Durante o comentário sobre a Huawei esse especialista falou sobre essa questão de tecnologia na China
O progresso em inteligência artificial acontece numa velocidade surreal ( em poucos anos saíram do nada para o topo )
Nas pesquisas das chamadas tecnologias disruptivas - aquelas tecnologias que serão usadas no futuro - estão avançadíssimos ( aqui temos algumas matérias sobre, inclusive com acusações que eu não sei se são verdadeiras ):
Na corrida tecnológica, China ameaça EUA
Prisão de executiva da Huawei evidencia preocupação americana com avanço de empresas asiáticas na computação quântica e internet das coisas
A crise desencadeada pela prisão da executiva da Huawei deixou claro que, muito além de aço, soja e automóveis, o que está em jogo na guerra comercial é uma corrida tecnológica que, segundo especialistas, pode determinar quem vai guiar a próxima revolução industrial. Antes líderes incontestes no setor, com Google, Facebook, Microsoft e Amazon, os americanos veem os chineses se aproximando rapidamente e, em algumas áreas, já ficaram para trás.
Da lista de 50 start-ups mais valiosas do mundo, 22 são chinesas, incluindo as duas primeiras do ranking: Ant Financial e Bytedance. Os EUA têm 18 companhias no ranking. No relatório anual da Organização Mundial da Propriedade Intelectual, divulgado no último dia 3, o escritório chinês foi recordista de patentes em 2017: 1,38 milhão de pedidos, mais que o dobro de sua contraparte americana, com 607 mil
— Os EUA têm uma liderança na indústria de tecnologia, porque temos um grande mercado consumidor e investimos em pesquisa e desenvolvimento. O problema é que a China também tem — ressalta Robert Atkinson, presidente do think tank Information Technology & Innovation Foundation e que copresidiu o Escritório da Casa Branca para Políticas de Ciência e Tecnologia. —
O que os chineses estão fazendo é uma ameaça sistemática a essa liderança. Se o mundo não acordar, a indústria de tecnologia será controlada pela China.
O crescimento exponencial das empresas chinesas de tecnologia nos últimos anos ocorreu graças a pesados subsídios do Partido Comunista à indústria local, o que gera no Ocidente o temor de risco de espionagem governamental em uma área sensível. Para Atkison, Pequim usa a espionagem cibernética “de forma agressiva” para roubar segredos da indústria e de governos e repassá-los a companhias chinesas.
Há meses a Huawei já estava na mira dos americanos. Agências de inteligência alegam que a empresa mantém relações com o governo chinês e que seus equipamentos têm portas secretas para espionagem. Nenhuma prova foi apresentada, e a empresa nega a acusação.
Mas a pressão americana levou Austrália e Nova Zelândia a banirem equipamentos Huawei na construção de suas redes de telefonia 5G. E operadoras do Reino Unido e Canadá — países que completam o grupo conhecido como “Five Eyes”, de compartilhamento de informações de agências de inteligência — também excluíram os aparelhos da Huawei.
A suspeita de espionagem se soma a um temor de ficar atrás na corrida tecnológica, que hoje ocorre em diferentes campos além da rede 5G, como inteligência artificial, painéis solares ou computação quântica.
No ano passado, Pequim divulgou o projeto para se tornar líder no campo da inteligência artificial. Segundo o documento, o primeiro passo é alcançar os EUA até 2020, para se tornar líder global até 2030. Nessa linha, o país respondeu por 48% dos investimentos globais em start-ups de inteligência artificial em 2017, assumindo a posição dos EUA, com 38% do montante total. No ano anterior, a participação chinesa era de apenas 11,3%.
— A corrida tecnológica está oficializada em documentos do Partido Comunista. A estratégia deles em inteligência artificial é bastante clara ao colocar um prazo para assumir a liderança global — diz Carlos Affonso, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade. — Em geral, no regime de inovações, o tempo é curto, mas tangível para a China.
Historicamente, a liderança do desenvolvimento tecnológico das revoluções industriais pesa na balança de poder. Aconteceu com o Reino Unido no século XVIII e com os EUA na segunda metade do século XX. A China, que perdeu o bonde no passado, tem uma estratégia para estar à frente da próxima onda de inovação. Batizado como
Made in China 2025, o plano aprovado pelo governo há três anos pretende transformar o país de fábrica para centro tecnológico do mundo.
— Muitos países possuem estratégias para a próxima geração de tecnologias avançadas, como robótica, internet das coisas, inteligência artificial e bioengenharia, mas nenhum está agindo de forma injusta como a China — critica Atkinson. — Ninguém está roubando tecnologia ou usando subsídios para destruir competidores.
A China também investe para ser o primeiro país a alcançar a computação quântica. Em vez dos bits binários, esses computadores usam o movimento de partículas subatômicas para processar dados em quantidades impensáveis com as tecnologias atuais, com uma fração da energia. Em 2016, o país lançou o primeiro satélite quântico do mundo e anunciou o investimento de US$ 10 bilhões para a criação de um novo centro de pesquisas na área. Na época, o orçamento do governo americano para a tecnologia era de US$ 200 milhões anuais.
O satélite ilustra a estratégia chinesa de dominar a tecnologia antes de outras nações. Pelo poder de processamento, os computadores quânticos tornarão os atuais sistemas de proteção cibernética obsoletos. Para o tráfego seguro de dados, a comunicação exigirá criptografia quântica, e o satélite chinês é a última palavra em tecnologia.
No desenvolvimento de serviços de tecnologia para o dia a dia, empresas chinesas têm uma ferramenta que não está disponível para suas rivais ocidentais: o acesso aos dados pessoais da população de 1,4 bilhão de habitantes do país. Diferentemente do que ocorre nos EUA, na Europa e em outros países do Ocidente, na China as regras para uso de dados pessoais de consumidores e internautas são muito mais flexíveis.
