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Enquanto lá fora o Atari fazia o maior sucesso e já iniciava o processo de decadência, aqui no Brasil grande parte da população sequer tinha ouvido falar. O motivo era que no Brasil, na época, a “reserva de mercado” dificultava muito a importação de produtos e até proibia o pagamento de royalties para empresas estrangeiras. Para se ter algum eletrônico legalmente por aqui era preciso que fosse totalmente ou quase totalmente fabricado em nosso país.
Como esse processo era complicado e nem sempre as indústrias tinham interesse em vir para o Brasil, a alternativa para muitos consumidores sedentos de tecnologia terem um Atari em mãos era apelar para os fornecedores “alternativos”. E foi exatamente o que muitos fizeram.
Aqui no Brasil, uma empresa “batizou-se” de Atari Eletrônica. Eles não tinham parentesco algum com a gigante dos EUA, mas passaram a vender o primeiro modelo de Atari - o Heavy Sixer, com direito a caixa e manuais traduzidos. O problema é que, como a importação era pequena, os aparelhos eram muito caros.
Para alavancar de vez o mercado de videogames era preciso, no entanto, que grandes varejistas apostassem na ideia. Quem enxergou a oportunidade foram dois dos maiores magazines do país: a Mesbla e o Mappin.
Eles importavam os aparelhos, convertiam para o sistema PAL-M e traduziam caixa e manuais. Ao colocarem nas prateleiras, as vendas foram fantásticas, embora o preço fosse muito maior do que o mesmo modelo vendido lá fora, a exemplo do que acontece ainda hoje.
O fato é que esse sucesso todo causou um grande interesse da indústria nacional em fabricar o Atari por aqui também. Em 1981, a primeira a se aventurar foi a Bit Eletrônica, que lançou o Top Game. Na verdade, a empresa criou um clone não-autorizado compatível com cartuchos da Atari. Como não tinha licença, ficou com receio e acabou mudando o tipo de soquete para não ter problemas legais.
Essa desistência afundou uma possível reação do console, que acabou ficando desconhecido por grande parte da população. Mais adiante, a Bit Eletrônica viu que tinha errado e lançou um adaptador, mas não conseguiu reverter o fracasso.
Com o vazio deixado, quem se mexeu foi a Sayfi Eletrônica, que lançou, no início de 1983, o Dactari, também conhecido como TV Computer System 2600-A. Era uma cópia descarada do Atari norte-americano sem autorização alguma da fabricante de lá. Como nosso mercado não tinha opção alguma, a tímida produção foi vendida rapidamente. Mais tarde, a Sayfi transformou-se na Milmar, que acabou se tornando uma forte indústria de videogames, principalmente com sua linha Dactar.
A situação mostrava que o consumidor brasileiro estava carente e disposto a comprar videogames, só precisava de volume e um preço justo. Grandes empresas, portanto, resolveram encarar o desafio.
No segundo semestre de 1983, quem entrou oficialmente no mercado foi a Polyvox, que fazia parte da Gradiente. Com um grande estande na Feira de Utilidades do Lar, no Rio de Janeiro, a empresa chegou com o selo oficial da Atari Corp e da Warner.
Com uma pesada campanha de marketing e uma grande pressão jurídica contra os concorrentes não-oficiais, a Polyvox lançou o primeiro Atari autorizado do país. Por fora e por dentro, ele era idêntico ao modelo todo preto da Atari nos EUA, também conhecido como Darth Vader.
Foi o único aparelho realmente reconhecido pela Atari americana aqui no Brasil. Era idêntico ao Atari Darth Vaider com frete preta e chegou com uma forte campanha publicitária e muitas ameças jurídicas contra os concorrentes que vendiam consoles não-autorizados. Outras versões do Atari Polyvox foram lançadas, com modificações na disposição dos botões no console e controles.
No mesmo ano, quem resolveu entrar pra valer no mercado de consoles foi a Dynacom, que já era bem conhecida por reproduzir jogos da plataforma no Brasil.
A empresa lançou o Dynavision, um videogame totalmente compatível com o Atari, só que um visual bem diferente e alguns diferenciais bem interessantes. O principal deles era o joystick anatômico que trazia um botão central embaixo e outro botão no topo do controlador. Além disso, vinha com ventosas para grudá-lo bem a uma superfície lisa, o que era a glória para quem gostava do jogo Decathlon.
