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PARASITE EVE

Cantalupo

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Fiz um vídeo sobre PARASITE EVE. Falando sobre: Porque ele não é um survival horror, porque é uma otima adaptação/continuação do livro de mesmo nome e porque ainda é essencial para quem gosta de JRPG ou de boas histórias.
 

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Aqui a versão em texto para quem prefere:


Meta-História

Parasite Eve, o livro de 1995, foi parte de uma onda de livros e filmes de terror que surgiram no Japão dos anos 90. O romance é um híbrido de terror com ficção científica e o jogo é uma continuação direta dele. No livro o autor Hideaki Senna cria uma história com drama, ficção cientifica, horror e vários temas que se eu falasse aqui meu canal iam ser derrubado instantaneamente. (EU RECOMENDO!)

Parasite Eve, o jogo, que saiu em 1998 para o Playstation e foi muito bem recebido pelos críticos e público. Teve duas continuações em 1999 e 2010 que foram bem, mas, não o suficiente para que serie continuasse. Causa de conteúdo explícito foi o primeiro jogo da Square a ter o selo M (para maiores de 17 anos).

O escritor e diretor do jogo foi Takashi Tokita. Ele dirigiu um jogo que é residente no meu coração: Live a Live além de ter trabalhado em outros jogos muito bons.

Eu procurei por uma cópia virtual, mas, não encontrei. Todavia, lembro que que ele estava disponível para PS3. Como não é um jogo raro ainda é possível conseguir, mas, uma cópia física está caríssima. Sendo assim a melhor opção é usar um emulador para jogar . Com as opções certas dá para deixar o jogo bem bonito. ( O como fazer está nos comentários)

Apresentação

O desenhista principal de personagens foi Tetsuia Nomura que trabalhou em incontáveis jogos na Squaresoft. Alguns deles sucesso de públicos como Kingdom Hearts e outros que eu gosto muito como Live a Live. Nomura trabalhou inclusive no melhor jogo de todos os tempos: Final Fantasy VI.

A apresentação do jogo é muito bonita, personagens poligonais sob um fundo pré-rederenizado. É a mesma técnica já vista em Resident Evil, contudo, o movimento não é tão bom e muitas vezes parece que os modelos estão patinando sobre o terreno. Repare na velocidade da heroína subindo uma escada. Os cenários são bem bonitos e detalhados e usam aquele truquezinho ardiloso de esconder itens em partes que não parecem interativas. Então vale a regra de ouro: Examinar tudo.

As animações dos personagens são um pouco travadas, entretanto conseguem entregar a mensagem.

As criaturas são um espetáculo à parte: Ratos, gatos e jacarés que sofreram mutações causam um desconforto enorme principalmente quando aparecem nas famosas CG`s do PSX. Destaque especial para o Cerberus, tanto a animação quanto o modelo dão uma belíssima sensação de desconforto horrorosa.

E por falar dessas cenas (que eu acho muito impressionantes até hoje) elas não são só bonitas. Também tem ângulos e provem a história um Q de cinematográfico. E ainda ajudam a entender a escala enorme da ameaça que a antagonista representa.

Os efeitos dos poderes parasitas são visualmente muitos parecidos com os das magias em Final Fantasy e isso é bem bacana. Olha só alguns deles:





Música

A trilha de Parasite Eve foi composta por Yoko Shinomura, uma titã da indústria. Ela compôs para Street Fighter 2, Legend of Mana, Kingdom Hearts, e para aquele que é um forte candidato ao melhor o jogo do Super Nintendo: Super Mario RPG. Ela também fez a trilha de um dos meus preferidos que até tem um vídeo aqui no meu canal: Live a Live.

Às vezes eu tenho dúvidas se gosto ou não da música de algum jogo. Quando isso acontece eu faço um teste: Coloco a trilha para tocar no carro enquanto estou dirigindo. A de Parasite Eve é boa apenas em pequenas doses. A música de combate e o tema que toca na delegacia são muito boas. O tema de opera é meio irritante, mas, ele toca bem pouco no jogo então não chega a ser um problema. A trilha no geral tem bastante piano e influências de Tecno. A minha preferida é:

Jogabilidade e desenho de jogo

Agora vamos ao que eu acho a parte mais importante de qualquer jogo: A jogabilidade.

Em P.E a história e a jogabilidade estão bem entrelaçadas para apresentar uma experiência linear, todavia com um ritmo rápido. Eu não considero linearidade como algo ruim alguns jogos muito bons são lineares, outros nem tão bons também são lineares.

