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Mesmo com Trump, a indústria chinesa vai estar bem em 2025
China desenvolve um ambicioso plano em segmentos de alta tecnologia, como automação, microchips e carros autônomos
Linha de produção automatizada em Dongguan, Sul da China
"A China terá sucesso na construção de uma poderosa indústria tecnológica que vai rivalizar com os Estados Unidos, mesmo com a guerra comercial de Trump. A razão pode ser encontrada no quarto andar de uma fábrica em uma cidade que já foi famosa pela manufatura barata e pela prostituição.
Situada na cidade chinesa de Dongguan, ao sul e perto de Hong Kong, ela chegou a empregar "um mar de gente", como disse um funcionário. Agora, os funcionários estão sendo substituídos pelo zumbido de máquinas, cada uma executando o trabalho que 15 pessoas levavam 26 etapas para terminar.
A movimentação ocorre de baixo para cima, de cima pra baixo, dos negócios e das cidades por todo o país.
O programa está sendo impulsionado por empresas como a Mentech Optical & Magnetic Co. de Dongguan, a proprietária da fábrica, que se preocupam com custos trabalhistas e seu próprio futuro. Isso ocorre nos governos locais, que buscam maneiras de permanecerem relevantes, em uma rede cada vez maior de empreendedores do setor privado, entre acadêmicos e políticos do partido que trabalham de modo cada vez mais coeso para reformular as fábricas chinesas e seu futuro. Além disso, outras cidades – como, por exemplo, Suzhou, Wenzhou, Xuzhou e as áreas industriais em torno de grandes centros como Xangai – desenvolveram seus próprios planos da automação.
"Se o Made in China 2025 fosse um carro, a partida foi dada e ele já começou a se mover", disse Zhang Guojun, diretor do Instituto Guangdong de Robótica Inteligente em Dongguan, um dos diversos centros de pesquisa locais que ajudam na atualização das fábricas quem contam com apoio estatal. "A cidade já estava se automatizando bem antes de o plano ser divulgado em 2015, mas a política lhes deu uma orientação clara", disse ele.
Dongguan dependia da produção e da exportação de sapatos, brinquedos e peças eletrônicas para os Estados Unidos e a Europa. Sob vários aspectos, era o cenário da China industrial existente na imaginação popular, com áreas inteiras permeadas por fileiras de fábricas, uma após a outra.
Então, veio a crise financeira de 2008; as encomendas desapareceram.
Antes que o Made in China 2025 se tornasse uma política, Dongguan iniciou a "substituição de seres humanos por máquinas". Mais tarde, canalizou dinheiro para outras iniciativas de automação. As empresas que poderiam provar que tinham um projeto de pesquisa digno ou que estavam dispostas a investir em robôs, software ou máquinas avançadas, poderiam ganhar subsídios e incentivos fiscais. Smartphones, móveis, máquinas e até empresas de confeitaria tiveram apoio, mostram documentos oficiais.
A Mentech, fornecedora de equipamentos de telecomunicações, já chegou a ter centenas de trabalhadores produzindo, embalando e testando fios magnéticos tão finos quanto um fio de cabelo, tudo à mão. Na parede lateral de uma fábrica está afixada a lista de benefícios que os postos de trabalho oferecem: salários mensais com horas extras de até cerca de US$ 1.100, dormitórios climatizados, Wi-Fi gratuito e até mesmo presente de aniversário.
Hoje a manufatura, que já precisou de mais de 300 trabalhadores, precisa de 100. Mais da metade da produção foi automatizada. Os empregados restantes em torno das máquinas serão provavelmente substituídos por outras máquinas em um ou dois anos.
Para ajudar, o governo de Dongguan forneceu subsídios. Também está atraindo startups e ajudando cientistas a abrir centros de pesquisa para fornecer mais know-how.
Uma startup que ajuda a Mentech é a Dongguan Precision Intelligent Technology Co., Ltd. , fornecedora de boa parte das máquinas de que a companhia precisa para se tornar inteiramente automatizada.