A Milmar, que recém havia adquirido a Sayfi Eletrônica, resolveu enfrentar de frente o mercado de videogames e aproveitar a época de Natal para alavancar as vendas. Em 1983, lançou o Dactar, que trazia um desenho um design bem parecido com o Atari original.
O Dactar foi a primeira versão lançada pela Milmar, que havia recém comprado a Sayfi Eletrônica, que produzia o Dactari. Ao mudar de nome, foram colocados no mercado modelos mais simples e mais sofisticados, com detalhes em cromado.
No ano seguinte, a Milmar anunciou o Dactar II, que tinha um acabamento mais sofisticado. No entanto, o modelo mais chique mesmo foi o Dactar 007, que vinha em uma maleta estilizada com compartimentos para o console, cartuchos, controles, fonte e cabos.
A versão de luxo desse clone da Atari, fabricado pela Milmar, vinha dentro de uma maleta com compartimentos para o console, controles, cartuchos e fonte. Até hoje é uma peça disputada por colecionadores.
Outra empresa que resolveu aproveitar o mercado superaquecido foi a CCE. A tradicional fabricante de eletro-eletrônicos lançou, em 1984, o Supergame VG-2800. Com um visual bem parecido com o Coleco Gemini, vendido nos Estados Unidos, ele era mais compacto que o Atari. Embora tenha sido lançado com alguns títulos exclusivos, incluindo Mr.
Postman, o que realmente o fez ter sucesso foi seu preço, que era bem mais barato que o Atari da Polyvox. E como ele rodava todo e qualquer cartucho baseado na plataforma 2600, rapidamente chegou às crianças e adolescentes que ainda sonhavam com o brinquedo.
Compacto, barato e com a cara do Coleco Gemini, o Supergame CCE VG-2800 foi um dos grandes concorrentes da Polyvox. O controle com botão amarelo e os cartuchos brancos eram marcas registradas do aparelho.
No mesmo ano, a CCE anunciou o Supergame 5600, que era praticamente a mesma coisa da anterior, só que com acabamento mais simples e mais barato. Como a inflação na época era galopante, as empresas tentavam baratear ao máximo os custos para os produtos não subirem tanto assim de preço.
Com pequenas modificações em relação à versão VG-2800, o Supergame VG-5600, lançado pela CCE, tornou-se um grande concorrente por ser um videogame barato e compatível com todos os jogos da Atari
O último lançamento da CCE de um clone do Atari foi feito em 1985, com o mercado para esta plataforma já despencando. O Supergame VG-3000 desta vez era mais compacto, vinha nas cores preta ou vermelha e trazia dois controles ao estilo Gemini. Suas vendas foram tímidas se comparadas com as versões 2800 e 5600.
Este foi o último modelo de videogame compatível com o Atari lançado pela CCE. Com acabamento bem pobre e controles que imitavam o do Coleco Gemini, este modelo vinha nas versões de cor preta ou vermelha.
Embora lá nos Estados Unidos o mercado de videogames estivesse bem decadente, aqui no Brasil ainda estava aquecido e as empresas apostavam cada vez mais em clones do Atari. Uma dessas empresas foi a Dismac, que até então fabricava apenas calculadoras. A primeira empreitada foi o lançamento, em 1984, do modelo VJ 9000, que tinha um desenho idêntico ao Atari original. O grande atrativo do aparelho era que, além dos controles tradicionais, vinha acompanhado também de dois paddles, aqueles que tinham botões giratórios (ideais para alguns jogos). Com isso, ele acabou atraindo alguns consumidores que queriam um diferencial em relação aos seus amigos.
Com acabamento melhor, o VJ 9000 foi o único modelo de clone do Atari que vinha também com controles paddles de fábrica. Além disso, trazia jogos tradicionais traduzidos para o português.
Outro diferencial da linha Dismac eram os cartuchos traduzidos para nossa língua. Na verdade, só mudavam os nomes. O famoso Pitfall! era chamado de Pantanal; Freeway transformou-se em BR-101; Carnival em Domingo no Parque e por aí vai.
No mesmo ano, a Dismac anunciou o VJ 8900. Você deve estar estranhando a numeração. Se ele veio depois, por quê foi batizado de 8900, sendo que seu antecessor era 9000. Simples! Como a inflação era alta na época, a empresa tirou os paddles e mexeu um pouco no acabamento para que o aparelho não tivesse um preço maior.
