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Alguém me recomenda um material / curso gratuito pra aprender Python, desde o básico no caso.
 

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Ainda não troco um app nativo por esses hibridos por nada, mas tem a questão do Tempo. Tipo na agencia onde faço bicos, os prazos são de 20 dias, 30 dias NO MÁXIMO pra fzr um sistema WEB MOBILE (estamos negociando para começar a desenvolver uns apps), imagina fazer um APP com apenas 20 dias de prazo? Não dá. React já facilita devido o frontend ser em HTML e CSS, e é muito fácil e rápido de se fazer as interfaces gráficas elegantes e além do Javascript, que é mais fácil de se trabalhar. Mas claro, React só vale a pena o cara aprender se for certo TRABALHAR nos próximos dias (expressão de falar), não adianta o cara querer estudar REACT se não tem nenhuma proposta ou chance de trabalhar com a ferramenta em seguida... Infelizmente essas frameworks duram pouco.
Sim, verdade, tudo depende da demanda e do que realmente querem e nada de prometer milagres em 20 dias. :kbeca
 

Comedor de Caixinha

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Como um não programador, eu digo o que penso: acho que a situação de desenvolvimento está RIDÍCULA e insustentável.

Quantos fucking programas,frameworks, libraries, open source e os c***lho podem existir? Os programadores ficam correndo atrás do rabo e não existe padronização. Insanidade essa porra.

Eu acho que a ascensão dessas linguagens "da moda" tipo python, react e os caralhos, um monte de open-source tudo remendado é um pântano de medíocridade. Não sei qual a solução, mas o problema claramente existe. Precisa existir uma padronização e um conjunto finito de ferramentas, com suporte e amplo conhecimento compartilhado, e que tenha adoção em massa. E acho que vocês devs que estão sofrendo precisam separar o joio do trigo e tentar focar naquilo que realmente importa e esquecer de ficar correndo atrás do que "estão usando agora".

Conheço alguns devs que abriram empresa e criam software, eles usam os mesmos programas há décadas, até Delfi os caras usam, e se tem alguma solução tosca no meio do caminho lá o cara se vira e adapta os programas dele pra integrar sem que ele precise sujar as mãos nessa bagunça...talvez seja o caminho. Me parece que existem muitos devs despreparados no mercado, que tem medo de dizer NÃO pros clientes e chefes, em parte porque não e especializaram em nenhuma tecnologia específica, e assim não possuem a competência de criar soluções desafiando os requisitos "da moda" que os clientes pedem que mudam a cada semana. O que pensam disso?

Outra coisa que eu penso, é quanto tempo mais isso vai durar. Com a IA neural, acho que a tendência é cada vez mais a IA ser presente e se parar pra pensar, a IA deveria ser facilmente capaz de substituir o papel de um programador. Existem muitos temas que as máquinas não podem ainda substituir o trabalho, porém programação não é um desse. Deveria ja haver uma IA capaz de eu dar meu requisito de negócio, e ela cuspir uma interface que atenda os requisistos e a própria máquina realiza toda a programação, afinal basta escovar os bits ali dentro....e se for feito por uma máquina, a coisa ainda deve funcionar perfeitamente sem bugs e com a performance o mais otimizada possível.
 

Teco-

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Como um não programador, eu digo o que penso: acho que a situação de desenvolvimento está RIDÍCULA e insustentável.

Quantos fucking programas,frameworks, libraries, open source e os c***lho podem existir? Os programadores ficam correndo atrás do rabo e não existe padronização. Insanidade essa porra.

Eu acho que a ascensão dessas linguagens "da moda" tipo python, react e os caralhos, um monte de open-source tudo remendado é um pântano de medíocridade. Não sei qual a solução, mas o problema claramente existe. Precisa existir uma padronização e um conjunto finito de ferramentas, com suporte e amplo conhecimento compartilhado, e que tenha adoção em massa. E acho que vocês devs que estão sofrendo precisam separar o joio do trigo e tentar focar naquilo que realmente importa e esquecer de ficar correndo atrás do que "estão usando agora".

Conheço alguns devs que abriram empresa e criam software, eles usam os mesmos programas há décadas, até Delfi os caras usam, e se tem alguma solução tosca no meio do caminho lá o cara se vira e adapta os programas dele pra integrar sem que ele precise sujar as mãos nessa bagunça...talvez seja o caminho. Me parece que existem muitos devs despreparados no mercado, que tem medo de dizer NÃO pros clientes e chefes, em parte porque não e especializaram em nenhuma tecnologia específica, e assim não possuem a competência de criar soluções desafiando os requisitos "da moda" que os clientes pedem que mudam a cada semana. O que pensam disso?

Outra coisa que eu penso, é quanto tempo mais isso vai durar. Com a IA neural, acho que a tendência é cada vez mais a IA ser presente e se parar pra pensar, a IA deveria ser facilmente capaz de substituir o papel de um programador. Existem muitos temas que as máquinas não podem ainda substituir o trabalho, porém programação não é um desse. Deveria ja haver uma IA capaz de eu dar meu requisito de negócio, e ela cuspir uma interface que atenda os requisistos e a própria máquina realiza toda a programação, afinal basta escovar os bits ali dentro....e se for feito por uma máquina, a coisa ainda deve funcionar perfeitamente sem bugs e com a performance o mais otimizada possível.

Sobre inteligencia artificial penso o contrario, programar não é so ficar copiando e colando codigo, vc tem que resolver os problemas, pensar, etc quando tiver IA nesse nivel pra pensar em tudo aí chegariamos na singularidade nisso, e vai ser o menor dos problemas dai.

Mas podem sim substituir o trabalho repetitivo e coisas menos complexas nessa area, a base pode ser substituida mas sempre vai ter algo mais avancado que nao vai dar pra automatizar, ate chegar nesse ponto ai pra substituir todo mundo acho que demora muito, e ate la muita coisa pode mudar.

Primeira coisa que acho que vai ser substituida sao motoristas de caminhao, taxis, etc, e ainda estamos longe de carros autonomos nivel 5 que seria um carro 100% autonomo.


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Comedor de Caixinha

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Sobre inteligencia artificial penso o contrario, programar não é so ficar copiando e colando codigo, vc tem que resolver os problemas, pensar, etc quando tiver IA nesse nivel pra pensar em tudo aí chegariamos na singularidade nisso, e vai ser o menor dos problemas dai.

Mas podem sim substituir o trabalho repetitivo e coisas menos complexas nessa area, a base pode ser substituida mas sempre vai ter algo mais avancado que nao vai dar pra automatizar, ate chegar nesse ponto ai pra substituir todo mundo acho que demora muito, e ate la muita coisa pode mudar.

Primeira coisa que acho que vai ser substituida sao motoristas de caminhao, taxis, etc, e ainda estamos longe de carros autonomos nivel 5 que seria um carro 100% autonomo.


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Discordo. Quem adiciona complexidade é o elemento humano. Se não fosse as pessoas esse cenário de programação não seria essa bagunça.

Programação se resume a um input, processamento e output, mais o armazenamento e transmissão de dados. Existem protocolos para tudo isso. Uma interface que conheça os protocolos seria perfeitamente capaz de interpretar uma série de comandos e fazer as transformações necessárias para entregar o resultado desejado do outro lado.

O problema é que as pessoas não param de criar protocolos novos, que não conversam entre si. Aí criam-se protocolos adicioanais pra integrá-los. E cada lugar usa uma coisa diferente de uma época diferente. É esse fogo no rabo que levou a essa complexidade absurda. e sem cabimento.
 


Comedor de Caixinha

Bam-bam-bam
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Isso é mais questão de falta de informação ou melhor, excesso de informação (paradoxo de escolhas).

Parece que a maioria das pessoas são de fato "amadores remunerados". A maioria carece de fundamentos e por isso tem todo esse rebuliço com frameworks. As vezes os frameworks são criados por conta disso. Esse artigo explica bem sobre isso:

https://www.eximiaco.tech/pt/2019/05/31/somos-amadores-remunerados/

Pior ainda é essa ideia de que "ah, o Google está usando, o Spotify tem modelo x, vamos usar", sendo que normalmente essas empresas apresentam esse modelo para resolver um problema interno deles. Sua empresa não é o Google, logo isso não necessariamente vai funcionar pra você. É mais propaganda, de forma que eles possam atrair programadores para suas empresas.

Frameworks e linguagens são mera ferramentas.
O importante é saber os fundamentos, pois sem os fundamentos, as pessoas ficam perdidas com tanta coisa,, sem saber o motivo da criação de uma nova linguagem ou framework. Tudo tem um motivo:

Por isso acho importante estudar a história da computação, para entender o que motivou a criação de tais linguagens e frameworks.

Vamos pegar o javascript, que é o mais famigerado criador de frameworks.

O javascript foi criado para deixar as páginas web mais dinâmicas, pois o HTML e o CSS as deixavam apenas estáticas. Para abrir o leque de possibilidades, ela foi criada sendo multiparadigma, ou seja, podia ser estruturada, orientada a objetos, funcional, etc. Super flexível mas ao mesmo tempo, complexa e confusa.

Com o passar dos anos, foi-se criado frameworks para facilitar as coisas. Ao invés de ter que escrever um monte de código pra fazer algo, era só pegar uma coisa pronta e já pulava boa parte do caminho. É tipo fazer bolo com farinha, ovos e leite e fazer um bolo com massa pronta de caixinha.

É só ler as premissas desses frameworks:

Jquery: Foi a primeira tentativa bem sucedida de simplificar as coisas, agilizou demais o desenvolvimento web;
React: Criar interfaces eficientes, facilitando o frontend e tornar o código reutilizável;
React Native: Para criar aplicativos mobile, evitando ser obrigado a usar duas linguagens diferentes pra desenvolver mobile;
Vue.JS: Também foi criado para fazer interfaces, porém com execução mais rápida e mais modular;
AngularJS: Tentativa do Google de simplificar o Javascript, porém foi falho, com muitos problemas;
Angular: Nova tentativa, tudo reescrito e feito corretamente usando TypeScript: TypeScript foi a Microsoft arrumando o JavaScript, deixando o mais fácil de escrever. Pense no javascript como algo escrito a mão e o TypeScript como alguém digitando o texto em formato eletrônico.
Node.JS: Javascript foi pensado como algo para o frontend. Então alguém pensou "será que eu consigo fazer algo pro backend?". E aí nasceu o Node.JS, com a premissa de que você usaria somente uma linguagem para fazer um sistema completo.

Sopa de letrinhas eu sei, mas isso é apenas um mar de opções.
Padronização meio que já existe, mas isso é liberdade de mercado, existem várias formas diferentes de criar negócio e ganhar dinheiro com isso.
Talvez por isso muitos programadores ficam travados. Ao invés de ficar pensando em qual tecnologia usar, eles deveriam pensar no negócio, em como ganhar dinheiro com determinada ferramenta, em como resolver problemas.
Eu entendo isso, tenho noção de como chegamos a este cenário. Meu ponto é: existem camadas demais. E como você disso, tem muitos amadores no mercado e eles estão perpetuando um cenário insustentável. O que acontece quando o pessoal mais velho começar a se aposentar?

Aí você tem empresas cheias de ineficiências e que mal conseguem arrumar seus próprios softwares, como Google e microsoft, criando novas camadas meio-termo para "facilita", mas que trazem consigo sua própria complexidade além de uma enorme bagagem de bugs, introduz mais um ponto de falha na cadeia.

Todo esse modelo é falho e cria um feedback retroalimentado - pense numa guitarra muito perto do amplificador, ou de uma conferencia onde os telefones são captados pelos proprios microfones.

Pra mim parece óbvio que essa tentativa de facilitar a vida do programador é errado, ou, no mínimo, já ultrapassou os limites da viabilidade. O foco deveria estar em reduzir a quantidade de camadas, e criar sistemas mais unificados, simples, e mais orientados em traduzir diretamente os requisitos do usuário final, sem necessidade de humanos digitando linhas de código.

Talvez não haja incentivo para isso por medo romper com um mercado bilhonário e impactar milhões de empregos.
 

Comedor de Caixinha

Bam-bam-bam
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Não é bem assim. A complexidade está no universo, só tentar ver algo sobre física quântica.

O que você descreve é algo básico e já é automatizado. Agora, enxergar um problema e tentar ver as formas de resolver ele, já é algo inerente ao ser humano e máquina alguma faz isso ou acreditam que vai demorar um bocado ainda.

Continuemos o exercício. Quantos programadores mundo afora, estão fazendo programinhas empresariais bunda, que se encaixam exatamente no cenário que eu propus? Os "problemas" resolvidos pelo software sendo extremamente simples, conceitualmente falando. Prefeitamente capaz de ser automatizado. As soluções já são conhecidas e há receitas de bolo para executá-las.

No entanto, há um batalhão inteiro de pessoas e milhões de dólares gastos pra dar vida a esse programa bunda. Pois há um emaranhado de gambiarras interligadas, onde cada erro no meio do caminho é "resolvido" adicionando ainda mais camadas de complexidade.


Os desenvlvedores estão gastando toda a massa cerebral apenas tentando entender toda essa barafunda. Quanto pensamento e mão de obra é desperdiçado em cima de refazer as mesmas funções báscias?

QUantos desses poderiam estar envolvidos em pesquisa real e usando suas habilidades de desenvolvimento trabalhando em conceitos realmente inovadores e que de fato avançam a tecnologia?
 

Teco-

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Continuemos o exercício. Quantos programadores mundo afora, estão fazendo programinhas empresariais bunda, que se encaixam exatamente no cenário que eu propus? Os "problemas" resolvidos pelo software sendo extremamente simples, conceitualmente falando. Prefeitamente capaz de ser automatizado. As soluções já são conhecidas e há receitas de bolo para executá-las.

No entanto, há um batalhão inteiro de pessoas e milhões de dólares gastos pra dar vida a esse programa bunda. Pois há um emaranhado de gambiarras interligadas, onde cada erro no meio do caminho é "resolvido" adicionando ainda mais camadas de complexidade.


Os desenvlvedores estão gastando toda a massa cerebral apenas tentando entender toda essa barafunda. Quanto pensamento e mão de obra é desperdiçado em cima de refazer as mesmas funções báscias?

