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Inflação e redução do auxílio emergencial começam a derrubar vendas nos supermercados

Ryu-san

Bam-bam-bam
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Entenda preço como o termômetro da escassez.

Num cenário normal, os preços são determinados pela oferta e demanda dos produtos. Se há muita oferta e pouca demanda, os preços baixam. Se há pouca oferta e pouca demanda ou muita oferta e muita demanda, os preços se mantém, se há pouca oferta e muita demanda, os preços sobem.

Num cenário de crise como o de agora, as cadeias produtivas ficam comprometidas, há maior escassez de produtos e o aumento de preços se dá em cadeia.

Pense que você é Robison Crusuoé numa ilha deserta, e só tem disponível 1 cesta de alimentos para sobreviver até que um resgate chegue. Nesse cenário, a utilidade marginal decrescente que você dá a essa cesta é infinita. Talvez se lhe oferecessem 1 bilhão de dólares você não aceitaria vende-la (dado que sua sobrevivência estaria em jogo). Em contrapartida, essa mesma cesta de alimentos com você estando na sua casa, você daria pouca valoração a ela, venderia por qualquer 100 reais que lhe oferecessem (dado que você pode ir até o supermarcado da esquina e comprar outra).

E é essa exatamente a situação dos produtores e vendedores, bem como dos consumidores. Se eles vendem seus estoques pelo mesmo valor num cenário de incertezas, eles não sabem se conseguirão comprar outro pelo mesmo valor, e provavelmente não irão, pois os preços já aumentaram quando as pessoas percebem que a escassez se aproxima. É automático.

O mesmo ocorre se a situação se altera e a oferta aumenta. Eles abaixam o preço pois caso contrário correm o risco de morrer com seus estoques e terem prejuízos.

Em crises, num primeiro momento tende o efeito deflacionário. Isso pois as pessoas diminuem o consumo e os produtores precisam desovar seus estoques para não terem prejuízos (pois precisam armazenar, transportar, alavancar). O índice CRB que mede o preço das commodities por exemplo, mostra o que houve dessa vez:

Existem também outras variáveis envolvidas, como a inflação gerada por expansão monetária. O cenário que estou passando ocorre pela lei da escassez. Porém, num cenário em que o governo expande a moeda e a oferta não aumenta, os preços tendem a aumento (inflação) devido a maior circulação monetária.

Moeda também é um produto, e com mais moeda circulando, ela perde seu efeito relativo de escassez (termômetro).

Muito bem explicado, obrigado! Agradeço aos outros que responderam também.
 

Darth_Tyranus

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Entenda preço como o termômetro da escassez.

Num cenário normal, os preços são determinados pela oferta e demanda dos produtos. Se há muita oferta e pouca demanda, os preços baixam. Se há pouca oferta e pouca demanda ou muita oferta e muita demanda, os preços se mantém, se há pouca oferta e muita demanda, os preços sobem.

Num cenário de crise como o de agora, as cadeias produtivas ficam comprometidas, há maior escassez de produtos e o aumento de preços se dá em cadeia.

Pense que você é Robison Crusuoé numa ilha deserta, e só tem disponível 1 cesta de alimentos para sobreviver até que um resgate chegue. Nesse cenário, a utilidade marginal decrescente que você dá a essa cesta é infinita. Talvez se lhe oferecessem 1 bilhão de dólares você não aceitaria vende-la (dado que sua sobrevivência estaria em jogo). Em contrapartida, essa mesma cesta de alimentos com você estando na sua casa, você daria pouca valoração a ela, venderia por qualquer 100 reais que lhe oferecessem (dado que você pode ir até o supermarcado da esquina e comprar outra).

E é essa exatamente a situação dos produtores e vendedores, bem como dos consumidores. Se eles vendem seus estoques pelo mesmo valor num cenário de incertezas, eles não sabem se conseguirão comprar outro pelo mesmo valor, e provavelmente não irão, pois os preços já aumentaram quando as pessoas percebem que a escassez se aproxima. É automático.

O mesmo ocorre se a situação se altera e a oferta aumenta. Eles abaixam o preço pois caso contrário correm o risco de morrer com seus estoques e terem prejuízos.

Em crises, num primeiro momento tende o efeito deflacionário. Isso pois as pessoas diminuem o consumo e os produtores precisam desovar seus estoques para não terem prejuízos (pois precisam armazenar, transportar, alavancar). O índice CRB que mede o preço das commodities por exemplo, mostra o que houve dessa vez:

Existem também outras variáveis envolvidas, como a inflação gerada por expansão monetária. O cenário que estou passando ocorre pela lei da escassez. Porém, num cenário em que o governo expande a moeda e a oferta não aumenta, os preços tendem a aumento (inflação) devido a maior circulação monetária.

Moeda também é um produto, e com mais moeda circulando, ela perde seu efeito relativo de escassez (termômetro).
No Brasil também temos o "jeitinho", o qual impera sobre todas as leis econômicas. Tem uma maior influência na cadeia de preços do que a oferta, demanda e tudo mais.
 

Cafetão Chinês

Mil pontos, LOL!
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No Brasil também temos o "jeitinho", o qual impera sobre todas as leis econômicas. Tem uma maior influência na cadeia de preços do que a oferta, demanda e tudo mais.
Sim, na realidade, o "jeitinho" também entra nessa métrica (ele é a própria lei dos mercados). Assim como era um fator determinante no mercado-negro da União Soviética (o maior da história, e que tinha uma atividade econômica maior do que a de países inteiros).