No front do comércio exterior, os subsídios do governo chinês levantam críticas de atuação danosa à concorrência. Como exemplo dessa atividade predadora, Atkinson cita o mercado de painéis solares. A tecnologia foi desenvolvida nos EUA na década de 1940, mas, após a entrada dos chineses no setor, pouco depois da virada deste século, a indústria americana foi praticamente dizimada.
— As companhias americanas, brasileiras, europeias competem umas com as outras, baseadas nas forças de mercado. Os chineses não — afirma Atkinson. — Os chineses podem reduzir os preços a um nível abaixo do mercado e comprar tecnologias caras. Isso é uma violação completa do espírito da Organização Mundial do Comércio (OMC). A segunda maior economia do mundo não respeita as regras.
Hoje, a China detém cerca de 55% do mercado global de painéis solares, com EUA, Índia e Japão somando outros 30%. O temor, diz Atkinson, é que o cenário se repita em outros setores, considerados estratégicos para a indústria do futuro. No campo da supercomputação, os EUA conseguiram retomar o topo da lista pela primeira vez desde 2012, mas os chineses têm maior número de máquinas entre as 500 mais potentes do mundo. (Com agências internacionais)
Prisão de executiva da Huawei evidencia preocupação americana com avanço de empresas asiáticas na computação quântica e internet das coisas
oglobo.globo.com
Os trabalhos de pesquisa da China lideram o mundo em tecnologia de ponta
Nikkei e Elsevier colocam o país no topo de 75% dos campos mais importantes
TÓQUIO -
A China domina um ranking global dos trabalhos de pesquisa mais citados publicados nos 30 campos de tecnologias mais importantes, um desenvolvimento que deve alarmar a liderança americana já desconfiada de seu crescente rival asiático.
O país asiático produziu a maior parcela em 23 dos 30 campos que mais atraíram o interesse, enquanto os Estados Unidos conquistaram a coroa em apenas outros sete. Nikkei e Elsevier compilaram o ranking com base nos dados de 2013-18 fornecidos pela editora holandesa, cobrindo um total de 17,2 milhões de documentos.
Materiais conhecidos como perovskitas, usados para fazer células solares altamente eficientes, encabeçaram a lista desses 30 campos, seguidos por camadas monatômicas que devem levar a semicondutores mais rápidos e eficientes em termos energéticos. As baterias de íons de sódio que são vistas como fonte de energia de baixo custo estão em terceiro lugar.
A China liderou o mundo na maioria dos principais campos, e cada uma das cinco áreas no top 10 está ligada à pesquisa de baterias. Foi responsável por mais de 70% de todos os trabalhos sobre fotocatalisadores e tratamento de câncer com alvo de ácido nucleico. Os EUA lideraram em três áreas de biotecnologia, incluindo a edição do genoma nº 7 e a imunoterapia nº 10.
A China foi anteriormente conhecida pelo grande volume de seus trabalhos de pesquisa, mas a qualidade melhorou exponencialmente nos últimos anos. Foi responsável pelos artigos que tiveram o maior impacto, com base em fatores como o número de citações.
Os EUA estão profundamente desconfiados da crescente presença da China.
O presidente Donald Trump criticou repetidamente a iniciativa "Made in China 2025", de Pequim, de promover a indústria doméstica à medida que as preocupações dos EUA sobre a ascensão do país à pesquisa tecnológica exacerbam a atual guerra comercial.
Mais do que os EUA ou o Japão, a China concentrou seu investimento em áreas com potencial comercial, com foco particular na ciência de materiais, disse Elsevier. Pequim está mirando 10 campos centrais em sua campanha Made in China 2025. Os campos centrais do Made in China 2025 podem ser vistos na lista de tópicos de pesquisa que o país domina no ranking.
Os EUA reagiram tomando medidas contra empresas emergentes intimamente ligadas ao Made in China 2025, como as fabricantes de equipamentos de telecomunicações Huawei e ZTE . As tensões entre os países se intensificarão na medida que os EUA ficarem preocupados com o fato de a China dominar os campos de pesquisa que provavelmente serão comercializados em cinco a dez anos.
Enquanto isso, o Japão fica atrás de ambos os países, com menos de 10% de participação em quase todos os 30 principais campos. Os gastos em P & D chegaram a 18,4 trilhões de ienes (US $ 170 bilhões a taxas atuais), bem abaixo da metade dos totais americanos e chineses.
Nikkei and Elsevier place the country atop 75% of the most important fields
asia.nikkei.com
E aqui temos uma noção melhor do porque esse país vem incomodando tanto, veja que a rapidez do desenvolvimento deles é surreal. Acho que nem os tigres asiáticos saíram da m**** num espaço tão curto de tempo, em pouquíssimo tempo deixaram de ser um país de escravos para se tornar um país de engenheiros e cientistas
Nas últimas semanas o Fantástico vem apresentando uma série de reportagens sobre a China
Na semana retrasada um grupo de especialistas esteve no Bial para falar sobre a China:
Um país tecnologicamente atrasado jamais teria isso
O Trump disse que eles só conseguiram progredir nessa velocidade porque protagonizaram o maior roubo da história:
O magnata afirmou que os chineses são responsáveis pelo “maior roubo da história do mundo”
https://veja.abril.com.br/mundo/trump-acusa-china-de-comercio-desleal-contra-os-eua/
O Trump acusa os chineses de roubo de propriedade intelectual, espionagem e de obrigar as empresas estrangeiras a transferir tecnologia.