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(ideologia) O ódio aos pobre no Brasil, sua origem e sua continuação

Sega&AMD

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No Brasil não é muito ensinado nossas origens, os primeiros sociólogos a pensar o Brasil deram uma roupagem e traçou ideias culturais que são perpetuadas aqui, como a ideia de que a corrupção é um traço ibérico do qual somos herdeiros, porém tal ideia é por si só uma mentira a corrupção e a cultura não se passa como que de maneira genética, mas caso queira aprofundar, pois sem a concepção de estados de direito não há como fazer correlação com a atual forma de corrupção, visto que tudo era propriedade do Rei e não do povo mas boa parte dos estudiosos acreditam nisso.

A origem está na escravidão, a escravidão ocorreu aqui em solo brasileiro e não em Portugal, e quem precisava lidar com essa instituição era a elite daqui, então eles formularam vários métodos com os quais moldaram o imaginário popular durante os séculos de escravidão, o primeiro deles é a desumanização (tratar como objeto) e o segundo o ódio (ser indiferente) eram necessários esse binômios para que as pessoas pudessem aceitar e naturalizar uma relação de senhores e escravos, sobretudo a massa de homens livres (que não eram senhores e nem escravos).

Após pressões internacionais, a maioria dos grandes países abolindo escravidão, o Brasil fingindo de égua decide libertar os escravos mas não sem antes decidirem o seu destino, eles sabiam que o modelo de produção social mudaria de trabalho escravo para trabalho assalariado capitalista onde se governa a lei da oferta e da procura, eram 1.5 milhões de ex escravos que juntariam a grande massa de mestiços, isso tornaria a mão de obra cara, num ato racista o governo brasileiro decide importar cerca de 5 milhões de imigrantes que viriam de países europeus e asiáticos (japão, só que a elite decidiu limitar a entrada do que eles chamavam de indios da asia no país focando somente em imigrantes europeus) com essa jogada conseguiram baixar o valor da mão de obra e tornar invisível sua dominação étnica (brasileiro branco) com a criação da figura do branco pobre (branco imigrante) que junto dos brasileiros mestiços e negros competiriam pelo mercado num sistema de classes.

O resto é história

Durante a década de 30 movimento tenentista etc temos a ascensão do Getúlio e de uma industrialização tardia, tomando o estado da elite agrária e fazendo uma política de criação do que chamamos hoje de classe média ( trabalhador urbano escolarizado) e a urbanização das metrópoles e proliferação das favelas (as favelas surgiram antes mas foi nessa fase que elas tiveram a explosão demográfica, se parecendo muito com o que é hoje) a oposição entre o trabalhador braçal da construção civil, das mulheres que viam do campo e migração em massa dos chamados nordestinos, tivemos a real demarcação social que mantinha uma continuação do modelo colonial. Porém a elite reagiu criando os principais jornais com os quais moldariam o imaginário dessa classe letrada e as universidades que formariam professores para também disseminar as ideias criadas, por fim assimilou a elite industrial por meio de casamentos acabando com ela, assim temos a perpetuação de uma ideia central via mídia que colocaria distinção gradual promovendo indiretamente o ódio, através da seguinte ideias: o ódio ao estado como fruto da corrupção, a ideia de que as classe populares são burras e despolitizadas e por fim a ideia de que seus representantes são aproveitadores, esse trinômio era suficiente para impedir gastos com o social e o preconceito politico.

A constituição de 1988 e o governo Lula

A constituição de 1988 tem como valor central o combate a pobreza extrema e a defesa da igualdade de oportunidades, a ideia era que já no governo Color o brasil começasse a focar no social, e por incrível que pareça numa pesquisa pessoal conversando com gente velha, quando foi criado o sus não devia em nada aos principais sistemas hospitalares (porém foi sucateado ao longo dos anos e ficou como vemos) o Brasil afundado numa crise inflacionária, temos o advento do real no governo Itamar que por si só catapultou FHC para dois mandatos, o segundo mandato foi difícil pois o governo enfrentou sucessivas crises entre elas a crise Russa.

Com advento do Governo Lula sobre o real já consolidado e a inflação controlada, foi a primeira vez em que o Brasil de fato olhou para os extremamente pobres (com manda a constituição) garantindo a ascensão de milhões da pobreza, mas sem a devida mudança na mentalidade da população, a elite ficou extremante furiosa pois estava perdendo o poder simbólico e a classe média a exclusividade de bens de consumo, carro mesmo foi o que mais incomodou, podem buscar na internet nos blogs mais antigos, as pessoas estavam chateadas pois ter um GOL já não significava nada (antes significava que você tinha um carro e o pobre estava a pé) os mais abastardo entraram numa onda de gastos frenética visando se diferenciar buscando por carros cada mais caros e poderosos, buscando por bairro nobres ou condomínios, o computador também era um item que incomodava sendo taxado de inclusão digital, nós que frequentamos foruns sabemos disso.

