Ave Maria que jogo chato!
Só me esforcei para finalizá-lo por ser curto e poder debater sobre ele sem ninguém ficar cagando regra.
Estou com pena de quem está depositando todas as esperanças no Hellblade 2.
Primeiro vamos as qualidades:
Artisticamente é muito bonito. Fazem bom uso da iluminação para criar cenários de tirar o folego. A personagem principal é bem detalhada e o motion capture é muito bem feito, nesse aspecto conseguem dar um show em vários jogos AAA dessa geração.
Terminado os elogios, vamos agora para a parte negativa:
O level design desse jogo é MUITOOOOOO chato!
Estou encabulado como conseguiu atingir a média de 81/100 no Metacritic com o jogo se resumindo em procurar símbolos nos cenários para resolver puzzles. Achei que a mecânica seria usada só nas primeiras horas, mas não, usam e abusam dela durante toda a aventura.
E se isso já não fosse maçante o suficiente, ainda obrigam o jogador a andar por longos corredores, completamente lineares, vagarosamente, com várias ações scriptadas para desenvolver a história e escutar diálogos ao fundo.
Volta e meia enfrentamos alguns inimigos com um sistema de combate bem genérico e a dificuldade é completamente artificial se baseando no baixíssimo field of view (FOV) da câmera.
"Ah, mas God od War 2018 também é assim."
E sempre o critiquei por isso, pra mim as decisões tomadas no desenvolvimento de um jogo tem que ser feitas em prol da jogabilidade e level design. Apesar de ser tosco ficar desviando para os alertas em volta do personagem no God of War pelo baixo FOV, a jogabilidade ainda oferece uma variedade de ataques e combos que divertem. Já no Hellblade os alertas são dados pelas vozes que anunciam os ataques vindos dos pontos cegos e a jogabilidade só cumpre o básico do básico.
"Hallblade é um jogo cinematográfico, o que importa então é a história ser boa."
Discordo desse pensamento, pra mim até jogos cinematográficos precisam ter uma boa jogabilidade e level design, sendo por exemplo onde mora a genialidade do indie Her Story, a narrativa não teria tido o mesmo impacto se não tivesse uma mecânica excepcional de busca de vídeos através das palavras chaves.
E mesmo que esse pensamento fosse verdadeiro, a história do Hellblade é muito chata. Aquele papo de escuridão conseguiu ser mais maçante do que no Kingdom Hearts. Basicamente contam a história através de simbolismos, como por exemplo no filme A Ilha do Medo, a ideia é interessante mas pra mim não funcionou, achei bem maçante e desinteressante, diferente por exemplo de acompanhar o Leonardo Di Caprio desvendando um mistério como detetive na obra do Scorsese.
Pra mim Hellblade foi uma das experiências mais chatas dessa geração, a frase "é bonito mas ordinário" nunca fez tanto sentido, só não dou uma nota menor por ao menos as propostas ruins terem sido bem implementadas, não tem nenhuma mecânica quebrada ou algo do tipo:
6/10
Depois de jogá-lo fiquei mais preocupado que o
@XINTSUAI2 com quem deposita esperança na sequência exclusiva para o Xbox Series S.
Hellblade não é uma experiência que vai divertir milhões de pessoas se tornando uma franquia de sucesso como Uncharted ou God of War.
Está mais para um Silent Hill que tem os seus fãs apaixonados mas nunca foi um sucesso de vendas.
Acho que nesse momento a Microsoft precisava emplacar grandes hits e não fazer jogos AAA pra uma parcela pequena do mercado. Considero um erro apostar numa sequência do Hellblade por causa disso.
A Ninja Theory tem profissionais talentosos para fazer jogos visualmente impressionantes e sabem como usar adequadamente o motion capture, são elementos importantes para rivalizar com os jogos AAA da Sony, porém falta na equipe pessoas que entendam principalmente level design.
Só resta então torcer para que tenham contratado profissionais mais talentosos para compensar as fraquezas do Hellblade na sequência e para que mudem o tom de uma nota só do jogo.