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Neste exato momento o regime comunista mais capitalista q o nosso mundão já pariu comemora 70 anos de fundação ( Link ao Vivo )

Jogadô

Lenda da internet
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E que diferença isso faz meu jovem? Leia meu post cara, capitalismo não se resume a "liberdade econômica". Na realidade, essa lorota de liberdade econômica não significa porra nenhuma na prática. É literalmente lixo ideológico sem base material NENHUMA. Me diga, se o Brasil que tem X Estatais não tem liberdade econômica por esse fato, a China, na qual o Partido Comunista está envolvido profundamente no setor econômico com X ³ de estatais tem mais liberdade econômica?

Recomendo parar com mises.org. Eles vão fazer literalmente de tudo pra dizer que progresso econômico = liberdade econômica.
E é....
 

Guy_Debord

Bam-bam-bam
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Eu realmente queria saber qual escola MAINSTREAM de história, economia, geografia, sociologia, antropologia, e etc do mundo ainda usa materialismo histórico como método de análise.

Marxismo é uma "escola mainstream" em todo e qualquer curso de ciências humanas.
 

Rampal

Bam-bam-bam
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Marxismo é uma "escola mainstream" em todo e qualquer curso de ciências humanas.

Olha, em economia as escolas maistream são os novo-clássicos e os novo-keynesianos. Nenhum deles levam em conta TVT, LQTTL, mais-valia ou qualquer outro conceito marxista em suas análises.

Na sociologia, os autores mais seguidos são Weber e Bourdieu e ambos rejeitam o materialismo radical do Marx.

Na história, as correntes de pensamento pós moderno estilo François Furet e Hayden White predominam na academia e elas negam qualquer ideal de “leis da história” e de “narrativa universal”.

Na filosofia, o Popper já desmontou o historicismo do Marx e mesmo autores esquerdistas tipo Gramsci, Foucault e a Escola de Frankfurt tiveram que dar um chega pra lá no materialismo e assumir que a SUPERESTRUTURA influencia a BASE.

Hoje o Marx é visto mais como curiosidade histórica do que como fonte metodológica. Seus pressupostos são vistos como "datados" ou "incompletos", só pra ficar numa crítica mais branda.

Tem quem ainda siga o Marx TROO nas ciências humanas? Tem. Mas são sempre a meia-dúzia de comunas fanáticos de sempre.
 

Fracer

Bam-bam-bam
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Essa matéria, de 10 anos atrás, afirma que a China Comunista salvou o capitalismo global. Sem a China Comunista o capitalismo teria ripado, diz eles que a China - apesar de comunista - é ultra capitalista
"Leia-me uma palestra comunista": um palestrante inteligente para os membros do partido

Alto-falantes inteligentes podem fazer um monte de coisas para você. Eles ajudam você a fazer chamadas telefônicas, ler receitas e controlar outros dispositivos. Agora, uma empresa chinesa tem outra ideia: quer que seu palestrante de IA ajude as pessoas a aprender os pensamentos do Partido Comunista.

O Ximalaya FM, um dos aplicativos de podcast mais populares da China, tem uma edição “Party-building” do seu alto-falante inteligente Xiaoya. É totalmente em vermelho e vem completo com o logotipo de martelo e foice.

Custom-made-Chinese-Ximalaya-FM-Xiaoya-smart-loudspeaker-shares-Community-Party-teachings-1-620x330.jpg


Lançado em julho, o orador da edição especial faz todas as coisas normais que um orador inteligente faz, mas, além disso, tem um pacote de palestras do Partido Comunista registrado por emissoras de notícias administradas pelo governo.

O orador está à venda ao público, segundo a empresa, que nos disse que aceita ordens de organizações do Partido Comunista.
ximalaya-2.jpg

party_speaker.jpg

https://www.abacusnews.com/digital-...e-smart-speaker-party-members/article/2162251
 
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Fracer

Bam-bam-bam
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Por que 9 dias na China me deixaram apavorado ...
Nas próximas linhas vou compartilhar um pouco do que aprendi em uma viagem de 9 dias que fiz para a China. Ao final dele, vocês vão entender claramente porque fiquei muito assustado com tudo que vi lá:

China Parte 1
A chegada foi na cidade de Shenzhen:

• Cidade super limpa e arborizada. Todos os ônibus e grande parte dos carros são elétricos

• Muitos prédios gigantescos e com design moderno (inclusive o quarto maior do mundo)

• O Centro Civil (órgão do governo) é gigante e com uma arquitetura maravilhosa. Uma pena que nenhuma foto que tirei consegue dar a dimensão do que vimos.

• No final do dia tivemos um coquetel com alguns executivos importantes da China. O papo que mais me chamou atenção foi com a diretora da Ant Financial, dona do Alipay. Impressionante como eles estão pelo menos 10 anos na frente de qualquer fintech brasileira. E pelo brilho no olho e convicção dela, provavelmente o mundo inteiro vai comer poeira. Vou escrever sobre o Alipay em outra parte.

• Na hora do almoço fomos em uma praça de alimentação do shopping mais perto. Escolhemos um restaurante qualquer e sentamos. Não tinha cardápio na mesa. O garçom não veio nos atender. Levantamos e fomos até o balcão pedir o cardápio e escolher o queríamos comer. O atendente não falava inglês e ficou muito confuso com a gente pedindo o cardápio e fazendo o pedido ali no balcão. A gente não sabia, mas ele não estava acostumado com aquilo. Alguns minutos depois uma família sentou no nosso lado e ai finalmente entendemos como se fazia pedido em um restaurante na China. O pai tirou o celular, escaneou um QR Code na mesa do restaurante, abriu o cardápio no celular, escolheu o que queria, pagou ali mesmo no app e pronto. Ficou aguardando sua comida chegar. Sem garçom, sem cardápio físico, sem rolo de dinheiro, cartão de crédito ou confusão para pagar a conta. Me senti um homem das cavernas visitando o futuro.