O jogo se comporta como um JRPG com elementos como equipamentos, customização, e pegada oriental de apresentar o RPG como um teatro de bonecos. As dungeons do jogo são lugares reais da cidade e a exploração é bem simples consiste só em procurar chaves. A única dungeon que se tem que explorar bastante é o hospital, as outras são bem lineares.

Uma coisa interessante é que sendo um JRPG com apenas um personagem o jogo tem itens e magias que compensam isso. Existe a famosa magia haste que dobra a velocidade da protagonista e itens que ressuscitam se os pontos de vida chegarem a 0. (WAKE ME UP)

O combate me agrada por demais da conta e funciona assim: Aya só pode atacar ou usar seus poderes parasíticos quando a barra de ação está cheia, mas ela pode se mover pelo campo de combate para desviar de ataques e manter a distância dos inimigos. Outro fator que tático interessante é que a arma que se usa faz diferença em tempo de resposta, alcance, e tempo de recarregamento. Para ilustrar: Um rifle ou uma escopeta permitem que ela mantenha uma distância maior das abominações o que faz com que seja mais fácil de esquivar , mas, em contrapartida a barra de ação aumenta mais devagar com essas armas. Jogando com pistolas e metralhadoras a barra de ataque se move com rapidez mas, Aya tem que se colocar em perigo para atacar. É um sistema bem equilibrado, cada um dos tipos de arma tem suas forças e fraquezas. É um belo desenho de jogo: Se você assumir mais riscos tem uma recompensa maior.

O jogo consegue até mesmo fazer funcionar as famigeradas batalhas aleatórias. E com um sistema muito simples: As batalhas dão uma boa quantidade de experiência, mas, a chance de encontrar inimigos diminui a cada vez que o jogador os enfrenta na mesma tela

O único problema que tenho com a jogabilidade é o conteúdo pós-jogo. O último desafio do jogo muda o ciclo de jogabilidade de uma experiência linear para um dungeon crawler. E as lutas ou são ridiculamente fáceis ou os inimigos te barbarizam com um golpe. Na última dungeon do jogo eu tive que rastejar por 77 andares e fui obrigado até a desenhar mapas. Como eu não estava acostumado com isso, eu senti um choque.

Por algum motivo a wiki do jogo o classifica também como survival horror. Eu não consigo enxergar isso. Não existem quebra cabeças. O inventario é limitado, mas, não de uma forma que te obrigue a fazer várias viagens. Quase todos os inimigos deixam poções de cura, sendo assim não há pressão para ir bem no combate ou para evitá-lo. Enfim o aspecto de terror não fica muito presente na jogabilidade com exceção dos chefes que geralmente batem forte o suficiente para dar medo. Eu acho que essa classificação vem de semelhanças estéticas porque o tema de uma ameaça biológica lembra por demais o famoso Biohazard.



História

A história de Parasite Eve é contada em 6 dias da véspera de Natal até o dia 29 de dezembro. A estrutura em pequenos capítulos e construída em torno do conflito e dos mistérios do passado das protagonistas é ágil e interessante. A partir de agora o teto da sala vai lentamente descer na sua direção e nele estarão REVELAÇÕES sobre a TRAMA. Você foi avisado.

Somos apresentados a Aya Brea uma policial de 25 anos que está indo a opera com seu namorado, um riquinho sem nome, que em pouco tempo ele vai sumir do jogo. (Nossa como a Squaresoft antiga gostava de operas/FF6). Logo que a atriz principal começa a cantar as pessoas no teatro começam a entrar em combustão-espontânea!

E por algum motivo a nossa protagonista não é afetada.

Depois da cena radiante e brutal você enfrenta a primeira batalha do jogo contra EVE. Ela pergunta se Aya não se lembra dela e a nossa protagonista reponde como qualquer ser humano são responderia nessa situação: Mandando bala em EVE. Ela foge pelos bastidores e Aya a persegue. Na perseguição ela tem uma visão: Sua irmã Maya que morreu ainda criança. Depois de um encontro com um ratinho e um palhaço Aya tem de enfrentar um novo animal que sofreu mutação um crocodilo. Após a luta Eve dá uma de T-1000 e vira uma bola de carne para passar por grades e deixar Aya para trás. Aya volta a frente do Teatro e somos apresentados a seu parceiro Daniel que tem um ótimo relacionamento com a imprensa. E assim acaba o primeiro dia.

O segundo dia começa na delegacia de polícia onde vamos ser apresentados a outros a personagens de apoio como o chefe de polícia, Ben o filho de Daniel, e os policiais que cuidam do arsenal: Wayne e Torres. O chefe de polícia tem uma coletiva agendada e pretende contar a população uma história para cobrir o que aconteceu para não causar pânico.