QUantos desses poderiam estar envolvidos em pesquisa real e usando suas habilidades de desenvolvimento trabalhando em conceitos realmente inovadores e que de fato avançam a tecnologia?
Mas dai nesse caso o programador passaria a trabalhar com outra coisa mais complexa e mais util, pensando assim dai concordo q pode acontecer, mas quando nao sei, tinha entendido que vc disse no 1o post que iria acabar o emprego nessa area por causa da IA.

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Azeon

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Como um não programador, eu digo o que penso: acho que a situação de desenvolvimento está RIDÍCULA e insustentável.

Quantos fucking programas,frameworks, libraries, open source e os c***lho podem existir? Os programadores ficam correndo atrás do rabo e não existe padronização. Insanidade essa porra.

Eu acho que a ascensão dessas linguagens "da moda" tipo python, react e os caralhos, um monte de open-source tudo remendado é um pântano de medíocridade. Não sei qual a solução, mas o problema claramente existe. Precisa existir uma padronização e um conjunto finito de ferramentas, com suporte e amplo conhecimento compartilhado, e que tenha adoção em massa. E acho que vocês devs que estão sofrendo precisam separar o joio do trigo e tentar focar naquilo que realmente importa e esquecer de ficar correndo atrás do que "estão usando agora".

Conheço alguns devs que abriram empresa e criam software, eles usam os mesmos programas há décadas, até Delfi os caras usam, e se tem alguma solução tosca no meio do caminho lá o cara se vira e adapta os programas dele pra integrar sem que ele precise sujar as mãos nessa bagunça...talvez seja o caminho. Me parece que existem muitos devs despreparados no mercado, que tem medo de dizer NÃO pros clientes e chefes, em parte porque não e especializaram em nenhuma tecnologia específica, e assim não possuem a competência de criar soluções desafiando os requisitos "da moda" que os clientes pedem que mudam a cada semana. O que pensam disso?

Outra coisa que eu penso, é quanto tempo mais isso vai durar. Com a IA neural, acho que a tendência é cada vez mais a IA ser presente e se parar pra pensar, a IA deveria ser facilmente capaz de substituir o papel de um programador. Existem muitos temas que as máquinas não podem ainda substituir o trabalho, porém programação não é um desse. Deveria ja haver uma IA capaz de eu dar meu requisito de negócio, e ela cuspir uma interface que atenda os requisistos e a própria máquina realiza toda a programação, afinal basta escovar os bits ali dentro....e se for feito por uma máquina, a coisa ainda deve funcionar perfeitamente sem bugs e com a performance o mais otimizada possível.

Você sabe onde eu trabalho, uma das ferramentas que eu suporto sustenta o maior pilar daqui e é feito no maravilhoso VB6, mas nesse caso a culpa é do negócio que não quer atualizar o sistema "porque está funcionando, então é besteira", não são apenas os Devs que são preguiçosos, as pessoas fora da área também não entendem que quanto melhor o software menos suporte ele irá precisar.

E outra coisa, eu defendo fortemente que os softwares sejam mais simples e tenham menos funções, um ERP gigante como o SAP raramente é usado como se deve em indústria alguma, pegam apenas uma parte dele para usar e usam outros softwares para fazer funções que ele faz, daí pagam mais suporte, mais desenvolvimento e falam que IT é caro.
 

mendingo_26

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Agora te recomendo fortemente esse livro, ele te ensina do básico ao avançado (656 páginas) e te ensina através de pequenos projetos, estou estudando por ele e a linguagem dele é bem direta no ponto e a cada explicação tem um exemplo, no final de cada capítulo tem uma série de exercícios.

Curso Intensivo de Python: Uma Introdução Prática e Baseada em Projetos à Programação - por Eric Matthes (Autor)

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Quero aprender a programar, por passa tempo mesmo. Qual o melhor caminho pra aprender os fundamentos?

Comecei o cs50 agora, não tenho nenhuma base. aliás, tive programação na faculdade, mas basicamente usavamos pseudo código para resolver problemas.

Meu único interesse é aprender algo novo, C é uma boa escolha? (é a linguagem que o curso começa)

Digamos que eu fui um aluno mediano em Cálculo I e II, um pouco melhor em que Cálculo II, e algebra linear eu passei na raspa. Vou ter problemas ou devo colocar em dia minha matemática? Já separei meu livros antigos aqui, vale a pena voltar neles ou devo buscar algum material mais direcionado a ciência da computação?

Ah, sou relativamente velho, não idoso, mas minha memória não é como um dia foi.

Tem alguém nesse barco por aqui? (aprendendo ou querendo aprender?)
 

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Agora te recomendo fortemente esse livro, ele te ensina do básico ao avançado (656 páginas) e te ensina através de pequenos projetos, estou estudando por ele e a linguagem dele é bem direta no ponto e a cada explicação tem um exemplo, no final de cada capítulo tem uma série de exercícios.

Curso Intensivo de Python: Uma Introdução Prática e Baseada em Projetos à Programação - por Eric Matthes (Autor)

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Tem de graça na net o livro?
 

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Meu único interesse é aprender algo novo, C é uma boa escolha? (é a linguagem que o curso começa)

Digamos que eu fui um aluno mediano em Cálculo I e II, um pouco melhor em que Cálculo II, e algebra linear eu passei na raspa. Vou ter problemas ou devo colocar em dia minha matemática? Já separei meu livros antigos aqui, vale a pena voltar neles ou devo buscar algum material mais direcionado a ciência da computação?

Ah, sou relativamente velho, não idoso, mas minha memória não é como um dia foi.

Tem alguém nesse barco por aqui? (aprendendo ou querendo aprender?)
Termina ele primeiro que é um bom inicio

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Vou fazer isso.


Já peguei esse livro, esse e o The C programming language.

É justamente por comentários como esse que veio a dúvida, acho que aprendo melhor por livros e fuçando do que com cursos...MAAAS, o curso tem sido bem ilustrativo e tenho gostado, tem servido bem. Meu medo e estar perdendo tempo com essa falsa segurança, e terminar o curso incapaz de fazer nada por conta própria, ou pensar por conta própria. Enfim, ainda estou no começo, e tenho apanhado com as lições, as vezes tendo que recorrer a internet.

No mais, tô gostando.

Você falou sobre usar o vscode... em que isso exatamente me ajuda? Não entenda mal, eu realmente não sei. Eu tô usando um editor simples mesmo, compilando no terminal e rodando. Já compilei o vscode, vou brincar mais tarde com ele, o pessoal usa por causa do recurso de autocompletar? Ou tem alguma outro motivo?

Eu tô usando linux seriamente pela primeira vez, então tenho aprendido bastante coisa (e apanhando mais que aprendendo)...como a internet funciona é realmente algo que muito me interessa, certamente vou me aprofundar nisso quando chegar a hora.
 

Teco-

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Vou fazer isso.



Já peguei esse livro, esse e o The C programming language.

É justamente por comentários como esse que veio a dúvida, acho que aprendo melhor por livros e fuçando do que com cursos...MAAAS, o curso tem sido bem ilustrativo e tenho gostado, tem servido bem. Meu medo e estar perdendo tempo com essa falsa segurança, e terminar o curso incapaz de fazer nada por conta própria, ou pensar por conta própria. Enfim, ainda estou no começo, e tenho apanhado com as lições, as vezes tendo que recorrer a internet.

No mais, tô gostando.

Você falou sobre usar o vscode... em que isso exatamente me ajuda? Não entenda mal, eu realmente não sei. Eu tô usando um editor simples mesmo, compilando no terminal e rodando. Já compilei o vscode, vou brincar mais tarde com ele, o pessoal usa por causa do recurso de autocompletar? Ou tem alguma outro motivo?

Eu tô usando linux seriamente pela primeira vez, então tenho aprendido bastante coisa (e apanhando mais que aprendendo)...como a internet funciona é realmente algo que muito me interessa, certamente vou me aprofundar nisso quando chegar a hora.
Esse cs50 acho muito bom, nao penso nele como um curso online estilo cursos da udemy, sao as aulas de introducao a ciencias da computacao de harvard mesmo, as mesmas aulas e projetos dos alunos de lá. Acho bem completo para uma introducao.

Tem varios projetos lá pra vc praticar e aprender, e recorrer a internet nao faz mal, todo mundo uma hora ou outra vai precisar pesquisar algo.

Outro site que acho bom é esse: https://teachyourselfcs.com/
Tem varios topicos lá e recomendacoes de livros e videos de cada topico. Acho que a metade dos livros recomendados sao de graça e tem links pra download lá.
 

Xaropinho

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Aqui vale reclamar dos profissionais de TI?
Pqp, não tenho saco mais... É cada nego que não sabe o que faz, que ódio!

Ontem quase xinguei um dev, o cara tinha feito o trem errado no back-end e queria que o pessoal arrumasse o erro DELE no front end. Sefoder!
Teimando ainda...

Quando falo que qualquer um pode ser programador duvidam de mim, é cada coisa que vejo que dá asco.
Já comentei aqui uma vez que faço manutenção de apps, como é "caro" normalmente só contratam serviço tipo o meu quando os devs da equipe já fizeram a cagada. (Empregador adora contratar estagiário/júnior para fazer trabalho que deveria ser feito por um sênior/especialista)
O problema é que não sei o por que, essa galera júnior tá se achando aospkaskaopksop. É cada erro juvenil e os caras não aceitam que estão errados...

Acho que essa falta de profissional no mercado tem seus dois pontos: Melhor remuneração, porem por ser "bem" remunerado ou ter um cargo o garoto acha que é alguém.

Dito isso, só digo uma coisa: Estudem, quem se especializa tem mercado, porem não ache que com um bootcamp ou um curso da udemy tu vai virar sênior. É o que mais vejo por ai...
 

Abdullah Al-Papai

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Isso é mais questão de falta de informação ou melhor, excesso de informação (paradoxo de escolhas).

Parece que a maioria das pessoas são de fato "amadores remunerados". A maioria carece de fundamentos e por isso tem todo esse rebuliço com frameworks. As vezes os frameworks são criados por conta disso. Esse artigo explica bem sobre isso:

https://www.eximiaco.tech/pt/2019/05/31/somos-amadores-remunerados/

Pior ainda é essa ideia de que "ah, o Google está usando, o Spotify tem modelo x, vamos usar", sendo que normalmente essas empresas apresentam esse modelo para resolver um problema interno deles. Sua empresa não é o Google, logo isso não necessariamente vai funcionar pra você. É mais propaganda, de forma que eles possam atrair programadores para suas empresas.

Frameworks e linguagens são mera ferramentas.
O importante é saber os fundamentos, pois sem os fundamentos, as pessoas ficam perdidas com tanta coisa,, sem saber o motivo da criação de uma nova linguagem ou framework.

É ISTO

O pessoal tem vendido que você vai fazer um curso intensivo de 8 semanas e vai virar o novo desenvolvedor de apps fodões. Piada.

É ver o que o pessoal pede numa entrevista das FANG (Facebook, Amazon, Netflix, Google) da vida. Conhece de verdade estruturas de dados e algoritmos? Conhece de verdade programação orientada a objetos? Sabe escrever testes? Sabe refatorar para manter a legibilidade do código? Consegue expressar suas ideias e entender os tradeoffs do seu código? Se sim, f**a-se a linguagem ou Framework. Em relativamente pouco tempo esse tipo de cara se adapta, porque ele tem conhecimento de coisas muito mais sólidas.

Mas claro que pra isso o cara tem que suar sangue. Ninguém quer ficar nisso, galera quer aprender React e sair arrebentando aí.

Enfim. Aí é uma questão de parar de priorizar a aprendizagem das coisas mais voláteis que temos em Software (o framework do momento)


Continuemos o exercício. Quantos programadores mundo afora, estão fazendo programinhas empresariais bunda, que se encaixam exatamente no cenário que eu propus? Os "problemas" resolvidos pelo software sendo extremamente simples, conceitualmente falando. Prefeitamente capaz de ser automatizado. As soluções já são conhecidas e há receitas de bolo para executá-las.

No entanto, há um batalhão inteiro de pessoas e milhões de dólares gastos pra dar vida a esse programa bunda. Pois há um emaranhado de gambiarras interligadas, onde cada erro no meio do caminho é "resolvido" adicionando ainda mais camadas de complexidade.


Os desenvlvedores estão gastando toda a massa cerebral apenas tentando entender toda essa barafunda. Quanto pensamento e mão de obra é desperdiçado em cima de refazer as mesmas funções báscias?

QUantos desses poderiam estar envolvidos em pesquisa real e usando suas habilidades de desenvolvimento trabalhando em conceitos realmente inovadores e que de fato avançam a tecnologia?

Isso aí que você está propondo é voltar para o início dos anos 2000. Já estivemos nessa situação e não deu certo. Vide os Web Forms e JSF da vida, onde você "não precisaria" aprender frontend para construir seus softwares Full Stack.

O problema está muito longe de ser a quantidade de ferramentas disponíveis para aprendizagem. Primeiro que hoje você tem mais ferramentas porque simplesmente os problemas são mais complexos, mesmo por um fator de escala. Se minha aplicação tem que ser distribuída pela internet onde terceiros consomem uma API que disponibilizo, que precisa ter redundância, e eu preciso ser capaz de fazer modificações em partes dela sem derrubar a porra toda... olha a complexidade que acabou de ser introduzida. Vamos fazer microserviços, pipeline de CI/CD, preciso ter code coverage dos meus testes, gateway das minhas APIS, etc etc etc. Só aí você já chegou num problema que não existia anteriormente e que surgiu nos últimos anos.

Depois que hoje a especialização em diferentes áreas é muito mais bem aceita. Você pode ser Full Stack, mas em empresas com projetos mais complexos vai existir um especialista para cada coisa. É normal isso.

E, bem, óbvio que ninguém é obrigado a pegar essa emaranhado de coisa. Se o pessoal vai pras stacks "modinha" tipo MERN (Mongo, Express, Node, React) apenas por ir, isso aí não é culpa da tecnologia - é culpa de gestão.

O problema é que você pega programadores de bootcamp (nada contra, aliás) que não se aprofundam em questões mais sólidas de desenvolvimento e, portanto, tem pouco fundamento da coisa. Ou, pior ainda, programador que além de não ter bons fundamentos também não estuda por conta. Vão ter trampo na época boa, que o mercado tiver mais demanda que oferta de profissionais, e vão falar como a área é terrível quando chegar a época ruim e só os mais bem preparados se manterem no mercado*.


