Saiba como, mesmo preso, Lula ainda controla o PT
Preso desde abril deste ano em Curitiba, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva continua liderando seu partido.
De acordo com reportagem publicada na edição deste domingo do jornal
O Globo, o PT montou uma estrutura que permite que Lula delegue tarefas e fique a par de todas as decisões importantes do partido – quase nada é feito sem o aval do chefe.
O ex-presidente pode receber advogados com regularidade. Nesse grupo, estão aliados políticos, como Fernando Haddad, que coordena seu programa de governo, e o ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão – ambos têm registro profissional. Às quintas, Lula pode receber a visita de dois políticos.
Pela manhã, um advogado costuma levar a Lula um resumo do que foi publicado naquele dia nos jornais e sites de internet.
Sempre que uma visita deixa a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde o petista cumpre sua pena, mensagens escritas por ele são entregues a um funcionário do Instituto Lula, que fotografa os bilhetes e os envia o destinatário.
Lula também tem acesso às reuniões feitas por integrantes do partido. Os encontros são gravados e enviados a Curitiba, por meio de um pendrive, que o ex-presidente acopla na TV que possui em sua cela.
Mesmo com Lula impedido de ser candidato por causa da Lei da Ficha Limpa, o PT insiste que registrará sua candidatura no dia 15 de agosto.
Lula diz que está mais filósofo e manso, relata monja budista após visita
Preso há quase quatro meses, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) diz estar mais filósofo e manso. Foi o que afirmou a jornalistas a monja budista Coen Roshi, que visitou o petista na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba na tarde desta segunda-feira (30).
"Estou ficando mais filósofo, mais manso. Eu acalmo pessoas que vem falar comigo com muita raiva, com muita angústia. Eu faço com que eles fiquem bem, porque as coisas são como são e não são eternas, são transitórias", teria dito Lula segundo a monja.
A monja relatou que os dois meditaram juntos e que ela contou ao ex-presidente sobre os padres do deserto, homens que fazem o voto de viver sozinhos, em solidão e em silêncio. "Que não é um castigo, tomar isso como uma oportunidade de crescimento espiritual", disse.
Coen Roshi, missionária da tradição Soto Shu, também afirmou que Lula contou histórias de sua vida, de como tem lido e meditado, e que acredita em alguma coisa muito maior que o conduz.
"Vamos nos encontrar lá em São Paulo no Pacaembu", o petista teria dito. O templo da monja fica na região.
Renan Calheiros é hostilizado em convenção do PT em Alagoas
SALVADOR, BA (FOLHAPRESS) -
O senador Renan Calheiros (MDB) e o governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), foram recebidos sob vaias e chamados de golpistas pela militância petista na convenção do partido realizada neste domingo (29).
O evento formalizou o apoio do PT às candidaturas de Renan Filho ao governo do estado e de Renan Calheiros e Maurício Quintella Lessa (PR) ao Senado. Calheiros e Quintella Lessa votaram a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff em 2016.
As vaias e gritos aconteceram quando Renan pai e Renan filho subiram ao palco. Para abafar os militantes que chamavam os emedebistas de golpistas, petistas gritavam "Lula livre" no microfone em cima do palco.
Em discurso na convenção, o deputado federal Paulão (PT) criticou os militantes que hostilizaram Renan.
"Eu vi aqui que alguns companheiros estavam fazendo uma palavra de ordem e isso não é respeitar a democracia", disse o deputado, afirmando que o apoio ao MDB foi apoiado por ampla maioria no diretório estadual.
"Não vai ser meia dúzia de pessoas que vai estragar a festa do Partido dos Trabalhadores. [...] Vocês podem até não votar no governador e no senador, mas vaiar é uma atitude antidemocrática, falta de respeito e falta de educação", disse Paulão.
O deputado publicou em seu perfil no Instagram uma foto dos dois políticos aliados no evento, mas não mencionou o constrangimento registrado com as vaias.
O PT voltou à base aliada do governador Renan Filho em outubro do ano passado e passou a integrar o governo há um mês, quando assumiu a Secretaria da Mulher e Direitos Humanos.
Em troca, o MDB de Alagoas deve abrir bases eleitorais para ajudar a reeleição do deputado federal Paulão, único da bancada do PT alagoano, e também vai apoiar o ex-presidente Lula para a Presidência da República.