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Vale e muito o jogo é ótimo, principalmente se vc curtir Dragon Ball. Parece um desenho animado15 trumps no Dragon Ball FighterZ. Vale?
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Vale e muito o jogo é ótimo, principalmente se vc curtir Dragon Ball. Parece um desenho animado15 trumps no Dragon Ball FighterZ. Vale?
Uma pergunta sobre a nintendo store de outras regiões, como vocês fazem a compra? Eles aceitam cartão internacional?
Uma pergunta sobre a nintendo store de outras regiões, como vocês fazem a compra? Eles aceitam cartão internacional?
Uma pergunta sobre a nintendo store de outras regiões, como vocês fazem a compra? Eles aceitam cartão internacional?
Nuss pokemon ta esgotado na Irlanda até as próximas 3 semanas, agora não sei qual game eu pego hueee me ajudem.
Gosto com fator replay.
Queria o Astral Chain, Fire Emblem, Luigi's Mansion 3 ou o pokemão.
luigis mansion 3 é o melhor de toods esses mas com pouco replayNuss pokemon ta esgotado na Irlanda até as próximas 3 semanas, agora não sei qual game eu pego hueee me ajudem.
Gosto com fator replay.
Queria o Astral Chain, Fire Emblem, Luigi's Mansion 3 ou o pokemão.
Queria o Astral Chain, Fire Emblem, Luigi's Mansion 3 ou o pokemão.
Fator replay hoje em dia chama-se DLC.Nuss pokemon ta esgotado na Irlanda até as próximas 3 semanas, agora não sei qual game eu pego hueee me ajudem.
Gosto com fator replay.
Queria o Astral Chain, Fire Emblem, Luigi's Mansion 3 ou o pokemão.
O pessoal esquece o valor da marca embutido no preço do jogo. Colocar o Yoshi no jogo ou o Link tem apelo bem diferente de colocar o Spyro ou o Ashley Riot, por exemplo.Produtos da Disney, mesmo tendo qualidade similar à concorrência, só por ter o Mickey ou aquela princesa do Frozen, o valor é outro.
A minha vizinha comprou uma bazuca de plástico para o seu filho por R$ 500,00 somente pq era do Fortnite.
As marcas tem valor.
Link's Awakening é 3d verdade, mas a complexidade do cenário e modelos de personagens não se compara com um jogo como BOTW, que apresenta uma complexidade infinitamente maior, além da equipe de produção e orçamento. Meu ponto não é o jogo não ser bom, mas um valor adequado ao visual e produção do jogo, por qual motivo vc acha que jogos indie custam menos?
Nuss pokemon ta esgotado na Irlanda até as próximas 3 semanas, agora não sei qual game eu pego hueee me ajudem.
Gosto com fator replay.
Queria o Astral Chain, Fire Emblem, Luigi's Mansion 3 ou o pokemão.
Eu comprei, mas joguei somente o tutorial. Eu gostei principalmente do controle touch, uma pena só funcionar com controle, mesmo que esteja usando touch tem que sincronizar os controlesAlguém jogando ou jogou Civilization VI? Pensando em comprar, está 50% off na eshop
Obrigado pela contribuição! O texto foi grande e valioso!Desculpe pelo post um pouco longo. Mas esse post será uma longa explicação sobre a precificação da Nintendo e deverá responder algumas perguntas que são recorrentemente levantadas neste tópico e neste fórum.
Se você olhar por esse lado, vários games de 60 dólares teriam que custar diferente. Alguns até mais, 70, 80 dólares. Se todo preço fosse determinado pelo orçamento, então teriam filmes no cinema que custariam x e outros y, outros z...
Mas não é assim que as coisas funcionam. No cinema os preços das sessões são fixos, independente inclusive do filme ter 2 ou 3 horas de duração. Eles podem até tentar alterar algumas coisas como não disponibilizar filmes em determinados dias ou colocá-los em salas maiores ou menores, mas o preço é o mesmo para todo filme.
E sabe por que é assim? Porque vamos supor um filme de orçamento menor, um drama, como História de um Casamento, que contou com orçamento bem menor comparado a qualquer filme da Marvel ou DC. Vamos supor que alguém decida diminuir o preço esse filme. Vai aumentar a audiência com isso? Por outro lado, aquelas pessoas que querem assistir o filme, elas irão pagar o preço normal do cinema, porque querem simplesmente assistir o filme.
Como as pessoas que querem ver o filme pagarão por ele e como as demais não irão para o cinema por uma redução de preço, é melhor você manter o preço.
Games não vendem mais quando são mais baratos. Assim como filmes. Pelo contrário, poucos games para consoles (e a efeito de análise vamos deixar essa discussão de Switch portátil de lado e considerá-lo um console) de preços menores, 40, 20 dólares, vendem mais que games vendidos a 60 dólares. Que game que custou apenas 20 dólares e chegou a marca de 10 milhões de unidades vendidas? eu simplesmente desconheço. Não falo de promoções, mas de ter sido vendido por esse preço no seu lançamento.
Em qualquer gráfico de vendas ao longo do tempo você irá notar que um game vende mais no seu lançamento que em qualquer outra época. Vende uma quantia considerável na primeira ou segunda promoção e depois disso, vende muito pouco. Por bizarro que possa parecer um gráfico assim, um game será menos "vendido" quando (e quando é diferente de se, claro que se for dado de graça no day one terá boas "vendas") for ofertado de graça. Eu já comentei sobre isso nos tópicos de games dados de graça pela Epic e também pelos games bônus por assinatura de serviços como PSN, Live e até mesmo o Nintendo Switch on line. Simplificando a questão, quando um game, ou qualquer produto de entretenimento e lazer é te dado de graça, é porque o seu mercado já saturou. O que nos coloca numa lógica de que nem mesmo games de graça nós queremos, porque eles só serão colocados de graça depois de todos os potenciais consumidores daquele jogo já terem comprado. Logo, ele será oferecido de graça para quem ainda não comprou e nunca se interessou por aquele produto.
Então a questão que fica para a Nintendo é como valorizar suas próprias marcas. E ela faz isso de uma maneira bem fácil. Não oferecendo seus produtos para quem não os quer ter de fato. E o preço é a melhor maneira de controlar isso. Porque muita gente compra games de 40 dólares, 20 e games em promoção sem estar efetivamente desejosos de ter aquele game. Como a Valve não produz games, elas os vende, ela não se importa de fatias pequenas de lucro porque toda venda na sua loja é lucro para ela. PSN e Live também são lojas como a Steam. Todo jogo vendido na PSN vai dar algum lucro para a Sony, então quanto mais promoções, melhor, porque um consumidor que não iria gastar nada porque só tem 50 dólares na mão e os games custavam 60, agora ele leva um ou mais games e uma porcentagem desses games vai pro caixa da PSN.
Mas Nintendo é diferente, ela é produtora. Ela também tem uma loja sua e ela ganha uma porcentagem de cada venda. Mas não é o seu foco. O seu foco é seus games. Veja quantos ela lançou como publisher no ano passado. O foco da Nintendo parece a princípio vender o máximo de unidades pelo maior preço possível. Mas isso é enganoso. Ela quer ter como eu disse no parágrafo acima controle. E faz isso a partir de preço. Como impedir que alguém que não está realmente muito interessado no meu produto de não comprá-lo? Mantendo o preço acima. Quando a Nintendo coloca o Link Awakening por 60 dólares ela impede que pessoas que estão pouco ou razoavelmente interessadas em comprar o seu game. Nesse caso a Nintendo vai estimar um número de vendas que ela consegue por esse preço e prensar cartuchos num número próximo disso. E ela só voltará a prensar mais cartuchos quando estiverem perto de se esgotarem em lotes cada vez menores.
O raciocínio da Nintendo é bem simples. Se um consumidor nunca se dispôs a pagar 60 dólares por um game, é porque de alguma maneira ele nunca quis ter aquele game. Porque apesar de aqui no Brasil esse ser um valor bem custoso, quando levamos em conta renda per capita, salário mínimo, a distribuição da renda, entre outras coisas, mas é um valor bem em conta e até baixo para os padrões dos principais mercados do mundo, aqueles em que a Nintendo realmente se direciona estrategicamente. E por isso, qualquer valor aquém é desvalorizar o seu produto.
O gosto é que deve definir as escolhas, e não os preços! Se você achou por um lado Link Awakening caro, por outro, você achou o preço de Breath of the Wild acertado. Não é que um é caro e outro barato. É que o seu gosto diz isso. Para outras pessoas, os dois games tem o preço acertado. Acredite, para quem estava aguardando por um jogo de Mechas para jogar no Switch, Daemon X Machina por 60 dólares é barato. Mas se outra pessoa não se interessa por esse game, porque a Nintendo deveria se esforçar em reduzir o preço apenas para que essa pessoa tenha um game que efetivamente não quer jogá-lo?