Reparem como a cidade é arborizada e linda, bem diferente da imagem que costumamos ter da China.



China Parte 2
Ainda em Shenzhen, visitamos duas grandes empresas, a BYD e a Huawei.

Você já tinha ouvido falar da BYD? Eu não, e olha que incrível sobre ela:

• Maior empresa de baterias e veículos elétricos do mundo! Só na China ela tem 421 mil ônibus elétricos em operação.

• A empresa tem 200 mil funcionários, sendo 20 mil engenheiros em Pesquisa e Desenvolvimento

• Até 2021 100% dos veículos públicos serão elétricos. Não só ônibus, mas carros de bombeiro, polícia, caminhões de limpeza urbana e etc

• A empresa surgiu em 1995 para produzir baterias. Hoje, 30% das baterias de celular do mundo são produzidas por eles

• Mas eles não param. Além de serem os maiores produtores de veículos elétricos do mundo, começaram agora a produzir trens elétricos, que são 5 vezes mais baratos que metrôs e que são instalados em um terço do tempo!

• No Brasil, a cidade de Indaiatuba já tem 20 caminhões de limpeza elétricos da BYD. Escolherem esse modelo para poderem operar de noite sem atrapalhar a população

• A empresa está crescendo o faturamento num nível exponencial, mesmo mantendo o mesmo número de funcionários, o que tem feito sua lucratividade crescer de forma assustadora.

Barras em azul representam a evolução da receita. Barras em laranja a evolução no número de funcionários.
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Aqui um vídeo de um dos seus carros, que pode ser controlado por controle remoto



Vídeo que mostra todos os tipos de veículos elétricos que a BYD já comercializa



Na Huawei, a visita foi bem mais técnica. Para quem não sabe, é a empresa mais avançada no mundo em infra-estrutura de telecomunicações, e quando se trata de 5G, ela está 10 anos na frente das suas principais concorrentes americanas e europeias. Se não bastasse isso, em maio desse ano ela passou a Apple e se tornou a segunda maior fabricante de smartphones do mundo!

Recentemente, Trump editou uma medida proibindo empresas americanas de negociarem/fornecerem para a Huawei. O motivo alegado é de que essa empresa espiona os americanos e representa um risco para a segurança dos EUA. Porém, todo mundo que conhece mais profundamente esse assunto diz que o verdadeiro motivo é tentar impedir a Huaewi de dominar a infra-estrutura 5G no mundo inteiro, inclusive no EUA.

Mas porque a tecnologia 5G é tão revolucionária? Não seria apenas uma internet mais rápida? Para explicar, vou usar uma analogia com o surgimento do Iphone e dos smartphones. Você já parou para pensar quantas empresas e negócios gigantes só foram criados graças ao surgimento dos smartphones? Uber, Ifood, Whatsapp , Instagram, Snapchat e por aí vai. Pois bem, o 5G vai permitir o surgimento de outras centenas de negócios, como veículos autônomos ou operações médicas a distância, que hoje, por conta da alta latência das redes, não é viável. Talvez, essa ação desesperada do Trump seja um tiro no pé, deixando os EUA atrasados na próxima revolução tenológica.

Obs: Obviamente que, por conta da guerra comercial, não fomos autorizados a tirar fotos na Huawei. Mas eu garanto: uma das empresas mais gigantes que já vi. Parece um campus universitário.

China Parte 3
No 3º dia em Shenzhen visitamos um lab de inovação e uma aceleradora de startups de hardware.

O governo chinês tornou essa região uma zona especial e testou capitalismo nela, com a iniciativa privada tendo mais liberdade para empreender.

"O governo testou? Como assim??" Isso mesmo. A cultura chinesa valoriza muito o experimentalismo e eles aplicam isso em tudo, inclusive para governar. Do mesmo jeito que o governo testou o capitalismo em Shenzhen, ele testou um comunismo mais radical em outras cidades. Tudo indica que a experiência de Shenzhen foi vencedora e que começará a ser replicada cada vez com mais força no restante da China, diminuindo o número de estatais, fortalecendo o livre mercado, sendo o governo um condutor desse desenvolvimento.

• Os primeiros empreendedores chineses que se instalaram na cidade começaram a produzir aparelhos de DVDs que tinham uma “feature especial”: eram capazes de rodar DVDs piratas. Assim como no Brasil, pouca gente na China tinha condições de comprar DVDs originais quando o DVD surgiu. Como vários aparelhos começaram a vir bloqueados, os empreendedores chineses enxergaram ali uma oportunidade de negócio.

•Mas, logo depois, o boom dos DVDs passou e essas empresas começaram a tocar no mercado de celulares. Uma delas se tornou dona da 4º e da 6º marcas de celular mais vendidas do mundo! E aposto que você nem conhece elas (Oppo e Nex).

• Essas empresas surgiram quando as gigantes Nokia e Motorola dominavam todo o mercado. O que elas fizeram diferente? Começaram a fazer tudo que essas grandes não queriam fazer. Exemplos: celulares dourados (cor favorita dos chineses), capinhas coloridas, celulares com caixas de som ultra potentes (que eram os preferidos dos trabalhadores da construção civil da China) e etc.