(*isso se aplica em SP, outros cantos com TI menos desenvolvido não tenho ideia se mesmo os bons se manterão no caso de crise etc)
 
Ultima Edição:

BAKADESU

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Fala povo da TI. Li da página 1 até agora.
E agradeço o (comedor de caixinhas e bugsecular) e outros que não recordo nome, pelos conselhos e experiência pessoais, mesmo que não foi direcionado para mim, absorvi muita coisa.

Comecei Ciência da computação em fevereiro, EAD - unicsul polo São Miguel.

Tenho 26 anose fechei o comércio por razões de força maior ( crise, extorsão etc.), e minha Esposa pediu para eu me ficar estudando enquanto segura as contas, tenho um dinheiro até ok guardado para se manter um tempo.

Percebi que os recursos oferecido em EAD são bem rasos, que em 1 semana desenrolei em Aplicações da Web (HTML+CSS+Intro PHP).
Claro que não fiquei naqueles conteúdo dela raso e fui pro Udemy e comprei um curso de HTML 5 + CSS3 + Javascript + 4 projetos do Daniel Tip.

Peguei essa primeira semana em casa pois fechei CNPJ em 1 de março aí estava oficialmente desempregado, para ocupar a cabeça estou com uma rotina de fazer exercícios de manhã andar 1 hora de bicicleta cedo e estudar resto do dia e claro fazer os afazeres de casa (louça etc...).

Desenrolei na sessão fórum de aplicações web em HTML e CSS entreguei todas as páginas pedida durante o período, pois libera 1 matéria por mês.

Em todas atividades só lembro agora de cabeça que tirei 3.67 de nota de 4, nas atividades faltando a prova presencial.


Porém como começo lógica computacional agora na semana que vem, já tinha agilizado no Udemy no curso que comprei pois tinha lógica de programação e javascript, aí que veio aquela frustração, estou com muita dificuldade em resolver os problemas do código, fazer o algoritmo é fluxograma eu consigo, agora quando chega uns cálculo e resolução de problemas eu fico extremamente frustado e boiando, alguém tem algum curso ou recomendação para ler ou assistir e não me perder tanto assim, pois sei que programador o que importa bastante é resolver problemas e saber o mínimo de lógica, porém não quero ficar para trás e ser apenas + 1 programador ( tenho amigo conhecido aqui no fórum Vissbr se não me engano ), que está dando mó força para mim quando tenho duvidas.

Pois penso sozinhos somos forte e unidos imbatíveis.

Se alguém já passou por esse problema de lógica de programação e resolver problemas poderia me ajudar?

Tenho inglês avançado , ajudo traduzir games no site tribo gamer ( traduzindo Final Fantasy X agora), e por incrível que pareça sou péssimo em pronúncia, mas escuto bem e entendo muita coisa.

E outra tô mandando currículo adoidado para tentar estágio aqui em São Paulo capital pois moro no Itaquerão.

É possível desenrolar estágio no 1° semestre?

E vocês acham que tô indo rápido demais nos estudos, pois tenho planilha de estudos e calculei estudos semanais, cheguei a estudar 41 horas e 20 min na semana.

Pois estou vendo os vídeos na velocidade 2x.

Consigo absorver bastante conteúdo e aprendizado em pouco tempo, seguindo método do coach Márcio Macielli se não me engano.


Obrigado a todos que leram até aqui ;) escrevi no celular se tiver erros desculpe!
 

mendingo_26

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Fala povo da TI. Li da página 1 até agora.
E agradeço o (comedor de caixinhas e bugsecular) e outros que não recordo nome, pelos conselhos e experiência pessoais, mesmo que não foi direcionado para mim, absorvi muita coisa.

Comecei Ciência da computação em fevereiro, EAD - unicsul polo São Miguel.

Tenho 26 anose fechei o comércio por razões de força maior ( crise, extorsão etc.), e minha Esposa pediu para eu me ficar estudando enquanto segura as contas, tenho um dinheiro até ok guardado para se manter um tempo.

Percebi que os recursos oferecido em EAD são bem rasos, que em 1 semana desenrolei em Aplicações da Web (HTML+CSS+Intro PHP).
Claro que não fiquei naqueles conteúdo dela raso e fui pro Udemy e comprei um curso de HTML 5 + CSS3 + Javascript + 4 projetos do Daniel Tip.

Peguei essa primeira semana em casa pois fechei CNPJ em 1 de março aí estava oficialmente desempregado, para ocupar a cabeça estou com uma rotina de fazer exercícios de manhã andar 1 hora de bicicleta cedo e estudar resto do dia e claro fazer os afazeres de casa (louça etc...).

Desenrolei na sessão fórum de aplicações web em HTML e CSS entreguei todas as páginas pedida durante o período, pois libera 1 matéria por mês.

Em todas atividades só lembro agora de cabeça que tirei 3.67 de nota de 4, nas atividades faltando a prova presencial.


Porém como começo lógica computacional agora na semana que vem, já tinha agilizado no Udemy no curso que comprei pois tinha lógica de programação e javascript, aí que veio aquela frustração, estou com muita dificuldade em resolver os problemas do código, fazer o algoritmo é fluxograma eu consigo, agora quando chega uns cálculo e resolução de problemas eu fico extremamente frustado e boiando, alguém tem algum curso ou recomendação para ler ou assistir e não me perder tanto assim, pois sei que programador o que importa bastante é resolver problemas e saber o mínimo de lógica, porém não quero ficar para trás e ser apenas + 1 programador ( tenho amigo conhecido aqui no fórum Vissbr se não me engano ), que está dando mó força para mim quando tenho duvidas.

Pois penso sozinhos somos forte e unidos imbatíveis.

Se alguém já passou por esse problema de lógica de programação e resolver problemas poderia me ajudar?

Tenho inglês avançado , ajudo traduzir games no site tribo gamer ( traduzindo Final Fantasy X agora), e por incrível que pareça sou péssimo em pronúncia, mas escuto bem e entendo muita coisa.

E outra tô mandando currículo adoidado para tentar estágio aqui em São Paulo capital pois moro no Itaquerão.

É possível desenrolar estágio no 1° semestre?

E vocês acham que tô indo rápido demais nos estudos, pois tenho planilha de estudos e calculei estudos semanais, cheguei a estudar 41 horas e 20 min na semana.

Pois estou vendo os vídeos na velocidade 2x.

Consigo absorver bastante conteúdo e aprendizado em pouco tempo, seguindo método do coach Márcio Macielli se não me engano.


Obrigado a todos que leram até aqui ;) escrevi no celular se tiver erros desculpe!

Força aí e continua perseverando que até hoje eu tomo porrada em programa simples com cálculos (na hora de escrever o código) ou algum que utilize o loop while (eu tive / tenho bastante problemas em entender matemática na escola e hoje em dia é brigando e aprendendo), veja essa playlist e não preocupe porque o Guanabara tem uma didática excelente, inclusive ele é chamado de salva-universitário ehehhehehe porque ele consegue passar o conteúdo melhor que qualquer outro professor da faculdade.

Quanto ao estágio, dá sim para desenrolar logo no 1º semestre, isso é o de menos, vá focando no desenvolvimento dos estudos que logo já vai estar mais confiante.



Outro detalhe bom para aprender é criar uma conta no GitHub e a cada exercício feito ir postando no seu git, isso facilita demais o processo de aprendizado. Inclusive depois de meses eu consegui criar e postar no meu git no mês passado, isso é praticamente um cartão de visita do programador, mostrar para os outros os seus pequenos projetos.

DICA: como vc é universitário, a plataforma IntelliJ oferece gratuitamente (6 meses) para vc usar qualquer plataforma (IDE) de desenvolvimento deles, basta enviar o seu comprovante e histórico da faculdade, vc recebe uma key e se expirar o prazo pode renovar sem pagar nada. Inclusive fica mais fácil de criar e publicar o seu gitHub pela IDE deles.

 

BAKADESU

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Força aí e continua perseverando que até hoje eu tomo porrada em programa simples com cálculos (na hora de escrever o código) ou algum que utilize o loop while (eu tive / tenho bastante problemas em entender matemática na escola e hoje em dia é brigando e aprendendo), veja essa playlist e não preocupe porque o Guanabara tem uma didática excelente, inclusive ele é chamado de salva-universitário ehehhehehe porque ele consegue passar o conteúdo melhor que qualquer outro professor da faculdade.

Quanto ao estágio, dá sim para desenrolar logo no 1º semestre, isso é o de menos, vá focando no desenvolvimento dos estudos que logo já vai estar mais confiante.



Outro detalhe bom para aprender é criar uma conta no GitHub e a cada exercício feito ir postando no seu git, isso facilita demais o processo de aprendizado. Inclusive depois de meses eu consegui criar e postar no meu git no mês passado, isso é praticamente um cartão de visita do programador, mostrar para os outros os seus pequenos projetos.

DICA: como vc é universitário, a plataforma IntelliJ oferece gratuitamente (6 meses) para vc usar qualquer plataforma (IDE) de desenvolvimento deles, basta enviar o seu comprovante e histórico da faculdade, vc recebe uma key e se expirar o prazo pode renovar sem pagar nada. Inclusive fica mais fácil de criar e publicar o seu gitHub pela IDE deles.




Nem me fala mendingo , matemática até desenrolo um pouco o problema é a lógica mesmo kkkk tô firme e forte... Continuando a rotina de estudo só sábado e domingo que dedico mais ao lazer, por que chega segunda até estudo sem parar literalmente, só pra cagar, comer, fazer as tarefas de casa quando tem e pegar a esposa na estação a noite de moto.

Obrigado pelos conselhos, eu na época tentei fazer presencial ADS em 2016 porém não terminei nem o 1° mês, muito ruim , barulho, distração e professores nada didáticos aí voltei agora por que sempre gostei de fuçar as coisas tenho alguns blogs vagabundos por aí... Kkk

Vou ver o vídeo que você mandou e tentar desenrolar esses problemas e como você disse é coisa besta por exemplo como adicionar frases diferente em todos parágrafos em DOM javascript kkkk tipo eu fico wtf, sendo que HTML e CSS desenrolei facil as coisas kkkk.. foda é mandar a solução prós códigos kkk

Github eu tenho já, mas não sabia sobre IDE, vou ver isso aí Jajá. Tô em um projeto em uma criação de site concorrente do mypst mais uma galera tô ajudando como posso... E todos exercícios que aprendi no Udemy, tenho guardado vou começar botar lá ;)...

Questão do estágio preciso fazer meu LinkedIn ficar mais visível e fazer uma revisão no currículo e tirar os cursos que fiz na época Senai etc... Que não tem nada vê com T.I. kkk


Questão de certificados como funciona ? Tirando os projetos que vcs sempre falam , obter certificados ajuda bastante? Tava pensando em tirar do w3school 95 doleta. Em HTML 5 e CSS será que ajuda de alguma forma? Se a gente estuda por fora para provar algum conhecimento sem certificado é na prática procede?

E obrigado mais uma vez ;) tmj
 

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Nem me fala mendingo , matemática até desenrolo um pouco o problema é a lógica mesmo kkkk tô firme e forte... Continuando a rotina de estudo só sábado e domingo que dedico mais ao lazer, por que chega segunda até estudo sem parar literalmente, só pra cagar, comer, fazer as tarefas de casa quando tem e pegar a esposa na estação a noite de moto.

Obrigado pelos conselhos, eu na época tentei fazer presencial ADS em 2016 porém não terminei nem o 1° mês, muito ruim , barulho, distração e professores nada didáticos aí voltei agora por que sempre gostei de fuçar as coisas tenho alguns blogs vagabundos por aí... Kkk

Vou ver o vídeo que você mandou e tentar desenrolar esses problemas e como você disse é coisa besta por exemplo como adicionar frases diferente em todos parágrafos em DOM javascript kkkk tipo eu fico wtf, sendo que HTML e CSS desenrolei facil as coisas kkkk.. foda é mandar a solução prós códigos kkk

Github eu tenho já, mas não sabia sobre IDE, vou ver isso aí Jajá. Tô em um projeto em uma criação de site concorrente do mypst mais uma galera tô ajudando como posso... E todos exercícios que aprendi no Udemy, tenho guardado vou começar botar lá ;)...

Questão do estágio preciso fazer meu LinkedIn ficar mais visível e fazer uma revisão no currículo e tirar os cursos que fiz na época Senai etc... Que não tem nada vê com T.I. kkk


Questão de certificados como funciona ? Tirando os projetos que vcs sempre falam , obter certificados ajuda bastante? Tava pensando em tirar do w3school 95 doleta. Em HTML 5 e CSS será que ajuda de alguma forma? Se a gente estuda por fora para provar algum conhecimento sem certificado é na prática procede?

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Sobre o certificado na parte de desenvolvimento estou bem por fora pq aqui no nordeste o mercado não favorece muito para quem é bebê na programação (como eu :klolwtf), como minha especialidade é suporte 1 e 2, to tentando focar mais em Infra e ví que algumas empresas por aqui estão pedindo ao menos certificado ITL, ví no coursera um curso no google de suporte, porque atualmente pagar um curso ITL está fora de questão (muita grana e para mim que sou bolsista tá muito ruim), então to pensando em pagar alguns cursos de infra mais basicão só para incrementar no currículo, outra área que to me aprofundando é monitoramento com Zabbix, graças ao estágio em que estou atualmente (PRF) consegui implantar o Zabbix e é uma ferramenta poderosíssima de monitoramento, to pretendo me expandir nessa área.
 

BAKADESU

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Sobre o certificado na parte de desenvolvimento estou bem por fora pq aqui no nordeste o mercado não favorece muito para quem é bebê na programação (como eu :klolwtf), como minha especialidade é suporte 1 e 2, to tentando focar mais em Infra e ví que algumas empresas por aqui estão pedindo ao menos certificado ITL, ví no coursera um curso no google de suporte, porque atualmente pagar um curso ITL está fora de questão (muita grana e para mim que sou bolsista tá muito ruim), então to pensando em pagar alguns cursos de infra mais basicão só para incrementar no currículo, outra área que to me aprofundando é monitoramento com Zabbix, graças ao estágio em que estou atualmente (PRF) consegui implantar o Zabbix e é uma ferramenta poderosíssima de monitoramento, to pretendo me expandir nessa área.

