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Biologia dos cavalos-marinhos:
reprodução[/SIZE]
É o cavalo-marinho macho, e não a fêmea, que engravida. Esta método de reprodução pouco comum é a forma mais extrema de cuidado paternal jamais descoberta, embora resulte de uma tendência, verificada entre os peixes, de atribuição das obrigações parentais aos machos. Oitenta e nove das 422 famílias de peixes ósseos evidenciam esta tendência, sendo quase metade destas (36) casos flagrantes de cuidados parentais por parte dos machos.
A maturidade sexual nos machos é normalmente determinada pela presença de uma bolsa incubadora subcaudal. Os cavalos-marinhos macho têm a capacidade de engravidar a qualquer altura da época de procriação. Esta varia segundo a espécie e está, muito provavelmente, dependente da temperatura da água. Outros factores que podem afectar a época de procriação são os padrões das monções e o ciclo lunar.
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Macho e fêmea: Hippocampus guttulatus entrelaçando as caudas[/SIZE] A maior parte das espécies de cavalos-marinhos são monógamas, formando casais que duram toda uma época de procriação (e talvez mesmo várias épocas). Contudo, algumas espécies podem não formar casais. Os laços de acasalamento são fortalecidos por rituais de saudação durante os quais a fêmea e o macho mudam de cor, dançam e fazem piruetas. Esta dança dura vários minutos: depois separam-se para o resto do dia. As saudações ocorrem durante a gravidez do macho e pensa-se que se destinam a assegurar que macho e fêmea estarão preparados para voltar a acasalar. A partir do momento em que o macho dá à luz, é altura de acasalar novamente, por vezes apenas algumas horas depois. A saudação transforma-se então num novo ritual de acasalamento que, para uma espécie, pode durar até nove horas.
A fêmea introduz o seu ovipositor na bolsa incubadora subcaudal do macho, depositando os ovos que o macho fertiliza. Os ovos fertilizados, implantados na parede da bolsa, são envoltos por uma membrana. A bolsa funciona como o útero de um mamífero, contendo líquido amniótico que banha os ovos e fornece nutrientes e oxigénio para o desenvolvimento dos embriões, ao mesmo tempo que remove produtos de excreções. O líquido da bolsa altera-se durante a gravidez: os fluidos corporais passam lentamente a assemelhar-se à água do mar envolvente. Esta alteração ajuda a reduzir o
stress da cria à nascença.
A gravidez dura entre duas a quatro semanas. A sua duração decresce com o aumento da temperatura. No fim da gestação, o macho entra em trabalho de parto (normalmente à noite), esforçando-se durante horas a fio para dar à luz a ninhada. Os cavalos-marinhos jovens são adultos em miniatura: independentes desde o nascimento, não recebem cuidados paternais posteriores. Os recém-nascidos da maior parte das espécies medem entre 7-12 mm. O número de crias nascidas é em média de 100-200 para a maior parte das espécies: mas tanto pode ficar abaixo das 5, nas espécies mais pequenas, como chegar às 1500.