• Sempre achei que o desenvolvimento da China era pautado apenas por empresas chinesas copiando os produtos ocidentais e vendendo mais barato para o resto do mundo. Mas o que vi lá foi que, além disso, eles estavam também atendendo uma demanda interna do país que não estava sendo suprida pelas grandes empresas ocidentais. A ironia é que essas empresas chinesas hoje são bem maiores que Nokia e Motorola - líderes de produção de celulares na época.

• Mas obviamente que os empreendedores chineses não pararam nos celulares baratos e capinhas douradas e, com o tempo, foram aprendendo a produzir cada vez mais coisas. Nos últimos anos, Shenzhen se tornou uma cidade industrial capaz de produzir quase tudo rs. Hoje, 40% dos vendedores da Amazon são da cidade!

• Qualquer pessoa, inclusive você, pode chegar aqui e produzir um celular de última geração, ou um fone de ouvido top, ou coisas do tipo, com sua própria marca e vender para o mundo inteiro.

• Melhor: se eles gostarem muito da sua marca e projeto eles financiam sua produção! Eles te entregam os produtos e só cobram após 60 dias.

• O caso mais impressionante é de um menino de apenas 19 anos que pegou o equivalente a 1000 dólares emprestados com a mãe em 2015 e criou uma marca chamada Anker de acessórios para celular (carregadores portáteis, cabos e etc). Ano passado ele já era o 3º maior vendedor único da Amazon, com 1,5 bilhões em vendas!

• Um grupo de jovens do Quênia criou uma marca de fones de ouvidos com nome e identidade visual africana chamada Pace. Se tornaram a marca mais vendida da África. Agora começaram exportar pra Europa, só que os produtos saem da China. Olha que maluco!

• Esse tipo de arranjo é uma oportunidade incrível também para nós brasileiros! Podemos usar nossa criatividade para construir marcas e deixar a produção para nossos amigos de Shenzhen.

• O setor industrial da cidade se desenvolveu primeiro atendendo demandas específicas de chineses. Começaram com os aparelhos de DVD capazes de rodar DVDs piratas e depois com celulares que atendiam as especificidades da população chinesa. Eles começaram a então a aplicar essa “fórmula” de atender a demanda em outros países. Na África, a marca de celular mais vendida, com 37% do mercado, é a chinesa Tecno. O que eles fizeram de tão especial? Um celular que é capaz tirar selfie de pessoas negras com qualidade de luz. Na França os chineses fizeram a Wiko, que é a segunda marca mais vendida. Lá, bastou falar que a marca era francesa e se posicionar como uma marca nacionalista francesa rs. Deu certo!

• Segundo o palestrante, as marcas chinesas vão dominar o mundo por dois motivos 1. Elas trabalham em parceria com os fabricantes chineses. Enquanto Apple e Samsung, por sua vez, costumam dar “top-down” nas fabricantes e acabam não aproveitando os feedbacks deles. 2. As marcas chineses são flexíveis para atender as diferentes especificidades/ demandas/ dores de grupo de pessoas e países, enquanto Apple e Samsung querem empurrar o mesmo celular para o mundo inteiro.

Lembrando que a maior parte da produção de Apple e Samsung também saem de Shenzhen.

Em Shenzhen prédios modernos como esse abaixo são comuns
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China Parte 4
Se a cidade de Shenzhen é como eu gostaria que fossem as cidades do futuro, super arborizadas e com veículos elétricos, Xangai é a cidade dos filmes futurísticos. Você se sente dentro do filme Blade Runner, com prédios gigantes e com muita luz colorida, mensagens e etc. Com certeza uma das cidades mais incríveis que já visitei. Eu nunca fui em Nova York, mas as pessoas do grupo que já foram disseram que Xangai humilha rs.

giphy.gif


Xangai é o principal centro financeiro da China. A principal bolsa de valores fica aqui e os principais bancos também.

Uma coisa interessante é que a cidade construiu uma área financeira super moderna, porém, do outro lado do rio que corta a cidade, eles transformaram os prédios da antiga área financeira (que parecem bastante prédios antigos europeus) em museus (não deixa de ser um pouco irônico rs).

Lá visitamos o New Development Bank, um banco criado pelos 5 países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e Africá do Sul). Fomos recebidos pelos diretores brasileiros que fazem parte do banco. O empreendimento tem ido super bem e eles devem investir mais de 6 bilhões de dólares no Brasil nos próximos 3 anos (se a reforma da previdência for aprovada).

Em Xangai também conhecemos algumas startups que estão começando. Uma delas especificamente me chamou atenção. Eles criaram uma tecnologia que permite fazer pagamentos ou autorizações a partir do flash dos celulares. É bem mais seguro e rápido que o QR Code. Uma utilidade bacana dessa tecnologia é para sites como Airbnb. Você pode alugar um apartamento e a maçaneta dele irá se abrir com o flash apenas do seu celular e no dia e horário combinado com o anfitrião. Quem já alugou Airbnb, sabe que uma das partes chatas é pegar ou devolver a chave da casa.

China Parte 5
Na cidade de Hangzhou, visitamos duas startups, Wedoctor e Alipay.

WeDoctor:

- Uma das maiores startups de saúde do mundo. Eles começaram fornecendo um app de agendamento e hoje fazem muito mais. São 3200 hospitais, 290 mil médicos e 200 milhões de usuários!




- Desenvolveram o primeiro hospital virtual do mundo. Um paciente, em qualquer lugar da China, consegue ser atendido por vídeo por excelentes médicos desse centro. Uma das maiores dificuldades de países subdesenvolvidos é levar médicos para viverem em cidades pequenas e remotas. O Brasil vive o mesmo problema. Com esse tipo de tecnologia, você consegue que um médico, vivendo sua vida confortável em Florianópolis, consiga atender um paciente no interior do Pará, por exemplo.