Um detalhe interessante é que a Dismac, na época, também lançou uma versão diferenciada do VJ 8900 que levava a logomarca da Activision, a maior fabricante de cartuchos para Atari na época. Não se sabe se foi por encomenda ou apenas uma jogada de marketing, mas o fato é que não deve ter tido muitas unidades vendidas, uma vez que hoje é um aparelho muito difícil de se encontrar.
Com um desenho muito parecido com o Atari original, o VJ 8900 era o “primo pobre” da linha Dismac. Por dentro era a mesma coisa; a diferença estava apenas no acabamento mais simples e a ausência dos controles paddles.
E por falar em raridade, o Dismac VJ 9100 já chegou a ser considerado uma lenda urbana. Este aparelho, no entanto, foi lançado em 1985, numa época em que a geração Atari começava a enfraquecer no país. Por fora e por dentro era praticamente idêntico ao modelo VJ 9000. Os controles eram bem parecidos com os da Dynacom.
Este raríssimo console, que já foi até considerado uma lenda entre os colecionadores, era praticamente idêntico à versão VJ 9000. A tradicional linha vermelha frontal foi mantida pela Dismac.
No quesito raridade, um dos que disputa o título de primeiro lugar é o Onyx Jr. Este videogame, compatível com a Atari, foi lançado em 1985 pela Microdigital, que foi também fabricante de computadores da linha TK ( TK-80, TK-85, etc..). Na cor verde oliva e com controles parecidos com o do Coleco Gemini americano, ele tinha como grande diferencial a tecla PAUSE. Isso mesmo! Na época ninguém podia parar o jogo para ir ao banheiro e foi exatamente ele que trouxe este recurso.
Este raro console, lançado pela Microdigital, tinha a cor verde, ao estilo militar, e controles bem parecidos com os do Coleco Gemini norte-americano. O grande diferencial, no entanto, era a tecla Pause, que permitia parar os jogos. Na época, nenhum outro fazia isso.
A plataforma Atari perdeu força no Brasil quando os computadores ficaram mais baratos e os clones do Nintendinho 8 bits começaram a chegar ao mercado. Mesmo assim, a Milmar, que já havia feito história com a linha Dactar, resolveu apostar, em 1986, no Memory Games.
A principal arma do console é que ele vinha com vários jogos já embutidos, além do conector dos cartuchos. Houve versões de 16, 32, 64, 128 e 256 jogos na memória. Em outros países, como na Austrália, chegou a ter versão com 512 jogos. Dependendo do modelo, o aparelho vinha com controles estilo Atari ou até gamepads, ao estilo Nintendo. E olha que os aparelhos fizeram sucesso!
Lançado como uma opção barata, já no fim da era Atari no Brasil, o Memory Game, da Milmar, tinha como diferencial os jogos embutidos na memória. Houve versões com 16, 32, 64, 128 e 256 jogos. A vantagem é que, mesmo assim, ainda era possível encaixar cartuchos do Atari. Ainda houve no mercado outros modelos de consoles bem parecidos, mas sem marca de fabricante.
Já no início da década de 90, a Dynacom resolveu inovar mais uma vez lançando o Megaboy. Ele era uma versão de mão do Atari que vinha com 3 jogos educativos na memória, mas que permitia conectar qualquer cartucho da Atari. O grande diferencial, no entanto, era a possibilidade de jogar no televisor sem mesmo estar perto. Ele funcionava sem fios, sintonizado em uma televisão qualquer por meio de uma antena. Com uma produção tímida, ainda hoje é difícil de encontrar entre os colecionadores.
Esta foi uma das grandes novidades da Dynacom. Pena somente que veio meio tarde. O Megaboy Compact era um videogame de mão que se conectava à tv sem qualquer fio. Tinha jogos na memória e ainda trazia conector para cartuchos do Atari.
O fato é que o Atari, mesmo por meio de clones, foi um campeão de vendas no Brasil e até hoje os jogadores com mais de 35 ou 40 anos lembram desse console com alegria. Abaixo, confira o infográfico com os jogos mais famosos do Atari 2600 aqui no Brasil.
Fonte: Digital Retro
Como esse processo era complicado e nem sempre as indústrias tinham interesse em vir para o Brasil, a alternativa para muitos consumidores sedentos de tecnologia terem um Atari em mãos era apelar para os fornecedores “alternativos”. E foi exatamente o que muitos fizeram.
