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THIAGO FARIA
da Folha Online
Realizada no vão do Masp, manifestação quase não chamou a atenção de quem passava pela avenida Paulista
Cerca de 30 pessoas participaram na manhã deste sábado (2) de uma manifestação contra a proibição da venda do game Counter Strike. O protesto, que começou por volta das 11h, aconteceu no vão livre do Masp (Museu de Arte de São Paulo), localizado na avenida Paulista, em São Paulo.
A venda dos jogos Counter Strike e EverQuest foi proibida por decisão de um juiz da 17ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado de Minas Gerais em outubro e começou a ser cumprida em meados de janeiro, em Goiás, pelo Procon (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor).
Jogadores e profissionais ligados ao games aproveitaram o encontro deste sábado para discutir a proibição, que eles consideram errada. Na prática, o que se viu foi mais uma conversa informal sobre a proibição do que um protesto propriamente dito.
Sem palavras de ordem, o protesto não chamou muito a atenção de quem passava pela avenida Paulista, que passa por obras nas calçadas. Bem humorado, o técnico em informática Renan Duarte, 27, foi o único que levou um pequeno cartaz, em que dizia "até minha mãe joga Counter Strike".
Duarte, que administra uma lan house no bairro do Jabaquara, afirmou que a proibição da venda do jogo não afetou o movimento no seu estabelecimento. "Os jogadores encontraram alternativas, como o Battlefield, que também envolve jogo em equipe como o Counter Strike", afirma.
Ele diz que, apesar de violento, o game não influencia os jogadores. "Acho que quem é influenciado por jogos tem problemas psicológicos, não tem problemas só com games, e deve procurar tratamento", afirma.
Pedido
Durante o evento, os participantes reivindicaram que a proibição do game seja revertida. "Não é porque é o Counter Strike, qualquer jogo que fosse banido estaríamos fazendo a mesma coisa", afirma Gustavo Lanzetta, 17, que organizou o protesto e divulgou em seu blog, Liberdade Gamer, criado logo após a proibição do game começar a ser cumprida.
Apesar de afirmar que não joga o Counter Strike, Lanzetta --que tem idade inferior à classificação etária estabelecida para o jogo (18 anos)-- considera a proibição arbitrária e afirma que a medida foi motivada por desconhecimento com relação ao jogo.
"A proibição vem de certa ignorância, pois não sabem nem como ele é vendido. Ela nem é eficiente porque não precisa comprar o jogo em lojas, dá para baixar [o jogo] pela internet", afirma Lanzetta.
A opinião é compartilhada por Silvana Roxo, 23, estudante de design de jogos digitais na PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), que também foi ao Masp para protestar. "[A proibição] vem de pessoas de outra geração, que não cresceram jogando e acham que game é aquela coisa da criança não parar de jogar e ficar só no computador."
Gustavo Lanzetta, 17, diz que a proibição do game foi por "desconhecimento"
A favor
Destoando da grande maioria dos presentes, Alexandra Testa concorda com a proibição da venda do Counter Strike. Ela, que foi à Paulista acompanhar o marido, Ronaldo Testa, 28 --que é contra a proibição--, diz que o jogo é muito violento e acredita que isso seja prejudicial.
"As crianças passam muito tempo trancados jogando games violentos e acho que isso não é positivo", afirma Alexandra.
O casal também levou a filha Alice, de apenas 3 anos, e compartilham a opinião de que não deixariam a filha jogar o Counter Strike.
O casal Ronaldo e Alexandra Testa com a filha Alice; não deixariam a filha jogar o CS
Os jogos
O Counter Strike surgiu como "filhote" de outro game, o Half-Life, no final da década de 90. Sua trama divide os jogadores em equipes. É preciso eliminar os adversários à bala.