- Hoje no Brasil quando alguém tem qualquer problema de saúde a pessoa perde tempo 1. Agendando um médico 2. Se deslocando da casa para o médico e do médico para a casa. 3. Depois indo e voltando de uma clínica de exames. 4. Depois indo e voltando ao médico para levar aos exames. Nesse "rolê" todo a pessoa perde tempo de trabalho, gasta dinheiro com estacionamento e deslocamento, e ainda demora para ter seu diagnóstico. Para resolver esse problema a WeDoctor criou aparelhos simples e baratos que podem ficar nas empresas ou em comunidades para fazer os principais exames em tempo real e enviar os resultados para os médicos virtuais que fazem depois uma ligação de vídeo com o paciente. O aparelho consegue realizar exames que englobam 80% das doenças rotineiras que as pessoas costumam ter.

Foto do aparelho que permite isso
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- Na nossa visão, todos os médicos têm todas as qualificações necessárias para atender pacientes, mas isso não é verdade. Existe uma discrepância gigante na formação de médicos e na atualização destes em relação a novas doenças e tratamentos. Para ajudar a resolver esse gap, a Wedoctor criou um software de inteligência artificial onde o médico vai digitando os sintomas dos pacientes, anexando exames e o software vai sugerindo possíveis doenças que o paciente pode ter. Eles estão criando uma base de dados gigante e com isso vão conseguir entregar resultados cada vez mais apurados. Em alguns vários casos, o IA já está entregando resultados mais precisos que os médicos. Isso é só 1% do que eles estão fazendo.

- Outro problema que eles observaram é que pais de crianças pequenas e pessoas com idade muito avançada gostariam de ter atendimentos mais rápidos e sem precisar sair de casa. Eles criaram então uma espécie de tablet que permite essas pessoas terem um atendimento médico da sua casa em questões de segundos. Em casos mais graves/urgentes, o próprio médico pode chamar uma ambulância para a casa do paciente. Foto abaixo:
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- Eles também identificaram uma grande oportunidade no setor de remédios/farmácias: 80% das consultas resultavam na prescrição de uma quantidade x de remédios que podia ser facilmente comercializados em uma máquina de 2m x 2m. Mas e os remédios que necessitam de prescrição? Sem problema, porque a máquina vem com um scanner que lê o QR Code da receita do médico e autoriza a compra. Essa máquina pode ser colocada dentro de empresas, metrôs, praças e com isso reduzir muito os preços de remédios. Foto abaixo:
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- Por último, ao fazer todas essas coisas, a WeDoctor começa a ter uma infinidade de dados sobre médicos, pacientes, hospitais, doenças, tratamentos, remédios. A partir desses dados, geram dashboards e análises em tempo real para o governo chinês, que consegue reagir de forma preventiva para barrar, por exemplo, uma epidemia. Foto abaixo:
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Para dar conta disso tudo, a Wedoctor tem hoje 8 mil desenvolvedores! Sente o tamanho do prédio da startup
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China Parte 6



Em Pequim, conhecemos a IQIY, uma versão 10 vezes melhor do Youtube + Netflix. Na minha visão, são melhores porque já usam IA de forma efetiva para entregar mais valor para usuários e anunciantes e reduzir seus próprios custos. Seguem alguns exemplos:
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- Um dos maiores custos de programas de TV, séries e filmes é a edição (geralmente 25% do custo total da produção de um programa, série e etc). A IQIY começou a treinar uma IA para aprender a editar esses conteúdos. Após centenas de testes a/b, chegaram em um nível de qualidade que o usuário não conseguia distinguir se o conteúdo foi editado por uma IA ou por um ser humano. Redução de custos absurda + agilidade!

- Mas não para por ai. Com um IA editando, porque não criar múltiplas versões de um mesmo programa? Eles fizeram isso. No "The Voice chinês" o usuário pode escolher qual juiz ele quer dar mais foco (Ivete ou Michel Tello rs). Eles estão aplicando isso em vários programas!

- Existia uma demanda gigante dos usuários querendo comprar itens que aparecem em séries, filmes e programas. A IA deles reconhece os produtos na tela (móveis, roupas, celulares e etc) e linka automaticamente eles ao e-commerce da IQIY. Basta o usuário clicar e comprar. E eles já estão começando a aplicar isso em vídeos que foram disponibilizados pelos próprios usuários. Você faz um filme seu com sua amiga, o IA reconhece que ela está usando uma blusa xyz e já linka ela ao e-commerce!

- O principal motivo para uma série, filme ou programa de TV não ter tradução simultânea para língua de sinais para surdos/mudos é o custo com o tradutor. Eles resolveram esse problema criando uma personagem virtual que simula os movimentos de linguagens de sinais com base numa IA que entende o que está sendo falado e faz a tradução de forma automática.




- Eles estão usando IA para mais de 20 aplicações e esses foram só alguns exemplos. Atualmente eles tem 4 mil desenvolvedores e dizem não ter dificuldade para contratar mais quando precisam.

China Parte 7
Uma das visitas mais incríveis que fizemos foi a Ant Financial, braço financeiro do grupo Alibaba (Aliexpress, Taobao e etc). Foram eles que desenvolveram o superapp Alipay.
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- 900 milhões de usuários ativos! Sim, eles tem mais de 4 vezes a população brasileira em termos de usuários.

- Em todos os lugares da China as pessoas usam o Alipay para pagar suas contas, fazer transferências, pagar restaurantes, transporte público e etc. Nos 10 dias que estive na China, não vi nenhum chinês usar dinheiro ou cartão de crédito. Usavam apenas o pagamento por QR Code do app Alipay ou Wechat.

