Sgt. Kowalski
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Covas larga na frente em eleição embolada, mostra pesquisa Atlas
11.09.2020 | 11h00
A corrida pela Prefeitura de São Paulo tem uma largada embolada nas primeiras posições, com leve vantagem para o atual prefeito, Bruno Covas (PSDB), que assumiu o cargo em 2016 depois da renúncia de João Doria Jr. É o que mostra pesquisa eleitoral realizada pelo Instituto Atlas e registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o nº SP-06002/2020.
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas Foto: Werther Santana/Estadão
No levantamento, Covas tem 16%, seguido de um pelotão empatado: Guilherme Boulos (PSOL), com 12,4%; Celso Russomanno (Republicanos), com 12,3%; e Márcio França (PSB), que aparece com 11,5%. Como a pesquisa tem margem de erro de 3 pontos porcentuais, para mais ou para menos, isso significa que os quatro estão tecnicamente empatados, com ligeira vantagem numérica do prefeito.
Num recorte que o Atlas apresenta, de votos válidos, nos quais não são levados em conta os indecisos (13%) e os que anunciam a intenção de votar em branco ou anular o voto (11,9%), Covas tem 24,1%, ante 18,7% de Boulos, 18,5% de Russomanno e 17,3% de França.
Esquerda dividida
É a primeira pesquisa que mostra a votação tão alta de Guilherme Boulos, que em levantamentos de outros institutos não chega a aparecer no primeiro time de candidatos. O levantamento do Atlas também evidencia que o candidato do PSOL larga muito na frente do escolhido pelo PT para a corrida paulistana: Jilmar Tatto tem apenas 2,1%, empatado com outro grupo grande de candidatos fora do pelotão principal. Fiz uma análise política da pesquisa em outro post aqui no BRP.
A candidatura de Tatto não conseguiu nem unificar o PT. O próprio ex-presidente Lula chegou a manifestar dúvida quanto à viabilidade eleitoral do ex-secretário municipal de Transportes e a insistir para que Fernando Haddad fosse o candidato do partido, algo que ele não aceitou.
No mesmo bloco de Tatto aparecem Joice Hasselmann (PSL) e Andrea Matarazzo (PSL), ambos também com 2,1%, Arthur do Val (Patriotas), com 1,9%, e, um pouco mais atrás, Felipe Sabará (Novo), que pontua 1,1%, e Orlando Silva (PCdoB), com 0,8%.
A pesquisa, cujo campo foi feito entre 26 de agosto e 1º de setembro, ainda incluiu o nome da ex-prefeita Marta Suplicy, que nesta semana anunciou oficialmente que não será candidata e declarou apoio à reeleição de Bruno Covas. Ela era citada como possível candidata a vice do tucano, mas o partido ao qual estava filiada, o Solidariedade, fechou aliança com Márcio França.
A incógnita Russomanno
A pesquisa evidencia a importância da definição sobre se Celso Russomanno vai ou não levar a candidatura até o fim. O deputado foi muito assediado por articuladores da campanha de Covas e, mais recentemente, também por aliados de Andrea Matarazzo, para desistir de se candidatar e apoiar um desses nomes.
Mas, do outro lado, ele tem recebido incentivos de Jair Bolsonaro e do entorno do presidente para insistir na candidatura. O apoio do presidente pode ser um fator para ele decidir ir adiante e, até, para mudar o que tem sido a “escrita” de suas candidaturas a prefeito recentes: largar muito bem, mas ir desidratando ao longo da disputa.
O peso do voto bolsonarista fica claro em um dos recortes trazidos pela pesquisa do Atlas: o eleitor bolsonarista ainda não escolheu um candidato para chamar de seu. Entre os entrevistados que declararam ter votado em Bolsonaro no segundo turno de 2018, 18% ainda não definiram candidato e 15% manifestam que pretendem votar em branco ou anular o voto. Russomanno já está na frente nesse público, com 18%, seguido por Covas e França, com 12%. Se o presidente declarar apoio oficialmente ao candidato do Republicanos, ele pode subir no índice geral da pesquisa.
