Acho que perdi essa discussão, mas nunca é tarde.
É bem importante lembrar a diferença entre nossos anos 90 e os anos 90 dos EUA. Na prática muita coisa ótima dos anos 80 (melhor década das HQs pra mim) chegou no início dos anos 90. Lá pela metade é que o lixo do lixo começou a chegar aqui.
Em termos de super heróis, anos 90 foram os piores que já vi. É tanta coisa ruim que dói só de lembrar. A saga do clone é isso daí que falou. Bom lembrar que foi nessa década que o departamento de Marketing ganhou mais força do que o departamento criativo (uma briga que sempre existiu). E quando o Marketing passou a mandar no negócio, tudo o que existe de ruim nos quadrinhos, mas vende bem, começou a ser usado com exaustão:
- Várias capas pra vender mais;
- Crossovers esticados e interligados com várias revistas pra forçar o público a comprar (saga do clone seria curta, mas graças ao marketing foi prolongada ao extremo);
- Decisões criativas polêmicas e idiotas como a troca do Peter pelo Ben Reilly;
Faziam coisas como colocar o Jim Lee pra desenhar histórias sem roteiro do Claremont que só escrevia os diálogos para a arte. Um completo absurdo. Também entregaram um título do Aranha pro Todd escrever e ele nem sabia como fazer isso. As histórias dele para o Aranha são sofríveis. O cara definitivamente não sabia contar uma história.
O legado positivo fica com coisas como Reino do Amanhã que fez a melhor crítica sobre essa década, a revolução causada pela Image Comics e coisas como criação do selo vertigo.
Creio que ofereceram o título ao Todd pela sucesso que ele fazia mesmo. Nem saber escrever ele sabia.
O engraçado da história da Image é que toda a divergência que levou ao rompimento com a Marvel veio inicialmente do Rob Liefeld. Ele que fez a cabeça de todos. Toda a luta que Jack Kirby e tantos outros artistas lutaram para ter reconhecimento encontrou terreno fértil na divergência de um dos piores artistas e escritores da história das Hqs ha ha ha.
Quem diria que o mercado americano iria dever tanto a um cara como Rob Liefeld.