má administração de Portugal. Acabou que Portugal em si não deu nenhuma grande contribuição, a não ser dividir as terras. Os engenhos de maior sucesso prosperaram pela mão somente da iniciativa privada.

Mas não é culpa deles.
Nem Portugal os portugueses conseguiram administrar direito [emoji23]


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