Aqui no Brasil, uma empresa “batizou-se” de Atari Eletrônica. Eles não tinham parentesco algum com a gigante dos EUA, mas passaram a vender o primeiro modelo de Atari - o Heavy Sixer, com direito a caixa e manuais traduzidos. O problema é que, como a importação era pequena, os aparelhos eram muito caros.
Para alavancar de vez o mercado de videogames era preciso, no entanto, que grandes varejistas apostassem na ideia. Quem enxergou a oportunidade foram dois dos maiores magazines do país: a Mesbla e o Mappin.
Eles importavam os aparelhos, convertiam para o sistema PAL-M e traduziam caixa e manuais. Ao colocarem nas prateleiras, as vendas foram fantásticas, embora o preço fosse muito maior do que o mesmo modelo vendido lá fora, a exemplo do que acontece ainda hoje.
O fato é que esse sucesso todo causou um grande interesse da indústria nacional em fabricar o Atari por aqui também. Em 1981, a primeira a se aventurar foi a Bit Eletrônica, que lançou o Top Game. Na verdade, a empresa criou um clone não-autorizado compatível com cartuchos da Atari. Como não tinha licença, ficou com receio e acabou mudando o tipo de soquete para não ter problemas legais.
Essa desistência afundou uma possível reação do console, que acabou ficando desconhecido por grande parte da população. Mais adiante, a Bit Eletrônica viu que tinha errado e lançou um adaptador, mas não conseguiu reverter o fracasso.
Com o vazio deixado, quem se mexeu foi a Sayfi Eletrônica, que lançou, no início de 1983, o Dactari, também conhecido como TV Computer System 2600-A. Era uma cópia descarada do Atari norte-americano sem autorização alguma da fabricante de lá. Como nosso mercado não tinha opção alguma, a tímida produção foi vendida rapidamente. Mais tarde, a Sayfi transformou-se na Milmar, que acabou se tornando uma forte indústria de videogames, principalmente com sua linha Dactar.
A situação mostrava que o consumidor brasileiro estava carente e disposto a comprar videogames, só precisava de volume e um preço justo. Grandes empresas, portanto, resolveram encarar o desafio.
No segundo semestre de 1983, quem entrou oficialmente no mercado foi a Polyvox, que fazia parte da Gradiente. Com um grande estande na Feira de Utilidades do Lar, no Rio de Janeiro, a empresa chegou com o selo oficial da Atari Corp e da Warner.
Com uma pesada campanha de marketing e uma grande pressão jurídica contra os concorrentes não-oficiais, a Polyvox lançou o primeiro Atari autorizado do país. Por fora e por dentro, ele era idêntico ao modelo todo preto da Atari nos EUA, também conhecido como Darth Vader.
1983 . Atari 2600 Polyvox
Foi o único aparelho realmente reconhecido pela Atari americana aqui no Brasil. Era idêntico ao Atari Darth Vaider com frete preta e chegou com uma forte campanha publicitária e muitas ameças jurídicas contra os concorrentes que vendiam consoles não-autorizados. Outras versões do Atari Polyvox foram lançadas, com modificações na disposição dos botões no console e controles.
No mesmo ano, quem resolveu entrar pra valer no mercado de consoles foi a Dynacom, que já era bem conhecida por reproduzir jogos da plataforma no Brasil.
A empresa lançou o Dynavision, um videogame totalmente compatível com o Atari, só que um visual bem diferente e alguns diferenciais bem interessantes. O principal deles era o joystick anatômico que trazia um botão central embaixo e outro botão no topo do controlador. Além disso, vinha com ventosas para grudá-lo bem a uma superfície lisa, o que era a glória para quem gostava do jogo Decathlon.
983 . Dynavision
Lançado pela Dynacom, que já era forte no ramo de venda e distribuição de cartuchos de videogames, o Dynavision chegou com um forte concorrente com seu design inovador e os característicos controles anatômicos, ideais para jogar Decathlon. Duas versões do console foram lançadas e a diferença eram apenas a quantidade de botões na parte frontal.A Milmar, que recém havia adquirido a Sayfi Eletrônica, resolveu enfrentar de frente o mercado de videogames e aproveitar a época de Natal para alavancar as vendas. Em 1983, lançou o Dactar, que trazia um desenho um design bem parecido com o Atari original.
