Eu já fui. Mais de uma vez.
Com oito anos tava lendo A Sobrevivente em banda desenhada. Na trama, uma mulher sobrevive a guerra nuclear e passa anos vivendo sozinha (no melhor estilo Eu sou a lenda, mas sem vampiros). Ela acaba encontrando robôs que a ajudam a sobreviver, inclusive tenso sexo com ela. Até chegar outro humano sobrevivente e mais outras cenas de sexo.
Não morri nem virei robófilo, mas admito que não é um gibi que meus pais me deixariam comprar ( fui numa excursão de escola e, claro, não dava pra professora cuidar de todos nós).
Se alguém seguir minhas curtidas vai ver uma aparente esquizofrenia ao curtir posta tanto de um lado quanto para o outro.
Acho que tem pessoas com razão de todos os lados.
Não sou homofóbico, mas entendo que um evangélico (para os quais o homossexualismo não é aceito) não é legal os filhos comprarem um gibi com beijos gay.
Esses pais estão errados? Acho meio idiotas, mas entendo (como aqui mesmo disseram, cabe aos pais decidirem até os filhos serem independentes) que é direito deles controlarem o que os filhos lêem.
Dito isso, a história tem o sugestivo título de "A Cruzada das Crianças", relacionado às cruzadas medievais em que o papa lançou crianças para libertarem a Terra Santa e elas acarabram virando escravas islâmicas (vendidas por europeus).
Eu e muitos aqui sabemos história, mas nem todos esses pais sabem disso.
Um gibi "A Cruzada das Crianças" com os filhos dos vingadores, na mente desses país pode ser tudo, menos provocativo.
O título induz ao erro.
Aí, o pai da para o filho e ele mostra "Ei, pai, olha aqui dois homens se beijando"... Pro pai pode não ser legal.
E ele vai mostrar às autoridades, porque se sente enganado. E teme que outros pais sejam enganados.
A autoridade municipal, que segue a mesma religiao dos reclamantes, pede para as revistas serem lacradas e colocadas com anúncio "para maiores de 14 anos" pelo que entendi.
O governo pede pra lacrarem ou recolher a revista. Não houve censura, mas um procedimento que não acho tão ruim. Quem se interessar e não ligar, pode comprar e conferir. Quem não curte o tema, não folheia e nem seus filhos folheiam caso ele seja distraído.
Aí a mídia, a mesma que adora exagerar coisas para o bem da sociedade torna tudo uma polêmica.
Bom, acabo entendendo tanto o lado que é a favor dessa classificação quanto quem não é.
De repente vocês podem ter mais em comum que imaginam, apenas não conseguem enxergar o ponto de vista do "rival" como válido.