Opa ai sim meu compadre, mas logo se desce para SP! kkkk rapidin tu arrumar trampo por aqui =]

vlw pela informação sobre certificados acho que o pessoal pode responder melhor e sanar nossas duvidas tmj =]
 

Sir.Heisenberg

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Nem me fala mendingo , matemática até desenrolo um pouco o problema é a lógica mesmo kkkk tô firme e forte... Continuando a rotina de estudo só sábado e domingo que dedico mais ao lazer, por que chega segunda até estudo sem parar literalmente, só pra cagar, comer, fazer as tarefas de casa quando tem e pegar a esposa na estação a noite de moto.

Obrigado pelos conselhos, eu na época tentei fazer presencial ADS em 2016 porém não terminei nem o 1° mês, muito ruim , barulho, distração e professores nada didáticos aí voltei agora por que sempre gostei de fuçar as coisas tenho alguns blogs vagabundos por aí... Kkk

Vou ver o vídeo que você mandou e tentar desenrolar esses problemas e como você disse é coisa besta por exemplo como adicionar frases diferente em todos parágrafos em DOM javascript kkkk tipo eu fico wtf, sendo que HTML e CSS desenrolei facil as coisas kkkk.. foda é mandar a solução prós códigos kkk

Github eu tenho já, mas não sabia sobre IDE, vou ver isso aí Jajá. Tô em um projeto em uma criação de site concorrente do mypst mais uma galera tô ajudando como posso... E todos exercícios que aprendi no Udemy, tenho guardado vou começar botar lá ;)...

Questão do estágio preciso fazer meu LinkedIn ficar mais visível e fazer uma revisão no currículo e tirar os cursos que fiz na época Senai etc... Que não tem nada vê com T.I. kkk


Questão de certificados como funciona ? Tirando os projetos que vcs sempre falam , obter certificados ajuda bastante? Tava pensando em tirar do w3school 95 doleta. Em HTML 5 e CSS será que ajuda de alguma forma? Se a gente estuda por fora para provar algum conhecimento sem certificado é na prática procede?

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Cara, gosto da w3schools mas não sei se pagaria isso pelo certificado deles. Isso é o preço do certificado da CS50 de Harvard pela plataforma edX.
Estou fazendo os cursos da FreeCodeCamp, 300h cada curso e tem que montar 5 projeto no fim para pegar o certificado de cada. Terminando os 6 cursos de 300h, ganha um certificado de desenvolvedor full stack de 1800h. E tudo grátis.
 

BAKADESU

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Bom, na faculdade eu estudei lógica matemática. Ajudou muito.
Não sei lhe recomendar como estudar isso, porque meu professor passou tudo de cabeça, sem livros haha.

Mas acho que qualquer material serve, principalmente de faculdade: https://www.ime.usp.br/~mat/5865/INTROD.pdf

Aí você faz os exercícios de lógica. É igual resolver equações.

Vish está em um nivel muito alto , inferrujado pakas, vou ter que ir estudar no youtube novamente kkk

Cara, gosto da w3schools mas não sei se pagaria isso pelo certificado deles. Isso é o preço do certificado da CS50 de Harvard pela plataforma edX.
Estou fazendo os cursos da FreeCodeCamp, 300h cada curso e tem que montar 5 projeto no fim para pegar o certificado de cada. Terminando os 6 cursos de 300h, ganha um certificado de desenvolvedor full stack de 1800h. E tudo grátis.
bom saber vou deixar anotado!



Obrigado a todos :)
 

BAKADESU

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Não é alto não, se aprende isso no primeiro semestre.
Não se deixe levar pela aparência das equações, elas fazem sentido. :klol

Até me assustei quando vi kkk mas vou ler se tiver duvida vou pro youtube kkkk

Meu Linkedln ta mo cachorro... pensando que era vaga de estagio kkk

Ravi Mehndiratta
Ravi Mehndiratta

Hi Ederson

Hope you are doing well. I am Ravi Mehndiratta, student recruitment Manager from UCW Vancouver. An increasingly competitive market and pressures from globalization have made finding a job you love more difficult which is why I want to inform you about our MBA program at University Canada West (UCW).

We are always looking for new ways to attract the right candidates which is why we offer both online and campus-based courses. We want to ensure our students are primed for success in the classroom and beyond.

In addition, UCW offers the Americas Bursary which is offered by special arrangement and is intended to provide tuition support for prospective students from North America, Central America, South America and the Caribbean. This bursary is intended to make Canadian education more accessible for these students.

Master of Business Administration

The MBA program from UCW Vancouver will prepare you for leadership on the global stage. You will take challenging situations in your stride, apply pragmatic solutions to problems you encounter and ultimately, drive the success of an organization with your new-found skills.

MBA graduate saves: $ 11,700 CAD

What makes it different?

· ACBSP-accredited MBA
· Faculty with first-hand experience in business.
· A dynamic and practical learning environment with small class sizes.
· Study in the heart of Vancouver’s vibrant business community.
· UCW Vancouver downtown campus provides you with unparalleled access to a network of prospective employers.

Are you ready to propel your career to next level?

Apply Now

To find out more about our MBA program, click here

Alternatively, you can contact me by replying to this email. I look forward to hearing from you soon.

Kind regards,
Ravi Mehndiratta



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Posha é literalmente vaga pro canadá para estudar, que falta faz ter muito dinheiro nessas horas kkkk
 
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Teco-

Ei mãe, 500 pontos!
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Que site recomendam para ver vagas em floripa? De estágio preferencialmente.
Queria dar uma olhada no que tem.

E que tipo de empresa seria a melhor pensando só em ganhar conhecimento?
 

Clums

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Temporada de caça aos devs
O Brasil precisa de desenvolvedores para competir num mundo cada vez mais digital. A escassez faz com que eles escolham onde trabalhar e quanto ganhar

A administradora de empresas Isabel Nasser, cofundadora da startup de automatização de operações de comércio exterior Kestraa, de São Paulo, ficou chocada quando um estagiário em desenvolvimento de softwares que estava terminando a faculdade recusou um salário de 12.000 reais com carteira assinada e generosos benefícios para ser efetivado. A proposta saltaria aos olhos de qualquer jovem, especialmente em um país onde a taxa de desemprego na faixa etária de 18 a 24 anos bate em 27%, mas o recém-formado recusou a oferta chamando-a de “insulto”, por ser baixa demais. A empresa de energia elétrica EDP do Brasil, que serve São Paulo e o Espírito Santo, quer aumentar a digitalização de processos administrativos, mas tem vagas abertas no time de tecnologia há seis meses.
Se os devs — como são chamados os desenvolvedores de software — não vão às empresas, as empresas vão aos devs. A Movile, que criou algumas das mais bem-sucedidas startups brasileiras, como iFood e PlayKids, e é avaliada em 1 bilhão de dólares, abriu escritórios em Recife, Porto Alegre e São Carlos, no interior paulista, para atrair devs em polos regionais de inovação. “Existe uma competição feroz por desenvolvedores no Brasil. Isso fez com que os salários disparassem e obrigou as empresas a participar ativamente na formação desse tipo de profissional”, diz Luciana Carvalho, vice-presidente de gente e gestão da Movile. Em média, a companhia leva 45 dias para preencher uma vaga de desenvolvedor. Bem-vindo ao fabuloso mundo dos devs, os profissionais mais requisitados do mercado de trabalho no Brasil e no mundo.
Contratar profissionais da área de tecnologia no Brasil é um trabalho hercúleo. De todas as deficiências da economia, essa é uma das mais urgentes. Entrando para valer no atual ciclo global de inovação, o país poderia finalmente chegar ao futuro que há décadas espera. “Temos uma enorme oportunidade de alavancar nossa economia. Mas, sem trabalhadores capacitados, em vez de produzir, seremos apenas importadores de tecnologia”, diz Sergio Paulo Gallindo, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom).

O descompasso entre a disponibilidade de profissionais no Brasil e a demanda das empresas é gritante. No país há, atualmente, apenas 2 milhões de trabalhadores graduados nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática, o correspondente a 1,9% da força de trabalho, segundo dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico. De 2019 a 2024, de acordo com cálculos da Brasscom, a demanda média deve ser de 70.000 profissionais por ano. No entanto, em 2017, de 46.000 profissionais formados, apenas 26.000 entraram no mercado de trabalho, evidenciando uma defasagem no currículo das instituições. Nesse ritmo, ao final do período de seis anos, o déficit chegaria a 264.000.

1204_mat-capa-quadros-2.png

A corrida acelerada por devs fez com que profissionais como a programadora pernambucana Roberta Arcoverde passassem a ser assediados. Há seis anos, Arcoverde trabalha remotamente para o site americano Stack Overflow, que recebe mais de 50 milhões de visitas por mês. “Devo receber uma oferta por semana, eles me abordam via LinkedIn, e-mail, pombo-correio”, brinca. Ela trabalhou para as consultorias de software brasileiras TCI, Chemtech e Radix antes de aceitar a proposta do site americano. Com mais de dez anos de experiência na área, continua estudando para acompanhar as mudanças na tecnologia. “O legal dessa profissão é poder construir coisas do zero, é uma profissão de cunho quase artístico. Sua ideia vira algo tangível, executável, que ajuda a vida das pessoas”, diz.

Desde os anos 1980, quando os primeiros computadores começaram a surgir nas empresas e gênios como Bill Gates e Steve Jobs despontaram, o Brasil enfrenta a falta de profissionais de tecnologia. Nessa época, a carência era do pessoal de suporte, encarregado por fazer softwares hoje considerados pré-históricos funcionarem. Aos poucos, a necessidade passou a ser também a de manter os profissionais conectados à rede e a pensar em novos serviços. As mudanças deslocaram os profissionais de tecnologia da função de suporte para o centro das decisões dos negócios. Os desenvolvedores tornaram-se figuras fundamentais na criação de plataformas de comércio eletrônico, de aplicativos de mobilidade e de softwares de automação industrial, entre muitas outras funcionalidades.
E, à medida que a economia digital no país ganha mais peso nos segmentos mais tradicionais de atividade, a pressão por talentos de tecnologia aumenta. A consultoria Accenture estima que a economia digital no Brasil já responde por 24,3% do PIB do Brasil — o que equivaleria a 446 bilhões de dólares. Desde 2015, todas as atividades produtivas que envolvem tecnologias digitais no país tiveram uma expansão de 20% — diante de um avanço de 1,2% da economia não digital no período. “A economia digital no país vem se diversificando rapidamente. Antes ela era formada apenas por empresas que forneciam software e equipamentos. Agora, todo tipo de negócio precisa de uma camada robusta de tecnologia”, diz Pedro Waengertner, sócio e fundador da ACE Startups, aceleradora que já investiu em mais de 100 startups brasileiras.
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As startups de tecnologia se destacam na contratação dos devs porque estão recebendo vultosos investimentos e têm pressa para crescer e conquistar mercado. Em 2019, as startups brasileiras receberam 2,7 bilhões de dólares em aportes de fundos de investimento, conforme dados da Distrito, organização que faz pesquisas sobre empreendedorismo no Brasil. É quase dez vezes mais do que o valor arrecadado em 2016. Mais dinheiro, mais startups. De 2016 a 2019, o número de startups triplicou no Brasil, passando de 4.273 para 12.700. O problema é que a oferta de profissionais não dá conta do crescimento desse mercado. “A alta demanda faz com que os talentos migrem de empresa com frequência. Os empreendedores perdem muito tempo na busca e na contratação desses profissionais”, diz Amure Pinho, presidente da Associação Brasileira de Startups.
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Bill Gates, fundador da Microsoft: primeira geração de devs | Doug Wilson/Getty Images
Na guerra pelos devs, cada empresa usa uma tática diferente. Em janeiro, o Nubank fez um acordo para contratar 50 funcionários da consultoria de desenvolvimento de software Plataformatec que já prestavam serviço para o banco digital. Também vem abrindo escritórios internacionais tanto para atrair profissionais que moram em outros países quanto para oferecer a seus funcionários o benefício de morar fora. Desde 2017, o Nubank tem um escritório em Berlim, na Alemanha.
Em 2019, foi a vez de a Cidade do México e de Buenos Aires, na Argentina, receberem filiais do unicórnio brasileiro, avaliado em mais de 10 bilhões de dólares. O diferencial do banco, eleito pelo LinkedIn em 2018 e 2019 como a startup brasileira mais desejada para trabalhar, foi construir uma marca empregadora forte a ponto de conseguir contratar brasileiros que estavam fora do país. “Miramos os engenheiros brasileiros que estão em companhias em diferentes países, porque eles realmente querem voltar e fazer parte de algo significativo que vai mudar o Brasil”, diz Renee Mauldin, diretora de pessoas da empresa.
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Renee Mauldin, do Nubank: busca por brasileiros que trabalham no exterior | Germano Lüders
Empresas brasileiras disputam os escassos talentos locais com o mercado internacional. Só nos Estados Unidos há 472.000 vagas em aberto para profissionais da área. O programador brasileiro é bom tecnicamente e é barato. Enquanto nos Estados Unidos o salário médio de um programador é de 109.000 dólares por ano, no Brasil é de 11.000 dólares. Outro desafio para os empregadores brasileiros é o fato de que 87% dos especialistas em tecnologia do país estarem dispostos a experimentar oportunidades de trabalho fora, segundo pesquisa da consultoria Boston Consulting Group em parceria com a empresa de recrutamento The Network. A porcentagem é maior do que a média global, de 67%. De acordo com o estudo, brasileiros são mais atraí-dos por oportunidades nos Estados Unidos, no Canadá, em Portugal e na Alemanha. Para eles, o que mais importa na hora de escolher uma vaga é a possibilidade de crescimento na carreira — o salário aparece só na oitava posição da lista.
A perspectiva da carreira internacional fez com que o catarinense Marcelo Camargo, considerado uma celebridade no mundo dos devs no Brasil, trocasse Joinville por Sydney, na Austrália. Aos 23 anos, é engenheiro de software sênior na Atlassian, maior empresa de software australiana, avaliada em 18 bilhões de dólares. Por aqui, ele ficou famoso por ter escrito o código que deu origem ao “Gemidão do WhatsApp”, brincadeira que viralizou em 2017. Em junho do ano passado, ele recebeu a proposta que considerou irrecusável.
Levou uma bolada em ações da empresa na contratação, ganha mais do que um desenvolvedor australiano (o salário médio anual é de cerca de 85.000 dólares no país) — e trabalha cerca de 8 horas por dia. “Não é aquela rotina de passar o dia inteiro escrevendo códigos. Parte do meu tempo é dedicada a desenvolver projetos com outros times”, diz o dev, que largou a faculdade de sistemas de informação depois de ter cursado apenas o primeiro ano. Líder de uma equipe de outros quatro desenvolvedores, ele recebe semanalmente duas ou três sondagens para trocar de emprego. Camargo encontrou no setor de tecnologia um ambiente diverso e inclusivo: ele é homossexual e tem síndrome de Asperger, condição dentro do espectro do autismo. “Aqui me sinto mais seguro”, diz.
Que as empresas estrangeiras estejam em larga vantagem para levar os desenvolvedores brasileiros é uma questão cambial. Logo, cabe às empresas no país criar estratégias para treinar um número cada vez maior de programadores. Em 2017, ao decidir começar a usar robôs para desempenhar as tarefas repetitivas de seu centro de serviços compartilhados, a EDP convidou os cerca de 200 funcionários do departamento para se tornarem, eles próprios, os programadores dos novos colaboradores autômatos. Uma analista de folha de pagamentos e um auxiliar administrativo tornaram-se desenvolvedores após dois meses de curso, usando uma plataforma que não exige o conhecimento aprofundado de codificação. “Conseguimos provar, na prática, que a tecnologia pode ser uma ferramenta que libera as pessoas de trabalhos braçais para que possam executar tarefas mais criativas”, diz Luis Gouveia, diretor de pessoas, tecnologia e sociedade da EDP.
REQUISITADOS E BEM PAGOS
Quem são e o que fazem as estrelas do mercado de trabalho no Brasil e no mundo | Fotos Germano Lüders
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JOVEM E DISPUTADO

