DanielMF
Ei mãe, 500 pontos!
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Parem e pensem um pouco no que estamos constantemente fazendo neste fórum. Discussões polarizadas ou rivalizadas, ataques pessoais, menosprezos, como se participar dessa forma tivesse alguma chance convencer alguém ou construir algum debate produtivo. Não tem, ou muito dificilmente tem.
Não é uma reclamação e nem hipocrisia, eu me incluo perfeitamente nesse contexto e também participo dessa forma. Creio que seja um comportamento instintivo de todos nós. Mas gostaria de dar um passo atrás, já que esse comportamento não é racional e nem produtivo.
Pergunto a todos: quais são os méritos do bolsonarismo? E o que pode ser desse pessoal pós-Bolsonaro?
Minha opinião:
1) Expuseram o tamanho da parcialidade da mídia
No contexto político atual, eu me refiro ao viés da mídia em agir politicamente contrária ao governo, praticamente fazendo campanha para o impeachment ou para desmerece-lo, ultrapassando o limite da simples e pura narração dos fatos políticos. Talvez o caso mais emblemático, em minha opinião, tenha sido aquele caso dos "gastos do governo" com alimentação, e aquele destaque ao leite condensado por exemplo. Muito pouco trabalho jornalístico, e muita tentativa precipitada de colar uma imagem ruim ao governo. Ficou claro que foi uma forçação de barra.
Acho que quase ninguém acreditava numa mídia totalmente imparcial. Mas pelo menos eu, me surpreendi com o tamanho da parcialidade que foi se revelando conforme a intolerância com o governo, em uma parte da população, aumentava. Ficaram mais cara de pau, então naturalmente podemos concluir que sempre foram parciais, mas disfarçavam melhor antes.
Porém, mesmo antes, o bolsonarismo já mostrava isso, e dizendo por mim, eu subestimei bastante a gravidade. Não que a mídia seja lulista por exemplo, não se trata disso, mas já estou vendo que diante da possibilidade do Bolsonaro se reeleger, já está em curso a tentativa de tornar o Lula um "democrata", alguém "aceitável" na presidência pelo cenário político que está se desenhando para 2022. Isso será o ápice dessa parcialidade, algo muito grave.
2) Sabem expor a hipocrisia dos outros
A parcialidade é irmã da hipocrisia, já que quando o parcial se passa por imparcial, está sendo hipócrita. Mas vai além disso. Não tem muito o que comentar nesse ponto, a pandemia já é um ótimo exemplo da quantidade de pessoas influentes do meio jornalístico, político e das redes sociais, que tiveram um discurso de responsabilidade sanitária mas foram confrontados com comportamentos pessoais opostos aos seus discursos.
O perigo de muita gente ter um "inimigo em comum", é que podem se juntar e ignorar as falhas graves uns dos outros. É o que está ocorrendo, e o papel de apontar essas falhas e hipocrisias acabou sobrando, em grande parte, ao bolsonarismo. E eles são muito bons nisso.
3) Contraponto às ideias mainstream
Minha impressão, nesse aspecto, é que só por uma ideia ser mainstream, eles já tendem instintivamente a buscar desmenti-la. Como um impulso anti-sistema.
Quando isto está associado a informações falsas ou enganosas, é claro que é muito ruim, mas não é disso que estou falando. Me refiro ao impulso propriamente dito, e ele é ótimo. Não há nada que impeça pessoas assim, de reconhecer quando as ideias mainstream são verdadeiras, no entanto, com esse impulso anti-sistema elas estão sempre na dianteira do contraponto quando as ideias são falsas ou não comprovadas.
O exemplo que posso dar, foi a luta deles contra o lockdown na primeira onda do coronavírus no Brasil. Tenho seríssimas discordâncias quanto a essa atitude na segunda onda, afinal chegamos ao colapso, porém tenho que admitir que provavelmente o lockdown não teria sido a melhor ação em 2020, pois a quarentena que fizemos foi suficiente para não colapsar o sistema de saúde. Não fizemos o lockdown e não colapsamos. Se tivéssemos feito, me parece que as mortes voltariam a subir assim que flexibilizássemos, como foi na Argentina.
Então apenas teríamos sofrido mais economicamente, sem garantia de ganhos epidemiológicos.
Concluindo...
É possível transformar o ódio ou rivalidade em compreensão e elogio. Todos nós temos qualidades e defeitos, enquanto na prática apenas exaltamos nossa própria qualidade e crucificamos os defeitos dos outros.
Pessoas podem ter defeitos muito graves, mas em contrapartida, podem ter qualidades que estão em falta. Elas percebem a importância da qualidade delas, e por isso não recuam nos seus erros já que o ambiente criado por todos é de um maniqueísmo entre vencedores e perdedores, ou entre aqueles que estão certos e aqueles que estão errados.
A realidade pode não ser simples assim. Quando o Bolsonaro for passado, ainda estaremos dialogando com todas as pessoas que o apoiavam. Eles permanecerão, e ainda podem desempenhar um papel importante. O que eu desejo para eles, é que saibam focar melhor em suas virtudes e se desapeguem de futuras figuras políticas.
