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13/12/2010 - 07h03
Petroleiras americanas eram contra novas regras para pré-sal
JULIANA ROCHA
DE BRASÍLIA
CATIA SEABRA
DE SÃO PAULO
As petroleiras americanas não queriam a mudança no marco de exploração de petróleo no pré-sal que o governo aprovou no Congresso, e uma delas ouviu do então pré-candidato favorito à Presidência, José Serra (PSDB), a promessa de que a regra seria alterada caso ele vencesse.
É isso que mostra telegrama diplomático dos EUA, de dezembro de 2009, obtido pelo site WikiLeaks (www.wikileaks.ch). A organização teve acesso a milhares de despachos. A Folha e outras seis publicações têm acesso antecipado à divulgação no site do WikiLeaks.
"Deixa esses caras [do PT] fazerem o que eles quiserem. As rodadas de licitações não vão acontecer, e aí nós vamos mostrar a todos que o modelo antigo funcionava... E nós mudaremos de volta", disse Serra a Patricia Pradal, diretora de Desenvolvimento de Negócios e Relações com o Governo da petroleira norte-americana Chevron, segundo relato do telegrama.
Um dos responsáveis pelo programa de governo de Serra, o economista Geraldo Biasoto confirmou que a proposta do PSDB previa a reedição do modelo passado.
"O modelo atual impõe muita responsabilidade e risco à Petrobras", disse Biasoto, responsável pela área de energia do programa. "Havia muito ceticismo quanto à possibilidade de o pré-sal ter exploração razoável com a mudança de marcos regulatórios que foi realizada."
Segundo Biasoto, essa era a opinião de Serra e foi exposta a empresas do setor em diferentes reuniões, sendo uma delas apenas com representantes de petroleiras estrangeiras. Ele diz que Serra não participou dessa reunião, ocorrida em julho deste ano. "Mas é possível que ele tenha participado de outras reuniões com o setor", disse.
SENSO DE URGÊNCIA
O despacho relata a frustração das petrolíferas com a falta de empenho da oposição em tentar derrubar a proposta do governo brasileiro.
O texto diz que Serra se opõe ao projeto, mas não tem "senso de urgência". Questionado sobre o que as petroleiras fariam nesse meio tempo, Serra respondeu, sempre segundo o relato: "Vocês vão e voltam".
A executiva da Chevron relatou a conversa ao representante de economia do consulado dos EUA no Rio.
A mudança que desagradou às petroleiras foi aprovada pelo governo na Câmara no começo deste mês.
Desde 1997, quando acabou o monopólio da Petrobras, a exploração de campos petrolíferos obedeceu a um modelo de concessão.
Nesse caso, a empresa vencedora da licitação ficava dona do petróleo a ser explorado -pagando royalties ao governo por isso.
Com a descoberta dos campos gigantes na camada do pré-sal, o governo mudou a proposta. Eles serão licitados por meio de partilha.
Assim, o vencedor terá de obrigatoriamente partilhar o petróleo encontrado com a União, e a Petrobras ganhou duas vantagens: será a operadora exclusiva dos campos e terá, no mínimo, 30% de participação nos consórcios com as outras empresas.
A Folha teve acesso a seis telegramas do consulado dos EUA no Rio sobre a descoberta da reserva de petróleo, obtidos pelo WikiLeaks.
Datados entre janeiro de 2008 e dezembro de 2009, mostram a preocupação da diplomacia dos EUA com as novas regras. O crescente papel da Petrobras como "operadora-chefe" também é relatado com preocupação.
O consulado também avaliava, em 15 de abril de 2008, que as descobertas de petróleo e o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) poderiam "turbinar" a candidatura de Dilma Rousseff, então ministra da Casa Civil.
O consulado cita que o Brasil se tornará um "player" importante no mercado de energia internacional.
Em outro telegrama, de 27 de agosto de 2009, a executiva da Chevron comenta que uma nova estatal deve ser criada para gerir a nova reserva porque "o PMDB precisa de uma companhia".