Dê uma olhada no terminal de contêiner totalmente automatizado da China
China desenvolve um ambicioso plano em segmentos de alta tecnologia, como automação, microchips e carros autônomos
Linha de produção automatizada em Dongguan, Sul da China
"A China terá sucesso na construção de uma poderosa indústria tecnológica que vai rivalizar com os Estados Unidos, mesmo com a guerra comercial de Trump. A razão pode ser encontrada no quarto andar de uma fábrica em uma cidade que já foi famosa pela manufatura barata e pela prostituição.
Situada na cidade chinesa de Dongguan, ao sul e perto de Hong Kong, ela chegou a empregar "um mar de gente", como disse um funcionário. Agora, os funcionários estão sendo substituídos pelo zumbido de máquinas, cada uma executando o trabalho que 15 pessoas levavam 26 etapas para terminar.
A movimentação ocorre de baixo para cima, de cima pra baixo, dos negócios e das cidades por todo o país.
O programa está sendo impulsionado por empresas como a Mentech Optical & Magnetic Co. de Dongguan, a proprietária da fábrica, que se preocupam com custos trabalhistas e seu próprio futuro. Isso ocorre nos governos locais, que buscam maneiras de permanecerem relevantes, em uma rede cada vez maior de empreendedores do setor privado, entre acadêmicos e políticos do partido que trabalham de modo cada vez mais coeso para reformular as fábricas chinesas e seu futuro. Além disso, outras cidades – como, por exemplo, Suzhou, Wenzhou, Xuzhou e as áreas industriais em torno de grandes centros como Xangai – desenvolveram seus próprios planos da automação.
"Se o Made in China 2025 fosse um carro, a partida foi dada e ele já começou a se mover", disse Zhang Guojun, diretor do Instituto Guangdong de Robótica Inteligente em Dongguan, um dos diversos centros de pesquisa locais que ajudam na atualização das fábricas quem contam com apoio estatal. "A cidade já estava se automatizando bem antes de o plano ser divulgado em 2015, mas a política lhes deu uma orientação clara", disse ele.
Dongguan dependia da produção e da exportação de sapatos, brinquedos e peças eletrônicas para os Estados Unidos e a Europa. Sob vários aspectos, era o cenário da China industrial existente na imaginação popular, com áreas inteiras permeadas por fileiras de fábricas, uma após a outra.
Então, veio a crise financeira de 2008; as encomendas desapareceram.
Antes que o Made in China 2025 se tornasse uma política, Dongguan iniciou a "substituição de seres humanos por máquinas". Mais tarde, canalizou dinheiro para outras iniciativas de automação. As empresas que poderiam provar que tinham um projeto de pesquisa digno ou que estavam dispostas a investir em robôs, software ou máquinas avançadas, poderiam ganhar subsídios e incentivos fiscais. Smartphones, móveis, máquinas e até empresas de confeitaria tiveram apoio, mostram documentos oficiais.
A Mentech, fornecedora de equipamentos de telecomunicações, já chegou a ter centenas de trabalhadores produzindo, embalando e testando fios magnéticos tão finos quanto um fio de cabelo, tudo à mão. Na parede lateral de uma fábrica está afixada a lista de benefícios que os postos de trabalho oferecem: salários mensais com horas extras de até cerca de US$ 1.100, dormitórios climatizados, Wi-Fi gratuito e até mesmo presente de aniversário.
Hoje a manufatura, que já precisou de mais de 300 trabalhadores, precisa de 100. Mais da metade da produção foi automatizada. Os empregados restantes em torno das máquinas serão provavelmente substituídos por outras máquinas em um ou dois anos.
Para ajudar, o governo de Dongguan forneceu subsídios. Também está atraindo startups e ajudando cientistas a abrir centros de pesquisa para fornecer mais know-how.
Uma startup que ajuda a Mentech é a Dongguan Precision Intelligent Technology Co., Ltd. , fornecedora de boa parte das máquinas de que a companhia precisa para se tornar inteiramente automatizada.
Why Made in China 2025 Will Succeed, Despite Trump (Published 2018)
The modernization push will proceed even if the White House finds a way to hinder the Beijing-led effort to propel its businesses into the next century.
www.nytimes.com