A que ponto chegamos
Governo da Alemanha aconselha judeus a não usarem peça religiosa em público
O comissário de antissemitismo do governo alemão, Felix Klein, aconselhou que homens judeus não usem o quipá em público em todos os lugares do país, devido ao aumento de crimes antissemitas.
Por G1
26/05/2019 10h22 Atualizado há uma hora
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O governo da Alemanha alertou judeus a não usarem o quipá, um item religioso de vestuário, em público — Foto: Frank Rumpenhorst / dpa / AFP
O governo da
Alemanha aconselhou, neste sábado (25), à comunidade judia que não use o quipá — item religioso de vestuário que homens da religião usam na cabeça — em público em todos os lugares do país, devido ao aumento na quantidade de crimes antissemitas.
Um dos motivos seria a imigração, para a Alemanha, de pessoas de países muçulmanos, afirmou o ministro das Relações Exteriores do país, Heiko Maas, em entrevista ao jornal.
Em 2015, o país recebeu mais de 1 milhão de pedidos de asilo, principalmente dos que fugiam da guerra na Síria.
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Ministro alemão de Relações Exteriores, Heiko Maas — Foto: Thomas Samson / AFP
Por outro lado, o ministro também alertou sobre o aumento do preconceito contra muçulmanos. "Em uma Europa livre e tolerante, nós precisamos proteger de ofensas uma mulher cobrindo a cabeça tanto quanto um homem usando um quipá", lembrou.
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Foto de fevereiro de 2016 mostra imigrantes em uma aula para refugiados e requerentes de asilo em Munique, na Alemanha — Foto: Christof Stache/AFP
O número de ataques contra judeus na Alemanha cresceu de 1.504 em 2017 para 1.648 em 2018, diz a Deutsche Welle — um aumento de 10%. No ano passado, um homem usando a Estrela de Davi, que aparece na bandeira de Israel, foi espancado no centro de Berlim. Algumas semanas antes, um jovem sírio de 19 anos atacou um israelense árabe e o amigo dele ainda à luz no dia. Ambos usavam quipás, e o ataque foi presumido como sendo antissemita.
Liberdade religiosa
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O ministro do Interior da Bavária, Joachim Herrmann. — Foto: DW/R. Oberhammer
O ministro do Interior do estado da Bavária, Joachim Herrmann, discordou do alerta do comissário de antissemitismo e encorajou os judeus alemães a usarem o quipá, afirmandop que isso faz parte da liberdade religiosa.
Klein sugeriu que a polícia, professores e advogados sejam melhor treinados para reconhecer o que constitui o antissemitismo.