1983 . Atari Dactar
O Dactar foi a primeira versão lançada pela Milmar, que havia recém comprado a Sayfi Eletrônica, que produzia o Dactari. Ao mudar de nome, foram colocados no mercado modelos mais simples e mais sofisticados, com detalhes em cromado.
No ano seguinte, a Milmar anunciou o Dactar II, que tinha um acabamento mais sofisticado. No entanto, o modelo mais chique mesmo foi o Dactar 007, que vinha em uma maleta estilizada com compartimentos para o console, cartuchos, controles, fonte e cabos.
1984 . Atari Dactar 007
A versão de luxo desse clone da Atari, fabricado pela Milmar, vinha dentro de uma maleta com compartimentos para o console, controles, cartuchos e fonte. Até hoje é uma peça disputada por colecionadores.
Outra empresa que resolveu aproveitar o mercado superaquecido foi a CCE. A tradicional fabricante de eletro-eletrônicos lançou, em 1984, o Supergame VG-2800. Com um visual bem parecido com o Coleco Gemini, vendido nos Estados Unidos, ele era mais compacto que o Atari. Embora tenha sido lançado com alguns títulos exclusivos, incluindo Mr.
Postman, o que realmente o fez ter sucesso foi seu preço, que era bem mais barato que o Atari da Polyvox. E como ele rodava todo e qualquer cartucho baseado na plataforma 2600, rapidamente chegou às crianças e adolescentes que ainda sonhavam com o brinquedo.
1984 . Supergame CCE VG-2800
Compacto, barato e com a cara do Coleco Gemini, o Supergame CCE VG-2800 foi um dos grandes concorrentes da Polyvox. O controle com botão amarelo e os cartuchos brancos eram marcas registradas do aparelho.
No mesmo ano, a CCE anunciou o Supergame 5600, que era praticamente a mesma coisa da anterior, só que com acabamento mais simples e mais barato. Como a inflação na época era galopante, as empresas tentavam baratear ao máximo os custos para os produtos não subirem tanto assim de preço.
1984 . Supergame CCE VG-5600
Com pequenas modificações em relação à versão VG-2800, o Supergame VG-5600, lançado pela CCE, tornou-se um grande concorrente por ser um videogame barato e compatível com todos os jogos da Atari
O último lançamento da CCE de um clone do Atari foi feito em 1985, com o mercado para esta plataforma já despencando. O Supergame VG-3000 desta vez era mais compacto, vinha nas cores preta ou vermelha e trazia dois controles ao estilo Gemini. Suas vendas foram tímidas se comparadas com as versões 2800 e 5600.
1985 . Supergame CCE VG-3000
Este foi o último modelo de videogame compatível com o Atari lançado pela CCE. Com acabamento bem pobre e controles que imitavam o do Coleco Gemini, este modelo vinha nas versões de cor preta ou vermelha.
Embora lá nos Estados Unidos o mercado de videogames estivesse bem decadente, aqui no Brasil ainda estava aquecido e as empresas apostavam cada vez mais em clones do Atari. Uma dessas empresas foi a Dismac, que até então fabricava apenas calculadoras. A primeira empreitada foi o lançamento, em 1984, do modelo VJ 9000, que tinha um desenho idêntico ao Atari original. O grande atrativo do aparelho era que, além dos controles tradicionais, vinha acompanhado também de dois paddles, aqueles que tinham botões giratórios (ideais para alguns jogos). Com isso, ele acabou atraindo alguns consumidores que queriam um diferencial em relação aos seus amigos.
1984 . Dismac VJ-9000
Com acabamento melhor, o VJ 9000 foi o único modelo de clone do Atari que vinha também com controles paddles de fábrica. Além disso, trazia jogos tradicionais traduzidos para o português.
Outro diferencial da linha Dismac eram os cartuchos traduzidos para nossa língua. Na verdade, só mudavam os nomes. O famoso Pitfall! era chamado de Pantanal; Freeway transformou-se em BR-101; Carnival em Domingo no Parque e por aí vai.
No mesmo ano, a Dismac anunciou o VJ 8900. Você deve estar estranhando a numeração. Se ele veio depois, por quê foi batizado de 8900, sendo que seu antecessor era 9000. Simples! Como a inflação era alta na época, a empresa tirou os paddles e mexeu um pouco no acabamento para que o aparelho não tivesse um preço maior.
