End Of The Line
Bam-bam-bam
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Esse papo de PC historicamente inferior beira ao absurdo pois durante e década de 90 eram 2 mundos diferentes entre os ambos os lados pois tínhamos vários estúdios dedicados rpgs,fps,rts e simuladores que simplesmente nem existiam nos consoles mas hoje o mercado mudou e não existe mais uma origin systems,Sir-Tech ou uma Sierra mas foi uma época quase magica de sé acompanhar pra quem estava lá.Minhas observações sobre as particularidades, curiosidades e minha análise de detalhes que me chamam a atenção no ano 2000:
1) Ano de lançamento do PS2, N64 e PSX em seus cantos de cisne (FF IX, Vagrant, Chrono, Banjo, Perfect Dark, Zelda MM, Tony Hawk´s 2 etc) e o Dreamcast pondo o pau na mesa com uma biblioteca assustadora. Bem atípico por isso, onde videogames encerravam sua produção, um console de nova geração impôs respeito e a biblioteca exclusiva do PC, que historicamente sempre foi bastante inferior que a dos consoles, emplacou 3 pérolas.
2) A distribuição desse ano foi a seguinte pra mim, dentre alguns games que joguei:
GOD TIER (GOTG-material dentro de seus estilos)
HIGH TIER (GOTY-material dentro de seus estilos)
- Chrono Cross
- Vagrant Story
- Zelda Majora´s Mask
- Diablo 2
- Counter Strike
- Deux EX
- Final Fantasy IX
- Perfect Dark
- Shenmue
MIDDLE TIER (Games bons até ótimos)
- Tony Hawk´s Pro Skater 2
- Spyro Year of the Dragon
- Banjo Tooie
- Skies of Arcadia
- Grandia 2
- Hitman
- Marvel vs Capcom 2
- Tekken Tag Tournament
- Spiderman
- Jet Set Radio
- Crazy Taxi
(insert aqui mais uns 30 games pelo menos)
- Time Splitters
- Pokemon Gold and Silver
- Ridge Racer V
- Dead or Alive 2
- Mega Man Legends 2
- Metal Gear Ghost Babel
- Mario Party 2
3) Metal Gear Ghost Babel é um jogo inferior a qualquer outro game dessa lista, mesmo a games Middle Tier, o que é natural, por ser uma produção para portátil, onde limitações são a regra. Eu tenho o cartuchinho de Ghost Babel, é um game que extrapola essas limitações, parecendo, em design e conteúdo, uma amostra da era 16 bits rodando num hardware da terceira geração. Mas é um "joguinho", como costumam dizer pejorativamente (de forma exagerada), frente ao que houve em PCs e consoles de mesa. Esse game rodando como era num Saturn por exemplo não teria essa recepção, o que prova irrefutavelmente que, pra se ser justo, humano e moral, jogos para portáteis não podem ser colocados lado a lado com jogos de console em avaliações que presam por objetividade ou em premiações. Tem que ter portanto uma lista de GOTY separada para PORTABLE, uma lista de produção para PORTABLE e todo o resto, porque senão fica injusto com esses games, que são quase sempre concretamente inferiores a qualquer coisa mediana em consoles de mesa. Exceções existem, com Zelda A Link Between Worlds, Tearway ou Syphon Filter, mas são muito raras e só ocorreram quando a diferença tecnológica entre portáteis e consoles de mesa foi encurtada.
4) Em termos de influência, há uma briga feia entre CS, Deus Ex e Shenmue, mas fico com o game do gatinho do Yu, por ser japonês, e isso conta ponto automático no currículo. É que nem ter doutorado, ou falar outra língua.
5) Chrono Cross foi um salto geracional em relação a Chrono Trigger da mesma magnitude que o de GTA II para o GTA III, de FF VII para o VI ou de Mario 64 para Mario World. É uma game fartamente superior, amplo, profundo, complexo, e que lida, dentro do gênero RPG, com um roteiro bem mais encorpado, casca grossa e mindblowing que a masterpiece do SNES, que, em função das limitações do cartucho, apresenta história, desenvolvimento de personagens, diálogos e scenario writing bastante precários. Sem contar o gameplay de Cross, que balança uma penca de convenções do gênero e tem o melhor sistema de batalha por turnos de todos os tempos, em comparação ao combate mais "politicamente correto" de Trigger. Quem era mais velho nessa época não pôde deixar de notar o salto.
6) O GOTY do ano 2000, e um dos poucos exemplos reais de perfeição em todas as áreas da história dos videogames, foi Vagrant Story. Esse jogo é uma distorção no tecido do tempo-espaço, e nada que veio antes ou depois jamais arranhou a profundidade de seu gameplay e a complexidade e possibilidades de suas mecânicas e sistemas. Acho que inclusive por muito tempo nenhum outro game vai rachar sequer a casca da complexidade de Vagrant Story, porque o mercado vem "involuindo" nesse sentido, o épico dos Risk Breakers pedia que você obrigatoriamente lesse dezenas de páginas de tutoriais pra lhe domar os intrincados sistemas, dentre Phantom Points, crafting, Chain Atacks, sistemas de armas e armaduras e técnicas de combate. Ele foi perfeito, arte, puzzles, história, level design, ambientação, dificuldade, um dos melhores gráficos da geração (a melhor modelagem, as melhores animações, os melhores efeitos especiais etc), mesmo coisas que importam pouco ou quase nada dentro de um game, como replay value, nome dos personagens, antagonista, design de inimigos e equipamentos, efeitos sonoros e loading times, são perfeitos. A sequência de abertura foi a frente de seu tempo, os takes de câmera, trilha sonora e eventos só foram alcançados em MGS2. Esse é o Magnum Opus de Matsuno, e jogo completamente diferente de tudo que há, temos que reconhecê-lo como o melhor do ano e um dos melhores de todos os tempos por pura devoção pela perfeição e por tudo que sai do lugar comum.
Chega ate ser engraçado de lembar que enquanto estavam exaltando MGS no PS1 o primeiro Thief fazia uma revolução muito mair em todos os sentidos.