A análise do comportamento do eleitor de Haddad no segundo turno de 2018 também mostra o desgaste do PT na cidade que governou até 2016 e a diáspora do voto da esquerda. Expressivos 37% dos eleitores de Haddad declaram voto em Guilherme Boulos, e só 6% desses eleitores vão para Tatto.
Até o tucano Covas herda muito mais eleitores de Haddad no segundo turno de 2018 que o petista: 18% vão para o tucano, e 9% para França. Marta, que não será candidata, tinha 8% dos eleitores de Haddad, que agora devem ir para outro candidato. A situação do candidato petista se agrava quando se vê que a indecisão no eleitorado haddadista de 2018 é menor que a do bolsonarista: 10% ainda não escolheram candidato, e só 3% declaram que vão anular ou votar em branco.
Outros segmentos
A análise da estratificação da pesquisa do Atlas mostra outros dados interessantes. Bruno Covas vai muito melhor entre as mulheres (24%) que entre os homens (7%), o que também se repete com Boulos: 14% entre as mulheres e 10% nos homens. Já Russomanno e França invertem a relação. O deputado tem 14% no eleitorado masculino e 11% no feminino, e o ex-governador 15% e 9%, respectivamente.
A pesquisa mostra a prevalência de Russomanno no eleitorado evangélico: ele vai a 27% nesse segmento, seguido por França, com 14%.
Chama a atenção a adesão a Boulos no eleitorado muito rico: o candidato do PSOL, ligado ao movimento dos sem-teto, tem 18% nesse público, na frente de Covas, com 16%. Essa faixa e a imediatamente anterior, que recebe entre 5 e 10 salários mínimos, com 16%, são aquelas em que ele vai melhor. Da mesma forma, Boulos tem 20% dos votos de quem tem ensino superior, liderando a corrida nessa faixa.
11.09.2020 | 11h00
A corrida pela Prefeitura de São Paulo tem uma largada embolada nas primeiras posições, com leve vantagem para o atual prefeito, Bruno Covas (PSDB), que assumiu o cargo em 2016 depois da renúncia de João Doria Jr. É o que mostra pesquisa eleitoral realizada pelo Instituto Atlas e registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o nº SP-06002/2020.
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas Foto: Werther Santana/Estadão
No levantamento, Covas tem 16%, seguido de um pelotão empatado: Guilherme Boulos (PSOL), com 12,4%; Celso Russomanno (Republicanos), com 12,3%; e Márcio França (PSB), que aparece com 11,5%. Como a pesquisa tem margem de erro de 3 pontos porcentuais, para mais ou para menos, isso significa que os quatro estão tecnicamente empatados, com ligeira vantagem numérica do prefeito.
Num recorte que o Atlas apresenta, de votos válidos, nos quais não são levados em conta os indecisos (13%) e os que anunciam a intenção de votar em branco ou anular o voto (11,9%), Covas tem 24,1%, ante 18,7% de Boulos, 18,5% de Russomanno e 17,3% de França.
Esquerda dividida
É a primeira pesquisa que mostra a votação tão alta de Guilherme Boulos, que em levantamentos de outros institutos não chega a aparecer no primeiro time de candidatos. O levantamento do Atlas também evidencia que o candidato do PSOL larga muito na frente do escolhido pelo PT para a corrida paulistana: Jilmar Tatto tem apenas 2,1%, empatado com outro grupo grande de candidatos fora do pelotão principal. Fiz uma análise política da pesquisa em outro post aqui no BRP.
A candidatura de Tatto não conseguiu nem unificar o PT. O próprio ex-presidente Lula chegou a manifestar dúvida quanto à viabilidade eleitoral do ex-secretário municipal de Transportes e a insistir para que Fernando Haddad fosse o candidato do partido, algo que ele não aceitou.