Texto de 30 de junho de 2008 diz que a reativação da Quarta Frota da Marinha dos EUA causou reação nacionalista. A frota é destinada a agir no Atlântico Sul, área de influência brasileira.
José Serra nega afirmação: "Isso não faz sentido"
Procurado pela Folha, José Serra negou ter feito as afirmações a ele atribuídas no telegrama. "Nunca recebi empresas individualmente, portanto, não recebi esta representante [Patricia Pradal, diretora da petroleira Chevron]", disse ele, por meio de sua assessoria. "Não falei isso porque não faz sentido, alguém vendeu 'mercadoria falsa'.
O modelo que vigorava naquela época era o modelo anterior. Isso [o teor do telegrama] não faz sentido. Além disso, o relato não corresponde ao meu modo de falar. É um estilo que não é o meu".
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/poder/...s-eram-contra-novas-regras-para-pre-sal.shtml
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Wikileaks: Serra prometeu mudar regras do pré-sal para privilegiar petroleiras
Candidato garantiu a executiva da Chevron que sistema de partilha seria derrubado e empresas retomariam a posse exclusiva dos lucros
Por: Fábio M. Michel, Rede Brasil Atual
Publicado em 13/12/2010, 11:35
Última atualização em 16/12/2010, 12:37
São Paulo - Matéria da Folha de S.Paulo desta segunda-feira (13), a partir de conteúdo publicado pelo Wikileaks, mostra que o candidato derrotado à Presidência da República, José Serra (PSDB), prometeu que tomaria medidas para satisfazer os interesses das petroleiras americanas em relação ao marco exploratório do pré-sal.
“Deixa esses caras (do PT) fazerem o que eles quiserem. As rodadas de licitações não vão acontecer, e aí nós vamos mostrar a todos que o modelo antigo funcionava... E nós mudaremos de volta”, teria dito o então pré-candidato Serra a uma diretora da Chevron, em dezembro de 2009, segundo relata um dos telegramas obtidos pelo Wikileaks junto ao serviço diplomático norte-americano.
Patricia Pradal, diretora de Desenvolvimento de Negócios e Relações com o governo da petroleira norte-americana, relatou a conversa ao consulado dos EUA no Rio de Janeiro.
A troca de telegramas cita ainda que há previsão de que o Brasil se tornará um grande “player” no mercado de petróleo, a partir das descobertas dos campos do pré-sal.
O jornal diz também que um dos responsáveis pelo programa de governo do candidato tucano, o economista Geraldo Biasoto, confirmou que a proposta do PSDB previa a reedição do modelo anterior.
A mudança que desagradou às petroleiras foi aprovada pelo governo na Câmara vinha sendo discutida desde 2009. Até a aprovação, a exploração de campos petrolíferos obedeceu a um modelo de concessão, em que a empresa vencedora da licitação era considerada proprietária do petróleo extraído e pagava royalties ao Brasil.
Mas com a descoberta dos campos na camada do pré-sal, o governo alterou o modelo para o de partilha, o que obriga o vencedor a dividir o óleo com a União. Além disso, a Petrobras será a única a operar o pré-sal e, em caso de formação de consórcios com outras empresas, sua participação mínima será de 30%.
Clique aqui para ler a matéria completa sobre os planos de Serra de entregar o pré-sal para as empresas estrangeiras.
Clique aqui para ler o relato de Natália Viana, jornalista encarregada pelo Wikileaks no Brasil.
Fonte: http://www.redebrasilatual.com.br/t...egras-do-pre-sal-para-privilegiar-petroleiras
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Wikileaks revela que José Serra, então pré-candidato do PSDB à Presidência da República, tranquilizou diretora da Chevron Patrícia Padral sobre regras nacionalistas, pró-Petrobras, em discussão no Congresso no final de 2009; "Deixa esses caras (do PT) fazerem o que eles quiserem. As rodadas de licitações não vão acontecer, e aí nós vamos mostrar a todos que o modelo antigo funcionava... E nós mudaremos de volta", disse ele à representante da petroleira americana; não é a toa que a elite global não gosta de Julian Assange, o fundador do site que desnuda suas verdades
8 de Fevereiro de 2013 às 05:03
247 – Não faltam motivos para a elite global detestar Julian Assange, o fundador do Wikileaks, em razão das revelações constrangedoras que sua página na internet promove. Agora, um famoso político brasileiro poderá engrossar esse cordão: o duas vezes candidato a presidente da República José Serra.