Na da coletiva de imprensa mais fracassada da história Aya desobedece às ordens do seu chefe e conta a todos sobre as criaturas e sobre EVE. O chefe Baker fica indignado, mas, não é como se desse para demitir Aya hoje. A dupla Aya e Daniel (que é a cara do Dany Glover) vão ao museu interrogar o Doutor Klamp, um especialista em mitocôndrias. Depois de um momento bem legal de ficção cientifica ele explica que as mitocôndrias geram a energia de nossas células e que que eles têm DNA próprio e que sofrem mutações muito mais rápido que as células normais e por isso elas evoluem mais rápido. Daniel se irrita com a maneira que Klamp fala, pois, ele dá a entender que as mitocôndrias têm mente própria. Klamp diz que está muito ocupado e encerra a entrevista.

Quando os dois estão saindo do museu são chamados pela delegacia pois Melissa/Eve tinha um concerto solo no Central Park e várias pessoas foram ao concerto. Mais um massacre está próximo de ocorrer. E o pior a ex-esposa de Daniel e seu filho Bem foram ao concerto. Na entrada do parque mais uma vez Aya é a única que consegue entrar. Depois de passar pelo parque inteiro que está cheio de animais que sofrerão mutações Aya Chega até Melissa, mas não a tempo de evitar o massacre: Em uma cena de terror digna de Cronemberg as pessoas da audiência derretem e se tornam uma grande bola de carne sob o controle de Eve. Eu acho essa cena muito boa e chocante até hoje.

Eve foge mais uma vez e depois de despachar minhocas gigantes Aya e Eve tem mais uma luta, que dessa vez é épica: O ringue é uma carruagem em alta velocidade com o cavalo pegando fogo. Essa imagem é digna do apocalipse de São João. No final da luta a carruagem
sai descontrolada e bate deixando Aya desacordada. Enquanto isso as autoridades decidem evacuar a cidade e assim acaba o segundo dia.

O terceiro dia começa com um novo personagem entrando na história Maeda um cientista japonês que de alguma forma sabe que as mitocôndrias estão descontroladas e veio tentar ajudar. Ele encontra Aya desacordada e a leva até uma casa vazia. Lá ele conta que a mesma coisa aconteceu no Japão, mas em escala muito menor. Depois de uma série de experimentos científicos com cultura de células e um transplante de fígado uma mulher se tornou EVE. Após matar várias pessoas a primeira manifestação da consciência parasita tentou gerar uma criança que iria ser um “Ser Superior”. Esse ser seria o próximo passo na evolução e iria significar o fim do Homo Sapiens. Mas, o plano não funciono porque a mitocôndrias do pai não eram compatíveis o que causou a morte de EVE e de seu rebento.

O interessante é Maeda conta a história do romance Parasite Eve em o jogo foi baseado. Por algum motivo EVE que seria uma consciência das mitocôndrias se manifestou novamente, mas, Aya é imune aos seus poderes. Essa nova manifestação de EVE também pretende dar à luz ao ser superior.

Daniel aparece com um carro de polícia. Maeda diz que quer examinar uma substância que encontrou na jaqueta de Aya e pergunta onde podem encontrar um laboratório. Eles vão ao museu de história natural na esperança de usar o laboratório de KLAMP. Lá Maeda examina a substância que é parte da criatura que EVE criou na noite anterior. Aqui temos a explicação que as mitocôndrias de EVE se juntam ao núcleo das células e assim as controlam. Porém, as células de Aya são imunes a isso ao mesmo tempo que podem usar a energia extra das mitocôndrias super evoluídas. Klamp aparece (pelo jeito ele não saiu da cidade) e vê amostra no laboratório e depois de interpelar Maeda ele descobre que são células de Aya. Daniel ao observar o computador descobre que o nome de seu filho Ben e de sua falecida ex-esposa estão em uma lista. Ela sacode um pouco Klamp em busca de respostas, mas, Aya o convence a ir embora.

Na volta a delegacia, Aya, Daniel e Maeda descobrem que Eve atacou e matou a maioria dos policiais. Aya pede para que os dois ficam na porta. Daniel é claro a ignora e sai correndo na frente. Depois de passar por toda a delegacia (que é uma parede de dificuldade) encontra Ben que está sendo protegido pelo chefe de polícia de um cachorro que se tornou um Cérbero bem horroroso. Olha eu acho que essa cena ainda tem um grande fator de choque, é uma reinterpretação bem horrorosa do mito, tão feio que eu nem fiquei chateado de ter que matar o cachorro. Depois da luta Daniel aparece (meio esquisito já que ele correu na frente de Aya) e o dia termina.

