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Processo leva 63 anos para ser julgado no STF, e até advogados já morreram.

Larva Maligna

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Ação de 1956, sobre reconhecimento de paternidade e herança, teve decisão definitiva neste ano.

Quando o jovem Paulo Roberto Menezes entrou na Justiça com um pedido de investigação de paternidade, em 21 de abril de 1956 na cidade de Alegrete (RS), certamente não imaginava que a ação só teria julgamento definitivo 63 anos depois.

Seu intuito era ser reconhecido filho de José Cândido de Almeida — morto sem deixar descendentes reconhecidos— e com isso ter direito à herança do falecido.

Na ação, Menezes conta que ele e um irmão, chamados de “negrinhos” por Almeida, eram fruto de uma relação de concubinato do morto.

A história do processo terminou 23.050 dias após Menezes ter protocolado a petição inicial, mais precisamente em 31 de maio de 2019, quando a ministra Rosa Weber, do STF (Supremo Tribunal Federal), negou os últimos recursos dos parentes de Almeida.

Ela manteve a decisão do juiz de primeiro grau, que havia reconhecido que Menezes era filho de Almeida em janeiro de 1968, quase 12 anos depois do pedido inicial.

A demora de décadas torna o caso icônico, mas processos pendentes nos tribunais de Justiça estaduais no Brasil passavam em média sete anos na fase de execução em 2017, segundo dados do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

No caso de Alegrete, Cristóvão Manoel Muñoz, Beatriz Muñoz Braz e Gil Braz, parentes de Almeida, iniciaram uma sequência de recursos que acabaram por levar o caso ao STF, onde a questão ficou a cargo de ao menos nove ministros.

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O primeiro dos recursos, movido no TJ-RS (Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul), foi negado em 1969. Os parentes de Almeida moveram ao menos dez deles.

Ao longo das décadas, argumentaram que os juízes, desembargadores e ministros do Supremo que julgaram seus pedidos haviam cometido falhas processuais.

No STF, a ação foi inicialmente distribuída ao ministro Antônio Neder e apreciada pela Primeira Turma da corte em novembro de 1977.

Em razão de pedidos de vista, o julgamento foi concluído pela primeira vez em março de 1978, com ganho de causa para Menezes.

Em tese, casos simples como esse não devem chegar ao Supremo, segundo Hugo Filardi, sócio do escritório de advocacia Siqueira Castro. Quando isso ocorre, a decisão pode ser proferida por um ministro monocraticamente.

No caso envolvendo Menezes, porém, a derrota no STF foi seguida de embargos declaratórios pela outra parte.

Diferentes embargos foram interpostos pelos três parentes de Almeida e apreciados pelos ministros Moreira Alves, Cordeiro Guerra, e pelo plenário da corte, que manteve decisão favorável a Paulo Roberto Menezes em 1979.

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Em 1981, os Muñoz moveram uma derradeira ação rescisória, pedindo novo julgamento no Supremo. Dali, o caso passou pelas mãos dos ministros Firmino Paz, Aldir Passarinho, Néri da Silveira, Gilmar Mendes, Ellen Gracie e, finalmente, Rosa Weber. O processo aguardava ser julgado pela ministra desde 2011.

Antes da decisão definitiva, a última manifestação das partes foi em 1990.

Na decisão, Weber deu ganho de causa a Menezes e citou que “a exaustão dos meios recursais empregados na ação […] desembocou no não reconhecimento de três recursos extraordinários” pelo STF.

A ministra condenou ainda os sobrinhos de Almeida a pagar R$ 20 mil em honorários de advogado de Menezes.

Weber levou em conta “a natureza da causa, o ínfimo valor a ela atribuído […], o tempo de processamento, o trabalho desenvolvido [pelo Judiciário]”.

À época da decisão, contudo, os três derrotados e os advogados de ambos os lados do processo já haviam morrido.

“É um caso simples em princípio, mas, desde que o processo começou, tivemos quatro Constituições. Quando o pedido foi protocolado, estava em vigor a de 1946, modificada em 1967, em 1969 e em 1988”, diz o advogado Hugo Filardi.

Segundo ele, a indenização deverá ser paga pelos descendentes dos derrotados a Paulo Roberto Menezes ou à sua família.

A Folha de S.Paulo não conseguiu encontrar Menezes nem seus descendentes. Se estiver vivo, ele tem hoje 87 anos.

Do lado dos parentes de Almeira, a reportagem encontrou um filho do casal Beatriz Muñoz Braz e Gil Braz que tem 67 anos e pediu anonimato.

Ele diz que não sabia da existência do processo e que a família não usufruía dos bens de Almeida, que incluíam uma fazenda em Alegrete, pelo menos desde o fim dos anos 1960.

Na busca por Menezes, a Folha pediu ao TJ-RS o acesso à ação, informando o número do processo, o nome completo das partes e a comarca de origem que constam no STF.

Em resposta, o tribunal disse que a comarca “não existe nem nunca existiu” e que não encontrou o processo.

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/merca...gado-no-stf-e-ate-advogados-ja-morreram.shtml


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ROLGENIO

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Queria ver se fosse uma JuízA julgando um estupro se levaria tanto tempo assim...
 

PicaPauBiruta

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A utopia da justiça estatal mostrando descaradamente como funciona !!!!


depois eu é que sou o "louco" por querer o fim desse serviço monopolista estatal, justiça por obrigação, é um serviço que deve ser prestado unicamente pelo livre mercado, bem longe de qualquer interferência estatal ou de qualquer um verme público !!!
 