Quando você coloca seus produtos com preços diferenciados, você dá a entender que um é melhor que outro. Imagina chegar numa loja e ver os games da Nintendo com preços diferentes. Um Daemon X Machina custando apenas 20 dólares, por exemplo. O consumidor irá escolher não por gosto, mas por preço. Ele irá hierarquizar os games, ou melhor, ele não irá realizar essa classificação, ela já está feita. E provavelmente isso fará com que o consumidor passe a comparar o Daemon X Machina com outros games de 20 dólares. Ele pode ir a loja pensando num game e levando um Hollow Knight ou um Cuphead, porque pra ele são games da mesma qualidade do Daemon X Machina, afinal, se a Nintendo colocou por esse preço, é porque ela viu que o game é do mesmo nível.
E aí entra no que já mencionei, um game pode vender menos custando mais barato. Isso não é problema para Sony nem Microsoft, porque elas estão mais interessadas em ganhar nas porcentagens de royalties e vendas de suas lojas. Os 20 primeiros mais vendidos do PS4 são multiplataforma. Os exclusivos servem como games diferenciadores, eles tem que estarem ali para dar uma razão de diferença entre escolher um PS4 e um Xone. Assim que os consumidores compram um PS4 porque viu que os exclusivos dele são melhores, a Sony passa a ter uma base de 100 milhões de consoles e vendendo em média 10 games para cada usuário. Ou seja, 1 bilhão de games que ela vai tirar royalties e mais valores nos jogos vendidos em sua loja e também mais valores dos seus games exclusivos. Mas tira esse último valor, é dinheiro demais só das vendas de games third parties. E se são games third parties, melhor para a Sony vender 3 games por 20 dólares do que apenas 1 de 60 dólares. Se fosse ela a produzir todos os jogos da sua plataforma, ela iria querer obviamente vender um game por 60 dólares e não 3 por 20. Entende isso quando mencionei a Valve? não são os games dela, se ela vender 20 games por 60 dólares, é melhor que não vender nenhum. Por, cada game a 3 dólares tá dando prejuízo, não é? Mas não são games dela, cada game por 3 dólares a Valve tira 1 dólar, sem ter de produzido esses games.
Já a Nintendo funciona diferente. Os mais vendidos do seu videogame são os seus games. Mais do que isso, vender games é importante para a Nintendo, como uma produtora, é o seu ganha pão. Ela também é publisher, mas ela é muito mais produtora do que publisher. Ela procura ter lucro em todos os seus processos operacionais. Ela não usa exclusivos para vender consoles e depois recuperar o dinheiro na venda de games de terceiros porque ela montou base e ganhou a geração. Ganhar a geração é até irrelevante para a Nintendo, ela foi superavitária com o Nintendo 64 e o Game Cube. Porque ela ganhou dinheiro vendendo seus próprios jogos, ganhou em todos eles.
Então, uma empresa como a Microsoft, por outro lado, resolve criar um Gamepass que é o oposto da Nintendo. Eu sacrifico até nos meus próprios produtos, games, porque os vejo como secundários, para ganhar dinheiro vendendo consoles e aumentando meu market share. Quanto cada produtora ganha individualmente por cada game que está lá no Gamepass? não é muito. Mas em geral, o catálogo é feito de games mais antigos.
Uma publisher não terá custos para vender games já prontos. Ela tem os games. E eventualmente publishers arranjam um modo de ganhar dinheiro com esses games mais antigos. Para fazer caixa. Não tenho nada para vender esse mês? Posso pegar games antigos e colocá-los em promoção ou então oferecer para o Gamepass, Live ou então para a PSN. É um dinheiro fácil porque naquele mês o game tá pronto e o que vier é lucro. Isso é mais comum ainda no caso de empresas que foram adquiridas. Por exemplo, vamos supor que uma empresa third compre outra third. Vamos supor que Konami entregou as pernas e não quer mais estar presente no mercado de videogames e então vende por um preço bem em conta tudo o que ela tem e principalmente suas franquias. Uma Capcom então agora é dona de Metal Gear, um game que por enquanto acreditamos que não terá novas iterações. Capcom então resolve fazer uma promoção de games Metal Gear ou então uma coletânea. Veja bem, a Capcom não teve de produzir nada. Só pegar os games e colocar em embalagens, ou então, nada disso, só disponibiliza-los em lojas virtuais. É uma grana fácil e imediata. E é por isso que muitas coletâneas de games antigos tem dezenas deles a preços acessíveis.
Isso dá uma impressão ao consumidor de que a Capcom, para continuar nesse exemplo, foi boazinha de ter colocado uns 8 Street Fighter a um preço acessível enquanto que a maldosa Nintendo faz um remake de um game antigo e o vende por 60 dólares. Mas a diferença é que a Nintendo teve de produzir esse remake. E mais que isso, ela quer ter lucro nessa operação.
Então veja bem que você tem que olhar para as condições de cada empresa, seus objetivos, o lugar que se situam no mercado, para entender cada especificidade de preço. Nintendo atua mais do que corretamente para o lugar que ela se coloca no mercado, para as metas que ela traçou. O problema é que as pessoas analisam a Nintendo como se ela fosse uma Sony ou Microsoft. Então o que é uma decisão correta de precificação numa determinada situação, vira uma decisão errada em outra situação. Nintendo estaria agindo equivocadamente se decidisse desvalorizar os seus games. Ela se desvalorizaria. Seus games venderiam menos, ela teria menos dinheiro em caixa. Isso não é problema algum para a Microsoft. MS se arrisca a desvalorizar. Ela está fazendo precisamente, desvalorização de uma parte de seus próprios produtos oferecidos, para ganhar dinheiro em outros produtos e serviços que ela também oferece. MS e Sony não são apenas produtoras de videogames, são empresas do entretenimento, de produtos eletrônicos e também atuam em outros mercados. Nintendo se arriscaria muito desvalorizando o que ela tem de mais valioso, seus games. Desvaloriza um Zelda e perde potencial de continuar ganhando dinheiro nas sequências. Ela até já fez isso uma vez oferecendo direitos para a Philips, mas foi uma situação excepcional.
Pessoalmente, eu comprei o Link Awakening. Ainda não terminei mas já estou no finalzinho. Não é nem o melhor dos Zeldas 2d. Mas não me arrependo de ter pago pelo preço que me foi oferecido. Porque eu escolhi o game pelo meu gosto, e não pelo preço. Quando você escolhe produtos pelo gosto, você não se arrepende porque pagou mais do que devia, se arrepende por ter escolhido o game errado. Poderia ter comprado outro game de 60 dólares, mas vi que esse iria me fazer mais feliz que qualquer outro game de 60 dólares naquele momento que comprei e tendo considerado as aquisições que já fiz.
Porque querendo ou não, até um game de 20, 10 dólares pode te dar uma sensação de arrependimento. Nintendo trabalha com uma única coisa, satisfação. Não tem preço para isso, não é uma coisa mensurável. Não é como chegar num lugar e pedir algo como: me dê esse serviço aí meia boca porque eu só quero o meia boca e acho que o meia boca por esse preço mais em conta tá valendo a pena. Não é essa a lógica da Nintendo. Não tem o meia boca, tem um produto que te satisfaz ou não te satisfaz. Quando todos são colocados no mesmo preço, você olha os produtos e não os preços e vai em busca daquele que te satisfaz mais. Um game não é um custo/benefício. Um grande clássico é um produto de valor inestimável. E a grande magia está em que ele custa o mesmo que outros games menores. Porque ele não é melhor porque é mais caro, maior etc. Ele é melhor porque é um game melhor. Simples assim.
Daqui alguns anos nós vemos comparar a situação de Microsoft e Nintendo, com suas estratégias contrastantes e verificar a que fim chegou cada uma delas com suas propostas.
Desculpe pelo post um pouco longo. Mas esse post será uma longa explicação sobre a precificação da Nintendo e deverá responder algumas perguntas que são recorrentemente levantadas neste tópico e neste fórum.
Se você olhar por esse lado, vários games de 60 dólares teriam que custar diferente. Alguns até mais, 70, 80 dólares. Se todo preço fosse determinado pelo orçamento, então teriam filmes no cinema que custariam x e outros y, outros z...
Mas não é assim que as coisas funcionam. No cinema os preços das sessões são fixos, independente inclusive do filme ter 2 ou 3 horas de duração. Eles podem até tentar alterar algumas coisas como não disponibilizar filmes em determinados dias ou colocá-los em salas maiores ou menores, mas o preço é o mesmo para todo filme.
E sabe por que é assim? Porque vamos supor um filme de orçamento menor, um drama, como História de um Casamento, que contou com orçamento bem menor comparado a qualquer filme da Marvel ou DC. Vamos supor que alguém decida diminuir o preço esse filme. Vai aumentar a audiência com isso? Por outro lado, aquelas pessoas que querem assistir o filme, elas irão pagar o preço normal do cinema, porque querem simplesmente assistir o filme.
Como as pessoas que querem ver o filme pagarão por ele e como as demais não irão para o cinema por uma redução de preço, é melhor você manter o preço.