Em três meses, Igor Silveira, de 19 anos, transformou o gosto por videogames em paixão por programação. Recém-formado no ensino médio, ele não sabia que carreira seguir até fazer um curso rápido de desenvolvedor de software. Terminou o treinamento com um emprego em uma consultoria. Se antes era ele quem distribuía seu currículo nas empresas, agora são os recrutadores que não param de procurá-lo. Recebe até três propostas de emprego por semana.

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ATIVISMO E VIDA CORPORATIVA
Desde pequena, a baiana Keilla Menezes, de 35 anos, resolvia desafios de matemática com o pai engenheiro. Fez ciência da computação e demorou a encontrar sua área, o front-end, aquele profissional que desenvolve a interface do usuário. Sempre notou a falta de diversidade dentro das empresas e hoje carrega um título singular para si: a única mulher negra no mundo com certificação de Google Developer Expert em Angular.
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VETERANO E MENTOR
O brasiliense Bruno Souza, de 46 anos, é um dos pioneiros do uso da linguagem Java no Brasil, uma das mais populares no mundo. Não é para menos que se apresenta como o “Javaman”. Fundador de uma das maiores comunidades globais dedicadas a essa linguagem de programação, já recebeu prêmios internacionais pelos avanços conquistados. Souza divide hoje seu tempo entre a atividade de consultor para empresas e mentor das novas gerações de devs.
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HOME OFFICE E SALÁRIO EM DÓLARES
Roberta Arcoverde, de 34 anos, é desenvolvedora de software há 12 anos e aprendeu a programar no curso de ciência da computação da Universidade Federal de Pernambuco. Há seis anos, passou em um processo seletivo disputado com outras 900 pessoas para trabalhar no site americano Stack Overflow. Apesar de receber diversas propostas para mudar de emprego, não pensa em deixar o conforto do trabalho remoto — e o salário em dólares — tão cedo.

Num país com 53% da população economicamente ativa desempregada ou em funções informais, a programação é uma carreira potencial das mais chamativas. País afora cresce o número de cursos livres de programação. A Trybe, fundada há pouco mais de seis meses em São Paulo, oferece um curso de um ano de duração em desenvolvimento de software e permite ao aluno quitar o curso depois de ingressar no mercado. Do jeito tradicional, o curso custa 24.000 reais. Pagando depois de empregado, o valor sobe para até 36.000 reais — preferido por 90% dos alunos. “Se não conseguir um trabalho que remunere acima de 3.500 reais, não precisa nos pagar”, diz Matheus Goyas, cofundador da Trybe.
Em menos de seis meses, a escola já iniciou três turmas de alunos e tem quase 150 estudantes matriculados. No último processo seletivo, em novembro, foram 5.000 candidatos para 100 vagas. Além de estudantes, o negócio está atraindo investidores. Depois de um aporte de 15 milhões de reais em agosto passado de investidores como o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga e da Joá Investimentos, fundo que tem o apresentador Luciano Huck entre os sócios, a Trybe finalizou em janeiro sua segunda rodada de captação, obtendo 42 milhões de re-ais de fundos como Atlantico, Canary, Global Founders Capital, e.Bricks, Maya e Norte, conforme apurado com exclusividade pela EXAME.
Isabel Nasser, cofundadora da startup Kestraa: recém-formado considerou oferta de salário de 12.000 reais como um “insulto” | Alexandre Battibugli
Ao finalmente conseguir contratar um talento, a empresa pode respirar aliviada, certo? Errado. Com companhias dispostas a oferecer salários altíssimos para conseguir um programador qualificado, é difícil reter os profissionais. Pesquisa do LinkedIn, em 2017, com sua base global de mais de 500 milhões de usuários, mostrou que a tecnologia é a área com maior rotatividade de profissionais (13,2%). A fábrica de software brasileira Lambda3, que tem entre os clientes o Banco Santander Brasil e fatura 15 milhões de reais, emprega 70 desenvolvedores entre os 100 profissionais e já demitiu clientes que estavam exigindo uma carga de trabalho exaustiva de seus times ou que apresentaram comportamentos machistas e homofóbicos com os colaboradores. “É tão difícil contratar e manter um bom profissional que eu prefiro perder um cliente na maior parte das vezes”, diz Victor Hugo Germano, sócio-fundador e presidente da Lambda3.
Sede da Movile: escritórios para atrair desenvolvedores em polos de inovação e reduzir os 45 dias que leva para preencher uma vaga | Camila Fontana
Essa é uma boa notícia da sofisticação desse mercado. As armas tendem a ir além do dinheiro puro e simples. Colocar um preço no trabalho do desenvolvedor é uma dor crescente. Diferentes cargos e níveis de experiência possuem remunerações que variam de 3.082 reais, para um analista de sistemas, a 25.152 reais, para o gerente de produto. Um salário realmente atraente pode ser, muitas vezes, financeiramente inviável. Porém, o que um dev mais pode valorizar, no final das contas, é fazer parte de uma equipe inspiradora e ter maior autonomia e oportunidades para novos desafios.
No Brasil, a ThoughtWorks, consultoria global de tecnologia da informação, possui 739 funcionários e planeja contratar mais 140 desenvolvedores iniciantes por intermédio de seu programa Desenvolve, que atrai talentos com uma proposta irresistível: todos os contratados passam cinco semanas na Índia ou na China para aprender novas habilidades. De 2019 até o momento, as 70 vagas abertas tiveram mais de 3.900 candidatos, uma proporção de 40 interessados para cada contratado, e a empresa avalia a possibilidade de abrir uma unidade da universidade no Brasil.
Os benefícios oferecidos no mercado são cada vez mais variados: dias extras de descanso no aniversário e no fim do ano, a abolição de códigos de vestimenta, licença-maternidade e paternidade estendidas, descontos e subsídios para cursos, home office, programas focados na saúde física e mental e até mesmo participação societária. “Buscamos desconstruir os conceitos de carreira mais tradicionais e lineares dentro de caixinhas e descrições de cargo. Conversamos sobre a jornada dos funcionários, conectando-as com desafios e trazendo suas expectativas pessoais como aliadas do negócio”, diz Grazi Mendes, diretora de pessoas na ThoughtWorks Brasil.

Na difícil tarefa de como conquistar um dev, muitas empresas investem na diversidade para encontrar um programador para chamar de seu. No Brasil e no exterior, o mundo dos devs é essencialmente masculino. Em 2018, segundo dados da Brasscom, só 33% dos 845.479 profissionais de tecnologia do Brasil eram mulheres. A disparidade aumenta quando adicionamos o critério étnico — só 11% dos profissionais eram mulheres negras, pardas ou indígenas. Em agosto de 2019, a imobiliária digital QuintoAndar, em parceria com a escola Codenation, ofereceu um curso de programação gratuito para mulheres que tivessem alguma bagagem na área.
Ao longo de dez semanas, 30 desenvolvedoras foram treinadas e, ao final do curso, 13 foram contratadas para a equipe de tecnologia da startup. “Dentro da companhia já havia uma paridade de 50% homens e 50% mulheres, mas o recorte na área de tecnologia mostrou um desequilíbrio, por isso pensamos em programas para nos ajudar a reverter essa situação”, diz Heloísa Vieira, diretora de atração de talentos da QuintoAndar. No ecossistema brasileiro, iniciativas como o Reprograma e o Programaria gratuitamente capacitam mulheres para trabalhar com desenvolvimento de software. “As empresas hoje nos procuram para financiar cursos. Desde que começamos, em 2016, formamos 16 turmas, 428 mulheres, 98% delas estão atuando na área de TI”, diz Mariel Reyes Milk, fundadora e presidente do Reprograma.

A demanda pelos devs é alta, as ofertas são de encher os olhos — e os bolsos —, e é preciso formar novos profissionais. Isso está dado. Não há perspectiva, porém, de que o mundo se torne um lugar povoado apenas por profissionais que dominem os códigos dos computadores. Essa é a visão de Tim Ryan, presidente da unidade americana da auditoria britânica PwC e especializado no mercado de trabalho em tecnologia. “Acho que haverá uma parte crítica da população que terá de aprender a programar. Mas eu não vejo que todos terão de fazer isso”, diz Ryan. Isso significa que não é necessário colocar as crianças em escolas de codificação antes que aprendam o mínimo do conhecimento tradicional.
Por outro lado, no futuro todos vão ter de entender um pouco como os programas de computador são construídos para pelo menos poder contratar os funcionários mais adequados nas empresas, explicar à equipe de tecnologia o que espera nos projetos, e acompanhar as mudanças do mundo. Em linhas gerais, vale a lógica usada atualmente para conhecimentos matemáticos. Saber as operações básicas e conseguir identificar padrões e incoerências é fundamental para milhares de funções. O mesmo vai valer para os códigos. Saber mais do que o colega ao lado, claro, vai ajudar mais do que atrapalhar.
AS FALHAS NA FORMAÇÃO COMEÇAM NO BÁSICO
Os adolescentes brasileiros têm notas baixas nos exames de matemática, ciência e leitura; os universitários não se saem melhor | Rodrigo Loureiro
Protestos contra o corte de verbas de pesquisa: retrato de um país em que o ensino não é prioridade | Roberto Vazquez/Futura Press
Quase todos os problemas graves da economia brasileira têm a mesma explicação básica: falta educação. Melhorar a formação é a saída para o problema sistêmico da falta de profissionais para preencher as vagas no efervescente setor de tecnologia da informação. Mas os números mostram que as falhas começam muito antes de o estudante decidir qual carreira vai seguir. Em 2019, os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês) mostraram que dois terços dos alunos brasileiros de 15 anos sabiam menos do que o essencial em matemática.
Considerando também as áreas de leitura e ciência, apenas 2,5% dos estudantes atingiram notas de “alto desempenho” na prova. A média da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é de 15,7%. Essa defasagem contamina o ensino superior. Em 2018, apenas 1,7% dos cursos universitários conseguiu nota máxima no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). “O aprendizado não tem sido prioridade”, diz Priscila Cruz, presidente executiva do movimento Todos Pela Educação. “O Brasil não investe em primeira infância e isso acaba prejudicando a aprendizagem ao longo da trajetória escolar.”
No governo Jair Bolsonaro, o Ministério da Educação está encolhendo. Em 2019, o bloqueio de 7,4 bilhões de reais no orçamento resultou no corte de 3.474 bolsas de pós-graduação para gerar uma economia anual de 50 milhões de reais. A execução orçamentária para o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), organização responsável por fomentar a pesquisa científica e a formação de pesquisadores no Brasil, foi de 1,2 bilhão em 2019, quase metade dos 2,3 bilhões de reais de 2013. “Economia de quê? É de conhecimento. A gente está andando para trás”, diz Helena Nader, vice-presidente da Academia Brasileira de Ciência. “É uma vergonha essa falta de visão estratégica.” Cada dia que se investe menos do que o necessário em educação, o Brasil fica mais para trás na corrida pelos empregos do futuro
 

BAKADESU

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Temporada de caça aos devs
O Brasil precisa de desenvolvedores para competir num mundo cada vez mais digital. A escassez faz com que eles escolham onde trabalhar e quanto ganhar

A administradora de empresas Isabel Nasser, cofundadora da startup de automatização de operações de comércio exterior Kestraa, de São Paulo, ficou chocada quando um estagiário em desenvolvimento de softwares que estava terminando a faculdade recusou um salário de 12.000 reais com carteira assinada e generosos benefícios para ser efetivado. A proposta saltaria aos olhos de qualquer jovem, especialmente em um país onde a taxa de desemprego na faixa etária de 18 a 24 anos bate em 27%, mas o recém-formado recusou a oferta chamando-a de “insulto”, por ser baixa demais. A empresa de energia elétrica EDP do Brasil, que serve São Paulo e o Espírito Santo, quer aumentar a digitalização de processos administrativos, mas tem vagas abertas no time de tecnologia há seis meses.
Se os devs — como são chamados os desenvolvedores de software — não vão às empresas, as empresas vão aos devs. A Movile, que criou algumas das mais bem-sucedidas startups brasileiras, como iFood e PlayKids, e é avaliada em 1 bilhão de dólares, abriu escritórios em Recife, Porto Alegre e São Carlos, no interior paulista, para atrair devs em polos regionais de inovação. “Existe uma competição feroz por desenvolvedores no Brasil. Isso fez com que os salários disparassem e obrigou as empresas a participar ativamente na formação desse tipo de profissional”, diz Luciana Carvalho, vice-presidente de gente e gestão da Movile. Em média, a companhia leva 45 dias para preencher uma vaga de desenvolvedor. Bem-vindo ao fabuloso mundo dos devs, os profissionais mais requisitados do mercado de trabalho no Brasil e no mundo.
Contratar profissionais da área de tecnologia no Brasil é um trabalho hercúleo. De todas as deficiências da economia, essa é uma das mais urgentes. Entrando para valer no atual ciclo global de inovação, o país poderia finalmente chegar ao futuro que há décadas espera. “Temos uma enorme oportunidade de alavancar nossa economia. Mas, sem trabalhadores capacitados, em vez de produzir, seremos apenas importadores de tecnologia”, diz Sergio Paulo Gallindo, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom).