Ao desatar um pacote de telegramas da embaixada dos Estados Unidos em Brasília e do consulado americano no Rio de Janeiro para o Departamento de Estado em Washington, o Wikileaks abriu uma frase de Patrícia Padral, diretora da petroleira americana Chevron no Brasil, dita em reuniões fechadas com os diplomatas. Ela teria obtido garantias de Serra de que, com ele presidente, as petroleiras estrangeiras não deveriam se preocupar com a onda nacionalista em torno do pré-sal. O depoimento de Patrícia revelado pelo Wikileaks foi dado três anos atrás, em 2009, quando o Congresso discutia a nova legislação do petróleo, numa reunião com diplomatas americanos. Serra, então, já era o pré-candidato a presidente favorito no PSDB.
Os diplomatas americanos queriam conhecer a avaliação das petroleiras do país, instaladas no Brasil, sobre o debate entre os parlamentares. Patrícia, então, revelou o que, segundo ela, ele ouvira do próprio Serra:
"Deixa esses caras (do PT) fazerem o que eles quiserem. As rodadas de licitações não vão acontecer, e aí nós vamos mostrar a todos que o modelo antigo funcionava... E nós mudaremos de volta", teria dito o candidato tucano a presidente à executiva da Chevron. A frase constou de uma das mensagens do consulado americano no Rio ao Departamento de Estado interceptadas pelo Wikileaks. É datada de 2 de dezembro de 2009.
"Eles são os profissionais e nós somos os amadores", teria afirmado a diretora da Chevron aos diplomatas de seu país, nesse caso se referindo aos integrantes da administração Lula. Nesse contexto, Patríca Padral disse a eles que Serra, em conversa particular com ela, teria se comprometido a mudar as regras a favor do interesse das petroleiras americanas, caso eles viessem a ser atingidos pelo Congresso Nacional.
Uma das mensagens da diplomacia ianque levou o título de "A indústria de petróleo vai conseguir combater a lei do pré-sal?". Nele há a referência a Serra. Como este, outros cinco telegramas publicados pelo WikiLeaks mostram como a missão americana no Brasil acompanhou de perto a elaboração das regras para a exploração do pré-sal. Os documentos revelam a insatisfação das pretroleiras com a lei de exploração aprovada pelo Congresso – em especial, com o fato de que a Petrobras seria a única operadora – e como elas atuaram fortemente no Senado para mudar a lei. O governo brasileiro, no final desse processo, conseguiu mudar as antigas regras de exploração. No pré-sal elas terão que seguir um modelo de partilha, entregando pelo menos 30% à União. Além disso, a Petrobras será a operadora exclusiva.
Para a diretora de relações internacionais da Exxon Mobile, Carla Lacerda, cuja posição foi transmitida a Washington em um dos e-mails revelados, a Petrobras terá todo controle sobre a compra de equipamentos, tecnologia e a contratação de pessoal, o que poderia prejudicar os fornecedores americanos.
A diretora de relações governamentais da Chevron, Patrícia Padral, foi mais longe e, em seu encontro com os diplomatas,, acusou o governo de fazer uso "político" do modelo.
Fernando José Cunha, diretor-geral da Petrobras para África, Ásia, e Eurásia, chegou a dizer ao representante econômico do consulado americano no Rio que uma nova empresa iria acabar minando recursos da Petrobrás. O único fim, para ele, seria político: "O PMDB precisa da sua própria empresa".
Mesmo com tanta reclamação, os telegramas deixaram claro que as empresas americanas escolheram ficar no Brasil para explorar o pré-sal. No período do envio das mensagens, uma das maiores preocupações dos americanos era que o modelo favorecesse a competição chinesa, já que a empresa estatal da China poderia oferecer mais lucros ao governo brasileiro.
