Comecei o ano bem, livrando o backlog de umas pendências, mas primeiro, quis revisitar um jogo que eu tive a oportunidade de jogar no PC.
Dead Rising Remastered
put* que pariu, manos, eu amo esse jogo. Na década passada, a Capcom não falhava uma, principalmente quando se tratava de ips originais. Depois de fazer jogos como Resident Evil 2, Code Veronica e o remake do primeiro da série pra GameCube, fica fichinha fazer algo do tema sobre mortos vivos. Mas foi com Dead Rising que a Capcom pôde dizer aos fãs "- Olha, isso aqui não deve ser levado a sério, então vamo todo mundo juntar as mãos e se divertir". Essa citação inventada por mim resume a franquia Dead Rising. Frank West é um jornalista que só liga pra duas coisas: O próprio umbigo e a chance de conseguir uma matéria fotográfica ganhadora do Pulitzer. Após ouvir relatos sobre um incidente na cidade canadense de Willamette, o fotojornalista parte em busca da foto dos seus sonhos. Ao chegar pelo telhado em um shopping center cercado de barreiras, West descobre que se trata de uma infestação zumbi, e tem 72 horas (conceituais, o jogo possui seis a sete horas em tempo real) para resolver os casos que cercam esse mistério e descobrir os responsáveis por isso, além de conseguir suas fotos, é claro.
Pois é, o conceito definitivamente não é nada original, o enredo e personagens são chupinhados da franquia de filme de George Romero, mais precisamente o clássico setentista Dawn of The Dead, em que um grupo precisa sobreviver em um shopping center cercado de mortos vivos. E Dead Rising foi o primeiro jogo a trazer essa ideia. Não existe linearidade por aqui. Você não precisa cumprir um único caso sequer. Ao matar um personagem importante para a trama, o jogo acabara na teoria, mas na prática, ele ainda continuará, dando a opção ao jogador de continuar jogando mesmo assim. E essa é a melhor forma de se aproveitar DR. Ele é um jogo de ação com sobrevivência com elementos de RPG, e não é nem um pouco fácil no início. Frank é extremamente fraco nos primeiros níveis, e a coisa só engrena ao chegar no level 15. É possível cumprir os casos da campanha principal, lutar contra diversos psicopatas espalhados pelo shopping (o ponto alto desse jogo, é sério), salvar reféns, e tirar fotografias. Tudo isso rende pontuação o bastante para fazer o jogador subir de nível. E put* m****, como as coisas funcionam bem, tudo é muito divertido, até chegar na parte de escoltar reféns, que não funciona direito devido à péssima inteligência artificial. Frenquentemente esses arrombados decidirão entrar no meio de diversos mortos vivos, mas não tema, não é necessário salvar todos para zerar o jogo, mas eles dão pontos que podem fazer uma diferença no seu crescimento durante o jogo. Dead Rising envelheceu um pouco na sua jogabilidade, é um tanto truncada, e a inteligência artificial medíocre pode causar raiva durante a jogatina, mas eu recomendo bastante, é definitivamente o meu favorito da franquia, e um dos jogos mais divertidos que já joguei na vida. Na verdade, só de falar dele, já tô com vontade de jogar de novo. Recomendado.
Quantum Break
Eu me lembro de ter ignorado totalmente Quantum Break na época. Depois que me disseram que ele era meio que uma série interativa, fiquei com o pé atrás, e ao descobrir que ele tem foco na narrativa e a ação é deixada de lado, me importei menos ainda. Resolvi jogar nesse início de ano, e realmente, ele é tudo isso. Mas, curiosamente, acabei gostando dele bem mais do que deveria. Acho que é um dos primeiros jogos que descrevem viagens no tempo de uma maneira mais precisa, e a escrita de Sam Lake é imediatamente reconhecível. O cara continua em forma, com um estilo de narrativa semelhante à Alan Wake. A ação é boa, quando acontece, e o jogo possui até upgrades de habilidades bem variado, algo que eu não esperava, e é bem divertido de se usar, fazem uma enorme diferença nas batalhas, que não são muito difíceis.
Minhas reclamações é devido ao excesso de narrativa, que sacrifica boa parte do gameplay, e put* m****, rola uma abundância de texto de dar os nervos. Existem uma série de datalogs e itens com textos que revelam mais detalhes da trama, mas são muitos, textos que levam até dois a três minutos pra se ler tudo, e em um único cenário, é legal ter detalhes, mas ler um texto de quase cinco minutos? Porra, se eu quisesse ler por tanto tempo enquanto jogo, eu jogaria algum CRPG ou alguma coisa do gênero. Sem contar a série que reproduz episódios com base nas escolhas feitas pelo jogador. Se você gosta de seriados, vale a pena ver vinte minutos por episódio, as mudanças realmente acontecem dentro deles, mas se não é seu caso, descarte-os, até porque, se você não ter uma internet relativamente boa, terá problemas pra ver os episódios, já que estes são reproduzidos via stream, uma decisão bem esquisita, já que o jogo instalado tem um tamanho de quase oitenta gigas. Tirando isso, Quantum Break deve agradar aqueles que procuram mais enredo do que jogatina, mas vai decepcionar e muitos os fãs de Max Payne e Alan Wake, dois jogos da mesma desenvolvedora, mas que apresentam mais jogatina, mesmo com enredos excelentes. Ainda assim, recomendo, me senti bem jogando Quantum Break, poderia ter sido muito melhor, mas ainda assim, foi uma boa experiência.
Ryse: Son of Rome
Esse aqui é complicado. Se você gosta de hack'n slash, histórias sobre o Império Romano e não liga pra repetição quase extrema, vai gostar de Ryse. Porque ele é um corredor de quatro horas que não sai da zona de conforto em instante algum. Os gráficos são lindos, mesmo para os padrões atuais, e a atuação dos personagens não é caricata, tudo é bem crível e bonito de se ver, Ryse não esconde seu valor de produção altíssimo. Uma pena que o jogo não entrega muita variedade, nem mesmo com uma árvore de upgrade com vários combos e execuções disponíveis, as batalhas serão sempre as mesmas, cheias de pompa no início, mas que fazem o jogador entrar no piloto automático em questão de minutos. Os chefes também não apresentam muito desafio, são pífios. A Crytek deveria ter noção do quão maçante Ryse poderia ser, talvez seja por isso que a duração do jogo seja tão curta. O que não deixa de ser uma pena, é um universo com muito potencial e que vale a pena ser explorado. Quem sabe um dia...