O descompasso entre a disponibilidade de profissionais no Brasil e a demanda das empresas é gritante. No país há, atualmente, apenas 2 milhões de trabalhadores graduados nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática, o correspondente a 1,9% da força de trabalho, segundo dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico. De 2019 a 2024, de acordo com cálculos da Brasscom, a demanda média deve ser de 70.000 profissionais por ano. No entanto, em 2017, de 46.000 profissionais formados, apenas 26.000 entraram no mercado de trabalho, evidenciando uma defasagem no currículo das instituições. Nesse ritmo, ao final do período de seis anos, o déficit chegaria a 264.000.

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A corrida acelerada por devs fez com que profissionais como a programadora pernambucana Roberta Arcoverde passassem a ser assediados. Há seis anos, Arcoverde trabalha remotamente para o site americano Stack Overflow, que recebe mais de 50 milhões de visitas por mês. “Devo receber uma oferta por semana, eles me abordam via LinkedIn, e-mail, pombo-correio”, brinca. Ela trabalhou para as consultorias de software brasileiras TCI, Chemtech e Radix antes de aceitar a proposta do site americano. Com mais de dez anos de experiência na área, continua estudando para acompanhar as mudanças na tecnologia. “O legal dessa profissão é poder construir coisas do zero, é uma profissão de cunho quase artístico. Sua ideia vira algo tangível, executável, que ajuda a vida das pessoas”, diz.

Desde os anos 1980, quando os primeiros computadores começaram a surgir nas empresas e gênios como Bill Gates e Steve Jobs despontaram, o Brasil enfrenta a falta de profissionais de tecnologia. Nessa época, a carência era do pessoal de suporte, encarregado por fazer softwares hoje considerados pré-históricos funcionarem. Aos poucos, a necessidade passou a ser também a de manter os profissionais conectados à rede e a pensar em novos serviços. As mudanças deslocaram os profissionais de tecnologia da função de suporte para o centro das decisões dos negócios. Os desenvolvedores tornaram-se figuras fundamentais na criação de plataformas de comércio eletrônico, de aplicativos de mobilidade e de softwares de automação industrial, entre muitas outras funcionalidades.
E, à medida que a economia digital no país ganha mais peso nos segmentos mais tradicionais de atividade, a pressão por talentos de tecnologia aumenta. A consultoria Accenture estima que a economia digital no Brasil já responde por 24,3% do PIB do Brasil — o que equivaleria a 446 bilhões de dólares. Desde 2015, todas as atividades produtivas que envolvem tecnologias digitais no país tiveram uma expansão de 20% — diante de um avanço de 1,2% da economia não digital no período. “A economia digital no país vem se diversificando rapidamente. Antes ela era formada apenas por empresas que forneciam software e equipamentos. Agora, todo tipo de negócio precisa de uma camada robusta de tecnologia”, diz Pedro Waengertner, sócio e fundador da ACE Startups, aceleradora que já investiu em mais de 100 startups brasileiras.
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As startups de tecnologia se destacam na contratação dos devs porque estão recebendo vultosos investimentos e têm pressa para crescer e conquistar mercado. Em 2019, as startups brasileiras receberam 2,7 bilhões de dólares em aportes de fundos de investimento, conforme dados da Distrito, organização que faz pesquisas sobre empreendedorismo no Brasil. É quase dez vezes mais do que o valor arrecadado em 2016. Mais dinheiro, mais startups. De 2016 a 2019, o número de startups triplicou no Brasil, passando de 4.273 para 12.700. O problema é que a oferta de profissionais não dá conta do crescimento desse mercado. “A alta demanda faz com que os talentos migrem de empresa com frequência. Os empreendedores perdem muito tempo na busca e na contratação desses profissionais”, diz Amure Pinho, presidente da Associação Brasileira de Startups.
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Bill Gates, fundador da Microsoft: primeira geração de devs | Doug Wilson/Getty Images
Na guerra pelos devs, cada empresa usa uma tática diferente. Em janeiro, o Nubank fez um acordo para contratar 50 funcionários da consultoria de desenvolvimento de software Plataformatec que já prestavam serviço para o banco digital. Também vem abrindo escritórios internacionais tanto para atrair profissionais que moram em outros países quanto para oferecer a seus funcionários o benefício de morar fora. Desde 2017, o Nubank tem um escritório em Berlim, na Alemanha.
Em 2019, foi a vez de a Cidade do México e de Buenos Aires, na Argentina, receberem filiais do unicórnio brasileiro, avaliado em mais de 10 bilhões de dólares. O diferencial do banco, eleito pelo LinkedIn em 2018 e 2019 como a startup brasileira mais desejada para trabalhar, foi construir uma marca empregadora forte a ponto de conseguir contratar brasileiros que estavam fora do país. “Miramos os engenheiros brasileiros que estão em companhias em diferentes países, porque eles realmente querem voltar e fazer parte de algo significativo que vai mudar o Brasil”, diz Renee Mauldin, diretora de pessoas da empresa.
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Renee Mauldin, do Nubank: busca por brasileiros que trabalham no exterior | Germano Lüders
Empresas brasileiras disputam os escassos talentos locais com o mercado internacional. Só nos Estados Unidos há 472.000 vagas em aberto para profissionais da área. O programador brasileiro é bom tecnicamente e é barato. Enquanto nos Estados Unidos o salário médio de um programador é de 109.000 dólares por ano, no Brasil é de 11.000 dólares. Outro desafio para os empregadores brasileiros é o fato de que 87% dos especialistas em tecnologia do país estarem dispostos a experimentar oportunidades de trabalho fora, segundo pesquisa da consultoria Boston Consulting Group em parceria com a empresa de recrutamento The Network. A porcentagem é maior do que a média global, de 67%. De acordo com o estudo, brasileiros são mais atraí-dos por oportunidades nos Estados Unidos, no Canadá, em Portugal e na Alemanha. Para eles, o que mais importa na hora de escolher uma vaga é a possibilidade de crescimento na carreira — o salário aparece só na oitava posição da lista.
A perspectiva da carreira internacional fez com que o catarinense Marcelo Camargo, considerado uma celebridade no mundo dos devs no Brasil, trocasse Joinville por Sydney, na Austrália. Aos 23 anos, é engenheiro de software sênior na Atlassian, maior empresa de software australiana, avaliada em 18 bilhões de dólares. Por aqui, ele ficou famoso por ter escrito o código que deu origem ao “Gemidão do WhatsApp”, brincadeira que viralizou em 2017. Em junho do ano passado, ele recebeu a proposta que considerou irrecusável.
Levou uma bolada em ações da empresa na contratação, ganha mais do que um desenvolvedor australiano (o salário médio anual é de cerca de 85.000 dólares no país) — e trabalha cerca de 8 horas por dia. “Não é aquela rotina de passar o dia inteiro escrevendo códigos. Parte do meu tempo é dedicada a desenvolver projetos com outros times”, diz o dev, que largou a faculdade de sistemas de informação depois de ter cursado apenas o primeiro ano. Líder de uma equipe de outros quatro desenvolvedores, ele recebe semanalmente duas ou três sondagens para trocar de emprego. Camargo encontrou no setor de tecnologia um ambiente diverso e inclusivo: ele é homossexual e tem síndrome de Asperger, condição dentro do espectro do autismo. “Aqui me sinto mais seguro”, diz.
Que as empresas estrangeiras estejam em larga vantagem para levar os desenvolvedores brasileiros é uma questão cambial. Logo, cabe às empresas no país criar estratégias para treinar um número cada vez maior de programadores. Em 2017, ao decidir começar a usar robôs para desempenhar as tarefas repetitivas de seu centro de serviços compartilhados, a EDP convidou os cerca de 200 funcionários do departamento para se tornarem, eles próprios, os programadores dos novos colaboradores autômatos. Uma analista de folha de pagamentos e um auxiliar administrativo tornaram-se desenvolvedores após dois meses de curso, usando uma plataforma que não exige o conhecimento aprofundado de codificação. “Conseguimos provar, na prática, que a tecnologia pode ser uma ferramenta que libera as pessoas de trabalhos braçais para que possam executar tarefas mais criativas”, diz Luis Gouveia, diretor de pessoas, tecnologia e sociedade da EDP.
REQUISITADOS E BEM PAGOS
Quem são e o que fazem as estrelas do mercado de trabalho no Brasil e no mundo | Fotos Germano Lüders
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JOVEM E DISPUTADO
Em três meses, Igor Silveira, de 19 anos, transformou o gosto por videogames em paixão por programação. Recém-formado no ensino médio, ele não sabia que carreira seguir até fazer um curso rápido de desenvolvedor de software. Terminou o treinamento com um emprego em uma consultoria. Se antes era ele quem distribuía seu currículo nas empresas, agora são os recrutadores que não param de procurá-lo. Recebe até três propostas de emprego por semana.

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ATIVISMO E VIDA CORPORATIVA
Desde pequena, a baiana Keilla Menezes, de 35 anos, resolvia desafios de matemática com o pai engenheiro. Fez ciência da computação e demorou a encontrar sua área, o front-end, aquele profissional que desenvolve a interface do usuário. Sempre notou a falta de diversidade dentro das empresas e hoje carrega um título singular para si: a única mulher negra no mundo com certificação de Google Developer Expert em Angular.
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VETERANO E MENTOR
O brasiliense Bruno Souza, de 46 anos, é um dos pioneiros do uso da linguagem Java no Brasil, uma das mais populares no mundo. Não é para menos que se apresenta como o “Javaman”. Fundador de uma das maiores comunidades globais dedicadas a essa linguagem de programação, já recebeu prêmios internacionais pelos avanços conquistados. Souza divide hoje seu tempo entre a atividade de consultor para empresas e mentor das novas gerações de devs.
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HOME OFFICE E SALÁRIO EM DÓLARES
Roberta Arcoverde, de 34 anos, é desenvolvedora de software há 12 anos e aprendeu a programar no curso de ciência da computação da Universidade Federal de Pernambuco. Há seis anos, passou em um processo seletivo disputado com outras 900 pessoas para trabalhar no site americano Stack Overflow. Apesar de receber diversas propostas para mudar de emprego, não pensa em deixar o conforto do trabalho remoto — e o salário em dólares — tão cedo.

Num país com 53% da população economicamente ativa desempregada ou em funções informais, a programação é uma carreira potencial das mais chamativas. País afora cresce o número de cursos livres de programação. A Trybe, fundada há pouco mais de seis meses em São Paulo, oferece um curso de um ano de duração em desenvolvimento de software e permite ao aluno quitar o curso depois de ingressar no mercado. Do jeito tradicional, o curso custa 24.000 reais. Pagando depois de empregado, o valor sobe para até 36.000 reais — preferido por 90% dos alunos. “Se não conseguir um trabalho que remunere acima de 3.500 reais, não precisa nos pagar”, diz Matheus Goyas, cofundador da Trybe.
Em menos de seis meses, a escola já iniciou três turmas de alunos e tem quase 150 estudantes matriculados. No último processo seletivo, em novembro, foram 5.000 candidatos para 100 vagas. Além de estudantes, o negócio está atraindo investidores. Depois de um aporte de 15 milhões de reais em agosto passado de investidores como o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga e da Joá Investimentos, fundo que tem o apresentador Luciano Huck entre os sócios, a Trybe finalizou em janeiro sua segunda rodada de captação, obtendo 42 milhões de re-ais de fundos como Atlantico, Canary, Global Founders Capital, e.Bricks, Maya e Norte, conforme apurado com exclusividade pela EXAME.
Isabel Nasser, cofundadora da startup Kestraa: recém-formado considerou oferta de salário de 12.000 reais como um “insulto” | Alexandre Battibugli
Ao finalmente conseguir contratar um talento, a empresa pode respirar aliviada, certo? Errado. Com companhias dispostas a oferecer salários altíssimos para conseguir um programador qualificado, é difícil reter os profissionais. Pesquisa do LinkedIn, em 2017, com sua base global de mais de 500 milhões de usuários, mostrou que a tecnologia é a área com maior rotatividade de profissionais (13,2%). A fábrica de software brasileira Lambda3, que tem entre os clientes o Banco Santander Brasil e fatura 15 milhões de reais, emprega 70 desenvolvedores entre os 100 profissionais e já demitiu clientes que estavam exigindo uma carga de trabalho exaustiva de seus times ou que apresentaram comportamentos machistas e homofóbicos com os colaboradores. “É tão difícil contratar e manter um bom profissional que eu prefiro perder um cliente na maior parte das vezes”, diz Victor Hugo Germano, sócio-fundador e presidente da Lambda3.
Sede da Movile: escritórios para atrair desenvolvedores em polos de inovação e reduzir os 45 dias que leva para preencher uma vaga | Camila Fontana
Essa é uma boa notícia da sofisticação desse mercado. As armas tendem a ir além do dinheiro puro e simples. Colocar um preço no trabalho do desenvolvedor é uma dor crescente. Diferentes cargos e níveis de experiência possuem remunerações que variam de 3.082 reais, para um analista de sistemas, a 25.152 reais, para o gerente de produto. Um salário realmente atraente pode ser, muitas vezes, financeiramente inviável. Porém, o que um dev mais pode valorizar, no final das contas, é fazer parte de uma equipe inspiradora e ter maior autonomia e oportunidades para novos desafios.
No Brasil, a ThoughtWorks, consultoria global de tecnologia da informação, possui 739 funcionários e planeja contratar mais 140 desenvolvedores iniciantes por intermédio de seu programa Desenvolve, que atrai talentos com uma proposta irresistível: todos os contratados passam cinco semanas na Índia ou na China para aprender novas habilidades. De 2019 até o momento, as 70 vagas abertas tiveram mais de 3.900 candidatos, uma proporção de 40 interessados para cada contratado, e a empresa avalia a possibilidade de abrir uma unidade da universidade no Brasil.
Os benefícios oferecidos no mercado são cada vez mais variados: dias extras de descanso no aniversário e no fim do ano, a abolição de códigos de vestimenta, licença-maternidade e paternidade estendidas, descontos e subsídios para cursos, home office, programas focados na saúde física e mental e até mesmo participação societária. “Buscamos desconstruir os conceitos de carreira mais tradicionais e lineares dentro de caixinhas e descrições de cargo. Conversamos sobre a jornada dos funcionários, conectando-as com desafios e trazendo suas expectativas pessoais como aliadas do negócio”, diz Grazi Mendes, diretora de pessoas na ThoughtWorks Brasil.

