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G1
17/07/2018 21h16
'Inaceitável', diz ministro brasileiro sobre política de separação de famílias na fronteira dos Estados Unidos
Gustavo Rocha visitou brasileiro de 7 anos retido em abrigo em Nova York. Expectativa do governo do Brasil é de que as famílias estejam reunidas até 26 de julho.
Ministro de Direitos Humanos, Gustavo Rocha, classificou como "inaceitável" a política de tolerância zero à imigração ilegal, que separou pais e filhos na fronteira dos Estados Unidos. Rocha também afirmou, em entrevista em Nova York nesta segunda-feira (16), que pretende levar o tema à Organização dos Estados Americanos (OEA).
"Há necessidade de reunir essas famílias e demonstrar que há contrariedade [por parte do governo brasileiro] a esta política de tolerância zero do governo norte-americano", disse.
O ministro informou que, segundo o governo dos Estados Unidos, ainda há em torno de 40 crianças brasileiras separadas das famílias no país. Ele estima, no entanto, que o número pode chegar a 50.
"Esperamos que até o dia 26 [prazo dado pela Justiça norte-americana] todas as crianças estejam reunidas [com suas famílias]", acrescentou.
Na entrevista, Rocha relatou ter visitado um brasileiro de 7 anos retido em um abrigo de Nova York. Segundo o ministro, o garoto foi separado da família na fronteira do estado norte-americano do Texas com o México, onde o pai do menino ainda está detido.
"É um abrigo bem estruturado. Isso não traz nenhum tipo conforto ou alento, porque o fato de ter os direitos fundamentais violados é motivo por si, só, suficiente para termos uma atuação firme", comentou.
Rocha disse que o garoto teve assistência, desde o início, de uma psicóloga brasileira. Portanto, o menor conseguia comunicação em língua portuguesa, o que não ocorreu em outros abrigos.
A expectativa, segundo o ministro, é de que a criança e o pai retornem ao Brasil ainda nesta semana.
No entanto, Rocha ponderou que a maioria das famílias detidas por imigração ilegal desejam permanecer nos Estados Unidos. "Tem que respeitar a decisão dessas famílias", disse.
'Prática cruel'
Em nota publicada em junho, o Ministério das Relações Exteriores chamou a política de separação de famílias de "prática cruel". No mesmo mês, durante a visita ao Brasil do vice-presidente dos EUA, Mike Pence, o presidente Michel Temer afirmou que estava disposto a "colaborar" com o retorno das crianças que, naquele momento, estavam separadas dos pais.
Em resposta, Pence afirmou: "Não arrisquem as suas vidas ou a de seus filhos tentando entrar nos Estados Unidos via contrabandistas e traficantes de pessoas. Se não têm condições de entrar legalmente, não venham".
A política migratória norte-americana aplicada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estabelece que todo adulto que for pego atravessando a fronteira ilegalmente deve ser criminalmente processado. Se for capturado, o indivíduo é levado a um centro federal de detenção de imigrantes até que se apresente a um juiz.
A política não fala em separação das famílias, porém isso acabava ocorrendo na prática já que as crianças não podem ser mantidas nestes centros de detenção.
https://g1.globo.com/mundo/noticia/...amilias-na-fronteira-dos-estados-unidos.ghtml
17/07/2018 21h16
'Inaceitável', diz ministro brasileiro sobre política de separação de famílias na fronteira dos Estados Unidos
Gustavo Rocha visitou brasileiro de 7 anos retido em abrigo em Nova York. Expectativa do governo do Brasil é de que as famílias estejam reunidas até 26 de julho.
Ministro de Direitos Humanos, Gustavo Rocha, classificou como "inaceitável" a política de tolerância zero à imigração ilegal, que separou pais e filhos na fronteira dos Estados Unidos. Rocha também afirmou, em entrevista em Nova York nesta segunda-feira (16), que pretende levar o tema à Organização dos Estados Americanos (OEA).
"Há necessidade de reunir essas famílias e demonstrar que há contrariedade [por parte do governo brasileiro] a esta política de tolerância zero do governo norte-americano", disse.
O ministro informou que, segundo o governo dos Estados Unidos, ainda há em torno de 40 crianças brasileiras separadas das famílias no país. Ele estima, no entanto, que o número pode chegar a 50.
"Esperamos que até o dia 26 [prazo dado pela Justiça norte-americana] todas as crianças estejam reunidas [com suas famílias]", acrescentou.
Na entrevista, Rocha relatou ter visitado um brasileiro de 7 anos retido em um abrigo de Nova York. Segundo o ministro, o garoto foi separado da família na fronteira do estado norte-americano do Texas com o México, onde o pai do menino ainda está detido.
"É um abrigo bem estruturado. Isso não traz nenhum tipo conforto ou alento, porque o fato de ter os direitos fundamentais violados é motivo por si, só, suficiente para termos uma atuação firme", comentou.
Rocha disse que o garoto teve assistência, desde o início, de uma psicóloga brasileira. Portanto, o menor conseguia comunicação em língua portuguesa, o que não ocorreu em outros abrigos.
A expectativa, segundo o ministro, é de que a criança e o pai retornem ao Brasil ainda nesta semana.
No entanto, Rocha ponderou que a maioria das famílias detidas por imigração ilegal desejam permanecer nos Estados Unidos. "Tem que respeitar a decisão dessas famílias", disse.
'Prática cruel'
Em nota publicada em junho, o Ministério das Relações Exteriores chamou a política de separação de famílias de "prática cruel". No mesmo mês, durante a visita ao Brasil do vice-presidente dos EUA, Mike Pence, o presidente Michel Temer afirmou que estava disposto a "colaborar" com o retorno das crianças que, naquele momento, estavam separadas dos pais.
Em resposta, Pence afirmou: "Não arrisquem as suas vidas ou a de seus filhos tentando entrar nos Estados Unidos via contrabandistas e traficantes de pessoas. Se não têm condições de entrar legalmente, não venham".
A política migratória norte-americana aplicada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estabelece que todo adulto que for pego atravessando a fronteira ilegalmente deve ser criminalmente processado. Se for capturado, o indivíduo é levado a um centro federal de detenção de imigrantes até que se apresente a um juiz.
A política não fala em separação das famílias, porém isso acabava ocorrendo na prática já que as crianças não podem ser mantidas nestes centros de detenção.
https://g1.globo.com/mundo/noticia/...amilias-na-fronteira-dos-estados-unidos.ghtml