Games não vendem mais quando são mais baratos. Assim como filmes. Pelo contrário, poucos games para consoles (e a efeito de análise vamos deixar essa discussão de Switch portátil de lado e considerá-lo um console) de preços menores, 40, 20 dólares, vendem mais que games vendidos a 60 dólares. Que game que custou apenas 20 dólares e chegou a marca de 10 milhões de unidades vendidas? eu simplesmente desconheço. Não falo de promoções, mas de ter sido vendido por esse preço no seu lançamento.
Em qualquer gráfico de vendas ao longo do tempo você irá notar que um game vende mais no seu lançamento que em qualquer outra época. Vende uma quantia considerável na primeira ou segunda promoção e depois disso, vende muito pouco. Por bizarro que possa parecer um gráfico assim, um game será menos "vendido" quando (e quando é diferente de se, claro que se for dado de graça no day one terá boas "vendas") for ofertado de graça. Eu já comentei sobre isso nos tópicos de games dados de graça pela Epic e também pelos games bônus por assinatura de serviços como PSN, Live e até mesmo o Nintendo Switch on line. Simplificando a questão, quando um game, ou qualquer produto de entretenimento e lazer é te dado de graça, é porque o seu mercado já saturou. O que nos coloca numa lógica de que nem mesmo games de graça nós queremos, porque eles só serão colocados de graça depois de todos os potenciais consumidores daquele jogo já terem comprado. Logo, ele será oferecido de graça para quem ainda não comprou e nunca se interessou por aquele produto.
Então a questão que fica para a Nintendo é como valorizar suas próprias marcas. E ela faz isso de uma maneira bem fácil. Não oferecendo seus produtos para quem não os quer ter de fato. E o preço é a melhor maneira de controlar isso. Porque muita gente compra games de 40 dólares, 20 e games em promoção sem estar efetivamente desejosos de ter aquele game. Como a Valve não produz games, elas os vende, ela não se importa de fatias pequenas de lucro porque toda venda na sua loja é lucro para ela. PSN e Live também são lojas como a Steam. Todo jogo vendido na PSN vai dar algum lucro para a Sony, então quanto mais promoções, melhor, porque um consumidor que não iria gastar nada porque só tem 50 dólares na mão e os games custavam 60, agora ele leva um ou mais games e uma porcentagem desses games vai pro caixa da PSN.
Mas Nintendo é diferente, ela é produtora. Ela também tem uma loja sua e ela ganha uma porcentagem de cada venda. Mas não é o seu foco. O seu foco é seus games. Veja quantos ela lançou como publisher no ano passado. O foco da Nintendo parece a princípio vender o máximo de unidades pelo maior preço possível. Mas isso é enganoso. Ela quer ter como eu disse no parágrafo acima controle. E faz isso a partir de preço. Como impedir que alguém que não está realmente muito interessado no meu produto de não comprá-lo? Mantendo o preço acima. Quando a Nintendo coloca o Link Awakening por 60 dólares ela impede que pessoas que estão pouco ou razoavelmente interessadas em comprar o seu game. Nesse caso a Nintendo vai estimar um número de vendas que ela consegue por esse preço e prensar cartuchos num número próximo disso. E ela só voltará a prensar mais cartuchos quando estiverem perto de se esgotarem em lotes cada vez menores.
O raciocínio da Nintendo é bem simples. Se um consumidor nunca se dispôs a pagar 60 dólares por um game, é porque de alguma maneira ele nunca quis ter aquele game. Porque apesar de aqui no Brasil esse ser um valor bem custoso, quando levamos em conta renda per capita, salário mínimo, a distribuição da renda, entre outras coisas, mas é um valor bem em conta e até baixo para os padrões dos principais mercados do mundo, aqueles em que a Nintendo realmente se direciona estrategicamente. E por isso, qualquer valor aquém é desvalorizar o seu produto.
O gosto é que deve definir as escolhas, e não os preços! Se você achou por um lado Link Awakening caro, por outro, você achou o preço de Breath of the Wild acertado. Não é que um é caro e outro barato. É que o seu gosto diz isso. Para outras pessoas, os dois games tem o preço acertado. Acredite, para quem estava aguardando por um jogo de Mechas para jogar no Switch, Daemon X Machina por 60 dólares é barato. Mas se outra pessoa não se interessa por esse game, porque a Nintendo deveria se esforçar em reduzir o preço apenas para que essa pessoa tenha um game que efetivamente não quer jogá-lo?
Quando você coloca seus produtos com preços diferenciados, você dá a entender que um é melhor que outro. Imagina chegar numa loja e ver os games da Nintendo com preços diferentes. Um Daemon X Machina custando apenas 20 dólares, por exemplo. O consumidor irá escolher não por gosto, mas por preço. Ele irá hierarquizar os games, ou melhor, ele não irá realizar essa classificação, ela já está feita. E provavelmente isso fará com que o consumidor passe a comparar o Daemon X Machina com outros games de 20 dólares. Ele pode ir a loja pensando num game e levando um Hollow Knight ou um Cuphead, porque pra ele são games da mesma qualidade do Daemon X Machina, afinal, se a Nintendo colocou por esse preço, é porque ela viu que o game é do mesmo nível.
E aí entra no que já mencionei, um game pode vender menos custando mais barato. Isso não é problema para Sony nem Microsoft, porque elas estão mais interessadas em ganhar nas porcentagens de royalties e vendas de suas lojas. Os 20 primeiros mais vendidos do PS4 são multiplataforma. Os exclusivos servem como games diferenciadores, eles tem que estarem ali para dar uma razão de diferença entre escolher um PS4 e um Xone. Assim que os consumidores compram um PS4 porque viu que os exclusivos dele são melhores, a Sony passa a ter uma base de 100 milhões de consoles e vendendo em média 10 games para cada usuário. Ou seja, 1 bilhão de games que ela vai tirar royalties e mais valores nos jogos vendidos em sua loja e também mais valores dos seus games exclusivos. Mas tira esse último valor, é dinheiro demais só das vendas de games third parties. E se são games third parties, melhor para a Sony vender 3 games por 20 dólares do que apenas 1 de 60 dólares. Se fosse ela a produzir todos os jogos da sua plataforma, ela iria querer obviamente vender um game por 60 dólares e não 3 por 20. Entende isso quando mencionei a Valve? não são os games dela, se ela vender 20 games por 60 dólares, é melhor que não vender nenhum. Por, cada game a 3 dólares tá dando prejuízo, não é? Mas não são games dela, cada game por 3 dólares a Valve tira 1 dólar, sem ter de produzido esses games.
Já a Nintendo funciona diferente. Os mais vendidos do seu videogame são os seus games. Mais do que isso, vender games é importante para a Nintendo, como uma produtora, é o seu ganha pão. Ela também é publisher, mas ela é muito mais produtora do que publisher. Ela procura ter lucro em todos os seus processos operacionais. Ela não usa exclusivos para vender consoles e depois recuperar o dinheiro na venda de games de terceiros porque ela montou base e ganhou a geração. Ganhar a geração é até irrelevante para a Nintendo, ela foi superavitária com o Nintendo 64 e o Game Cube. Porque ela ganhou dinheiro vendendo seus próprios jogos, ganhou em todos eles.
Então, uma empresa como a Microsoft, por outro lado, resolve criar um Gamepass que é o oposto da Nintendo. Eu sacrifico até nos meus próprios produtos, games, porque os vejo como secundários, para ganhar dinheiro vendendo consoles e aumentando meu market share. Quanto cada produtora ganha individualmente por cada game que está lá no Gamepass? não é muito. Mas em geral, o catálogo é feito de games mais antigos.
Uma publisher não terá custos para vender games já prontos. Ela tem os games. E eventualmente publishers arranjam um modo de ganhar dinheiro com esses games mais antigos. Para fazer caixa. Não tenho nada para vender esse mês? Posso pegar games antigos e colocá-los em promoção ou então oferecer para o Gamepass, Live ou então para a PSN. É um dinheiro fácil porque naquele mês o game tá pronto e o que vier é lucro. Isso é mais comum ainda no caso de empresas que foram adquiridas. Por exemplo, vamos supor que uma empresa third compre outra third. Vamos supor que Konami entregou as pernas e não quer mais estar presente no mercado de videogames e então vende por um preço bem em conta tudo o que ela tem e principalmente suas franquias. Uma Capcom então agora é dona de Metal Gear, um game que por enquanto acreditamos que não terá novas iterações. Capcom então resolve fazer uma promoção de games Metal Gear ou então uma coletânea. Veja bem, a Capcom não teve de produzir nada. Só pegar os games e colocar em embalagens, ou então, nada disso, só disponibiliza-los em lojas virtuais. É uma grana fácil e imediata. E é por isso que muitas coletâneas de games antigos tem dezenas deles a preços acessíveis.
Isso dá uma impressão ao consumidor de que a Capcom, para continuar nesse exemplo, foi boazinha de ter colocado uns 8 Street Fighter a um preço acessível enquanto que a maldosa Nintendo faz um remake de um game antigo e o vende por 60 dólares. Mas a diferença é que a Nintendo teve de produzir esse remake. E mais que isso, ela quer ter lucro nessa operação.