- Mas, obviamente, o Alipay não serve apenas para efetuar ou receber pagamentos. A partir do app é possível fazer empréstimos, comprar passagens áreas, requisitar carros da Didi (o "uber" da China), alugar bicicleta, pedir comida e etc. Tudo isso sem precisar sair do app!
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- Eles começaram a ter tantos dados, que hoje, usando IA, conseguem emprestar dinheiro num volume absurdo e com uma taxa de inadimplência muito baixa. O sistema de score deles é tão eficiente, que o governo já aceita ele para liberar alguns vistos para cidadãos chineses.

- Por fim, Blackmirror: eles já estão usando a forma como você se relaciona com seus amigos para aumentar ou reduzir seu score de crédito. Isso faz mais sentido do que você pensa. Imagina se seu melhor amigo pede para você emprestar 50 reais para uma pessoa x. Você nunca viu essa pessoa x, mas só pelo seu melhor amigo ter indicado você se sente mais confiante. Eles estão usando esse efeito do mundo físico no digital

China - Conclusão
O mais importante dele e dessa viagem é nos despertar para o fato que precisamos ficar mais próximos da China, apreendendo com eles, trabalhando com eles, e, em alguns casos, competindo com eles. Já estou assinando várias newsletter sobre a China, pretendo voltar lá e quero continuar mantendo contato com as pessoas que conheci lá. Sugiro a você que está lendo fazer o mesmo. E se você também não ficou apavorado com esse relato, amigo, tenho uma notícia ruim para você...



A China é rival dos Estados Unidos em duas dimensões: poder e ideologia
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A China é uma superpotência emergente. Os Estados Unidos são a superpotência reinante. O potencial de confrontos destrutivos entre os dois gigantes parece ilimitado. Mas os dois países também estão intimamente interligados. Caso não consigam manter um relacionamento razoavelmente cooperativo, poderão causar muito estrago não só um ao outro como a todo o planeta.

A China é rival dos Estados Unidos em duas dimensões: poder e ideologia. Essa combinação de atributos pode trazer à mente o confronto contra as potências do Eixo na Segunda Guerra Mundial ou contra a União Soviética na guerra fria. A China é muito diferente desses dois exemplos, é claro. Mas seu poderio também pode se provar muito superior.

O seu Produto Interno Bruto (PIB) em 2017 equivaleu a 62% do norte-americano a preços de mercado e a 119% em termos de paridade de poder aquisitivo.

É difícil imaginar que a China, com sua vasta poupança, população motivada, imensos mercados e forte determinação, não venha a atingir nível de prosperidade semelhante ao de países da Europa.

Tamanho importa. É altamente improvável que a economia da China não termine por ser muito maior do que a dos Estados Unidos, ainda que, em média, os cidadãos norte-americanos continuem individualmente mais prósperos que os cidadãos chineses. A China já é um mercado de exportação maior que os Estados Unidos para muitos países significativos, especialmente no leste da Ásia.

Além disso, a China vem investindo em pesquisa e desenvolvimento uma proporção de seu PIB semelhante à investida pelos principais países de alta renda. Isso impulsionará a inovação na China, o que eu pude ver em pessoa em uma visita à sede do Alibaba em Hangzhou. Além disso, a combinação entre tamanho da economia e avanço da tecnologia está fazendo da China uma potência militar cada vez mais formidável. Os Estados Unidos podem se queixar disso. Mas não têm o direito moral de fazê-lo. A autodefesa é um direito nacional universalmente aceito.

E o mesmo pode ser afirmado sobre o direito ao desenvolvimento. Os Estados Unidos podem resmungar o quanto quiserem sobre o roubo de propriedade intelectual pela China. Mas todas as nações que estão batalhando por recuperar o atraso, o que certamente se aplicava aos Estados Unidos no século 19, tomaram ideias alheias e as usaram como base para sua expansão.

A ideia de que a propriedade intelectual é sacrossanta tampouco procede. É a inovação que é sacrossanta. Os direitos de propriedade intelectual tanto ajudam quanto atrapalham, com relação a isso.
É preciso encontrar um equilíbrio entre direitos frouxos demais e rígidos demais. Os Estados Unidos podem tentar proteger sua propriedade intelectual. Mas qualquer ideia de que tenham o direito (ou, aliás, a capacidade) de impedir que a China inove em busca de prosperidade é uma completa loucura.

A China também é um desafiante ideológico para os Estados Unidos, em duas dimensões. O pais tem o que se poderia definir como uma economia de mercado planejada. Também tem um sistema político não democrático. Infelizmente, as falhas recentes do livre mercado deram mais prestígio ao primeiro desses fatores. E a eleição de Donald Trump, um admirador do despotismo, tornou o segundo mais atraente.

No passado, também se poderia dizer que os Estados Unidos contam com o benefício de aliados poderosos e dedicados. Infelizmente, Donald Trump está travando uma guerra econômica contra eles. Se uma decisão de atacar a Coreia do Norte levar à devastação de Seul e de Tóquio, poderemos estar diante do fim das alianças militares americanas. Uma aliança não pode ser um pacto de suicídio.

Administrar a competição entre essas duas superpotências será difícil. Graham Allison, da Universidade Harvard, encara a situação com fatalismo em seu livro "Destined for War"{destinados à guerra}: é quase impossível evitar conflitos entre uma potência reinante e uma potência ascendente. Mas uma guerra escancarada entre potências nucleares pareceria relativamente improvável.