A lei de Say é axiomática, vale para qualquer lugar, em qualquer situação e para qualquer modelo econômico.
 
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Mustafa90

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Inflação e redução do auxílio emergencial começam a derrubar vendas nos supermercados
A disparada da inflação dos alimentos e o corte pela metade do auxílio emergencial recebido por 65 milhões de brasileiros já reduziram em até 10% as vendas das redes de atacarejos nas últimas semanas. Nos supermercados o movimento se repete. “Este mês todo mundo está chiando porque a venda caiu muito”, afirma o diretor de mercado da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Omar Assaf.
A freada era previsível por causa da redução do auxílio emergencial de R$ 600 para R$ 300 desde setembro. No entanto, esse movimento de queda nas vendas ganhou força com a escalada de preços da comida, que continua.
Em outubro, a prévia da inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - 15 (IPCA-15) atingiu 0,94%. O resultado é mais que o dobro da inflação registrada em setembro e a maior alta para o mês em 25 anos. A comida respondeu pela metade da inflação ao consumidor, com destaques para a carne bovina (4,83%) - item de maior peso entre os alimentos -, óleo de soja (22,34%), arroz (18,48%) e leite longa vida (4,26%), por exemplo.

Desempregada e dependente do auxilio emergencial, Gabriela de Oliveira Santos, de 30 anos, que mora com o filho de 13 anos e a mãe no Capão Redondo, zona Sul de São Paulo, sentiu o baque da inflação e começou a cortar as compras desde o mês passado. “Tirei carne, Danone, bolacha e fruta”, conta. Ela manteve na lista do supermercado só o básico do básico: arroz, feijão, farinha e algumas verduras. “Estamos comendo frango e ovo, que são mais baratos.” Com isso, o gasto no supermercado no mês, que era de R$ 350, não chega hoje a R$ 150.
O corte nas compras foi provocado pela inflação dos alimentos e também porque ela pretendia fazer uma reserva para enfrentar a redução no auxílio emergencial. Mas seu planejamento foi frustrado. É que as contas de água e de luz vieram com aumentos este mês e ela teve de gastar o que havia economizado. “Só Deus sabe como vai ser daqui para frente”, diz Gabriela, que vai receber em novembro o auxílio de R$ 300.
“O consumidor deixou de comprar o supérfluo nas últimas semanas e só leva o básico quando os preços estão extremamente convidativos”, diz um supermercadista que prefere o anonimato. A sua rede, por exemplo, voltada para a classe média, registrou queda de 7% nas vendas em setembro e outubro na comparação com os meses anteriores.
Bolso apertado

Com a pandemia, a população abasteceu a despensa, estocou alimento e comprou de tudo: salgadinho, chocolate, iogurte, vinho, diz um empresário do setor. Isso levou a um pico de vendas nos supermercados, que ocorreu em maio, segundo pesquisa da Apas. Naquele mês, a alta real nas vendas, descontada a inflação, foi de 11,4% ante maio de 2019. Em agosto, último dado disponível e antes do corte do auxílio emergencial, o crescimento havia desacelerado para 1,6% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Hoje a venda dos supérfluos caiu e a quantidade básicos também recuou, segundo empresários.
Com a redução do auxílio emergencial e sem uma contrapartida de aumento do emprego, a perspectiva é que o consumo perca fôlego e a alta de preços arrefeça. Assaf lembra, por exemplo, que o 13.º dos aposentados já foi pago este ano e que essa injeção extra de recursos no último bimestre não vai ocorrer. “É menos dinheiro rodando na praça e menos ânimo para o cidadão repassar custos”, diz o diretor da Apas.
Na sua opinião, os aumentos de preços, que sustentaram a escalada inflacionária dos alimentos, chegaram no limite e não cabem mais no bolso do consumidor. “A indústria começou a sentir isso e a necessidade de vender vai fazer com que ela abra descontos.”
Um sinal dessa mudança já foi captado por outro empresário do setor. Diante da queda nas vendas nas lojas, nos últimos 15 dias, fabricantes de óleo de soja e beneficiadores de arroz pararam de reajustar diariamente os preços desses produtos como faziam até então. O sinal pode ser positivo, mas a verdade só será conhecida no próximo resultado da inflação.

Mas isso gera um movimento deflacionário.
 

Akita

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Mas isso gera um movimento deflacionário.
Talvez se fosse uma bolha, mas a realidade é mais complexa, a empresa pode ir embora daqui ou exportar os produtos. A crise recente de 2015/16 também baixou a demanda enquanto a inflação foi galopante.
 


Giant Enemy Crab

Wyrd biõ ful ãræd
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Será que teve país mais afetado que a gente? Em questão de pandemia a gente não conseguiu fazer um lockdown descente até por causa da nossa pobreza e tals, era meio inviável... mas economicamente tem país maior em tamanho de economia que vai ter um baque tão grande?

não sei,
mas o real é a moeda mais desvalorizada do ano, se não me engano.
 

Bob Blu

Bam-bam-bam
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Vou dar o benefício da dúvida e achar que não é troll. Mas de onde você tirou essa informação de que apenas Wuhan passou por lockdown na China?
Vou te dar o benefício da dúvida e acreditar que vc é troll, não quero crer que não é capaz de dar um Google simples...
Além da província de wuhan, a China estendeu pra região de hubei. O Lockdown impactou em torno de 57 milhões de pessoas, num país de 2 bilhões.
 
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