Então veja bem que você tem que olhar para as condições de cada empresa, seus objetivos, o lugar que se situam no mercado, para entender cada especificidade de preço. Nintendo atua mais do que corretamente para o lugar que ela se coloca no mercado, para as metas que ela traçou. O problema é que as pessoas analisam a Nintendo como se ela fosse uma Sony ou Microsoft. Então o que é uma decisão correta de precificação numa determinada situação, vira uma decisão errada em outra situação. Nintendo estaria agindo equivocadamente se decidisse desvalorizar os seus games. Ela se desvalorizaria. Seus games venderiam menos, ela teria menos dinheiro em caixa. Isso não é problema algum para a Microsoft. MS se arrisca a desvalorizar. Ela está fazendo precisamente, desvalorização de uma parte de seus próprios produtos oferecidos, para ganhar dinheiro em outros produtos e serviços que ela também oferece. MS e Sony não são apenas produtoras de videogames, são empresas do entretenimento, de produtos eletrônicos e também atuam em outros mercados. Nintendo se arriscaria muito desvalorizando o que ela tem de mais valioso, seus games. Desvaloriza um Zelda e perde potencial de continuar ganhando dinheiro nas sequências. Ela até já fez isso uma vez oferecendo direitos para a Philips, mas foi uma situação excepcional.
Pessoalmente, eu comprei o Link Awakening. Ainda não terminei mas já estou no finalzinho. Não é nem o melhor dos Zeldas 2d. Mas não me arrependo de ter pago pelo preço que me foi oferecido. Porque eu escolhi o game pelo meu gosto, e não pelo preço. Quando você escolhe produtos pelo gosto, você não se arrepende porque pagou mais do que devia, se arrepende por ter escolhido o game errado. Poderia ter comprado outro game de 60 dólares, mas vi que esse iria me fazer mais feliz que qualquer outro game de 60 dólares naquele momento que comprei e tendo considerado as aquisições que já fiz.
Porque querendo ou não, até um game de 20, 10 dólares pode te dar uma sensação de arrependimento. Nintendo trabalha com uma única coisa, satisfação. Não tem preço para isso, não é uma coisa mensurável. Não é como chegar num lugar e pedir algo como: me dê esse serviço aí meia boca porque eu só quero o meia boca e acho que o meia boca por esse preço mais em conta tá valendo a pena. Não é essa a lógica da Nintendo. Não tem o meia boca, tem um produto que te satisfaz ou não te satisfaz. Quando todos são colocados no mesmo preço, você olha os produtos e não os preços e vai em busca daquele que te satisfaz mais. Um game não é um custo/benefício. Um grande clássico é um produto de valor inestimável. E a grande magia está em que ele custa o mesmo que outros games menores. Porque ele não é melhor porque é mais caro, maior etc. Ele é melhor porque é um game melhor. Simples assim.
Daqui alguns anos nós vemos comparar a situação de Microsoft e Nintendo, com suas estratégias contrastantes e verificar a que fim chegou cada uma delas com suas propostas.
Ótimo texto e visão de mercado! :)Desculpe pelo post um pouco longo. Mas esse post será uma longa explicação sobre a precificação da Nintendo e deverá responder algumas perguntas que são recorrentemente levantadas neste tópico e neste fórum.
Se você olhar por esse lado, vários games de 60 dólares teriam que custar diferente. Alguns até mais, 70, 80 dólares. Se todo preço fosse determinado pelo orçamento, então teriam filmes no cinema que custariam x e outros y, outros z...
Mas não é assim que as coisas funcionam. No cinema os preços das sessões são fixos, independente inclusive do filme ter 2 ou 3 horas de duração. Eles podem até tentar alterar algumas coisas como não disponibilizar filmes em determinados dias ou colocá-los em salas maiores ou menores, mas o preço é o mesmo para todo filme.
E sabe por que é assim? Porque vamos supor um filme de orçamento menor, um drama, como História de um Casamento, que contou com orçamento bem menor comparado a qualquer filme da Marvel ou DC. Vamos supor que alguém decida diminuir o preço esse filme. Vai aumentar a audiência com isso? Por outro lado, aquelas pessoas que querem assistir o filme, elas irão pagar o preço normal do cinema, porque querem simplesmente assistir o filme.
Como as pessoas que querem ver o filme pagarão por ele e como as demais não irão para o cinema por uma redução de preço, é melhor você manter o preço.
Games não vendem mais quando são mais baratos. Assim como filmes. Pelo contrário, poucos games para consoles (e a efeito de análise vamos deixar essa discussão de Switch portátil de lado e considerá-lo um console) de preços menores, 40, 20 dólares, vendem mais que games vendidos a 60 dólares. Que game que custou apenas 20 dólares e chegou a marca de 10 milhões de unidades vendidas? eu simplesmente desconheço. Não falo de promoções, mas de ter sido vendido por esse preço no seu lançamento.
Em qualquer gráfico de vendas ao longo do tempo você irá notar que um game vende mais no seu lançamento que em qualquer outra época. Vende uma quantia considerável na primeira ou segunda promoção e depois disso, vende muito pouco. Por bizarro que possa parecer um gráfico assim, um game será menos "vendido" quando (e quando é diferente de se, claro que se for dado de graça no day one terá boas "vendas") for ofertado de graça. Eu já comentei sobre isso nos tópicos de games dados de graça pela Epic e também pelos games bônus por assinatura de serviços como PSN, Live e até mesmo o Nintendo Switch on line. Simplificando a questão, quando um game, ou qualquer produto de entretenimento e lazer é te dado de graça, é porque o seu mercado já saturou. O que nos coloca numa lógica de que nem mesmo games de graça nós queremos, porque eles só serão colocados de graça depois de todos os potenciais consumidores daquele jogo já terem comprado. Logo, ele será oferecido de graça para quem ainda não comprou e nunca se interessou por aquele produto.
Então a questão que fica para a Nintendo é como valorizar suas próprias marcas. E ela faz isso de uma maneira bem fácil. Não oferecendo seus produtos para quem não os quer ter de fato. E o preço é a melhor maneira de controlar isso. Porque muita gente compra games de 40 dólares, 20 e games em promoção sem estar efetivamente desejosos de ter aquele game. Como a Valve não produz games, elas os vende, ela não se importa de fatias pequenas de lucro porque toda venda na sua loja é lucro para ela. PSN e Live também são lojas como a Steam. Todo jogo vendido na PSN vai dar algum lucro para a Sony, então quanto mais promoções, melhor, porque um consumidor que não iria gastar nada porque só tem 50 dólares na mão e os games custavam 60, agora ele leva um ou mais games e uma porcentagem desses games vai pro caixa da PSN.
Mas Nintendo é diferente, ela é produtora. Ela também tem uma loja sua e ela ganha uma porcentagem de cada venda. Mas não é o seu foco. O seu foco é seus games. Veja quantos ela lançou como publisher no ano passado. O foco da Nintendo parece a princípio vender o máximo de unidades pelo maior preço possível. Mas isso é enganoso. Ela quer ter como eu disse no parágrafo acima controle. E faz isso a partir de preço. Como impedir que alguém que não está realmente muito interessado no meu produto de não comprá-lo? Mantendo o preço acima. Quando a Nintendo coloca o Link Awakening por 60 dólares ela impede que pessoas que estão pouco ou razoavelmente interessadas em comprar o seu game. Nesse caso a Nintendo vai estimar um número de vendas que ela consegue por esse preço e prensar cartuchos num número próximo disso. E ela só voltará a prensar mais cartuchos quando estiverem perto de se esgotarem em lotes cada vez menores.
O raciocínio da Nintendo é bem simples. Se um consumidor nunca se dispôs a pagar 60 dólares por um game, é porque de alguma maneira ele nunca quis ter aquele game. Porque apesar de aqui no Brasil esse ser um valor bem custoso, quando levamos em conta renda per capita, salário mínimo, a distribuição da renda, entre outras coisas, mas é um valor bem em conta e até baixo para os padrões dos principais mercados do mundo, aqueles em que a Nintendo realmente se direciona estrategicamente. E por isso, qualquer valor aquém é desvalorizar o seu produto.
O gosto é que deve definir as escolhas, e não os preços! Se você achou por um lado Link Awakening caro, por outro, você achou o preço de Breath of the Wild acertado. Não é que um é caro e outro barato. É que o seu gosto diz isso. Para outras pessoas, os dois games tem o preço acertado. Acredite, para quem estava aguardando por um jogo de Mechas para jogar no Switch, Daemon X Machina por 60 dólares é barato. Mas se outra pessoa não se interessa por esse game, porque a Nintendo deveria se esforçar em reduzir o preço apenas para que essa pessoa tenha um game que efetivamente não quer jogá-lo?
Quando você coloca seus produtos com preços diferenciados, você dá a entender que um é melhor que outro. Imagina chegar numa loja e ver os games da Nintendo com preços diferentes. Um Daemon X Machina custando apenas 20 dólares, por exemplo. O consumidor irá escolher não por gosto, mas por preço. Ele irá hierarquizar os games, ou melhor, ele não irá realizar essa classificação, ela já está feita. E provavelmente isso fará com que o consumidor passe a comparar o Daemon X Machina com outros games de 20 dólares. Ele pode ir a loja pensando num game e levando um Hollow Knight ou um Cuphead, porque pra ele são games da mesma qualidade do Daemon X Machina, afinal, se a Nintendo colocou por esse preço, é porque ela viu que o game é do mesmo nível.