No entanto, fricção em larga escala, e com ela o fim da cooperação necessária ao bom relacionamento econômico, parece provável. Não está claro como se poderia resolver os atuais conflitos quanto ao comércio internacional. A cooperação para a administração dos bens comuns do planeta já desabou, tendo em vista a rejeição pelo governo Trump de qualquer ideia de que o clima esteja mudando.

O futuro da China cabe à China decidir. Mas quanto ao relacionamento entre a China e o Ocidente, este último tem voz. Os Estados Unidos têm razão ao insistir em que a China respeite seus compromissos. O mesmo se aplica, porém, aos americanos e aos demais países do Ocidente. A China não se sentirá compelida a respeitar regras preestabelecidas caso seja pressionada por países que as tratem regras com desdém. E de qualquer forma a China não é a verdadeira ameaça. O relacionamento com ela certamente pode ser administrado.

A ameaça é a decadência do Ocidente, o que inclui especialmente os Estados Unidos - a prevalência do rentismo como forma de vida econômica, a indiferença ao destino de grande proporção da população, o papel corruptor do dinheiro na política, a indiferença à verdade, e o sacrifício do investimento de longo prazo em favor do consumo privado e público.

É de fato uma tragédia que a melhor maneira que encontramos de escapar a uma crise financeira tenha sido a adoção de políticas monetárias que acarretam o risco de promover novas bolhas. Poderíamos ser melhores que isso.

O Ocidente pode e deve conviver com a China ascendente. Mas ao fazê-lo deve manter a fidelidade para com o lado melhor de sua natureza. Se o objetivo é administrar a atual virada na roda da história, o Ocidente precisa contemplar o que traz dentro de si.

Martin Wolf
É comentarista chefe de economia no 'FT' e doutor em economia pela London School of Economics.

 
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Fracer

Bam-bam-bam
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Os Chineses podem pesquisar sobre a praça de Tiananmen no Google? Podem fazer um vídeo criticando o governo no Youtube? Só pra saber mesmo.
Não pode não, lá não tem isso não ( não tem Google, nem YouTube ). Eles usam Baidu e YouKu
http://www.baidu.com/
https://youku.com/

Chinês, sem autorização do governo, não pode usar nem VPN. Agora os estrangeiros podem usar VPN de boa, não pega nada não

Semana passada o Geromel, que morava nos EUA e agora vive na China, irmão do outro Geromel que joga no Grêmio, foi entrevistado na rádio CBN. Durante a entrevista ele falou bastante sobre a internet chinesa e explicou como funciona tudo ( segundo ele, a internet chinesa, mesmo censurada, funciona muito melhor do que a internet ocidental e até os apps dos chinas são melhores ). Parece que a esmagadora maioria dos chineses não sente nenhuma necessidade de furar o bloqueio do Grande Firewall ( O Escudo Dourado ), diz ele que existe um entusiasmo generalizado com o desenvolvimento do país



Esse aqui saiu da Alemanha para morar na China



Pelos relatos deles, os chineses, pelo menos a grande maioria, não estão nem aí pra censura. Só querem saber de estudar, trabalhar e ganhar dinheiro
 

Fracer

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Esse vídeo em que o Eric X. Li explica como funciona o sistema político chinês é old, but gold.

Opa ! esse eu não vi, verei agora

Tem esse outro aqui, um pouquinho mais recente

O UM BRASIL entrevista o filósofo canadense, professor das universidades de Shandong e Tsinghua, Daniel A. Bell. Na conversa com Renato Galeno, ele explica o modelo do Estado chinês - baseado na meritocracia. Ainda, o filósofo analisa a influência do pensamento confucionista na sociedade chinesa e a emergência da sustentabilidade e do combate à corrupção como as principais prioridades do Partido Comunista. Segundo Bell, transformações sociais devem tornar o gigante asiático mais aberto, mas dificilmente uma democracia eleitoral.


Mas de qualquer forma existem diversos especialistas opinando sobre China, com as mais variadas opiniões. Desde dos apocalípticos, que preveem o colapso do regime ( igual aconteceu com a falecida URSS ), até os otimistas que preveem que a China será o paraíso na Terra.
 

wwwtfc

Ei mãe, 500 pontos!
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Não pode não, lá não tem isso não ( não tem Google, nem YouTube ). Eles usam Baidu e YouKu
http://www.baidu.com/
https://youku.com/

Chinês, sem autorização do governo, não pode usar nem VPN. Agora os estrangeiros podem usar VPN de boa, não pega nada não

Semana passada o Geromel, que morava nos EUA e agora vive na China, irmão do outro Geromel que joga no Grêmio, foi entrevistado na rádio CBN. Durante a entrevista ele falou bastante sobre a internet chinesa e explicou como funciona tudo ( segundo ele, a internet chinesa, mesmo censurada, funciona muito melhor do que a internet ocidental e até os apps dos chinas são melhores ). Parece que a esmagadora maioria dos chineses não sente nenhuma necessidade de furar o bloqueio do Grande Firewall ( O Escudo Dourado ), diz ele que existe um entusiasmo generalizado com o desenvolvimento do país



Esse aqui saiu da Alemanha para morar na China



Pelos relatos deles, os chineses, pelo menos a grande maioria, não estão nem aí pra censura. Só querem saber de estudar, trabalhar e ganhar dinheiro

Brasileiro é bitolado nessa parada de censura, mano os kras lá tão vivendo bem com emprego, poder de compra alto, ótima perspectiva de vida... Eles lá tão ligando pra censura.
 