Querendo ou não, eles possuem méritos e não deve ser negado o reconhecimento disso a eles. A negação do mérito fomenta um comportamento nocivo, aliás, muito da nocividade que acontece hoje pode ter sido causada por um acúmulo dessa negação ao reconhecimento no passado.
Não é uma reclamação e nem hipocrisia, eu me incluo perfeitamente nesse contexto e também participo dessa forma. Creio que seja um comportamento instintivo de todos nós. Mas gostaria de dar um passo atrás, já que esse comportamento não é racional e nem produtivo.
Pergunto a todos: quais são os méritos do bolsonarismo? E o que pode ser desse pessoal pós-Bolsonaro?
Minha opinião:
1) Expuseram o tamanho da parcialidade da mídia
No contexto político atual, eu me refiro ao viés da mídia em agir politicamente contrária ao governo, praticamente fazendo campanha para o impeachment ou para desmerece-lo, ultrapassando o limite da simples e pura narração dos fatos políticos. Talvez o caso mais emblemático, em minha opinião, tenha sido aquele caso dos "gastos do governo" com alimentação, e aquele destaque ao leite condensado por exemplo. Muito pouco trabalho jornalístico, e muita tentativa precipitada de colar uma imagem ruim ao governo. Ficou claro que foi uma forçação de barra.
Acho que quase ninguém acreditava numa mídia totalmente imparcial. Mas pelo menos eu, me surpreendi com o tamanho da parcialidade que foi se revelando conforme a intolerância com o governo, em uma parte da população, aumentava. Ficaram mais cara de pau, então naturalmente podemos concluir que sempre foram parciais, mas disfarçavam melhor antes.
Porém, mesmo antes, o bolsonarismo já mostrava isso, e dizendo por mim, eu subestimei bastante a gravidade. Não que a mídia seja lulista por exemplo, não se trata disso, mas já estou vendo que diante da possibilidade do Bolsonaro se reeleger, já está em curso a tentativa de tornar o Lula um "democrata", alguém "aceitável" na presidência pelo cenário político que está se desenhando para 2022. Isso será o ápice dessa parcialidade, algo muito grave.
2) Sabem expor a hipocrisia dos outros
A parcialidade é irmã da hipocrisia, já que quando o parcial se passa por imparcial, está sendo hipócrita. Mas vai além disso. Não tem muito o que comentar nesse ponto, a pandemia já é um ótimo exemplo da quantidade de pessoas influentes do meio jornalístico, político e das redes sociais, que tiveram um discurso de responsabilidade sanitária mas foram confrontados com comportamentos pessoais opostos aos seus discursos.
O perigo de muita gente ter um "inimigo em comum", é que podem se juntar e ignorar as falhas graves uns dos outros. É o que está ocorrendo, e o papel de apontar essas falhas e hipocrisias acabou sobrando, em grande parte, ao bolsonarismo. E eles são muito bons nisso.
3) Contraponto às ideias mainstream
Minha impressão, nesse aspecto, é que só por uma ideia ser mainstream, eles já tendem instintivamente a buscar desmenti-la. Como um impulso anti-sistema.
Quando isto está associado a informações falsas ou enganosas, é claro que é muito ruim, mas não é disso que estou falando. Me refiro ao impulso propriamente dito, e ele é ótimo. Não há nada que impeça pessoas assim, de reconhecer quando as ideias mainstream são verdadeiras, no entanto, com esse impulso anti-sistema elas estão sempre na dianteira do contraponto quando as ideias são falsas ou não comprovadas.
O exemplo que posso dar, foi a luta deles contra o lockdown na primeira onda do coronavírus no Brasil. Tenho seríssimas discordâncias quanto a essa atitude na segunda onda, afinal chegamos ao colapso, porém tenho que admitir que provavelmente o lockdown não teria sido a melhor ação em 2020, pois a quarentena que fizemos foi suficiente para não colapsar o sistema de saúde. Não fizemos o lockdown e não colapsamos. Se tivéssemos feito, me parece que as mortes voltariam a subir assim que flexibilizássemos, como foi na Argentina.
Então apenas teríamos sofrido mais economicamente, sem garantia de ganhos epidemiológicos.
Concluindo...
É possível transformar o ódio ou rivalidade em compreensão e elogio. Todos nós temos qualidades e defeitos, enquanto na prática apenas exaltamos nossa própria qualidade e crucificamos os defeitos dos outros.
Pessoas podem ter defeitos muito graves, mas em contrapartida, podem ter qualidades que estão em falta. Elas percebem a importância da qualidade delas, e por isso não recuam nos seus erros já que o ambiente criado por todos é de um maniqueísmo entre vencedores e perdedores, ou entre aqueles que estão certos e aqueles que estão errados.
A realidade pode não ser simples assim. Quando o Bolsonaro for passado, ainda estaremos dialogando com todas as pessoas que o apoiavam. Eles permanecerão, e ainda podem desempenhar um papel importante. O que eu desejo para eles, é que saibam focar melhor em suas virtudes e se desapeguem de futuras figuras políticas.
Querendo ou não, eles possuem méritos e não deve ser negado o reconhecimento disso a eles. A negação do mérito fomenta um comportamento nocivo, aliás, muito da nocividade que acontece hoje pode ter sido causada por um acúmulo dessa negação ao reconhecimento no passado.
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