E aí entra no que já mencionei, um game pode vender menos custando mais barato. Isso não é problema para Sony nem Microsoft, porque elas estão mais interessadas em ganhar nas porcentagens de royalties e vendas de suas lojas. Os 20 primeiros mais vendidos do PS4 são multiplataforma. Os exclusivos servem como games diferenciadores, eles tem que estarem ali para dar uma razão de diferença entre escolher um PS4 e um Xone. Assim que os consumidores compram um PS4 porque viu que os exclusivos dele são melhores, a Sony passa a ter uma base de 100 milhões de consoles e vendendo em média 10 games para cada usuário. Ou seja, 1 bilhão de games que ela vai tirar royalties e mais valores nos jogos vendidos em sua loja e também mais valores dos seus games exclusivos. Mas tira esse último valor, é dinheiro demais só das vendas de games third parties. E se são games third parties, melhor para a Sony vender 3 games por 20 dólares do que apenas 1 de 60 dólares. Se fosse ela a produzir todos os jogos da sua plataforma, ela iria querer obviamente vender um game por 60 dólares e não 3 por 20. Entende isso quando mencionei a Valve? não são os games dela, se ela vender 20 games por 60 dólares, é melhor que não vender nenhum. Por, cada game a 3 dólares tá dando prejuízo, não é? Mas não são games dela, cada game por 3 dólares a Valve tira 1 dólar, sem ter de produzido esses games.
Já a Nintendo funciona diferente. Os mais vendidos do seu videogame são os seus games. Mais do que isso, vender games é importante para a Nintendo, como uma produtora, é o seu ganha pão. Ela também é publisher, mas ela é muito mais produtora do que publisher. Ela procura ter lucro em todos os seus processos operacionais. Ela não usa exclusivos para vender consoles e depois recuperar o dinheiro na venda de games de terceiros porque ela montou base e ganhou a geração. Ganhar a geração é até irrelevante para a Nintendo, ela foi superavitária com o Nintendo 64 e o Game Cube. Porque ela ganhou dinheiro vendendo seus próprios jogos, ganhou em todos eles.
Então, uma empresa como a Microsoft, por outro lado, resolve criar um Gamepass que é o oposto da Nintendo. Eu sacrifico até nos meus próprios produtos, games, porque os vejo como secundários, para ganhar dinheiro vendendo consoles e aumentando meu market share. Quanto cada produtora ganha individualmente por cada game que está lá no Gamepass? não é muito. Mas em geral, o catálogo é feito de games mais antigos.
Uma publisher não terá custos para vender games já prontos. Ela tem os games. E eventualmente publishers arranjam um modo de ganhar dinheiro com esses games mais antigos. Para fazer caixa. Não tenho nada para vender esse mês? Posso pegar games antigos e colocá-los em promoção ou então oferecer para o Gamepass, Live ou então para a PSN. É um dinheiro fácil porque naquele mês o game tá pronto e o que vier é lucro. Isso é mais comum ainda no caso de empresas que foram adquiridas. Por exemplo, vamos supor que uma empresa third compre outra third. Vamos supor que Konami entregou as pernas e não quer mais estar presente no mercado de videogames e então vende por um preço bem em conta tudo o que ela tem e principalmente suas franquias. Uma Capcom então agora é dona de Metal Gear, um game que por enquanto acreditamos que não terá novas iterações. Capcom então resolve fazer uma promoção de games Metal Gear ou então uma coletânea. Veja bem, a Capcom não teve de produzir nada. Só pegar os games e colocar em embalagens, ou então, nada disso, só disponibiliza-los em lojas virtuais. É uma grana fácil e imediata. E é por isso que muitas coletâneas de games antigos tem dezenas deles a preços acessíveis.
Isso dá uma impressão ao consumidor de que a Capcom, para continuar nesse exemplo, foi boazinha de ter colocado uns 8 Street Fighter a um preço acessível enquanto que a maldosa Nintendo faz um remake de um game antigo e o vende por 60 dólares. Mas a diferença é que a Nintendo teve de produzir esse remake. E mais que isso, ela quer ter lucro nessa operação.
Então veja bem que você tem que olhar para as condições de cada empresa, seus objetivos, o lugar que se situam no mercado, para entender cada especificidade de preço. Nintendo atua mais do que corretamente para o lugar que ela se coloca no mercado, para as metas que ela traçou. O problema é que as pessoas analisam a Nintendo como se ela fosse uma Sony ou Microsoft. Então o que é uma decisão correta de precificação numa determinada situação, vira uma decisão errada em outra situação. Nintendo estaria agindo equivocadamente se decidisse desvalorizar os seus games. Ela se desvalorizaria. Seus games venderiam menos, ela teria menos dinheiro em caixa. Isso não é problema algum para a Microsoft. MS se arrisca a desvalorizar. Ela está fazendo precisamente, desvalorização de uma parte de seus próprios produtos oferecidos, para ganhar dinheiro em outros produtos e serviços que ela também oferece. MS e Sony não são apenas produtoras de videogames, são empresas do entretenimento, de produtos eletrônicos e também atuam em outros mercados. Nintendo se arriscaria muito desvalorizando o que ela tem de mais valioso, seus games. Desvaloriza um Zelda e perde potencial de continuar ganhando dinheiro nas sequências. Ela até já fez isso uma vez oferecendo direitos para a Philips, mas foi uma situação excepcional.
Pessoalmente, eu comprei o Link Awakening. Ainda não terminei mas já estou no finalzinho. Não é nem o melhor dos Zeldas 2d. Mas não me arrependo de ter pago pelo preço que me foi oferecido. Porque eu escolhi o game pelo meu gosto, e não pelo preço. Quando você escolhe produtos pelo gosto, você não se arrepende porque pagou mais do que devia, se arrepende por ter escolhido o game errado. Poderia ter comprado outro game de 60 dólares, mas vi que esse iria me fazer mais feliz que qualquer outro game de 60 dólares naquele momento que comprei e tendo considerado as aquisições que já fiz.
Porque querendo ou não, até um game de 20, 10 dólares pode te dar uma sensação de arrependimento. Nintendo trabalha com uma única coisa, satisfação. Não tem preço para isso, não é uma coisa mensurável. Não é como chegar num lugar e pedir algo como: me dê esse serviço aí meia boca porque eu só quero o meia boca e acho que o meia boca por esse preço mais em conta tá valendo a pena. Não é essa a lógica da Nintendo. Não tem o meia boca, tem um produto que te satisfaz ou não te satisfaz. Quando todos são colocados no mesmo preço, você olha os produtos e não os preços e vai em busca daquele que te satisfaz mais. Um game não é um custo/benefício. Um grande clássico é um produto de valor inestimável. E a grande magia está em que ele custa o mesmo que outros games menores. Porque ele não é melhor porque é mais caro, maior etc. Ele é melhor porque é um game melhor. Simples assim.
Daqui alguns anos nós vemos comparar a situação de Microsoft e Nintendo, com suas estratégias contrastantes e verificar a que fim chegou cada uma delas com suas propostas.
Mario Kart 8 Deluxe manda abraços.Fator replay hoje em dia chama-se DLC.
Desculpe pelo post um pouco longo. Mas esse post será uma longa explicação sobre a precificação da Nintendo e deverá responder algumas perguntas que são recorrentemente levantadas neste tópico e neste fórum.
Se você olhar por esse lado, vários games de 60 dólares teriam que custar diferente. Alguns até mais, 70, 80 dólares. Se todo preço fosse determinado pelo orçamento, então teriam filmes no cinema que custariam x e outros y, outros z...
Mas não é assim que as coisas funcionam. No cinema os preços das sessões são fixos, independente inclusive do filme ter 2 ou 3 horas de duração. Eles podem até tentar alterar algumas coisas como não disponibilizar filmes em determinados dias ou colocá-los em salas maiores ou menores, mas o preço é o mesmo para todo filme.
E sabe por que é assim? Porque vamos supor um filme de orçamento menor, um drama, como História de um Casamento, que contou com orçamento bem menor comparado a qualquer filme da Marvel ou DC. Vamos supor que alguém decida diminuir o preço esse filme. Vai aumentar a audiência com isso? Por outro lado, aquelas pessoas que querem assistir o filme, elas irão pagar o preço normal do cinema, porque querem simplesmente assistir o filme.
Como as pessoas que querem ver o filme pagarão por ele e como as demais não irão para o cinema por uma redução de preço, é melhor você manter o preço.
Games não vendem mais quando são mais baratos. Assim como filmes. Pelo contrário, poucos games para consoles (e a efeito de análise vamos deixar essa discussão de Switch portátil de lado e considerá-lo um console) de preços menores, 40, 20 dólares, vendem mais que games vendidos a 60 dólares. Que game que custou apenas 20 dólares e chegou a marca de 10 milhões de unidades vendidas? eu simplesmente desconheço. Não falo de promoções, mas de ter sido vendido por esse preço no seu lançamento.