Patrícia Padral teria reclamado da apatia da oposição: "O PSDB não apareceu neste debate". Para ela, Serra se opunha à lei, mas não demonstrava "senso de urgência". Nesse contexto, ele teria dito: "Deixa esses caras (do PT) fazerem o que eles quiserem. As rodadas de licitações não vão acontecer, e aí nós vamos mostrar a todos que o modelo antigo funcionava... E nós mudaremos de volta".
"Com a indústria resignada com a aprovação da lei na Câmara dos Deputados, a estratégia agora é recrutar novos parceiros para trabalhar no Senado, buscando aprovar emendas essenciais na lei, assim como empurrar a decisão para depois das eleições de outubro", conclui o telegrama do consulado.
Entre os parceiros, o OGX, do empresário Eike Batista, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e a Confederação Naiconal das Indústrias (CNI).
"Lacerda, da Exxon, disse que a indústria planeja fazer um 'marcação cerrada' no Senado, mas, em todos os casos, a Exxon também iria trabalhar por conta própria para fazer lobby".
Já a Chevron afirmou que o futuro embaixador, Thomas Shannon, poderia ter grande influência nesse debate – e pressionou pela confirmação do seu nome no Congresso americano.
"As empresas vão ter que ser cuidadosas", conclui o documento. "Diversos contatos no Congresso (brasileiro) avaliam que, ao falar mais abertamente sobre o assunto, as empresas de petróleo estrangeiras correm o risco de galvanizar o sentimento nacionalista sobre o tema e prejudicar a sua causa".
Fonte: Wikileaks
http://wikileaks.ch/cable/2009/08/09RIODEJANEIRO288.html
http://wikileaks.ch/cable/2009/12/09RIODEJANEIRO369.html
Fonte: http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/93008/Serra-prometeu-à-Chevron-mudar-regras-do-pré-sal.htm
Semeando o ódio com 3 fontes diferentes.
Uma ótima sexta-feira a todos.
Petroleiras americanas eram contra novas regras para pré-sal
JULIANA ROCHA
DE BRASÍLIA
CATIA SEABRA
DE SÃO PAULO
As petroleiras americanas não queriam a mudança no marco de exploração de petróleo no pré-sal que o governo aprovou no Congresso, e uma delas ouviu do então pré-candidato favorito à Presidência, José Serra (PSDB), a promessa de que a regra seria alterada caso ele vencesse.
É isso que mostra telegrama diplomático dos EUA, de dezembro de 2009, obtido pelo site WikiLeaks (www.wikileaks.ch). A organização teve acesso a milhares de despachos. A Folha e outras seis publicações têm acesso antecipado à divulgação no site do WikiLeaks.
"Deixa esses caras [do PT] fazerem o que eles quiserem. As rodadas de licitações não vão acontecer, e aí nós vamos mostrar a todos que o modelo antigo funcionava... E nós mudaremos de volta", disse Serra a Patricia Pradal, diretora de Desenvolvimento de Negócios e Relações com o Governo da petroleira norte-americana Chevron, segundo relato do telegrama.
Um dos responsáveis pelo programa de governo de Serra, o economista Geraldo Biasoto confirmou que a proposta do PSDB previa a reedição do modelo passado.
"O modelo atual impõe muita responsabilidade e risco à Petrobras", disse Biasoto, responsável pela área de energia do programa. "Havia muito ceticismo quanto à possibilidade de o pré-sal ter exploração razoável com a mudança de marcos regulatórios que foi realizada."
Segundo Biasoto, essa era a opinião de Serra e foi exposta a empresas do setor em diferentes reuniões, sendo uma delas apenas com representantes de petroleiras estrangeiras. Ele diz que Serra não participou dessa reunião, ocorrida em julho deste ano. "Mas é possível que ele tenha participado de outras reuniões com o setor", disse.
SENSO DE URGÊNCIA
O despacho relata a frustração das petrolíferas com a falta de empenho da oposição em tentar derrubar a proposta do governo brasileiro.
