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Qualquer um exceto Bibi [pre eleições passadas]

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20/12/2014 Escrito por Marcelo Treistman+ Política , Sociedade

Não é nenhum exagero declarar a importância das próximas eleições, se compararmos com as últimas eleições que tivemos em Israel. Desta vez, a questão fundamental não é “qual será o preço dos apartamentos em Tel Aviv” ou “qual será o preço dos laticínios nas prateleiras do supermercado”. Desta vez, o ponto primordial voltará a questionar o caráter de nossa existência.

Noto, ao meu redor, o surgimento de forças ameaçadoras inseridas dentro do projeto sionista democrático – vale dizer, que é a primeira eleição desde que imigrei para Israel, na qual percebo um perigoso movimento interno, que representa um perigo tão grave para o país, quanto o extremismo islâmico.

Há não muito tempo atrás, o Likud era um partido nacional liberal, com ideias com as quais eu podia me sentir representado. Hoje tudo o que sinto é ojeriza ao ver Benjamin Netanyahu realizar qualquer discurso. A nossa geração presenciou a mutação do Likud: trata-se meramente de um partido populista e anti-liberal. Sua composição atual não me deixa enganar.

No passado, o movimento religioso sionista já foi mais contido, tinha opiniões mais responsáveis ou era apenas um polo marginal. Hoje representa um movimento arrogante e agressivo e que – de fato – poderá tomar o poder na figura do estrategista e bem sucedido homem de negócios Naftali Bennett. A aliança renovada entre o nacionalismo do Likud e o messianismo da “Casa Judaica” torna possível o cenário de horror quase apocalíptico que antevejo diante de meus olhos.

Há alguns “especialistas” na imprensa israelense que definem a próxima eleição como um “referendo” sobre o governo exercido por Netanyahu. Acredito que este posicionamento esteja ancorado em falsas premissas. Netanyahu já perdeu a confiança da maioria dos israelenses. Eu gostaria muito que a sociedade israelense demonstrasse através do voto de seus eleitores, que a “FormaBibi –de fazer-política” não atende mais ao desejo sionista. Entretanto, há na sociedade, um sentimento muito perigoso estampado em uma palavra de ordem que corre nas redes sociais – “רק לא ביבי” (”Qualquer um exceto Bibi”) -, porque – de certo – existem alternativas piores do que ele. Uma ampla coalizão composta por aqueles que estão “fartos do Bibi” , poderá conceder uma força política jamais vista a figuras como Avigdor Lieberman e Naftali Bennett. Devemos lutar para impedir um novo mandato ao Bibi, mas devemos fazê-lo com sabedoria e responsabilidade. Não seria nada prudente se esforçar para sair de uma situação ruim, ignorando todas as alternativas piores que temos ao nosso entorno.

Não podemos deixar as eleições se tornarem – mais uma vez – uma escolha entre indivíduos. O “apenas não Bibi” é muito pouco para caracterizar o que viveremos em breve. No palco da próxima consulta popular, estaremos vislumbrando novamente um duelo importante entre ideologias e visões para o futuro de Israel.

Existem também os “especialistas” que descrevem a próxima eleição como um referendo sobre “a paz”. Novamente estamos diante de uma falsa premissa. Israel certamente tem a obrigação moral e política de buscar a paz em todos os momentos. Entretanto, não devemos nos dar ao luxo de nos iludirmos. O caos no mundo muçulmano e o extremismo palestino contribuem para a percepção de que não alcançaremos a paz utópica em um futuro próximo. Portanto, uma propaganda política que se utilize de líderes palestinos como Mahmoud Abbas e Saeb Erekat (como exemplos de possibilidade de coexistênciade pacífica) e de iniciativas de paz como a proposta da Liga Árabe (como um ponto de partida para um acordo final entre israelenses e palestinos) é, sem dúvida nenhuma, uma propaganda política que dará a vitória de mão beijada à “direita da direita”. Ambos, Netanyahu e Bennett, perceberão a “falácia da possibilidade de paz” e usarão estes discursos para fazer piada (não sem razão) dos partidos de centro-esquerda.

Não podemos deixar as eleições se tornarem – mais uma vez – eleições mentirosas. Eleições que apresentem a paz como se estivesse a “um palmo do nariz” israelense. Como se a paz dependesse de um “simples gesto” israelense. Apenas uma proposta séria, que esteja ancorada em um realismo político, poderá afastar o nacionalismo messiânico do poder.

A próxima eleição será um referendo sobre o sionismo. Sobre a balança de votos encontra-se o caráter do Estado judeu democrático. Para que o sionismo não entre em colapso é necessário o início de uma dura caminhada. O primeiro passo é o congelamento de toda e qualquer construção de assentamentos. Em seguida, de forma lenta e gradual, devemos diminuir a ocupação civil das localidades que futuramente formarão o Estado palestino. Para que façamos de Israel um Estado judeu democrático, devemos focar toda a nossa atenção, investimentos e esforços em fazer crescer os nossos centros de pesquisa científica como o Technion e o Instituto Weizmann, diminuindo consideravelmente a atenção, investimento e esforços que hoje concedemos a assentamentos religiosos na Judeia e na Samaria. Devemos nos preocupar em nos redefinir como uma sociedade livre, justa e plural.

E aqui vai a mais pura das verdades: os colonos e as forças políticas israelenses que estão por trás deste movimento , representam uma ameaça direta e imediata para o futuro de Israel. O nacionalismo messiânico no poder está nos causando a deformação de nossa identidade e simboliza um perigo para a nossa existência. Desta forma, as próximas eleições são cruciais para libertar Israel destes fanáticos anti-sionistas.

Nem “Netanyahu” e nem a “paz” são os temas de destaque para o próximo pleito. Em alguns meses o que estará sobre a mesa, é a própria existência de Israel como um Estado soberano, democrático, moderno e pluralista.

E assim façamos os nossos votos: “בשנה הבא (בלי אנטי ציונים) בירושלים” – “e no ano que vem (que não tenhamos antissionistas) em Jerusalém”.

Ámen.

http://www.conexaoisrael.org/qualquer-um-exceto-bibi/2014-12-20/marcelo
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É o que sempre digo. A maior ameaça a Israel são os políticos israelenses de extrema direita, como o BIBI. Um governo mais moderado traria resultados melhores.
 
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