Em qualquer gráfico de vendas ao longo do tempo você irá notar que um game vende mais no seu lançamento que em qualquer outra época. Vende uma quantia considerável na primeira ou segunda promoção e depois disso, vende muito pouco. Por bizarro que possa parecer um gráfico assim, um game será menos "vendido" quando (e quando é diferente de se, claro que se for dado de graça no day one terá boas "vendas") for ofertado de graça. Eu já comentei sobre isso nos tópicos de games dados de graça pela Epic e também pelos games bônus por assinatura de serviços como PSN, Live e até mesmo o Nintendo Switch on line. Simplificando a questão, quando um game, ou qualquer produto de entretenimento e lazer é te dado de graça, é porque o seu mercado já saturou. O que nos coloca numa lógica de que nem mesmo games de graça nós queremos, porque eles só serão colocados de graça depois de todos os potenciais consumidores daquele jogo já terem comprado. Logo, ele será oferecido de graça para quem ainda não comprou e nunca se interessou por aquele produto.
Então a questão que fica para a Nintendo é como valorizar suas próprias marcas. E ela faz isso de uma maneira bem fácil. Não oferecendo seus produtos para quem não os quer ter de fato. E o preço é a melhor maneira de controlar isso. Porque muita gente compra games de 40 dólares, 20 e games em promoção sem estar efetivamente desejosos de ter aquele game. Como a Valve não produz games, elas os vende, ela não se importa de fatias pequenas de lucro porque toda venda na sua loja é lucro para ela. PSN e Live também são lojas como a Steam. Todo jogo vendido na PSN vai dar algum lucro para a Sony, então quanto mais promoções, melhor, porque um consumidor que não iria gastar nada porque só tem 50 dólares na mão e os games custavam 60, agora ele leva um ou mais games e uma porcentagem desses games vai pro caixa da PSN.
Mas Nintendo é diferente, ela é produtora. Ela também tem uma loja sua e ela ganha uma porcentagem de cada venda. Mas não é o seu foco. O seu foco é seus games. Veja quantos ela lançou como publisher no ano passado. O foco da Nintendo parece a princípio vender o máximo de unidades pelo maior preço possível. Mas isso é enganoso. Ela quer ter como eu disse no parágrafo acima controle. E faz isso a partir de preço. Como impedir que alguém que não está realmente muito interessado no meu produto de não comprá-lo? Mantendo o preço acima. Quando a Nintendo coloca o Link Awakening por 60 dólares ela impede que pessoas que estão pouco ou razoavelmente interessadas em comprar o seu game. Nesse caso a Nintendo vai estimar um número de vendas que ela consegue por esse preço e prensar cartuchos num número próximo disso. E ela só voltará a prensar mais cartuchos quando estiverem perto de se esgotarem em lotes cada vez menores.
O raciocínio da Nintendo é bem simples. Se um consumidor nunca se dispôs a pagar 60 dólares por um game, é porque de alguma maneira ele nunca quis ter aquele game. Porque apesar de aqui no Brasil esse ser um valor bem custoso, quando levamos em conta renda per capita, salário mínimo, a distribuição da renda, entre outras coisas, mas é um valor bem em conta e até baixo para os padrões dos principais mercados do mundo, aqueles em que a Nintendo realmente se direciona estrategicamente. E por isso, qualquer valor aquém é desvalorizar o seu produto.
O gosto é que deve definir as escolhas, e não os preços! Se você achou por um lado Link Awakening caro, por outro, você achou o preço de Breath of the Wild acertado. Não é que um é caro e outro barato. É que o seu gosto diz isso. Para outras pessoas, os dois games tem o preço acertado. Acredite, para quem estava aguardando por um jogo de Mechas para jogar no Switch, Daemon X Machina por 60 dólares é barato. Mas se outra pessoa não se interessa por esse game, porque a Nintendo deveria se esforçar em reduzir o preço apenas para que essa pessoa tenha um game que efetivamente não quer jogá-lo?
Quando você coloca seus produtos com preços diferenciados, você dá a entender que um é melhor que outro. Imagina chegar numa loja e ver os games da Nintendo com preços diferentes. Um Daemon X Machina custando apenas 20 dólares, por exemplo. O consumidor irá escolher não por gosto, mas por preço. Ele irá hierarquizar os games, ou melhor, ele não irá realizar essa classificação, ela já está feita. E provavelmente isso fará com que o consumidor passe a comparar o Daemon X Machina com outros games de 20 dólares. Ele pode ir a loja pensando num game e levando um Hollow Knight ou um Cuphead, porque pra ele são games da mesma qualidade do Daemon X Machina, afinal, se a Nintendo colocou por esse preço, é porque ela viu que o game é do mesmo nível.
E aí entra no que já mencionei, um game pode vender menos custando mais barato. Isso não é problema para Sony nem Microsoft, porque elas estão mais interessadas em ganhar nas porcentagens de royalties e vendas de suas lojas. Os 20 primeiros mais vendidos do PS4 são multiplataforma. Os exclusivos servem como games diferenciadores, eles tem que estarem ali para dar uma razão de diferença entre escolher um PS4 e um Xone. Assim que os consumidores compram um PS4 porque viu que os exclusivos dele são melhores, a Sony passa a ter uma base de 100 milhões de consoles e vendendo em média 10 games para cada usuário. Ou seja, 1 bilhão de games que ela vai tirar royalties e mais valores nos jogos vendidos em sua loja e também mais valores dos seus games exclusivos. Mas tira esse último valor, é dinheiro demais só das vendas de games third parties. E se são games third parties, melhor para a Sony vender 3 games por 20 dólares do que apenas 1 de 60 dólares. Se fosse ela a produzir todos os jogos da sua plataforma, ela iria querer obviamente vender um game por 60 dólares e não 3 por 20. Entende isso quando mencionei a Valve? não são os games dela, se ela vender 20 games por 60 dólares, é melhor que não vender nenhum. Por, cada game a 3 dólares tá dando prejuízo, não é? Mas não são games dela, cada game por 3 dólares a Valve tira 1 dólar, sem ter de produzido esses games.
Já a Nintendo funciona diferente. Os mais vendidos do seu videogame são os seus games. Mais do que isso, vender games é importante para a Nintendo, como uma produtora, é o seu ganha pão. Ela também é publisher, mas ela é muito mais produtora do que publisher. Ela procura ter lucro em todos os seus processos operacionais. Ela não usa exclusivos para vender consoles e depois recuperar o dinheiro na venda de games de terceiros porque ela montou base e ganhou a geração. Ganhar a geração é até irrelevante para a Nintendo, ela foi superavitária com o Nintendo 64 e o Game Cube. Porque ela ganhou dinheiro vendendo seus próprios jogos, ganhou em todos eles.
Então, uma empresa como a Microsoft, por outro lado, resolve criar um Gamepass que é o oposto da Nintendo. Eu sacrifico até nos meus próprios produtos, games, porque os vejo como secundários, para ganhar dinheiro vendendo consoles e aumentando meu market share. Quanto cada produtora ganha individualmente por cada game que está lá no Gamepass? não é muito. Mas em geral, o catálogo é feito de games mais antigos.
Uma publisher não terá custos para vender games já prontos. Ela tem os games. E eventualmente publishers arranjam um modo de ganhar dinheiro com esses games mais antigos. Para fazer caixa. Não tenho nada para vender esse mês? Posso pegar games antigos e colocá-los em promoção ou então oferecer para o Gamepass, Live ou então para a PSN. É um dinheiro fácil porque naquele mês o game tá pronto e o que vier é lucro. Isso é mais comum ainda no caso de empresas que foram adquiridas. Por exemplo, vamos supor que uma empresa third compre outra third. Vamos supor que Konami entregou as pernas e não quer mais estar presente no mercado de videogames e então vende por um preço bem em conta tudo o que ela tem e principalmente suas franquias. Uma Capcom então agora é dona de Metal Gear, um game que por enquanto acreditamos que não terá novas iterações. Capcom então resolve fazer uma promoção de games Metal Gear ou então uma coletânea. Veja bem, a Capcom não teve de produzir nada. Só pegar os games e colocar em embalagens, ou então, nada disso, só disponibiliza-los em lojas virtuais. É uma grana fácil e imediata. E é por isso que muitas coletâneas de games antigos tem dezenas deles a preços acessíveis.
Isso dá uma impressão ao consumidor de que a Capcom, para continuar nesse exemplo, foi boazinha de ter colocado uns 8 Street Fighter a um preço acessível enquanto que a maldosa Nintendo faz um remake de um game antigo e o vende por 60 dólares. Mas a diferença é que a Nintendo teve de produzir esse remake. E mais que isso, ela quer ter lucro nessa operação.