Guirdo

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Cara mas como pode os três da família conseguirem tantos recursos no STF? Tem alguma falha ali, primeiro por chegar até o STF, depois vários recursos e tudo sempre dando causa ganha pro Menezes, pra no final morrer todo mundo e ele ganhar de qualquer forma.
 

geist

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De um país imoral eu não esperava nada diferente disso. Talvez só surpreendeu que o processo chegou a ser julgado. Poderia ser relegado ao esquecimento para sempre.
 

Geo

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A utopia da justiça estatal mostrando descaradamente como funciona !!!!


depois eu é que sou o "louco" por querer o fim desse serviço monopolista estatal, justiça por obrigação, é um serviço que deve ser prestado unicamente pelo livre mercado, bem longe de qualquer interferência estatal ou de qualquer um verme público !!!
Justiça privada?!?! O Judiciário é uma atividade típica de Estado. Uma Justiça financiada pelo capital privado seria altamente suspeita.
 

PicaPauBiruta

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Justiça privada?!?! O Judiciário é uma atividade típica de Estado. Uma Justiça financiada pelo capital privado seria altamente suspeita.
bem, só por que o essa "atividade" e monopólio estatal, já que é uma ótima ferramenta de coerção da população, fora que se você acha "extremamente suspeito" uma justiça privada, gostaria de te apresentar a justiça estatal, um serviço caro, monopolista, ineficiente, que dá poderes ilimitados a uma casta de parasitas públicos que se acham deuses na terra, e são intocáveis, afinal são eles que cagam essa leis aleatórias e positividade na cabeça das pessoas, o famoso "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço".
isso é por que eu nem vou falar dos incentivos e punições que no sistema estatal é nulo, afinal qual é o incentivo que um parasita público tem para fazer leis realmente úteis ?? Sendo que ele não consulta a ninguém, nem mesmo os seus "representados" ( que seria a população ) ??
ele simplesmente caga regras aleatórias achando que é isso que a população quer,e f**a-se o resto, pnc de quem não gostar.
e outra qual é a punição quando por exemplo esses vermes do STF vão ter agora que soltaram vários bandidos ?? Adivinha só, nenhuma, pois eles são a lei, eles criam as leis para benefício próprio, enaquanto a população que realmente é afetada, se fode bancando todo esse circo democrático !!

voi deixar aqui o mesmo texto que eu postei em outro trópico sobre o serviço de justiça:


""por que o serviço de justiça é monopólio estatal, e quando se tem o monopólio , pode-se fazer o que bem entender, pois todos são obrigados a seguir e financiar essa m****.

enaquanto o serviço de justiça, educação, saúde e segurança forem monopólio estatal, aberrações como essas sempre irão existir, pois esses serviços não estão em um livre mercado, que dependem do dinheiro e da satisfação de quem paga, tudo e forçado coercitivamente, querendo você ou não, você é obrigado a pagar e obedecer a esse sistema.

agora imagine se o serviço de justiça fosse desburocratizada, desregulamentada , livre de toda e qualquer interferência estatal e as leis fossem diferentes dependendo da região, e fossem feitas pela população ( que será principalmente a mais afetada ), e que restasse apenas os tribunais privados de julgar os casos, quem em sã consciência iria querer criar uma lei que permite que um bandido ficasse impune a seus crimes ?? Quem em sã consciência iria financiar um tribunal que desse liberdade a esse bandido? Quem fizesse isso, iria perder muito, pois ninguém iria querer morar em um lugar aonde o crime compensa, e ninguém iria querer financiar um tribunal aonde a vítima e roubada e o bandido sai impune.

enfim, espero que você tenha entendido como é nocivo e prejudicial a todos , deixar esses serviços tão importantes sendo monopólio nas mãos de uma casta de parasitas públicos que não estão nem aí para a população, vivem em um realidade paralela e não são punidos pelos seus atos, afinal eles são a lei !!""
 

$delúbio$

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Toda semana era recurso novo no STF encaminhado pelo chefe da quadrilha ou um dos comparsas do esquemão, envolvendo pedido para considerar réus delatores como acusadores para cavar nulidades que não existiam na época em que a lei foi feita, para impedir que o criminoso fosse para um presídio comum, os incontaveis agravos, embargos e recursos extraordinários sobre vírgulas no processo etc.

Sem contar que os excelentíssimos deuses da toga ausentam-se para palestras, viagens para congressos em Portugal, debates em resorts etc.

É humanente impossível julgar tantos processos, é uma crueldade pedir para os deuses se concentrarem na tarefa de cumprirem suas funções.

Quem sabe se um dia perceberem que devem se ater a causas exclusivamente constitucionais ao invés de se envolverem em briga de reconhecimento de paternidade e soltura do chefe da quadrilha.
 
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Odin Games

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Aqui no RS essas coisas podem demorar esse tempo mesmo... Tinha uma senhora vizinha minha aqui do lado da minha casa que dizia ter quase 1 milhão para receber de umas tais de precatórias, ela trabalhava para o estado, mas morreu em 2008 sem saber quando receberia esse dinheiro, ai esse processo ficou com a filha dela que ainda mora aqui, mas ela acabou passando esse processo para o irmão mais velho dela, para ela poder ficar 100% com a casa dela, pois o irmão dela queria a parte da casa e ela não tinha como pagar ele, mas acabou passando esse processo para ele em troca, mas é certo que ele nem receberá esse dinheiro em vida, talvez só as filhas dele receba, que eram netas dela, quando elas tiverem uns 50 anos... :klol
 
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