O texto diz que Serra se opõe ao projeto, mas não tem "senso de urgência". Questionado sobre o que as petroleiras fariam nesse meio tempo, Serra respondeu, sempre segundo o relato: "Vocês vão e voltam".
A executiva da Chevron relatou a conversa ao representante de economia do consulado dos EUA no Rio.
A mudança que desagradou às petroleiras foi aprovada pelo governo na Câmara no começo deste mês.
Desde 1997, quando acabou o monopólio da Petrobras, a exploração de campos petrolíferos obedeceu a um modelo de concessão.
Nesse caso, a empresa vencedora da licitação ficava dona do petróleo a ser explorado -pagando royalties ao governo por isso.
Com a descoberta dos campos gigantes na camada do pré-sal, o governo mudou a proposta. Eles serão licitados por meio de partilha.
Assim, o vencedor terá de obrigatoriamente partilhar o petróleo encontrado com a União, e a Petrobras ganhou duas vantagens: será a operadora exclusiva dos campos e terá, no mínimo, 30% de participação nos consórcios com as outras empresas.
A Folha teve acesso a seis telegramas do consulado dos EUA no Rio sobre a descoberta da reserva de petróleo, obtidos pelo WikiLeaks.
Datados entre janeiro de 2008 e dezembro de 2009, mostram a preocupação da diplomacia dos EUA com as novas regras. O crescente papel da Petrobras como "operadora-chefe" também é relatado com preocupação.
O consulado também avaliava, em 15 de abril de 2008, que as descobertas de petróleo e o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) poderiam "turbinar" a candidatura de Dilma Rousseff, então ministra da Casa Civil.
O consulado cita que o Brasil se tornará um "player" importante no mercado de energia internacional.
Em outro telegrama, de 27 de agosto de 2009, a executiva da Chevron comenta que uma nova estatal deve ser criada para gerir a nova reserva porque "o PMDB precisa de uma companhia".
Texto de 30 de junho de 2008 diz que a reativação da Quarta Frota da Marinha dos EUA causou reação nacionalista. A frota é destinada a agir no Atlântico Sul, área de influência brasileira.
José Serra nega afirmação: "Isso não faz sentido"
Procurado pela Folha, José Serra negou ter feito as afirmações a ele atribuídas no telegrama. "Nunca recebi empresas individualmente, portanto, não recebi esta representante [Patricia Pradal, diretora da petroleira Chevron]", disse ele, por meio de sua assessoria. "Não falei isso porque não faz sentido, alguém vendeu 'mercadoria falsa'.
O modelo que vigorava naquela época era o modelo anterior. Isso [o teor do telegrama] não faz sentido. Além disso, o relato não corresponde ao meu modo de falar. É um estilo que não é o meu".
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/poder/...s-eram-contra-novas-regras-para-pre-sal.shtml
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Wikileaks: Serra prometeu mudar regras do pré-sal para privilegiar petroleiras
Candidato garantiu a executiva da Chevron que sistema de partilha seria derrubado e empresas retomariam a posse exclusiva dos lucros
Por: Fábio M. Michel, Rede Brasil Atual
Publicado em 13/12/2010, 11:35
Última atualização em 16/12/2010, 12:37
São Paulo - Matéria da Folha de S.Paulo desta segunda-feira (13), a partir de conteúdo publicado pelo Wikileaks, mostra que o candidato derrotado à Presidência da República, José Serra (PSDB), prometeu que tomaria medidas para satisfazer os interesses das petroleiras americanas em relação ao marco exploratório do pré-sal.
“Deixa esses caras (do PT) fazerem o que eles quiserem. As rodadas de licitações não vão acontecer, e aí nós vamos mostrar a todos que o modelo antigo funcionava... E nós mudaremos de volta”, teria dito o então pré-candidato Serra a uma diretora da Chevron, em dezembro de 2009, segundo relata um dos telegramas obtidos pelo Wikileaks junto ao serviço diplomático norte-americano.