Então veja bem que você tem que olhar para as condições de cada empresa, seus objetivos, o lugar que se situam no mercado, para entender cada especificidade de preço. Nintendo atua mais do que corretamente para o lugar que ela se coloca no mercado, para as metas que ela traçou. O problema é que as pessoas analisam a Nintendo como se ela fosse uma Sony ou Microsoft. Então o que é uma decisão correta de precificação numa determinada situação, vira uma decisão errada em outra situação. Nintendo estaria agindo equivocadamente se decidisse desvalorizar os seus games. Ela se desvalorizaria. Seus games venderiam menos, ela teria menos dinheiro em caixa. Isso não é problema algum para a Microsoft. MS se arrisca a desvalorizar. Ela está fazendo precisamente, desvalorização de uma parte de seus próprios produtos oferecidos, para ganhar dinheiro em outros produtos e serviços que ela também oferece. MS e Sony não são apenas produtoras de videogames, são empresas do entretenimento, de produtos eletrônicos e também atuam em outros mercados. Nintendo se arriscaria muito desvalorizando o que ela tem de mais valioso, seus games. Desvaloriza um Zelda e perde potencial de continuar ganhando dinheiro nas sequências. Ela até já fez isso uma vez oferecendo direitos para a Philips, mas foi uma situação excepcional.
Pessoalmente, eu comprei o Link Awakening. Ainda não terminei mas já estou no finalzinho. Não é nem o melhor dos Zeldas 2d. Mas não me arrependo de ter pago pelo preço que me foi oferecido. Porque eu escolhi o game pelo meu gosto, e não pelo preço. Quando você escolhe produtos pelo gosto, você não se arrepende porque pagou mais do que devia, se arrepende por ter escolhido o game errado. Poderia ter comprado outro game de 60 dólares, mas vi que esse iria me fazer mais feliz que qualquer outro game de 60 dólares naquele momento que comprei e tendo considerado as aquisições que já fiz.
Porque querendo ou não, até um game de 20, 10 dólares pode te dar uma sensação de arrependimento. Nintendo trabalha com uma única coisa, satisfação. Não tem preço para isso, não é uma coisa mensurável. Não é como chegar num lugar e pedir algo como: me dê esse serviço aí meia boca porque eu só quero o meia boca e acho que o meia boca por esse preço mais em conta tá valendo a pena. Não é essa a lógica da Nintendo. Não tem o meia boca, tem um produto que te satisfaz ou não te satisfaz. Quando todos são colocados no mesmo preço, você olha os produtos e não os preços e vai em busca daquele que te satisfaz mais. Um game não é um custo/benefício. Um grande clássico é um produto de valor inestimável. E a grande magia está em que ele custa o mesmo que outros games menores. Porque ele não é melhor porque é mais caro, maior etc. Ele é melhor porque é um game melhor. Simples assim.
Daqui alguns anos nós vemos comparar a situação de Microsoft e Nintendo, com suas estratégias contrastantes e verificar a que fim chegou cada uma delas com suas propostas.
O original teve DLCs também, muito boas por sinal.Mario Kart 8 Deluxe manda abraços.
Desculpe pelo post um pouco longo. Mas esse post será uma longa explicação sobre a precificação da Nintendo e deverá responder algumas perguntas que são recorrentemente levantadas neste tópico e neste fórum.
Se você olhar por esse lado, vários games de 60 dólares teriam que custar diferente. Alguns até mais, 70, 80 dólares. Se todo preço fosse determinado pelo orçamento, então teriam filmes no cinema que custariam x e outros y, outros z...
Mas não é assim que as coisas funcionam. No cinema os preços das sessões são fixos, independente inclusive do filme ter 2 ou 3 horas de duração. Eles podem até tentar alterar algumas coisas como não disponibilizar filmes em determinados dias ou colocá-los em salas maiores ou menores, mas o preço é o mesmo para todo filme.
E sabe por que é assim? Porque vamos supor um filme de orçamento menor, um drama, como História de um Casamento, que contou com orçamento bem menor comparado a qualquer filme da Marvel ou DC. Vamos supor que alguém decida diminuir o preço esse filme. Vai aumentar a audiência com isso? Por outro lado, aquelas pessoas que querem assistir o filme, elas irão pagar o preço normal do cinema, porque querem simplesmente assistir o filme.
Como as pessoas que querem ver o filme pagarão por ele e como as demais não irão para o cinema por uma redução de preço, é melhor você manter o preço.
Games não vendem mais quando são mais baratos. Assim como filmes. Pelo contrário, poucos games para consoles (e a efeito de análise vamos deixar essa discussão de Switch portátil de lado e considerá-lo um console) de preços menores, 40, 20 dólares, vendem mais que games vendidos a 60 dólares. Que game que custou apenas 20 dólares e chegou a marca de 10 milhões de unidades vendidas? eu simplesmente desconheço. Não falo de promoções, mas de ter sido vendido por esse preço no seu lançamento.
Em qualquer gráfico de vendas ao longo do tempo você irá notar que um game vende mais no seu lançamento que em qualquer outra época. Vende uma quantia considerável na primeira ou segunda promoção e depois disso, vende muito pouco. Por bizarro que possa parecer um gráfico assim, um game será menos "vendido" quando (e quando é diferente de se, claro que se for dado de graça no day one terá boas "vendas") for ofertado de graça. Eu já comentei sobre isso nos tópicos de games dados de graça pela Epic e também pelos games bônus por assinatura de serviços como PSN, Live e até mesmo o Nintendo Switch on line. Simplificando a questão, quando um game, ou qualquer produto de entretenimento e lazer é te dado de graça, é porque o seu mercado já saturou. O que nos coloca numa lógica de que nem mesmo games de graça nós queremos, porque eles só serão colocados de graça depois de todos os potenciais consumidores daquele jogo já terem comprado. Logo, ele será oferecido de graça para quem ainda não comprou e nunca se interessou por aquele produto.
Então a questão que fica para a Nintendo é como valorizar suas próprias marcas. E ela faz isso de uma maneira bem fácil. Não oferecendo seus produtos para quem não os quer ter de fato. E o preço é a melhor maneira de controlar isso. Porque muita gente compra games de 40 dólares, 20 e games em promoção sem estar efetivamente desejosos de ter aquele game. Como a Valve não produz games, elas os vende, ela não se importa de fatias pequenas de lucro porque toda venda na sua loja é lucro para ela. PSN e Live também são lojas como a Steam. Todo jogo vendido na PSN vai dar algum lucro para a Sony, então quanto mais promoções, melhor, porque um consumidor que não iria gastar nada porque só tem 50 dólares na mão e os games custavam 60, agora ele leva um ou mais games e uma porcentagem desses games vai pro caixa da PSN.
Mas Nintendo é diferente, ela é produtora. Ela também tem uma loja sua e ela ganha uma porcentagem de cada venda. Mas não é o seu foco. O seu foco é seus games. Veja quantos ela lançou como publisher no ano passado. O foco da Nintendo parece a princípio vender o máximo de unidades pelo maior preço possível. Mas isso é enganoso. Ela quer ter como eu disse no parágrafo acima controle. E faz isso a partir de preço. Como impedir que alguém que não está realmente muito interessado no meu produto de não comprá-lo? Mantendo o preço acima. Quando a Nintendo coloca o Link Awakening por 60 dólares ela impede que pessoas que estão pouco ou razoavelmente interessadas em comprar o seu game. Nesse caso a Nintendo vai estimar um número de vendas que ela consegue por esse preço e prensar cartuchos num número próximo disso. E ela só voltará a prensar mais cartuchos quando estiverem perto de se esgotarem em lotes cada vez menores.
O raciocínio da Nintendo é bem simples. Se um consumidor nunca se dispôs a pagar 60 dólares por um game, é porque de alguma maneira ele nunca quis ter aquele game. Porque apesar de aqui no Brasil esse ser um valor bem custoso, quando levamos em conta renda per capita, salário mínimo, a distribuição da renda, entre outras coisas, mas é um valor bem em conta e até baixo para os padrões dos principais mercados do mundo, aqueles em que a Nintendo realmente se direciona estrategicamente. E por isso, qualquer valor aquém é desvalorizar o seu produto.
O gosto é que deve definir as escolhas, e não os preços! Se você achou por um lado Link Awakening caro, por outro, você achou o preço de Breath of the Wild acertado. Não é que um é caro e outro barato. É que o seu gosto diz isso. Para outras pessoas, os dois games tem o preço acertado. Acredite, para quem estava aguardando por um jogo de Mechas para jogar no Switch, Daemon X Machina por 60 dólares é barato. Mas se outra pessoa não se interessa por esse game, porque a Nintendo deveria se esforçar em reduzir o preço apenas para que essa pessoa tenha um game que efetivamente não quer jogá-lo?
Quando você coloca seus produtos com preços diferenciados, você dá a entender que um é melhor que outro. Imagina chegar numa loja e ver os games da Nintendo com preços diferentes. Um Daemon X Machina custando apenas 20 dólares, por exemplo. O consumidor irá escolher não por gosto, mas por preço. Ele irá hierarquizar os games, ou melhor, ele não irá realizar essa classificação, ela já está feita. E provavelmente isso fará com que o consumidor passe a comparar o Daemon X Machina com outros games de 20 dólares. Ele pode ir a loja pensando num game e levando um Hollow Knight ou um Cuphead, porque pra ele são games da mesma qualidade do Daemon X Machina, afinal, se a Nintendo colocou por esse preço, é porque ela viu que o game é do mesmo nível.