Na difícil tarefa de como conquistar um dev, muitas empresas investem na diversidade para encontrar um programador para chamar de seu. No Brasil e no exterior, o mundo dos devs é essencialmente masculino. Em 2018, segundo dados da Brasscom, só 33% dos 845.479 profissionais de tecnologia do Brasil eram mulheres. A disparidade aumenta quando adicionamos o critério étnico — só 11% dos profissionais eram mulheres negras, pardas ou indígenas. Em agosto de 2019, a imobiliária digital QuintoAndar, em parceria com a escola Codenation, ofereceu um curso de programação gratuito para mulheres que tivessem alguma bagagem na área.
Ao longo de dez semanas, 30 desenvolvedoras foram treinadas e, ao final do curso, 13 foram contratadas para a equipe de tecnologia da startup. “Dentro da companhia já havia uma paridade de 50% homens e 50% mulheres, mas o recorte na área de tecnologia mostrou um desequilíbrio, por isso pensamos em programas para nos ajudar a reverter essa situação”, diz Heloísa Vieira, diretora de atração de talentos da QuintoAndar. No ecossistema brasileiro, iniciativas como o Reprograma e o Programaria gratuitamente capacitam mulheres para trabalhar com desenvolvimento de software. “As empresas hoje nos procuram para financiar cursos. Desde que começamos, em 2016, formamos 16 turmas, 428 mulheres, 98% delas estão atuando na área de TI”, diz Mariel Reyes Milk, fundadora e presidente do Reprograma.

A demanda pelos devs é alta, as ofertas são de encher os olhos — e os bolsos —, e é preciso formar novos profissionais. Isso está dado. Não há perspectiva, porém, de que o mundo se torne um lugar povoado apenas por profissionais que dominem os códigos dos computadores. Essa é a visão de Tim Ryan, presidente da unidade americana da auditoria britânica PwC e especializado no mercado de trabalho em tecnologia. “Acho que haverá uma parte crítica da população que terá de aprender a programar. Mas eu não vejo que todos terão de fazer isso”, diz Ryan. Isso significa que não é necessário colocar as crianças em escolas de codificação antes que aprendam o mínimo do conhecimento tradicional.
Por outro lado, no futuro todos vão ter de entender um pouco como os programas de computador são construídos para pelo menos poder contratar os funcionários mais adequados nas empresas, explicar à equipe de tecnologia o que espera nos projetos, e acompanhar as mudanças do mundo. Em linhas gerais, vale a lógica usada atualmente para conhecimentos matemáticos. Saber as operações básicas e conseguir identificar padrões e incoerências é fundamental para milhares de funções. O mesmo vai valer para os códigos. Saber mais do que o colega ao lado, claro, vai ajudar mais do que atrapalhar.
AS FALHAS NA FORMAÇÃO COMEÇAM NO BÁSICO
Os adolescentes brasileiros têm notas baixas nos exames de matemática, ciência e leitura; os universitários não se saem melhor | Rodrigo Loureiro
Protestos contra o corte de verbas de pesquisa: retrato de um país em que o ensino não é prioridade | Roberto Vazquez/Futura Press
Quase todos os problemas graves da economia brasileira têm a mesma explicação básica: falta educação. Melhorar a formação é a saída para o problema sistêmico da falta de profissionais para preencher as vagas no efervescente setor de tecnologia da informação. Mas os números mostram que as falhas começam muito antes de o estudante decidir qual carreira vai seguir. Em 2019, os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês) mostraram que dois terços dos alunos brasileiros de 15 anos sabiam menos do que o essencial em matemática.
Considerando também as áreas de leitura e ciência, apenas 2,5% dos estudantes atingiram notas de “alto desempenho” na prova. A média da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é de 15,7%. Essa defasagem contamina o ensino superior. Em 2018, apenas 1,7% dos cursos universitários conseguiu nota máxima no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). “O aprendizado não tem sido prioridade”, diz Priscila Cruz, presidente executiva do movimento Todos Pela Educação. “O Brasil não investe em primeira infância e isso acaba prejudicando a aprendizagem ao longo da trajetória escolar.”
No governo Jair Bolsonaro, o Ministério da Educação está encolhendo. Em 2019, o bloqueio de 7,4 bilhões de reais no orçamento resultou no corte de 3.474 bolsas de pós-graduação para gerar uma economia anual de 50 milhões de reais. A execução orçamentária para o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), organização responsável por fomentar a pesquisa científica e a formação de pesquisadores no Brasil, foi de 1,2 bilhão em 2019, quase metade dos 2,3 bilhões de reais de 2013. “Economia de quê? É de conhecimento. A gente está andando para trás”, diz Helena Nader, vice-presidente da Academia Brasileira de Ciência. “É uma vergonha essa falta de visão estratégica.” Cada dia que se investe menos do que o necessário em educação, o Brasil fica mais para trás na corrida pelos empregos do futuro

Questão da Educação Básica concordo plenamente, eu que estudei em escola publica sem muito incentivo da familia (tudo comerciante), hoje tenho imensa dificuldade em fazer cálculos matemáticas mais complexos e nem é por causa da minha falta de capacidade e sim da qualidade do ensino aqui em SP, ainda mais governadores é tudo ensino progressista, só ir na aula e ter uma média cafona que tu passava de ano mesmo se você fosse pior aluno da escola.

Complicado!

Estou reaprendendo tudo novo, questão de lógica etc... e muita matemática, para não ser apenas + 1 programador qualquer no mercado.
 

Bat Esponja

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Temporada de caça aos devs
O Brasil precisa de desenvolvedores para competir num mundo cada vez mais digital. A escassez faz com que eles escolham onde trabalhar e quanto ganhar

A administradora de empresas Isabel Nasser, cofundadora da startup de automatização de operações de comércio exterior Kestraa, de São Paulo, ficou chocada quando um estagiário em desenvolvimento de softwares que estava terminando a faculdade recusou um salário de 12.000 reais com carteira assinada e generosos benefícios para ser efetivado. A proposta saltaria aos olhos de qualquer jovem, especialmente em um país onde a taxa de desemprego na faixa etária de 18 a 24 anos bate em 27%, mas o recém-formado recusou a oferta chamando-a de “insulto”, por ser baixa demais. A empresa de energia elétrica EDP do Brasil, que serve São Paulo e o Espírito Santo, quer aumentar a digitalização de processos administrativos, mas tem vagas abertas no time de tecnologia há seis meses.
Se os devs — como são chamados os desenvolvedores de software — não vão às empresas, as empresas vão aos devs. A Movile, que criou algumas das mais bem-sucedidas startups brasileiras, como iFood e PlayKids, e é avaliada em 1 bilhão de dólares, abriu escritórios em Recife, Porto Alegre e São Carlos, no interior paulista, para atrair devs em polos regionais de inovação. “Existe uma competição feroz por desenvolvedores no Brasil. Isso fez com que os salários disparassem e obrigou as empresas a participar ativamente na formação desse tipo de profissional”, diz Luciana Carvalho, vice-presidente de gente e gestão da Movile. Em média, a companhia leva 45 dias para preencher uma vaga de desenvolvedor. Bem-vindo ao fabuloso mundo dos devs, os profissionais mais requisitados do mercado de trabalho no Brasil e no mundo.
Contratar profissionais da área de tecnologia no Brasil é um trabalho hercúleo. De todas as deficiências da economia, essa é uma das mais urgentes. Entrando para valer no atual ciclo global de inovação, o país poderia finalmente chegar ao futuro que há décadas espera. “Temos uma enorme oportunidade de alavancar nossa economia. Mas, sem trabalhadores capacitados, em vez de produzir, seremos apenas importadores de tecnologia”, diz Sergio Paulo Gallindo, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom).

O descompasso entre a disponibilidade de profissionais no Brasil e a demanda das empresas é gritante. No país há, atualmente, apenas 2 milhões de trabalhadores graduados nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática, o correspondente a 1,9% da força de trabalho, segundo dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico. De 2019 a 2024, de acordo com cálculos da Brasscom, a demanda média deve ser de 70.000 profissionais por ano. No entanto, em 2017, de 46.000 profissionais formados, apenas 26.000 entraram no mercado de trabalho, evidenciando uma defasagem no currículo das instituições. Nesse ritmo, ao final do período de seis anos, o déficit chegaria a 264.000.

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A corrida acelerada por devs fez com que profissionais como a programadora pernambucana Roberta Arcoverde passassem a ser assediados. Há seis anos, Arcoverde trabalha remotamente para o site americano Stack Overflow, que recebe mais de 50 milhões de visitas por mês. “Devo receber uma oferta por semana, eles me abordam via LinkedIn, e-mail, pombo-correio”, brinca. Ela trabalhou para as consultorias de software brasileiras TCI, Chemtech e Radix antes de aceitar a proposta do site americano. Com mais de dez anos de experiência na área, continua estudando para acompanhar as mudanças na tecnologia. “O legal dessa profissão é poder construir coisas do zero, é uma profissão de cunho quase artístico. Sua ideia vira algo tangível, executável, que ajuda a vida das pessoas”, diz.

Desde os anos 1980, quando os primeiros computadores começaram a surgir nas empresas e gênios como Bill Gates e Steve Jobs despontaram, o Brasil enfrenta a falta de profissionais de tecnologia. Nessa época, a carência era do pessoal de suporte, encarregado por fazer softwares hoje considerados pré-históricos funcionarem. Aos poucos, a necessidade passou a ser também a de manter os profissionais conectados à rede e a pensar em novos serviços. As mudanças deslocaram os profissionais de tecnologia da função de suporte para o centro das decisões dos negócios. Os desenvolvedores tornaram-se figuras fundamentais na criação de plataformas de comércio eletrônico, de aplicativos de mobilidade e de softwares de automação industrial, entre muitas outras funcionalidades.
E, à medida que a economia digital no país ganha mais peso nos segmentos mais tradicionais de atividade, a pressão por talentos de tecnologia aumenta. A consultoria Accenture estima que a economia digital no Brasil já responde por 24,3% do PIB do Brasil — o que equivaleria a 446 bilhões de dólares. Desde 2015, todas as atividades produtivas que envolvem tecnologias digitais no país tiveram uma expansão de 20% — diante de um avanço de 1,2% da economia não digital no período. “A economia digital no país vem se diversificando rapidamente. Antes ela era formada apenas por empresas que forneciam software e equipamentos. Agora, todo tipo de negócio precisa de uma camada robusta de tecnologia”, diz Pedro Waengertner, sócio e fundador da ACE Startups, aceleradora que já investiu em mais de 100 startups brasileiras.
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As startups de tecnologia se destacam na contratação dos devs porque estão recebendo vultosos investimentos e têm pressa para crescer e conquistar mercado. Em 2019, as startups brasileiras receberam 2,7 bilhões de dólares em aportes de fundos de investimento, conforme dados da Distrito, organização que faz pesquisas sobre empreendedorismo no Brasil. É quase dez vezes mais do que o valor arrecadado em 2016. Mais dinheiro, mais startups. De 2016 a 2019, o número de startups triplicou no Brasil, passando de 4.273 para 12.700. O problema é que a oferta de profissionais não dá conta do crescimento desse mercado. “A alta demanda faz com que os talentos migrem de empresa com frequência. Os empreendedores perdem muito tempo na busca e na contratação desses profissionais”, diz Amure Pinho, presidente da Associação Brasileira de Startups.
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Bill Gates, fundador da Microsoft: primeira geração de devs | Doug Wilson/Getty Images
Na guerra pelos devs, cada empresa usa uma tática diferente. Em janeiro, o Nubank fez um acordo para contratar 50 funcionários da consultoria de desenvolvimento de software Plataformatec que já prestavam serviço para o banco digital. Também vem abrindo escritórios internacionais tanto para atrair profissionais que moram em outros países quanto para oferecer a seus funcionários o benefício de morar fora. Desde 2017, o Nubank tem um escritório em Berlim, na Alemanha.
Em 2019, foi a vez de a Cidade do México e de Buenos Aires, na Argentina, receberem filiais do unicórnio brasileiro, avaliado em mais de 10 bilhões de dólares. O diferencial do banco, eleito pelo LinkedIn em 2018 e 2019 como a startup brasileira mais desejada para trabalhar, foi construir uma marca empregadora forte a ponto de conseguir contratar brasileiros que estavam fora do país. “Miramos os engenheiros brasileiros que estão em companhias em diferentes países, porque eles realmente querem voltar e fazer parte de algo significativo que vai mudar o Brasil”, diz Renee Mauldin, diretora de pessoas da empresa.
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Renee Mauldin, do Nubank: busca por brasileiros que trabalham no exterior | Germano Lüders
Empresas brasileiras disputam os escassos talentos locais com o mercado internacional. Só nos Estados Unidos há 472.000 vagas em aberto para profissionais da área. O programador brasileiro é bom tecnicamente e é barato. Enquanto nos Estados Unidos o salário médio de um programador é de 109.000 dólares por ano, no Brasil é de 11.000 dólares. Outro desafio para os empregadores brasileiros é o fato de que 87% dos especialistas em tecnologia do país estarem dispostos a experimentar oportunidades de trabalho fora, segundo pesquisa da consultoria Boston Consulting Group em parceria com a empresa de recrutamento The Network. A porcentagem é maior do que a média global, de 67%. De acordo com o estudo, brasileiros são mais atraí-dos por oportunidades nos Estados Unidos, no Canadá, em Portugal e na Alemanha. Para eles, o que mais importa na hora de escolher uma vaga é a possibilidade de crescimento na carreira — o salário aparece só na oitava posição da lista.
A perspectiva da carreira internacional fez com que o catarinense Marcelo Camargo, considerado uma celebridade no mundo dos devs no Brasil, trocasse Joinville por Sydney, na Austrália. Aos 23 anos, é engenheiro de software sênior na Atlassian, maior empresa de software australiana, avaliada em 18 bilhões de dólares. Por aqui, ele ficou famoso por ter escrito o código que deu origem ao “Gemidão do WhatsApp”, brincadeira que viralizou em 2017. Em junho do ano passado, ele recebeu a proposta que considerou irrecusável.
Levou uma bolada em ações da empresa na contratação, ganha mais do que um desenvolvedor australiano (o salário médio anual é de cerca de 85.000 dólares no país) — e trabalha cerca de 8 horas por dia. “Não é aquela rotina de passar o dia inteiro escrevendo códigos. Parte do meu tempo é dedicada a desenvolver projetos com outros times”, diz o dev, que largou a faculdade de sistemas de informação depois de ter cursado apenas o primeiro ano. Líder de uma equipe de outros quatro desenvolvedores, ele recebe semanalmente duas ou três sondagens para trocar de emprego. Camargo encontrou no setor de tecnologia um ambiente diverso e inclusivo: ele é homossexual e tem síndrome de Asperger, condição dentro do espectro do autismo. “Aqui me sinto mais seguro”, diz.
Que as empresas estrangeiras estejam em larga vantagem para levar os desenvolvedores brasileiros é uma questão cambial. Logo, cabe às empresas no país criar estratégias para treinar um número cada vez maior de programadores. Em 2017, ao decidir começar a usar robôs para desempenhar as tarefas repetitivas de seu centro de serviços compartilhados, a EDP convidou os cerca de 200 funcionários do departamento para se tornarem, eles próprios, os programadores dos novos colaboradores autômatos. Uma analista de folha de pagamentos e um auxiliar administrativo tornaram-se desenvolvedores após dois meses de curso, usando uma plataforma que não exige o conhecimento aprofundado de codificação. “Conseguimos provar, na prática, que a tecnologia pode ser uma ferramenta que libera as pessoas de trabalhos braçais para que possam executar tarefas mais criativas”, diz Luis Gouveia, diretor de pessoas, tecnologia e sociedade da EDP.
REQUISITADOS E BEM PAGOS
Quem são e o que fazem as estrelas do mercado de trabalho no Brasil e no mundo | Fotos Germano Lüders
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JOVEM E DISPUTADO
Em três meses, Igor Silveira, de 19 anos, transformou o gosto por videogames em paixão por programação. Recém-formado no ensino médio, ele não sabia que carreira seguir até fazer um curso rápido de desenvolvedor de software. Terminou o treinamento com um emprego em uma consultoria. Se antes era ele quem distribuía seu currículo nas empresas, agora são os recrutadores que não param de procurá-lo. Recebe até três propostas de emprego por semana.