Agora no quarto dia Aya com a ajuda de Maeda descobre que EVE não vai durar muito no estado atual e procura um hospital onde exista um banco de sêmen para poder gerar o ser superior. Aya vai até o hospital para tentar interceptá-la e temos aqui a revelação a história: Tanto Melissa quanto ainda receberam transplantes de uma paciente que morreu em um acidente de carro. Essa paciente era Maya Brea a irmã de Aya. Essa é a explicação para Aya ser imune aos poderes de Eve, e para ela ter visões de sua irmã.

Outra coisa: o homem responsável pelo transplante e pelo tratamento de Melissa foi Kauffman que trabalhou no hospital em transplantes e esteve desenvolvendo sêmen artificial ( o que elimina o problema que destruiu a primeira EVE). Ou seja, por algum motivo Kauffman quer engendrar um evento de extinção trazido por uma consciência coletiva parasita. Ok, o motivo é porque ele é um completo psicótico com complexo de messias. Eve consegue escapar do hospital e derruba dois caças que estavam sobrevoando a cidade. Depois de uma batalha contra uma aranha gigante Aya escapa do prédio antes dos aviões caírem em cima da cobertura. E assim acaba o quarto dia.

No quinto dia Aya descobre que EVE está em Chinatown e a persegue primeiro pela cidade e depois pelo sistema de esgotos. (Que é a dungeon com os inimigos mais chatos do jogo, morcegos) A perseguição continua pelo metrô e termina com EVE escapando em direção ao museu. No museu temos a última dungeon do jogo em que se enfrenta dinossauros reanimados pela montanha de carne que segue EVE. Aya descobre que EVE está no quarto andar gestando o ser absoluto. Quando chegamos ao laboratório Maeda está presente e diz que tem uma arma capaz de causar dano a EVE e as criaturas que ela controla.
O doutor Kaufman faz de tudo para atrapalhar AYA e quase consegue a matar com um bisturi, mas, Daniel chega para o resgate. Klamp então grita para que EVE o mate e tem seu desejo atendido: O cientista explode em chamas enquanto Daniel e Maeda pulam pela janela.

Depois deste encontro Aya vai até o quarto andar para enfrentar EVE aqui o jogo mostra a sua visão mais perturbadora: Uma EVE gravida e extremamente deformada. Depois desse momento de pesadelo ela uma mais uma vez a criatura de carne para escapar.

O porta aviões que está na costa da cidade ataca novamente, dessa vez com helicópteros de combate, e a criatura que está protegendo EVE destrói facilmente os helicópteros com rajada de eletricidade. Então um helicóptero pousa perto do museu e leva Aya, Daniel e MAEDA para o porta aviões. Lá o Almirante traça um novo plano de ataque em que Aya, pilotando um helicóptero, vai em atacar a criatura com uma arma que só pode ser lançada de perto. O plano do certo por causa do sacrifício dos outros pilotos que usam suas naves como escudo para Aya. A criatura é destruída, mas, EVE ainda está viva. Agora é hora da luta final entre EVE/Melissa e Aya aos pés da estátua da liberdade. Com o fim da luta e EVE completamente derrotada Aya volta para o porta aviões, mas, a celebração dura pouco: O ser supremo nasceu e começa a destruir os vários navios. Enquanto todos fogem, Aya decide ficar e lutar. Durante a luta a criatura sofre várias mutações até que fica imune aos ataques de Aya. Então no helicóptero MAEDA diz que tem uma munição especial capaz de destruir a criatura e Daniel na cena mais heroica do jogo pula do helicóptero, ao entrar na área da ação da criatura ele entra em chamas, mas, lança a munição para Aya e depois cai na água. Aya derrota a criatura, mas, a munição não é suficiente para matá-la. Então temo uma cena final de perseguição onde Aya usa a caldeira do navio para detoná-lo e destruir de uma vez por todas a criatura.

Na cena final Aya, Daniel, Ben e Maeda assistem a opera e quando a atriz principal vai cantar Aya e toda a plateia ficam com os olhos vermelhos. O que dá a entender que Aya pode se tornar uma EVE.

Mas, é claro esse não é o final verdadeiro do jogo. Para ver o final é necessário jogar novamente e entrar em um novo prédio o edifício Chrysler. No topo deste prédio somos apresentados ao plano de contingência de EVE e Kauffman: O monstro de raça pura. Hum...

