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Caso isolado Nº 8.451.741
Daqui a pouco aparece alguém da família ou advogado com a carta do "estava sob efeito de remédio controlado"
PM de SC faz ataques racistas a mulher e filho dela e a ameaça de agressão; veja vídeo
Homem pode responder por racismo. PM vai encaminhar caso para Corregedoria-Geral.
Por Catarina Duarte e Joana Caldas, G1 SC e NSC
17/09/2021 19h27 Atualizado há 2 horas
PM da reserva xinga mulher e filho dela por serem negros
A Polícia Civil abriu nesta sexta-feira (17) um inquérito para investigar um policial militar da reserva que aparece em um vídeo xingando uma mulher e o filho dela por serem negros. O homem também admite ser racista e ameaça bater na mulher que está filmando.
Ele será investigado por racismo, informou o delegado responsável pelo caso, Éder Matte. O policial militar da reserva se chama Hélio Martins, de 57 anos, e mora em São Ludgero, no Sul catarinense. O G1 não conseguiu contato com ele.
A Polícia Militar disse em nota que "repudia toda e qualquer tipo de violência contra a mulher ou vulnerável, bem como qualquer tipo de racismo" e que o caso identificado será encaminhado à Corregedoria-Geral.
A corporação informou que o homem é um sargento da PM de Santa Catarina que está na reserva desde 9 de março de 2016.
Vídeo
No vídeo, o homem aparece discutindo com uma mulher que está filmando. Ele diz "teu filho é um maldito de um negro desgraçado, que é pirracento".
A mulher pergunta "por que você tem tanto ódio de gente morena?". Ele responde "Porque eu tenho ódio, porque eu sou racista, porque eu não suporto negro! Eu tenho amigo negro, mas é amigo decente, não essa negrada do c... que é marrenta que nem tu".
Em seguida, a mulher diz "Você não bata em mim". Ele, então, tira o chinelo do pé, segura o calçado na mão, aproximando-se dela, e diz "Quer ver? Fala de novo! Fala de novo, sua macada do c...!". Depois, afasta-se, joga o chinelo no chão e diz "demônio, desgraçada".
Investigação
O delegado informou que a investigação busca identificar onde ocorreu e quando o caso. "Tudo indica que os fatos foram em São Ludgero. Essa mulher que grava o vídeo, a princípio se apurou que ela é ex-mulher dele. Tudo indica que os fatos se deram na residência do casal, em São Ludgero", afirmou.
O homem será investigado pelo artigo 20 da lei 7.716/1989, que diz que é crime praticar o preconceito de raça. A pena prevista é de um a três anos de prisão e multa.
O investigado deve ser ouvido na próxima semana, assim como a mulher que faz a filmagem e outras pessoas que possam ajudar no inquérito. O delegado não soube informar se o homem tem antecedentes criminais.
Em relação à atitude do investigado de partir com chinelo na mão para cima da mulher, Matte esclareceu que "o crime de ameaça é condicionado a representação. A mulher ainda não nos procurou. A gente está fazendo contato com ela, até para a ouvir no inquérito. Se ela representar, tiver interesse que ele seja processado por esse crime de ameaça, ele vai ser apurado no inquérito também".
Em 2011, o Ministério Público de Santa Catarina denunciou Hélio Martins pelo crime de ameaça em ambiente familiar, mas ele foi absolvido.
Daqui a pouco aparece alguém da família ou advogado com a carta do "estava sob efeito de remédio controlado"
PM de SC faz ataques racistas a mulher e filho dela e a ameaça de agressão; veja vídeo
Homem pode responder por racismo. PM vai encaminhar caso para Corregedoria-Geral.
Por Catarina Duarte e Joana Caldas, G1 SC e NSC
17/09/2021 19h27 Atualizado há 2 horas
PM da reserva xinga mulher e filho dela por serem negros
A Polícia Civil abriu nesta sexta-feira (17) um inquérito para investigar um policial militar da reserva que aparece em um vídeo xingando uma mulher e o filho dela por serem negros. O homem também admite ser racista e ameaça bater na mulher que está filmando.
Ele será investigado por racismo, informou o delegado responsável pelo caso, Éder Matte. O policial militar da reserva se chama Hélio Martins, de 57 anos, e mora em São Ludgero, no Sul catarinense. O G1 não conseguiu contato com ele.
A Polícia Militar disse em nota que "repudia toda e qualquer tipo de violência contra a mulher ou vulnerável, bem como qualquer tipo de racismo" e que o caso identificado será encaminhado à Corregedoria-Geral.
A corporação informou que o homem é um sargento da PM de Santa Catarina que está na reserva desde 9 de março de 2016.
Vídeo
No vídeo, o homem aparece discutindo com uma mulher que está filmando. Ele diz "teu filho é um maldito de um negro desgraçado, que é pirracento".
A mulher pergunta "por que você tem tanto ódio de gente morena?". Ele responde "Porque eu tenho ódio, porque eu sou racista, porque eu não suporto negro! Eu tenho amigo negro, mas é amigo decente, não essa negrada do c... que é marrenta que nem tu".
Em seguida, a mulher diz "Você não bata em mim". Ele, então, tira o chinelo do pé, segura o calçado na mão, aproximando-se dela, e diz "Quer ver? Fala de novo! Fala de novo, sua macada do c...!". Depois, afasta-se, joga o chinelo no chão e diz "demônio, desgraçada".
Investigação
O delegado informou que a investigação busca identificar onde ocorreu e quando o caso. "Tudo indica que os fatos foram em São Ludgero. Essa mulher que grava o vídeo, a princípio se apurou que ela é ex-mulher dele. Tudo indica que os fatos se deram na residência do casal, em São Ludgero", afirmou.
O homem será investigado pelo artigo 20 da lei 7.716/1989, que diz que é crime praticar o preconceito de raça. A pena prevista é de um a três anos de prisão e multa.
O investigado deve ser ouvido na próxima semana, assim como a mulher que faz a filmagem e outras pessoas que possam ajudar no inquérito. O delegado não soube informar se o homem tem antecedentes criminais.
Em relação à atitude do investigado de partir com chinelo na mão para cima da mulher, Matte esclareceu que "o crime de ameaça é condicionado a representação. A mulher ainda não nos procurou. A gente está fazendo contato com ela, até para a ouvir no inquérito. Se ela representar, tiver interesse que ele seja processado por esse crime de ameaça, ele vai ser apurado no inquérito também".
Em 2011, o Ministério Público de Santa Catarina denunciou Hélio Martins pelo crime de ameaça em ambiente familiar, mas ele foi absolvido.