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ATIVISMO E VIDA CORPORATIVA
Desde pequena, a baiana Keilla Menezes, de 35 anos, resolvia desafios de matemática com o pai engenheiro. Fez ciência da computação e demorou a encontrar sua área, o front-end, aquele profissional que desenvolve a interface do usuário. Sempre notou a falta de diversidade dentro das empresas e hoje carrega um título singular para si: a única mulher negra no mundo com certificação de Google Developer Expert em Angular.
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VETERANO E MENTOR
O brasiliense Bruno Souza, de 46 anos, é um dos pioneiros do uso da linguagem Java no Brasil, uma das mais populares no mundo. Não é para menos que se apresenta como o “Javaman”. Fundador de uma das maiores comunidades globais dedicadas a essa linguagem de programação, já recebeu prêmios internacionais pelos avanços conquistados. Souza divide hoje seu tempo entre a atividade de consultor para empresas e mentor das novas gerações de devs.
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HOME OFFICE E SALÁRIO EM DÓLARES
Roberta Arcoverde, de 34 anos, é desenvolvedora de software há 12 anos e aprendeu a programar no curso de ciência da computação da Universidade Federal de Pernambuco. Há seis anos, passou em um processo seletivo disputado com outras 900 pessoas para trabalhar no site americano Stack Overflow. Apesar de receber diversas propostas para mudar de emprego, não pensa em deixar o conforto do trabalho remoto — e o salário em dólares — tão cedo.

Num país com 53% da população economicamente ativa desempregada ou em funções informais, a programação é uma carreira potencial das mais chamativas. País afora cresce o número de cursos livres de programação. A Trybe, fundada há pouco mais de seis meses em São Paulo, oferece um curso de um ano de duração em desenvolvimento de software e permite ao aluno quitar o curso depois de ingressar no mercado. Do jeito tradicional, o curso custa 24.000 reais. Pagando depois de empregado, o valor sobe para até 36.000 reais — preferido por 90% dos alunos. “Se não conseguir um trabalho que remunere acima de 3.500 reais, não precisa nos pagar”, diz Matheus Goyas, cofundador da Trybe.
Em menos de seis meses, a escola já iniciou três turmas de alunos e tem quase 150 estudantes matriculados. No último processo seletivo, em novembro, foram 5.000 candidatos para 100 vagas. Além de estudantes, o negócio está atraindo investidores. Depois de um aporte de 15 milhões de reais em agosto passado de investidores como o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga e da Joá Investimentos, fundo que tem o apresentador Luciano Huck entre os sócios, a Trybe finalizou em janeiro sua segunda rodada de captação, obtendo 42 milhões de re-ais de fundos como Atlantico, Canary, Global Founders Capital, e.Bricks, Maya e Norte, conforme apurado com exclusividade pela EXAME.
Isabel Nasser, cofundadora da startup Kestraa: recém-formado considerou oferta de salário de 12.000 reais como um “insulto” | Alexandre Battibugli
Ao finalmente conseguir contratar um talento, a empresa pode respirar aliviada, certo? Errado. Com companhias dispostas a oferecer salários altíssimos para conseguir um programador qualificado, é difícil reter os profissionais. Pesquisa do LinkedIn, em 2017, com sua base global de mais de 500 milhões de usuários, mostrou que a tecnologia é a área com maior rotatividade de profissionais (13,2%). A fábrica de software brasileira Lambda3, que tem entre os clientes o Banco Santander Brasil e fatura 15 milhões de reais, emprega 70 desenvolvedores entre os 100 profissionais e já demitiu clientes que estavam exigindo uma carga de trabalho exaustiva de seus times ou que apresentaram comportamentos machistas e homofóbicos com os colaboradores. “É tão difícil contratar e manter um bom profissional que eu prefiro perder um cliente na maior parte das vezes”, diz Victor Hugo Germano, sócio-fundador e presidente da Lambda3.
Sede da Movile: escritórios para atrair desenvolvedores em polos de inovação e reduzir os 45 dias que leva para preencher uma vaga | Camila Fontana
Essa é uma boa notícia da sofisticação desse mercado. As armas tendem a ir além do dinheiro puro e simples. Colocar um preço no trabalho do desenvolvedor é uma dor crescente. Diferentes cargos e níveis de experiência possuem remunerações que variam de 3.082 reais, para um analista de sistemas, a 25.152 reais, para o gerente de produto. Um salário realmente atraente pode ser, muitas vezes, financeiramente inviável. Porém, o que um dev mais pode valorizar, no final das contas, é fazer parte de uma equipe inspiradora e ter maior autonomia e oportunidades para novos desafios.
No Brasil, a ThoughtWorks, consultoria global de tecnologia da informação, possui 739 funcionários e planeja contratar mais 140 desenvolvedores iniciantes por intermédio de seu programa Desenvolve, que atrai talentos com uma proposta irresistível: todos os contratados passam cinco semanas na Índia ou na China para aprender novas habilidades. De 2019 até o momento, as 70 vagas abertas tiveram mais de 3.900 candidatos, uma proporção de 40 interessados para cada contratado, e a empresa avalia a possibilidade de abrir uma unidade da universidade no Brasil.
Os benefícios oferecidos no mercado são cada vez mais variados: dias extras de descanso no aniversário e no fim do ano, a abolição de códigos de vestimenta, licença-maternidade e paternidade estendidas, descontos e subsídios para cursos, home office, programas focados na saúde física e mental e até mesmo participação societária. “Buscamos desconstruir os conceitos de carreira mais tradicionais e lineares dentro de caixinhas e descrições de cargo. Conversamos sobre a jornada dos funcionários, conectando-as com desafios e trazendo suas expectativas pessoais como aliadas do negócio”, diz Grazi Mendes, diretora de pessoas na ThoughtWorks Brasil.

Na difícil tarefa de como conquistar um dev, muitas empresas investem na diversidade para encontrar um programador para chamar de seu. No Brasil e no exterior, o mundo dos devs é essencialmente masculino. Em 2018, segundo dados da Brasscom, só 33% dos 845.479 profissionais de tecnologia do Brasil eram mulheres. A disparidade aumenta quando adicionamos o critério étnico — só 11% dos profissionais eram mulheres negras, pardas ou indígenas. Em agosto de 2019, a imobiliária digital QuintoAndar, em parceria com a escola Codenation, ofereceu um curso de programação gratuito para mulheres que tivessem alguma bagagem na área.
Ao longo de dez semanas, 30 desenvolvedoras foram treinadas e, ao final do curso, 13 foram contratadas para a equipe de tecnologia da startup. “Dentro da companhia já havia uma paridade de 50% homens e 50% mulheres, mas o recorte na área de tecnologia mostrou um desequilíbrio, por isso pensamos em programas para nos ajudar a reverter essa situação”, diz Heloísa Vieira, diretora de atração de talentos da QuintoAndar. No ecossistema brasileiro, iniciativas como o Reprograma e o Programaria gratuitamente capacitam mulheres para trabalhar com desenvolvimento de software. “As empresas hoje nos procuram para financiar cursos. Desde que começamos, em 2016, formamos 16 turmas, 428 mulheres, 98% delas estão atuando na área de TI”, diz Mariel Reyes Milk, fundadora e presidente do Reprograma.

A demanda pelos devs é alta, as ofertas são de encher os olhos — e os bolsos —, e é preciso formar novos profissionais. Isso está dado. Não há perspectiva, porém, de que o mundo se torne um lugar povoado apenas por profissionais que dominem os códigos dos computadores. Essa é a visão de Tim Ryan, presidente da unidade americana da auditoria britânica PwC e especializado no mercado de trabalho em tecnologia. “Acho que haverá uma parte crítica da população que terá de aprender a programar. Mas eu não vejo que todos terão de fazer isso”, diz Ryan. Isso significa que não é necessário colocar as crianças em escolas de codificação antes que aprendam o mínimo do conhecimento tradicional.
Por outro lado, no futuro todos vão ter de entender um pouco como os programas de computador são construídos para pelo menos poder contratar os funcionários mais adequados nas empresas, explicar à equipe de tecnologia o que espera nos projetos, e acompanhar as mudanças do mundo. Em linhas gerais, vale a lógica usada atualmente para conhecimentos matemáticos. Saber as operações básicas e conseguir identificar padrões e incoerências é fundamental para milhares de funções. O mesmo vai valer para os códigos. Saber mais do que o colega ao lado, claro, vai ajudar mais do que atrapalhar.
AS FALHAS NA FORMAÇÃO COMEÇAM NO BÁSICO
Os adolescentes brasileiros têm notas baixas nos exames de matemática, ciência e leitura; os universitários não se saem melhor | Rodrigo Loureiro
Protestos contra o corte de verbas de pesquisa: retrato de um país em que o ensino não é prioridade | Roberto Vazquez/Futura Press
Quase todos os problemas graves da economia brasileira têm a mesma explicação básica: falta educação. Melhorar a formação é a saída para o problema sistêmico da falta de profissionais para preencher as vagas no efervescente setor de tecnologia da informação. Mas os números mostram que as falhas começam muito antes de o estudante decidir qual carreira vai seguir. Em 2019, os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês) mostraram que dois terços dos alunos brasileiros de 15 anos sabiam menos do que o essencial em matemática.
Considerando também as áreas de leitura e ciência, apenas 2,5% dos estudantes atingiram notas de “alto desempenho” na prova. A média da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é de 15,7%. Essa defasagem contamina o ensino superior. Em 2018, apenas 1,7% dos cursos universitários conseguiu nota máxima no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). “O aprendizado não tem sido prioridade”, diz Priscila Cruz, presidente executiva do movimento Todos Pela Educação. “O Brasil não investe em primeira infância e isso acaba prejudicando a aprendizagem ao longo da trajetória escolar.”
No governo Jair Bolsonaro, o Ministério da Educação está encolhendo. Em 2019, o bloqueio de 7,4 bilhões de reais no orçamento resultou no corte de 3.474 bolsas de pós-graduação para gerar uma economia anual de 50 milhões de reais. A execução orçamentária para o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), organização responsável por fomentar a pesquisa científica e a formação de pesquisadores no Brasil, foi de 1,2 bilhão em 2019, quase metade dos 2,3 bilhões de reais de 2013. “Economia de quê? É de conhecimento. A gente está andando para trás”, diz Helena Nader, vice-presidente da Academia Brasileira de Ciência. “É uma vergonha essa falta de visão estratégica.” Cada dia que se investe menos do que o necessário em educação, o Brasil fica mais para trás na corrida pelos empregos do futuro

Salário maior que os R$8.000 que os trainees de engenharia da OS ganham lol
 

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Bom caras, depois de ter passado por um ano super traumático e tirado um tempo pra decidir o que fazer, resolvi investir em uma plataforma lowcode, o OutSystems. Queria deixar esse relato porque tem sido uma experiência muito positiva pra mim.

O lowcode, pra quem não é familiar, é um conceito de programar sem usar muito código...é muito "drag and drop" com muita referência visual.
Nunca programei, sempre fui da área de infra, mais especificamente, trabalho a muitos anos com ferramentas da CA Technologies.

Pois bem. Investi 3k em um curso, coloquei no LinkedIn e em dois dias me chamaram pra entrevista. Estou no melhor lugar que já trabalhei e a plataforma em si é bem bacana de usar, exige muito mais lógica que conhecimento em múltiplas linguagens. Tem um pessoal de Portugal visitando meu perfil, acredito que quando tiver mais experiência vai dar pra disputar umas vagas lá fora.
 
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