Patricia Pradal, diretora de Desenvolvimento de Negócios e Relações com o governo da petroleira norte-americana, relatou a conversa ao consulado dos EUA no Rio de Janeiro.
A troca de telegramas cita ainda que há previsão de que o Brasil se tornará um grande “player” no mercado de petróleo, a partir das descobertas dos campos do pré-sal.
O jornal diz também que um dos responsáveis pelo programa de governo do candidato tucano, o economista Geraldo Biasoto, confirmou que a proposta do PSDB previa a reedição do modelo anterior.
A mudança que desagradou às petroleiras foi aprovada pelo governo na Câmara vinha sendo discutida desde 2009. Até a aprovação, a exploração de campos petrolíferos obedeceu a um modelo de concessão, em que a empresa vencedora da licitação era considerada proprietária do petróleo extraído e pagava royalties ao Brasil.
Mas com a descoberta dos campos na camada do pré-sal, o governo alterou o modelo para o de partilha, o que obriga o vencedor a dividir o óleo com a União. Além disso, a Petrobras será a única a operar o pré-sal e, em caso de formação de consórcios com outras empresas, sua participação mínima será de 30%.
Clique aqui para ler a matéria completa sobre os planos de Serra de entregar o pré-sal para as empresas estrangeiras.
Clique aqui para ler o relato de Natália Viana, jornalista encarregada pelo Wikileaks no Brasil.
Fonte: http://www.redebrasilatual.com.br/t...egras-do-pre-sal-para-privilegiar-petroleiras
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Wikileaks revela que José Serra, então pré-candidato do PSDB à Presidência da República, tranquilizou diretora da Chevron Patrícia Padral sobre regras nacionalistas, pró-Petrobras, em discussão no Congresso no final de 2009; "Deixa esses caras (do PT) fazerem o que eles quiserem. As rodadas de licitações não vão acontecer, e aí nós vamos mostrar a todos que o modelo antigo funcionava... E nós mudaremos de volta", disse ele à representante da petroleira americana; não é a toa que a elite global não gosta de Julian Assange, o fundador do site que desnuda suas verdades
8 de Fevereiro de 2013 às 05:03
247 – Não faltam motivos para a elite global detestar Julian Assange, o fundador do Wikileaks, em razão das revelações constrangedoras que sua página na internet promove. Agora, um famoso político brasileiro poderá engrossar esse cordão: o duas vezes candidato a presidente da República José Serra.
Ao desatar um pacote de telegramas da embaixada dos Estados Unidos em Brasília e do consulado americano no Rio de Janeiro para o Departamento de Estado em Washington, o Wikileaks abriu uma frase de Patrícia Padral, diretora da petroleira americana Chevron no Brasil, dita em reuniões fechadas com os diplomatas. Ela teria obtido garantias de Serra de que, com ele presidente, as petroleiras estrangeiras não deveriam se preocupar com a onda nacionalista em torno do pré-sal. O depoimento de Patrícia revelado pelo Wikileaks foi dado três anos atrás, em 2009, quando o Congresso discutia a nova legislação do petróleo, numa reunião com diplomatas americanos. Serra, então, já era o pré-candidato a presidente favorito no PSDB.
Os diplomatas americanos queriam conhecer a avaliação das petroleiras do país, instaladas no Brasil, sobre o debate entre os parlamentares. Patrícia, então, revelou o que, segundo ela, ele ouvira do próprio Serra:
"Deixa esses caras (do PT) fazerem o que eles quiserem. As rodadas de licitações não vão acontecer, e aí nós vamos mostrar a todos que o modelo antigo funcionava... E nós mudaremos de volta", teria dito o candidato tucano a presidente à executiva da Chevron. A frase constou de uma das mensagens do consulado americano no Rio ao Departamento de Estado interceptadas pelo Wikileaks. É datada de 2 de dezembro de 2009.
"Eles são os profissionais e nós somos os amadores", teria afirmado a diretora da Chevron aos diplomatas de seu país, nesse caso se referindo aos integrantes da administração Lula. Nesse contexto, Patríca Padral disse a eles que Serra, em conversa particular com ela, teria se comprometido a mudar as regras a favor do interesse das petroleiras americanas, caso eles viessem a ser atingidos pelo Congresso Nacional.