Fracer

Bam-bam-bam
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A lendária Longa Marcha, iniciada em 1934



ATRAVÉS DA CHINA: Uma "Aldeia do Exército Vermelho" em Ruijin
 

Fracer

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Xi pede esforços para levar adiante o espírito revolucionário

Xi Jinping, secretário-geral do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCC), visitou o Memorial do Exército Vermelho. Na manhã de quarta-feira, Xi visitou um assentamento recém-construído no condado de Gulang, que é o lar de moradores rurais. Durante a visita, o secretário geral perguntou sobre a subsistência dos moradores após a mudança e o progresso feito pelo governo na guerra contra a pobreza. Ele também inspecionou um programa de reflorestamento em uma área deserta de Gansu, onde tomou conhecimento das conquistas da guerra contra a poluição.

"Sirva o povo" é a missão inabalável do Partido Comunista da China. Clique para descobrir a história por trás da missão e por que isso é importante.



Uma história compartilhada por Xi Jinping: os locais onde nasceu o sonho do Partido Comunista da China
 

Rampal

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Lá na China eles acreditam que eleições só prestam pra conduzir RETARDADOS ao poder.
 

GadoMuuuuu

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É aquela... É uma ditadura, mas os que estão no poder estão focando em desenvolver o país além dos próprios interesses.
Não, na verdade, é o exato contrário: é um sistema tão absurdamente corrupto, que todos ali tem parentes e amigos donos de empresas ou sócios fantasmas em gigantes ocidentais operando ali, e “facilitando” os negócios para ela. Existe um acordo silencioso de um não pisar no pé do outro e pronto.

Basicamente, a China é o primeiro país em que quem mandam são as corporações empresariais. As leis são literalmente criadas ao redor delas.

Brasileiro nunca entendeu isso, mas um bom sistema de desenvolvimento de país não se faz só com boas intenções, abracinhos de frouxo e todo mundo numa ciranda cantando kumbaia. De boas intenções o inferno está cheio.

Muitas práticas consideradas comuns do sistema político dos EUA são consideradas escândalos absurdos aqui.
 

.gandalf the grey.

Bam-bam-bam
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"Dia 1º de outubro o regime comunista mais nacional-socialista que o nosso mundão já pariu vai comemorar 70 anos de revolução"
Titulo correto.
 

Wolf.

Canis lupus
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70 Anos da Revolução Comunista na China: como país pobre e rural se tornou potência mundial em 4 décadas

Quando Mao Tsé Tung (ou Zedong) chegou ao poder em 1949, a China estava dominada pela pobreza e devastada pela guerra.

Nesta terça-feira (1º), quando se completam 70 anos do triunfo dos comunistas, o país está radicalmente diferente: é uma potência mundial de primeira grandeza e aspira chegar ao topo da economia global.

Mas seu "milagre econômico", único na história, não se deve necessariamente ao "Grande Timoneiro", mas a uma campanha impulsionada por outro líder comunista, Deng Xiaoping

A chamada "Reforma e Abertura" conseguiu tirar 740 milhões de pessoas da pobreza, segundo dados oficiais.

Sob a ideia de um "socialismo com traços chineses", Xiaoping rompeu com o status quo e implementou uma série de reformas econômicas, centradas na agricultura, num ambiente liberal para o setor privado, na modernização da indústria e na abertura da China para o comércio exterior

Esse percurso afastou o país do comunismo de Mao Tsé Tung e "rompia as correntes" do passado, nas palavras do atual presidente chinês, Xi Jinping.


A mudança de curso começou em 1978.

À época, a China era uma nação bastante diferente do que vemos hoje, em que equipara-se ao nível dos Estados Unidos e da União Europeia


Era um país pobre, com um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 150 bilhões e uma população de 800 milhões de pessoas. Hoje, são 1,38 bilhão de habitantes e um PIB de US$ 12 trilhões, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU).

Mao, o histórico fundador da República Popular da China, havia morrido anos antes das mudanças de Xiaoping, deixando um controverso legado.

Entre seus grandes projetos estão o Grande Salto Adiante (1958-62), que buscava transformar a economia agrária do país e provocou uma escassez de alimentos que levou à morte de ao menos 10 milhões de pessoas (fontes independentes falam em até 45 milhões de mortos); e a Revolução Cultural (1966-76), uma campanha de Mao contra os partidários do "capitalismo", que também levou a milhões de mortos e paralisou a economia nacional.

Foi nesse cenário de pobreza e fome que Deng Xiaoping, então secretário-geral do Partido Comunista da China), propôs suas reformas.

Nova fórmula

Xiaoping optou pelas chamadas "quatro modernizações" e uma evolução da economia na qual o mercado teria um protagonismo crescente.

Para ele, não importava se o sistema econômico chinês era comunista ou capitalista, mas sim se funcionava. "Não importa se o gato é preto ou branco desde que cace ratos", afirmou o chinês em um discurso na conferência da Liga da Juventude Comunista da China.


O setor agrícola, por exemplo, abandonou progressivamente o sistema maoísta de economia rural planificada, que permitiu incrementar a produtividade e tirar regiões do país da pobreza, fomentando a migração de mão de obra para zonas urbanas.

Também floresceram as cadeias do setor privado e, pela primeira vez desde a criação da República Popular em 1949, o país se abriu para investimentos estrangeiros.

Se na economia planificada o Estado determina o tipo, a quantidade e o preço das mercadorias que serão produzidas, na economia de mercado são as forças da oferta e da demanda que estabelecem o que é comprado e vendido.

Em sua cruzada para modernizar e fazer crescer a economia, o líder chinês incentivou sua equipe a aprender com as potências ocidentais.