Eve enquanto gestava o ser superior fez um ninho no edifício Chrysler e dessa biomassa surgiu mais um monstro que tem parte da mente de Maya. No final da luta a consciência de Maya consegue subjugar o monstro e ajudar Aya a dominar suas mitocôndrias rebeldes.



Pensamentos, critica, tangentes... conclusão



Parasite Eve é um dos jogos mais únicos que já experimentei. O cenário numa grande cidade, na época contemporânea, com um enredo que mistura ficção científica, horror corporal, Akira e até uma preocupação com o meio ambiente e os rumos da humanidade. Porém em tudo que brilha é ouro. Vamos algumas críticas que tenho a ele.

A história tem alguns furos. Eu acho que o mais obvio é como Maeda vem do Japão e automaticamente encontra Aya em Nova York. Outro é algumas vezes na história Aya age como se fosse uma completa pamonha. A cena da coletiva na delegacia em que ela desobedece ao chefe de polícia e simplesmente começa a falar de monstros para a coletiva de imprensa é engraçada de tão ruim. Ela realmente achou que as pessoas iam acreditar naquilo? E ela não pensou no pânico que causou na cidade?

Eu não gosto muito de como o final da história depende da dungeon final e acho um pouco desajeitado a consciência de Maya aparecer para salvar o dia. Acho que preferia o final em que Aya se torna uma nova EVE.

São pequenos defeitinhos que dá para relevar pelo tanto que a história no geral é original e consegue manter o interesse até o final.

Aya é uma personagem muito bem equilibrada. As artes mostram uma mulher que parece esguia e elegante quase sempre em poses sensuais. (o que não é um coisa ruim) E durante o jogo ele se mostra como uma personagem destemida e com muita agência. Em alguns momentos ela mostra uma certa fragilidade que vem da preocupação com seus companheiros. Ela é uma das melhores personagens dos videogames.

Eu adoro o ciclo de jogabilidade dele, a exploração e as lutas são muito boas. Reagir ao padrão de ataques dos monstros e se preparar personalizando armas e armaduras para a lutas mais difíceis é muito satisfatório.

O jogo tem cenas muito bonitas e inventivas. O cavalo pegando fogo e EVE rindo nos momentos finais são coisas que eu vou lembrar por muito tempo.

Os momentos de horror corporal funcionam bem até hoje e passam uma atmosfera de medo ao jogo. Me lembram o cineasta Cronenberg, AKIRA e o quadrinista Junji Ito que aliás são ótimas dicas para que gosta de terror. A formas que EVE assume durante a trama são todas perturbadoras e me balançaram bastante. Perai... acho que já vi essa aqui em algum lugar. (Diana SMT)

Voltando a história, ela claramente tem inspiração em filmes dos anos 90 com EVE passando pelas barras como o T-1000 de o exterminador do futuro e com Daniel agindo como Dany Glover em o Predador 2. Daniel inclusive tem a atitude brucutu dos heróis de ação da década de 80, dando bordoadas na imprensa e tudo mais.

Uma pequena tangente.

A criatura feita de carne e gosma de P.E e o tom da novela original me lembraram muito uma novela chamada Phantons do escritor Dean Kootz publicada 1983. Também é uma novela de ficção científica e terror onde duas irmãs tem que descobrir o que aconteceu com a população de toda uma cidade. Essa novela foi a inspiração de Silent Hill.

Pensando um pouco no significado, eu interpreto que ela tenta passar a seguinte ideia: Já houve extinções em massa na história do planeta que mudaram a espécie dominante. Os humanos são animais e estão sujeitos a um cataclisma ou a ascensão de um predador superior. É um horror biológico com a natureza se voltando contra você ao mesmo tempo que é uma ameaça existencial a espécie.

É um jogo que consegue contar uma história muito bem, ao mesmo tempo que se mantém fiel a mídia apresentando ótimas mecânicas e dinâmica entre elas.



Eu gosto de dar notas aos jogos. Criatividade, Distinção visual, o quão memorável o jogo é e diversão são coisa que eu considero. Essa nota é uma maneira de tentar colocar um número em uma experiência para que você entenda melhor como eu penso.

Sendo assim eu acho que Parasite Eve merece uma nota 8.

É um jogo muito bom para os entusiastas de JRPG. Eu recomendo a quem já tem alguma experiência com o gênero, e os iniciantes devem usar um guia porque o processo de personalização das armas pode dar muito errado quando não se sabe o que se está fazendo.
 

Freddie Mercury

Bohemian Rhapsody
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Achei interessante a abordagem, to assistindo aqui.

Mas uma dúvida, porque o nome do canal não ta escrito no nome do canal?

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