E aí entra no que já mencionei, um game pode vender menos custando mais barato. Isso não é problema para Sony nem Microsoft, porque elas estão mais interessadas em ganhar nas porcentagens de royalties e vendas de suas lojas. Os 20 primeiros mais vendidos do PS4 são multiplataforma. Os exclusivos servem como games diferenciadores, eles tem que estarem ali para dar uma razão de diferença entre escolher um PS4 e um Xone. Assim que os consumidores compram um PS4 porque viu que os exclusivos dele são melhores, a Sony passa a ter uma base de 100 milhões de consoles e vendendo em média 10 games para cada usuário. Ou seja, 1 bilhão de games que ela vai tirar royalties e mais valores nos jogos vendidos em sua loja e também mais valores dos seus games exclusivos. Mas tira esse último valor, é dinheiro demais só das vendas de games third parties. E se são games third parties, melhor para a Sony vender 3 games por 20 dólares do que apenas 1 de 60 dólares. Se fosse ela a produzir todos os jogos da sua plataforma, ela iria querer obviamente vender um game por 60 dólares e não 3 por 20. Entende isso quando mencionei a Valve? não são os games dela, se ela vender 20 games por 60 dólares, é melhor que não vender nenhum. Por, cada game a 3 dólares tá dando prejuízo, não é? Mas não são games dela, cada game por 3 dólares a Valve tira 1 dólar, sem ter de produzido esses games.
Já a Nintendo funciona diferente. Os mais vendidos do seu videogame são os seus games. Mais do que isso, vender games é importante para a Nintendo, como uma produtora, é o seu ganha pão. Ela também é publisher, mas ela é muito mais produtora do que publisher. Ela procura ter lucro em todos os seus processos operacionais. Ela não usa exclusivos para vender consoles e depois recuperar o dinheiro na venda de games de terceiros porque ela montou base e ganhou a geração. Ganhar a geração é até irrelevante para a Nintendo, ela foi superavitária com o Nintendo 64 e o Game Cube. Porque ela ganhou dinheiro vendendo seus próprios jogos, ganhou em todos eles.
Então, uma empresa como a Microsoft, por outro lado, resolve criar um Gamepass que é o oposto da Nintendo. Eu sacrifico até nos meus próprios produtos, games, porque os vejo como secundários, para ganhar dinheiro vendendo consoles e aumentando meu market share. Quanto cada produtora ganha individualmente por cada game que está lá no Gamepass? não é muito. Mas em geral, o catálogo é feito de games mais antigos.
Uma publisher não terá custos para vender games já prontos. Ela tem os games. E eventualmente publishers arranjam um modo de ganhar dinheiro com esses games mais antigos. Para fazer caixa. Não tenho nada para vender esse mês? Posso pegar games antigos e colocá-los em promoção ou então oferecer para o Gamepass, Live ou então para a PSN. É um dinheiro fácil porque naquele mês o game tá pronto e o que vier é lucro. Isso é mais comum ainda no caso de empresas que foram adquiridas. Por exemplo, vamos supor que uma empresa third compre outra third. Vamos supor que Konami entregou as pernas e não quer mais estar presente no mercado de videogames e então vende por um preço bem em conta tudo o que ela tem e principalmente suas franquias. Uma Capcom então agora é dona de Metal Gear, um game que por enquanto acreditamos que não terá novas iterações. Capcom então resolve fazer uma promoção de games Metal Gear ou então uma coletânea. Veja bem, a Capcom não teve de produzir nada. Só pegar os games e colocar em embalagens, ou então, nada disso, só disponibiliza-los em lojas virtuais. É uma grana fácil e imediata. E é por isso que muitas coletâneas de games antigos tem dezenas deles a preços acessíveis.
Isso dá uma impressão ao consumidor de que a Capcom, para continuar nesse exemplo, foi boazinha de ter colocado uns 8 Street Fighter a um preço acessível enquanto que a maldosa Nintendo faz um remake de um game antigo e o vende por 60 dólares. Mas a diferença é que a Nintendo teve de produzir esse remake. E mais que isso, ela quer ter lucro nessa operação.
Então veja bem que você tem que olhar para as condições de cada empresa, seus objetivos, o lugar que se situam no mercado, para entender cada especificidade de preço. Nintendo atua mais do que corretamente para o lugar que ela se coloca no mercado, para as metas que ela traçou. O problema é que as pessoas analisam a Nintendo como se ela fosse uma Sony ou Microsoft. Então o que é uma decisão correta de precificação numa determinada situação, vira uma decisão errada em outra situação. Nintendo estaria agindo equivocadamente se decidisse desvalorizar os seus games. Ela se desvalorizaria. Seus games venderiam menos, ela teria menos dinheiro em caixa. Isso não é problema algum para a Microsoft. MS se arrisca a desvalorizar. Ela está fazendo precisamente, desvalorização de uma parte de seus próprios produtos oferecidos, para ganhar dinheiro em outros produtos e serviços que ela também oferece. MS e Sony não são apenas produtoras de videogames, são empresas do entretenimento, de produtos eletrônicos e também atuam em outros mercados. Nintendo se arriscaria muito desvalorizando o que ela tem de mais valioso, seus games. Desvaloriza um Zelda e perde potencial de continuar ganhando dinheiro nas sequências. Ela até já fez isso uma vez oferecendo direitos para a Philips, mas foi uma situação excepcional.
Pessoalmente, eu comprei o Link Awakening. Ainda não terminei mas já estou no finalzinho. Não é nem o melhor dos Zeldas 2d. Mas não me arrependo de ter pago pelo preço que me foi oferecido. Porque eu escolhi o game pelo meu gosto, e não pelo preço. Quando você escolhe produtos pelo gosto, você não se arrepende porque pagou mais do que devia, se arrepende por ter escolhido o game errado. Poderia ter comprado outro game de 60 dólares, mas vi que esse iria me fazer mais feliz que qualquer outro game de 60 dólares naquele momento que comprei e tendo considerado as aquisições que já fiz.
Porque querendo ou não, até um game de 20, 10 dólares pode te dar uma sensação de arrependimento. Nintendo trabalha com uma única coisa, satisfação. Não tem preço para isso, não é uma coisa mensurável. Não é como chegar num lugar e pedir algo como: me dê esse serviço aí meia boca porque eu só quero o meia boca e acho que o meia boca por esse preço mais em conta tá valendo a pena. Não é essa a lógica da Nintendo. Não tem o meia boca, tem um produto que te satisfaz ou não te satisfaz. Quando todos são colocados no mesmo preço, você olha os produtos e não os preços e vai em busca daquele que te satisfaz mais. Um game não é um custo/benefício. Um grande clássico é um produto de valor inestimável. E a grande magia está em que ele custa o mesmo que outros games menores. Porque ele não é melhor porque é mais caro, maior etc. Ele é melhor porque é um game melhor. Simples assim.
Daqui alguns anos nós vemos comparar a situação de Microsoft e Nintendo, com suas estratégias contrastantes e verificar a que fim chegou cada uma delas com suas propostas.
These potential ports haven't been confirmed or even spoken about publicly by Nintendo, but the evidence for their imminent reveal seems to be stacking up. Peer Schneider, co-founder and Chief Content Officer at IGN, has commented on the two unannounced games during a podcast hosted by Nintendo Voice Chat:
After a little more discussion, in which the rest of the panel discuss guessing the games he's referring to, he adds:"The secret Wii U ports that are being discussed; one of them is a nine out of 10 for me, and one of them is more of a six out of 10..."
"I really liked what Nintendo did with their take on real-time strategy games."
Sim. Mas já veio com dlc incluso!Mario Kart 8 Deluxe manda abraços.
O jogo nota 9 é o Mario 3D world.
Esse jogo nota 6 eu não sei, W101 tem notas melhores.
Não era mais fácil o save do Lets Go ser reconhecido pelo Sword e Shield?Esquema para passar os seus pokémons do GBA para o Switch
This Infographic Shows How To Transfer A Pokemon From Game Boy Advance To Nintendo Switch
Reddit user dominodave has created a comprehensive infographic showing the journey a Pokemon takes from the Game Boy Advance games to Nintendo Switch. If you wanna transfer your Pokemon from the Ga…nintendosoup.com
Pode ser que o jogo nota 6 seja o Star Fox, poderiam finalmente redimir o jogo removendo o uso do gamepad
Sim realmente tem umas partes sensacionais dignas de escorrer uma lágrima do olhoCaras, toda essa sequência final de Mario Odyssey é tão absurda de boa que deve ser uma das melhores coisas que eu já joguei na vida. O jogo todo é brilhante mas esse final tá num nível acima. (Falo do penúltimo e do último reino)
Agora essa área que abre depois de terminar o jogo é bonita demais! Fiquei emocionado até lol
Tô viciado em ir atrás das luas. Feliz que o jogo tem um endgame maneiro.