Foram criadas também zonas econômicas especiais, como a da cidade de Shenzhen, que sofreu uma transformação incrível e hoje é conhecida como o Vale do Silício chinês.
Seu programa foi ratificado em 18 de dezembro de 1978 por parte do comitê central do Partido Comunista da China e tornou a modernização econômica sua principal prioridade.

Nos anos seguintes, foram colocadas em prática mudanças que até então eram consideradas bastante ambiciosas e enfrentaram resistência da ala mais conservadora do partido no poder.

Essa abertura ao exterior contribuiu para aumentar a capacidade produtiva da China e fomentar novos métodos de gestão.

Depois de um longo processo, as mudanças permitiram que a China conseguisse entrar na Organização Mundial do Comércio em 2001, ingresso que lhe abriu definitivamente as portas para a globalização e catalisou seu progresso econômico.

Assim, em 2008, quando a crise econômica global estourou e o Ocidente saiu em busca de novos mercados, a China conseguiu se destacar entre todos os outros e se converteu na "fábrica do mundo".

Apesar do boom econômico, a China luta agora para se descolar dessa função: quer deixar a manufatura para trás e se tornar um país conhecido pela inovação.

À medida que o gigante asiático amadureceu, o crescimento do seu PIB desacelerou significativamente.

Se em 2007 era de 14,2%, em 2018 esse percentual de expansão foi reduzido para 6,6%.

Mas se olharmos mais para trás, desde 1980, o tamanho da economia chinesa foi multiplicado por 42.

Até 2030, os economistas estimam que o crescimento do país será reduzido a aproximadamente um terço do percentual atual.

Mas ainda assim seria suficiente para superar os Estados Unidos como a maior economia do mundo.

E as mudanças políticas?
A despeito do progresso econômico, as reformas trouxeram também consequências negativas para o país, como a alta desigualdade social e a grave contaminação do ar em diversas cidades chinesas.

Mas, segue intacto o rígido sistema de governo de partido único no país inaugurado com a revolução.

Críticos e ativistas denunciam uma crescente repressão dos direitos humanos e uma concentração de poder ainda maior em torno do atual presidente Xi Jinping, responsável por restringir ainda mais as liberdades da população.

Desde que ele aboliu o limite temporal de sua Presidência, no ano passado, as notícias sobre descontentamentos com o governo cruzaram as fronteiras chinesas.

Seus críticos o acusam de concentrar ainda mais o poder e de promover uma campanha de culto a sua personalidade em nível inédito desde os tempos de Mao.

O mandatário também tem estado sob a mira da comunidade internacional por conta das denúncias sobre sistemas de vigilância massiva da população, de queixas de trabalhadores por jornadas laborais desmedidas e de detenções de membros da minoria muçulmana em campos de detenção na região de Xinjiang.


No aniversário de 40 anos da "Reforma e Abertura", em dezembro passado, o mandatário chinês enfatizou a importância da "liderança" do Partido Comunista Chinês em seu discurso no Grande Palácio do Povo de Tiananmen, praça de Pequim onde o Exército reprimiu com violência manifestações a favor de reformas políticas, deixando um número desconhecido de mortos.

Esse obscurso capítulo da história recente da China segue sendo um tabu, como qualquer crítica ao sistema político chinês.

 

Fracer

Bam-bam-bam
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Vários eventos paralelos e com muita apologia ao comunismo, tirando a economia tudo é comunista. Um detalhe importante é que eles em nenhum momento critica o capitalismo, muito pelo contrário e o discurso oficial é que o capitalismo é aliado da revolução
 

Guy_Debord

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Recomendo dar uma lida sobre o processo de industrialização no capitalismo. Engels tem um livro mto bom a respeito, utilizado até hoje para falar do assunto.

Não estou defendendo a China, mas processo de industrialização é isso aí, feio pra cacete e contraditório.
 

Dreamscape

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Recomendo dar uma lida sobre o processo de industrialização no capitalismo. Engels tem um livro mto bom a respeito, utilizado até hoje para falar do assunto.

Não estou defendendo a China, mas processo de industrialização é isso aí, feio pra cacete e contraditório.
Países que menos poluem:

1º Suíça
2º Luxemburgo
3º Austrália
4º Cingapura
6º Alemanha
9º Suécia
10º Noruega

Disse alguma coisa?
 

Dreamscape

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Comparação do Índice de Qualidade do Ar entre New York e Shanghai

Shanghai faz São Paulo ser um parque arborizado.
89684
 

Guy_Debord

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Países que menos poluem:

1º Suíça
2º Luxemburgo
3º Austrália
4º Cingapura
6º Alemanha
9º Suécia
10º Noruega

Disse alguma coisa?

Disse, PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO. Sabe o que é processo? Industrialização não é uma coisa que acontece do dia pra noite, é um PROCESSO, por isso eu falei pra vc dar uma estudada em como acontece esse PROCESSO.
 

Dreamscape

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Sem sentido. Nem todos países recorrem a métodos de produção que danificam a natureza em sua industrialização. Um exemplo é o Nordeste brasileiro que usa majoritariamente energia eólica. Na Islândia usam energia térmica.

Nordeste está em industrialização.
 

Guy_Debord

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Sem sentido. Nem todos países recorrem a métodos de produção que danificam a natureza em sua industrialização. Um exemplo é o Nordeste brasileiro que usa majoritariamente energia eólica. Na Islândia usam energia térmica.

Nordeste está em industrialização.

Porra e vc quer comparar a industrialização da Alemanha, Inglaterra, França e China com o nordeste? Ok. Faz sentido mesmo.

Precisa ter razão se não seu pau cai né, já entendi.
 
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