Apesar de ser menos conhecido, EverQuest é considerado um clássico. Nos moldes do RPG ("role playing game"), o jogo on-line se passa num mundo fictício com ares de Idade Média. Para os jogadores, esses games servem também como ponto de encontro, numa espécie de rede de relacionamentos com disputas.
da Folha Online
Realizada no vão do Masp, manifestação quase não chamou a atenção de quem passava pela avenida Paulista
Cerca de 30 pessoas participaram na manhã deste sábado (2) de uma manifestação contra a proibição da venda do game Counter Strike. O protesto, que começou por volta das 11h, aconteceu no vão livre do Masp (Museu de Arte de São Paulo), localizado na avenida Paulista, em São Paulo.
A venda dos jogos Counter Strike e EverQuest foi proibida por decisão de um juiz da 17ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado de Minas Gerais em outubro e começou a ser cumprida em meados de janeiro, em Goiás, pelo Procon (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor).
Jogadores e profissionais ligados ao games aproveitaram o encontro deste sábado para discutir a proibição, que eles consideram errada. Na prática, o que se viu foi mais uma conversa informal sobre a proibição do que um protesto propriamente dito.
Sem palavras de ordem, o protesto não chamou muito a atenção de quem passava pela avenida Paulista, que passa por obras nas calçadas. Bem humorado, o técnico em informática Renan Duarte, 27, foi o único que levou um pequeno cartaz, em que dizia "até minha mãe joga Counter Strike".
Duarte, que administra uma lan house no bairro do Jabaquara, afirmou que a proibição da venda do jogo não afetou o movimento no seu estabelecimento. "Os jogadores encontraram alternativas, como o Battlefield, que também envolve jogo em equipe como o Counter Strike", afirma.
Ele diz que, apesar de violento, o game não influencia os jogadores. "Acho que quem é influenciado por jogos tem problemas psicológicos, não tem problemas só com games, e deve procurar tratamento", afirma.
Pedido
Durante o evento, os participantes reivindicaram que a proibição do game seja revertida. "Não é porque é o Counter Strike, qualquer jogo que fosse banido estaríamos fazendo a mesma coisa", afirma Gustavo Lanzetta, 17, que organizou o protesto e divulgou em seu blog, Liberdade Gamer, criado logo após a proibição do game começar a ser cumprida.
Apesar de afirmar que não joga o Counter Strike, Lanzetta --que tem idade inferior à classificação etária estabelecida para o jogo (18 anos)-- considera a proibição arbitrária e afirma que a medida foi motivada por desconhecimento com relação ao jogo.
"A proibição vem de certa ignorância, pois não sabem nem como ele é vendido. Ela nem é eficiente porque não precisa comprar o jogo em lojas, dá para baixar [o jogo] pela internet", afirma Lanzetta.
A opinião é compartilhada por Silvana Roxo, 23, estudante de design de jogos digitais na PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), que também foi ao Masp para protestar. "[A proibição] vem de pessoas de outra geração, que não cresceram jogando e acham que game é aquela coisa da criança não parar de jogar e ficar só no computador."
Gustavo Lanzetta, 17, diz que a proibição do game foi por "desconhecimento"
A favor
Destoando da grande maioria dos presentes, Alexandra Testa concorda com a proibição da venda do Counter Strike. Ela, que foi à Paulista acompanhar o marido, Ronaldo Testa, 28 --que é contra a proibição--, diz que o jogo é muito violento e acredita que isso seja prejudicial.
"As crianças passam muito tempo trancados jogando games violentos e acho que isso não é positivo", afirma Alexandra.
O casal também levou a filha Alice, de apenas 3 anos, e compartilham a opinião de que não deixariam a filha jogar o Counter Strike.
O casal Ronaldo e Alexandra Testa com a filha Alice; não deixariam a filha jogar o CS
Os jogos
O Counter Strike surgiu como "filhote" de outro game, o Half-Life, no final da década de 90. Sua trama divide os jogadores em equipes. É preciso eliminar os adversários à bala.
Apesar de ser menos conhecido, EverQuest é considerado um clássico. Nos moldes do RPG ("role playing game"), o jogo on-line se passa num mundo fictício com ares de Idade Média. Para os jogadores, esses games servem também como ponto de encontro, numa espécie de rede de relacionamentos com disputas.