Aproveitei o último final de semana para fazer uma leitura que eu vinha adiando a bastante tempo: A Bola de Neve, biografia de Buffett escrita por Alice Schroeder.
Comparando a história de Buffett com a de Barsi, me veio um questionamento que muitos de vocês também já devem ter feito a si mesmos.
Afinal, começando hoje, nas circunstâncias atuais de mercado, é possível para um sujeito relativamente comum amealhar uma fortuna de bilhões (ou mesmo centenas de milhões) a partir do investimento de remanescentes de sua renda e reinvestimento dos dividendos e lucros sobre capital?
No caso específico de Buffett, mesmo não se podendo negar a evidente genialidade na escolha de ativos e a disciplina de reinvestimentos, muito se fala num ambiente extraordinariamente favorável no qual haviam muitas empresas "descontadas" com amplo potencial de crescimento quando ele formou boa parte de sua fortuna.
No caso do Barsi, ainda que nosso mercado de valores mobiliárias seja pequeno se comparado ao norte-americano, ele também pode aproveitar período no qual ações de grandes empresas nacionais possuíam valor de mercado muito menor que o valor patrimonial (as ações valiam literalmente centavos).
Não sei se esse questionamento já foi feito aqui ou em algum outro tópico do fórum, mas gostaria de saber a opinião de vocês.
Sempre há oportunidades. Há empresas novas surgindo. Há segmentos novos surgindo. O Brasil tem até uma certa vantagem: por ser um país de complexo cenário jurídico, tributário e político, é uma barreira grande para grandes multinacionais transponirem, o que abre oportunidades para empresas locais nascerem e prosperarem. Olha as locadoras de carros como a Localiza. Olha como a Amazon não conseguiu causar impacto nas Lojas Americanas e nem na Magazine Luiza. Quem diria que a WEG estaria crescendo internacionalmente competindo com a Siemens e outras gigantes?
Além disso, crises são cíclicas e abrem janelas de oportunidade. Por fim, o mercado não se resume ao Brasil. O investimento no exterior está muito facilitado. Nos EUA existe potencial enorme nas startups, todo mês algum estudante recebe um cheque bilionário.
E o bitcoin foi provavelmente o maior construtor de fortunas da era moderna, para quem soube aproveitar. E eu penso que ele ainda vai longe.
Acho que o merado de capitais pode até ter certos períodos mais ou menos favoráveis quando se compara década a década, por exemplo, mas é por isso mesmo que o investimento de longo prazo considera 10 anos pra mais.
No meu estudo do Ibovespa, desde sua fundação nos anos 90, todo e qualquer período de 15 anos para cima tem deu ao investidor um retorno médio acima de 10% ao ano. Isso falando de Ibovespa. QUalquer carteira que tenha batido o índice teria performance explosiva. E hoje em dia está consideravelmente fácil fazer isso com o níce de informação que há por aí.