O futuro

O Futuro é sombrio, basicamente o que assistimos é a elite novamente em ação, todas as conquistas sociais das ultimas décadas foram desfeitas e agora a parte mais frágil da classe média está sendo empobrecida, somente o setor mais endinheirado da classe média está se mantendo, se continuar assim no futuro o brasil vai ser dividido grosseiramente entre muito pobres e muito ricos.

Ao longo do tópico postarei exemplos de como o ódio se perpetua, noticias da mídia novas e antigas e toda a forma e tabu

Brace yourselves​
 
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Sega&AMD

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Há uma série de códigos do estigma comportamental relacionado a questão do ódio de classe no Brasil tal como montada pela elite paulista no inicio da década de 30 após perde o Estado para o Getúlio, entre elas está a figura da distanciação justificada, distanciação por que? pois por exemplo se tu vê com certa frequência pobres num restaurante, as vezes devido a promoções ou afins, eles comendo lá, a sua mente diz ''esse lugar aqui perdeu qualidade'' indicando que precisa se afastar, ou vê na internet ideias que o confronte tu diz: ''porcaria de inclusão digital'' justificada pois a há a ideia de que o grupo precisa retroalimentar a distanciação por N motivos tal qual uma alegada superioridade moral.

No vídeo abaixo o Jesse explica como foi montado o esquema inclusive no campo da ideia e como ele cria uma rede que captura que prende quem nela está, em termos prático política públicas possui potencial de beneficiar até 98% da população mas elas são veementemente desconstruída por artifícios no campo da ideia fazendo com que os principais interessados as rechacem, isso explica por exemplo porque há pessoas que trabalham e dependem de salário mas que ainda assim são contra a CLT .


 

Rodrigocfb

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Parte da população pensa assim mesmo. Tem gente que se acha superior a outros, sobretudo na questao do consumo.

Mas da mesma forma que corrupção não passa geneticamente, esses outros argumentos também não.

Isso apenas cria a falsa ilusão de que quem tem dinheiro é o vilão, classe operaria x classe burguesa e outras bobagens que sabemos que não resolve nada.

O Estado acha otimo que muita gente pense assim, pois o mesmo continua usufruindo dessa guerra dos 2 lados, se beneficia com os ricos e taxa sem dó os pobres, mas a culpa nunca é dele.

Enviado de meu SM-G973F usando o Tapatalk
 

Sega&AMD

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"A constituição de 1988 tem como valor central o combate a pobreza extrema e a defesa da igualdade de oportunidades..."

A gente viu o quanto ela deu certo.

eu acredito que o saldo ainda é positivo, se com ela está ruim imagina sem. O problema é que o combate a miséria se choca com os interesses dos poderosos, pode parecer doentio (e é) mas tem ''gente'' que aplaude o prato vazio do pobre, eu queria que fosse mentira mas esse é nosso mundo. no decorrer desse tópico pode ser que alguém post que viu algo assim ou após ler aqui, e dialogar na vida lá fora com o pessoal passará a ver o que não via antes. É um negócio muito cabuloso, se não nos mostra não vemos, por exemplo a falsa gentileza não se difere muito da verdadeira gentileza mas somente uma mente treinada pode discerni as duas.

No filme'' A que horas ela volta'' tem um exemplo disso quando a patroa diz '' Saí da piscina menina, tu vai acabar gripando coitadinha'' hora quem gripa ao nadar, exemplos assim se veem o tempo todo. só que em outras situações análogas a essa, visto que é somente um exemplo.
 


Sega&AMD

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Jesse souza = olavo de carvalho com sinal trocado

Não dá pra levar nada a serio o que esse cara escreve

Há muita diferença entre os dois, o Jessé é um acadêmico, doutor e esteve a frente de um instituto de pesquisa aplicada onde pode constatar empiricamente coisas da qual nem ele sabia, não é perfeito acho ele muito moderado em algumas visões, assim como autores antigos ele tenta explicar o Brasil tirando essa ideia de que tudo de ruim daqui veio de Portugual, explicação que foi dada pelos intelectuais da década de 30.

mas pelo sim pelo não, quem puder ter os livros dele vai muito a pena, linguagem simples, esse são os 3 livros fundamentais, que explica o Brasil segundo a tese do Jesse, uma parte da esquerda acredita que as coisas que vimos nos últimos 3 anos provam o que até então era tese no livro, como por exemplo de que o problema nunca foi a corrupção, não foi isso que levou a alta classe média (não confundir com a classe média normal) as ruas.

189313
 

O Rei Rubro

RIP AND TEAR
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Hoje de manhã um amigo me diz: Os ricos brancos no Brasil são racistas.

e eu perguntei: então a classe média branca é “mais ou menos racista”? E o pobre preto é zero racista?

Generalização da essas sinucas de bico.
 
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