Olá membros desta comunidade,
Um fato inédito que eu jurava ser impossível de ocorrer veio acometer justamente minha família (meu filho). Me sinto culpado e achei que esse sentimento fosse desaparecer, mas sempre me atormenta.
Tudo começou quando eu insisti para levar meu filho ao almoço de confraternização da minha empresa (queria mostrar para os chefes e colegas que sou um pai de família, que sou do bem) e ao sentarmos junto a mesa, uma criança de 6 anos de idade (meu filho tem 7) foi até nós querer que meu filho fosse brincar com ele. A mãe dele estava sentada perto de mim (bem bonita até), não vi problema algum e deixei meu filho ir.
Os assuntos na mesa começaram a esquentar (política, economia, bla bla) regado a cerveja e whisk e passado mais de uma hora fui atrás do meu filho, a mãe do outro menino foi também e vimos eles brincando numa sala de jogos, com TV, video game, etc. O buffet já estava servindo o almoço, mas os garotos não queriam de forma alguma, então foi aí que o outro menino pediu o celular da mãe e ele ficou lá com meu filho na sala de jogos, enquanto eu e a mãe dele fomos almoçar com os outros convidados do lugar.
Uma hora depois, eu estava com sentimento de missão cumprida e fui chamar meu filho para ir embora, não notei absolutamente nada de errado nem com ele e nem com o menino. Depois de está quase 1 km de distância do lugar, meu filho olha pra mim (tipo aquele menino do sexto sentido no final do filme) e diz:
- Pai, aquele menino era maluco. Era maluco.
- Como assim? O que ele fez?
- Ele tava mostrando video de homem pelado no celular. Depois ele ficou mostrando a bunda pra mim e queria pegar aqui (pênis)
- Eu gritei dizendo não. Ele então queria me beijar, ele disse que era menina.
- Depois disse que eu era menina.
- Ele chegou a beijar vc? Ele chegou a tocar em vc?
- Não, mas ele tentou
(Eu insisti numa conversa mansa, bem lenta, tentando saber se o menino o havia molestado e abusado, mas meu filho categoricamente me disse que houve apenas tentativas)
Após esse dialogo, meu deu raiva absurda. Eu dei meia volta com o carro e iria voltar ao almoço e tirar satisfação com a mãe do menino. Mas lembrei que todos estávamos bebendo (inclusive eu) e muito provavelmente a mãe iria negar e rebater qualquer acusação e denuncia que eu fizesse. Iria virar briga feia e iriam culpar o álcool por isso. Engoli a raiva no seco e fui pra casa.
Um dia depois fui ao RH da empresa e descobri o telefone e função dessa mãe. Estava convencido em falar com ela. Mas consultei o próprio RH e uma advogada e acabaram me desencorajando em não fazer isso. Pois eu iria me aborrecer mais ainda, pois pela ficha dela, é mãe solteira, deixa o menino com babás e dificilmente vai reconhecer algo assim, irá preferir ignorar, fingir que não tem um filho doente. Pesquisando pela net, vi alguns estudos que crianças que sofrem abuso, violência sexual, tende em reproduzir esse comportamento com outras crianças. Deve ser o caso desse menino de apenas 6 anos, altamente comunicativo, educado, e um monstro psicopata por dentro. Esse foi o maior tapa na cara que ja levei na vida. Sempre protegi meu filho de tudo, mas jamais desconfiaria de uma criança mais nova que ele.
Por fim, não consigo superar isso. Aqui e ali fico com raiva. Me sinto culpado de ter exposto meu filho á uma tentativa de abuso.