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No WhatsApp, cartolas se previnem contra a Globo e armam sindicato

Sgt. Kowalski

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No WhatsApp, cartolas se previnem contra a Globo e armam sindicato




Presidentes de clubes das Séries A e B do Brasileiro articulam, em um grupo de WhatsApp, a criação de uma frente de agremiações para negociar em conjunto contratos de direitos de televisão.
A maior preocupação dos dirigentes é com a arrecadação do sistema de transmissão por pay-per-view (PPV) do Grupo Globo, que está em queda, e com as mudanças que a emissora pretende implantar para a plataforma. O movimento de descontentes inclui times com pequenas e grandes receitas televisivas.
Os clubes negociam individualmente os contratos de TV do Campeonato Brasileiro desde o fim do Clube dos 13, em 2011. Cartolas ouvidos pela Folha, no entanto, descartam ressuscitar o nome, até porque a forma de organização do grupo deve ser diferente. Eles consideram formar uma associação ou sindicato.
Há reunião marcada entre os presidentes para a próxima segunda (30).
O grupo de WhatsApp existe pelo menos desde o início de 2019 e tem sido usado para debates e trocas de ideias envolvendo os principais temas do futebol nacional, sobretudo a arbitragem, o uso do árbitro de vídeo (VAR) e os direitos de transmissão.
Na última sexta (20), eles viajaram a São Paulo para reunião com executivos da Globo. Como já esperavam, a emissora sinalizou queda na venda de pacotes de pay-per-view, mas não revelou os valores. Isso vai interferir na renda das equipes, que recebem 38% do valor bruto que o Grupo Globo arrecada com o serviço.
Os clubes levaram à emissora dados alegando que de maio a junho deste ano, a receita média do pay-per-view para os eles foi de R$ 59 milhões. A projeção é que isso resultaria em R$ 413 milhões pelos 7 meses do contrato. Seriam R$ 237 milhões a menos do que os R$ 650 milhões imaginados pelos presidentes.
Os cartolas também se queixam da intenção do Grupo Globo de aumentar seu lucro eliminando o intermediário na venda dos pacotes ao mesmo tempo em que propõe reduzir o percentual repassado às equipes de 38% para 25%.
Em trocas de mensagens no grupo de WhatsApp, a empresa foi ironizada por, ao mesmo tempo que deve reduzir o dinheiro que os clubes têm a receber, desejar que os clubes façam campanhas de marketing para os torcedores assinarem o PPV.
De acordo com os dirigentes, a ideia da emissora é faturar mais com o PPV vendendo de maneira direta aos clientes, sem intermediários como a Sky, por exemplo, empresa que hoje em dia é responsável por 70% dos pacotes.
Antes da reunião em São Paulo da última sexta, os presidentes discutiam no grupo o que a Globo apresentaria no encontro e qual seria a reação apropriada.
Uma das preocupações era a pretensão da emissora de unir todas as plataformas (TV aberta, fechada, PPV e internet) em apenas um contrato, ao contrário do que acontece hoje em dia.
Para a empresa, segundo os dirigentes dos clubes, seria a simplificação do acordo e uma forma de dividir os recursos de maneira mais justa. Mas por trás disso estaria a intenção de barrar empresas digitais como Google, Facebook e Amazon, que se interessariam no futuro nos direitos de transmissão.
Essa unificação poderia ser impedida pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), autarquia federal que zela pela livre concorrência no mercado. Na avaliação de presidentes ouvidos pela reportagem, a aposta da emissora seria que nenhum clube iria reclamar ao órgão.
Eles acreditam também que a Globo gostaria de ter acesso à base de sócios-torcedores dos clubes para vender produtos da emissora sob o argumento de que poderia atrair mais público (e receita) para o pay-per-view.
Nas discussões entre os dirigentes, apareceu a intenção da Globo de mudar o calendário, realizando o Campeonato Brasileiro de fevereiro a novembro. O torneio deste ano começou no final de abril. Cartolas veem o assunto com desconfiança pela suspeita de que, com isso, a emissora tente deixar as equipes ainda mais dependentes dos recursos da emissora, abrindo caminho para uma renegociação ---para baixo--- dos direitos de transmissão.
A Folha entrou em contato com a Globo, mas não obteve resposta até o momento.
 


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