Gundam 0079, episódio 34. Eu AMO odiar Gundam: é confuso, político demais, mechas de menos, e sem cantoras (Macross, eu te amo!). Mas quando mostra a que veio...o roteiro é cruel!
Até aqui a série de TV mostra um conflito épico, grandioso, uma luta entre Char Aznable e Amuro Rei. Grande parte da série de TV passa pelo olhar de Amuro, vale lembrar.
Nesse episódio a nave white base (que carrega o Gundam) precisou fazer reparos e foi pedir ajuda a uma nave-mãe neutra no conflito entre Principado de Zeon e a Federação da Terra. Numa determinada cena Amuro Rei estava dirigindo um jipe e ficou atolado na lama. Ao pedir ajuda a um carro que vinha lá longe...quem era um dos passageiros? Sim: Char Aznable!
Nessa cena em especial é dado um oooooooutro olhar ao conflito de ambos! Char é superior, emana uma nobreza, uma postura adulta...enfim, tudo aquilo que Amuro Rei NÃO é.
"Amuro Rei? Acho que já ouvi esse nome antes".
Sinceramente fiquei na dúvida se o Char esnobou o pobre protagonista ou, por lidar com TANTA GENTE num conflito galático, a memória dele falhou naquele instante.
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Episódio 35: uma batalha a principio sem sentido (odeio isso em Gundam: uns capítulos parecem não dar continuidade às histórias dos capítulos imediatamente anteriores) mas que lança VÁRIAS coisas que serão exploradas ao longo da franquia: aparece a Mineva Lao Zabi neném (personagem de Z, ZZ e Unicorn; Gundam Wing Endless Waltz se você forçar a barra) e a batalha lembra MUITO a tal 'operação stardust' do capítulo final de Gundam 0083.
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Episódio 36: talvez eu esteja cansado do mestrado e não preste muita atenção em detalhes. Ou simplesmente Tomino é PÉSSIMO contador de histórias! Há 1 episódio ou 2 apareceu um personagem que não disse muito a que veio. Uma das auxiliares da ponte de comando da white base apaixonou-se pelo cara...tudo assim, vupt! Apareceu, apaixonou sem muito contexto e o cara some da franquia. Começam a surgir sinais habilidades sobre-humanas (conferidas aos new types). Mas sem nomes ou explicações ainda.
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Episódios 37-39: o foco da série muda um pouco. O lado político ainda existe, é claro. Mas as dúvidas sobre as relações entre dois personagens dos lados opostos do campo de batalha (Sayla Mass e Char Aznable) se dissipam - e ganham contornos surpreendentes.
As habilidades de Amuro Rei com o Gundam melhoram a cada dia - a ponto dele ser percebido como alguém sobre-humano. Com isso surge o conceito de 'new type': super soldados que possuem capacidade de prever reflexos dos adversários e comunicar-se entre si por telepatia.
Para mim a franquia gundam fica cada vez maior e confusa: o primo da cunhada da vizinha da empregada doméstica do personagem terciário faz uma aparição rápida ali numa cena de 5 segundos e atrás do armário. Aí você pega para ler no Gundam Pedia e descobre que esse personagem ganha papéis maiores em Z Gundam, ZZ, tem referência em Unicorn, tem mangá próprio, garage kit, fanzine pornô...
As batalhas - pelo menos para mim - parecem cada vez mais gratuitas e sem sentido. E os personagens são mal desenvolviiiiiiiidossssss...talvez Char Aznable seja grandioso, mas ele é apresentado como bã-bã-bã no começo da série e ninguém questiona. Até o capítulo 39, a meu ver, ele vêm batalhado para merecer essa fama (mas não justificou ainda toda a imponência que apresenta). Amuro Rei está - forçosamente - ganhando importância na trama com o lance de new type.
Faltam só mais 4 episódios para terminar a série clássica. Salvo uma reviravolta MUITO foda essa é uma série nota 6.5/10. Tem momentos MUITO bons (os velhinhos civis tentando sobreviver na Whitebase, os destinos dados ao pai e à mãe de Amuro, a crueldade do começo da guerra, a esnobada que Char dá em Amuro) e tem momentos WTF (do nada surge uma indiana - Lalah Sune, que ilustra essa parte da minha postagem - com poderes new type; amores platônicos jogados num só episódio; excesso de robôs inúteis; crianças chatas que não acrescentam à trama).