Uma das mensagens da diplomacia ianque levou o título de "A indústria de petróleo vai conseguir combater a lei do pré-sal?". Nele há a referência a Serra. Como este, outros cinco telegramas publicados pelo WikiLeaks mostram como a missão americana no Brasil acompanhou de perto a elaboração das regras para a exploração do pré-sal. Os documentos revelam a insatisfação das pretroleiras com a lei de exploração aprovada pelo Congresso – em especial, com o fato de que a Petrobras seria a única operadora – e como elas atuaram fortemente no Senado para mudar a lei. O governo brasileiro, no final desse processo, conseguiu mudar as antigas regras de exploração. No pré-sal elas terão que seguir um modelo de partilha, entregando pelo menos 30% à União. Além disso, a Petrobras será a operadora exclusiva.
Para a diretora de relações internacionais da Exxon Mobile, Carla Lacerda, cuja posição foi transmitida a Washington em um dos e-mails revelados, a Petrobras terá todo controle sobre a compra de equipamentos, tecnologia e a contratação de pessoal, o que poderia prejudicar os fornecedores americanos.
A diretora de relações governamentais da Chevron, Patrícia Padral, foi mais longe e, em seu encontro com os diplomatas,, acusou o governo de fazer uso "político" do modelo.
Fernando José Cunha, diretor-geral da Petrobras para África, Ásia, e Eurásia, chegou a dizer ao representante econômico do consulado americano no Rio que uma nova empresa iria acabar minando recursos da Petrobrás. O único fim, para ele, seria político: "O PMDB precisa da sua própria empresa".
Mesmo com tanta reclamação, os telegramas deixaram claro que as empresas americanas escolheram ficar no Brasil para explorar o pré-sal. No período do envio das mensagens, uma das maiores preocupações dos americanos era que o modelo favorecesse a competição chinesa, já que a empresa estatal da China poderia oferecer mais lucros ao governo brasileiro.
Patrícia Padral teria reclamado da apatia da oposição: "O PSDB não apareceu neste debate". Para ela, Serra se opunha à lei, mas não demonstrava "senso de urgência". Nesse contexto, ele teria dito: "Deixa esses caras (do PT) fazerem o que eles quiserem. As rodadas de licitações não vão acontecer, e aí nós vamos mostrar a todos que o modelo antigo funcionava... E nós mudaremos de volta".
"Com a indústria resignada com a aprovação da lei na Câmara dos Deputados, a estratégia agora é recrutar novos parceiros para trabalhar no Senado, buscando aprovar emendas essenciais na lei, assim como empurrar a decisão para depois das eleições de outubro", conclui o telegrama do consulado.
Entre os parceiros, o OGX, do empresário Eike Batista, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e a Confederação Naiconal das Indústrias (CNI).
"Lacerda, da Exxon, disse que a indústria planeja fazer um 'marcação cerrada' no Senado, mas, em todos os casos, a Exxon também iria trabalhar por conta própria para fazer lobby".
Já a Chevron afirmou que o futuro embaixador, Thomas Shannon, poderia ter grande influência nesse debate – e pressionou pela confirmação do seu nome no Congresso americano.
"As empresas vão ter que ser cuidadosas", conclui o documento. "Diversos contatos no Congresso (brasileiro) avaliam que, ao falar mais abertamente sobre o assunto, as empresas de petróleo estrangeiras correm o risco de galvanizar o sentimento nacionalista sobre o tema e prejudicar a sua causa".
Fonte: Wikileaks
http://wikileaks.ch/cable/2009/08/09RIODEJANEIRO288.html
http://wikileaks.ch/cable/2009/12/09RIODEJANEIRO369.html
Fonte: http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/93008/Serra-prometeu-à-Chevron-mudar-regras-do-pré-sal.htm
Semeando o ódio com 3 fontes diferentes.
Uma ótima sexta-feira a todos.