Um detalhe interessante é que a Dismac, na época, também lançou uma versão diferenciada do VJ 8900 que levava a logomarca da Activision, a maior fabricante de cartuchos para Atari na época. Não se sabe se foi por encomenda ou apenas uma jogada de marketing, mas o fato é que não deve ter tido muitas unidades vendidas, uma vez que hoje é um aparelho muito difícil de se encontrar.
1984 . Dismac VJ-8900
Com um desenho muito parecido com o Atari original, o VJ 8900 era o “primo pobre” da linha Dismac. Por dentro era a mesma coisa; a diferença estava apenas no acabamento mais simples e a ausência dos controles paddles.
E por falar em raridade, o Dismac VJ 9100 já chegou a ser considerado uma lenda urbana. Este aparelho, no entanto, foi lançado em 1985, numa época em que a geração Atari começava a enfraquecer no país. Por fora e por dentro era praticamente idêntico ao modelo VJ 9000. Os controles eram bem parecidos com os da Dynacom.
1985 . Dismac VJ-9100
Este raríssimo console, que já foi até considerado uma lenda entre os colecionadores, era praticamente idêntico à versão VJ 9000. A tradicional linha vermelha frontal foi mantida pela Dismac.
No quesito raridade, um dos que disputa o título de primeiro lugar é o Onyx Jr. Este videogame, compatível com a Atari, foi lançado em 1985 pela Microdigital, que foi também fabricante de computadores da linha TK ( TK-80, TK-85, etc..). Na cor verde oliva e com controles parecidos com o do Coleco Gemini americano, ele tinha como grande diferencial a tecla PAUSE. Isso mesmo! Na época ninguém podia parar o jogo para ir ao banheiro e foi exatamente ele que trouxe este recurso.
1985 . Onyx Júnior
Este raro console, lançado pela Microdigital, tinha a cor verde, ao estilo militar, e controles bem parecidos com os do Coleco Gemini norte-americano. O grande diferencial, no entanto, era a tecla Pause, que permitia parar os jogos. Na época, nenhum outro fazia isso.
A plataforma Atari perdeu força no Brasil quando os computadores ficaram mais baratos e os clones do Nintendinho 8 bits começaram a chegar ao mercado. Mesmo assim, a Milmar, que já havia feito história com a linha Dactar, resolveu apostar, em 1986, no Memory Games.
A principal arma do console é que ele vinha com vários jogos já embutidos, além do conector dos cartuchos. Houve versões de 16, 32, 64, 128 e 256 jogos na memória. Em outros países, como na Austrália, chegou a ter versão com 512 jogos. Dependendo do modelo, o aparelho vinha com controles estilo Atari ou até gamepads, ao estilo Nintendo. E olha que os aparelhos fizeram sucesso!
1986 . Memory Game Milmar
Lançado como uma opção barata, já no fim da era Atari no Brasil, o Memory Game, da Milmar, tinha como diferencial os jogos embutidos na memória. Houve versões com 16, 32, 64, 128 e 256 jogos. A vantagem é que, mesmo assim, ainda era possível encaixar cartuchos do Atari. Ainda houve no mercado outros modelos de consoles bem parecidos, mas sem marca de fabricante.
Já no início da década de 90, a Dynacom resolveu inovar mais uma vez lançando o Megaboy. Ele era uma versão de mão do Atari que vinha com 3 jogos educativos na memória, mas que permitia conectar qualquer cartucho da Atari. O grande diferencial, no entanto, era a possibilidade de jogar no televisor sem mesmo estar perto. Ele funcionava sem fios, sintonizado em uma televisão qualquer por meio de uma antena. Com uma produção tímida, ainda hoje é difícil de encontrar entre os colecionadores.
1985 . Megaboy Compact
Esta foi uma das grandes novidades da Dynacom. Pena somente que veio meio tarde. O Megaboy Compact era um videogame de mão que se conectava à tv sem qualquer fio. Tinha jogos na memória e ainda trazia conector para cartuchos do Atari.
O fato é que o Atari, mesmo por meio de clones, foi um campeão de vendas no Brasil e até hoje os jogadores com mais de 35 ou 40 anos lembram desse console com alegria. Abaixo, confira o infográfico com os jogos mais famosos do Atari 2600 aqui no Brasil.
Fonte: Digital Retro