No mesmo bloco de Tatto aparecem Joice Hasselmann (PSL) e Andrea Matarazzo (PSL), ambos também com 2,1%, Arthur do Val (Patriotas), com 1,9%, e, um pouco mais atrás, Felipe Sabará (Novo), que pontua 1,1%, e Orlando Silva (PCdoB), com 0,8%.
A pesquisa, cujo campo foi feito entre 26 de agosto e 1º de setembro, ainda incluiu o nome da ex-prefeita Marta Suplicy, que nesta semana anunciou oficialmente que não será candidata e declarou apoio à reeleição de Bruno Covas. Ela era citada como possível candidata a vice do tucano, mas o partido ao qual estava filiada, o Solidariedade, fechou aliança com Márcio França.
A incógnita Russomanno
A pesquisa evidencia a importância da definição sobre se Celso Russomanno vai ou não levar a candidatura até o fim. O deputado foi muito assediado por articuladores da campanha de Covas e, mais recentemente, também por aliados de Andrea Matarazzo, para desistir de se candidatar e apoiar um desses nomes.
Mas, do outro lado, ele tem recebido incentivos de Jair Bolsonaro e do entorno do presidente para insistir na candidatura. O apoio do presidente pode ser um fator para ele decidir ir adiante e, até, para mudar o que tem sido a “escrita” de suas candidaturas a prefeito recentes: largar muito bem, mas ir desidratando ao longo da disputa.
O peso do voto bolsonarista fica claro em um dos recortes trazidos pela pesquisa do Atlas: o eleitor bolsonarista ainda não escolheu um candidato para chamar de seu. Entre os entrevistados que declararam ter votado em Bolsonaro no segundo turno de 2018, 18% ainda não definiram candidato e 15% manifestam que pretendem votar em branco ou anular o voto. Russomanno já está na frente nesse público, com 18%, seguido por Covas e França, com 12%. Se o presidente declarar apoio oficialmente ao candidato do Republicanos, ele pode subir no índice geral da pesquisa.
A análise do comportamento do eleitor de Haddad no segundo turno de 2018 também mostra o desgaste do PT na cidade que governou até 2016 e a diáspora do voto da esquerda. Expressivos 37% dos eleitores de Haddad declaram voto em Guilherme Boulos, e só 6% desses eleitores vão para Tatto.
Até o tucano Covas herda muito mais eleitores de Haddad no segundo turno de 2018 que o petista: 18% vão para o tucano, e 9% para França. Marta, que não será candidata, tinha 8% dos eleitores de Haddad, que agora devem ir para outro candidato. A situação do candidato petista se agrava quando se vê que a indecisão no eleitorado haddadista de 2018 é menor que a do bolsonarista: 10% ainda não escolheram candidato, e só 3% declaram que vão anular ou votar em branco.
Outros segmentos
A análise da estratificação da pesquisa do Atlas mostra outros dados interessantes. Bruno Covas vai muito melhor entre as mulheres (24%) que entre os homens (7%), o que também se repete com Boulos: 14% entre as mulheres e 10% nos homens. Já Russomanno e França invertem a relação. O deputado tem 14% no eleitorado masculino e 11% no feminino, e o ex-governador 15% e 9%, respectivamente.
A pesquisa mostra a prevalência de Russomanno no eleitorado evangélico: ele vai a 27% nesse segmento, seguido por França, com 14%.
Chama a atenção a adesão a Boulos no eleitorado muito rico: o candidato do PSOL, ligado ao movimento dos sem-teto, tem 18% nesse público, na frente de Covas, com 16%. Essa faixa e a imediatamente anterior, que recebe entre 5 e 10 salários mínimos, com 16%, são aquelas em que ele vai melhor. Da mesma forma, Boulos tem 20% dos votos de quem tem ensino superior, liderando a corrida nessa faixa.