Assisti à minissérie "Carlos, O Chacal" no Prime Vídeo.
É a retratação dos atos do terrorista venezuelano nas três últimas décadas do século XX. Carlos era um esquerdista revolucionário e suas ações foram dirigidas à causa ideológica, especialmente em apoio à Palestina.
O Chacal não passava de mais um mimado playboy fanatizado pela "religião messiânica" de Karl Marx e de mais outro ego frágil deslumbrado com os sacerdotes da Rússia e de Cuba. O seu nome verdadeiro, Ilich Ramírez, foi dado pelo pai, um comunista e rico advogado venezuelano. O "Ilich" não é à toa. Após o divórcio dos pais, o playboy foi estudar em Londres onde a mãe passou a morar. O pai quis matriculá-lo na afamada Universidade de Paris, mas o jovem dinâmico quis estudar, claro, na Universidade de Moscou.
O nome Carlos veio durante o seu treinamento na Jordânia através de um de seus treinadores. A alcunha "Chacal" adveio da Polícia francesa quando encontrou no apartamento de universitários latinos, onde ele dividia a morada, um exemplar do romance 'O Dia do Chacal' do escritor inglês Forsyth (obra essa que posteriormente foi adaptada às telas por Bruce Wyllis e Richard Gere).
O Chacal não era nada mais do que ordinário jovem componente de arquetípicos grupos armados que também atuavam no Brasil à época. Mas, diferentemente dos abobalhados universitários terroristas do Brasil, muitos dos quais estão, hoje, nos recintos da Imprensa e nos palcos da política brasileira, Carlos alcançou fama de envergadura mundial devido às suas ações internacionais, nas famosas Paris, Londres e Viena, e não gozou da sorte de ser agraciado por uma pusilânime lei de anistia.
Tal como os guerrilheiros brasileiros, ele teve apoio financeiro, mas não de Cuba, da Checoslováquia ou da URSS, senão dos governos árabes pró-Palestina, que não aceitavam as políticas de pacificação de Yasser Arafat, e obliquamente da Stasi, Serviço de Inteligência da Alemanha Oriental, através de apoio logístico e informativo (particularmente, acredito que ele teve outros Estados associados à URSS lhe apoiando intelectualmente). Carlos treinou táticas de guerrilha e atos de terrorismo no estrangeiro, precisamente na Jordânia e no Iêmen.
A série é ótima para o espetador ter a ideia da situação mundial à época, com guerrilhas urbanas e atos terroristas que grupos compostos por jovens fanáticos esquerdistas promoviam em todo o globo através de suas redes mundiais de conexão com as mais diversas células internacionais, financiados por Governos Revolucionários e Soviéticos. Tudo em nome da Revolução e contra o Ocidente, em prol do jocoso espantalho chamado "Democracia".
A minissérie tem três episódios de quase duas horas cada. Não romantiza o banditismo nem o esquerdismo, como as medíocres produções brasileiras. Assistam e tenham a sensibilidade de entender a m**** que os universitários esquerdistas causavam ao mundo à época da Guerra Fria pela revolução armada e ainda hoje, como idiotas úteis, causam aos mais diversos países via revolução cultural.